quarta-feira, 23 de abril de 2008

JOE BONAMASSA





Joe Bonamassa é mesmo um cara bem aventurado. Os ventos sempre sopraram favoravelmente na sua vida fazendo com que ele se transformasse no grande guitarrista de blues que é hoje. Por exemplo, se ele tivesse nascido em São Paulo, numa colônia italiana do Brás, mui provavelmente seria alcunhado de Zé Macarrão e mandaria ver num violão de sete cordas, no grupo de chorinho local, ou ainda pior, no de pagode. No final das contas, depois de muita luta e labuta, ele chegaria a ser um Rafael Rabelo da vida. Sim, porque talento é nato, está no DNA, e ele estava predestinado a ser um grande músico quaisquer que fossem as circunstâncias. Mas o destino lhe sorriu e Joe nasceu no dia 8 de maio, no mesmo dia em que uma das maiores lendas da guitarra e do blues veio ao mundo: Mr. Robert Johnson - coincidência ou sina? Desabrochou no estado de Nova Iorque, mais precisamente em Utica, um local rodeado por parques e campos de golfe, 400 kms a noroeste Estátua da Liberdade. Nasceu em berço esplêndido, pois seu pai era dono de uma loja de guitarras e ele vivia rodeado de Fenders, Gibsons, ESPs, Martins... Nem bem começou a andar, e já era fissurado por elas, tanto que hoje virou colecionador e seu acervo conta com mais de 200 peças. Com apenas quatro anos já estava dedilhando seus bluesinhos na guitarra. Fã do estilo desde cedo, ele acabou influenciado por caras como Stevie Ray Vaughan, B.B. King, Robert Johnson, Jimmy Page, Jeff Beck, Eric Johnson, e Buddy Guy. Numa entrevista para a revista Guitarist (edição 265), Joe citou três discos que realmente marcaram a sua vida: John Mayall & the Bluesbreakers with Eric Clapton, Irish Tour do Rory Gallagher e o Goodbye do Cream. Eta sujeitinho de bom gosto! Outra grande influência na sua formação musical foi o guitarrista americano Dany Gatton, um talentoso músico de jazz, blues, rockabilly e que, lamentavelmente, se suicidou em 1994. Mas quando Joe tinha 11 anos, Gatton foi seu professor, lhe ensinando alguns truques do jazz e da música country. Nessa época, toda vez que ele ia se apresentar em Nova Iorque, convidava Joe para tocar na banda e numa dessas ocasiões, eles abriram um show do B.B. King, que elogiou o jovem prodígio. Impressionado com o que viu, anos mais tarde, King pediria pessoalmente a Joe que abrisse para ele o show da excursão que celebrava o seu 80º aniversário, em março de 2005, justificando: “o potencial desse garoto é mesmo incrível, e ele está apenas começando a amadurecer. O cara é mesmo único”!

Voltando aos anos 90, depois daquela primeira abertura para B.B. King, Joe seguiu impressionando e abrindo o show de muita gente boa como Buddy Guy, Foreigner, George Thorogood, Robert Cray, Stephen Stills, Joe Cocker e Gregg Allman. O histórico produtor Phil Ramone disse numa ocasião: “ele é um prodígio entre os prodígios, eu tive a oportunidade de vê-lo colocando uma platéia inteira aos seus pés”. Outro nome de peso a se render ao talento de Joe foi o promotor dos Beatles, Sam Leach, fazendo um paralelo da primeira vez que viu ele tocar com a sua premiere do Fab Four nos tempos do Cavern Club: “eu tive o mesmo sentimento e excitação... Joe é o número um entre os artistas de blues-rock do planeta”.

Diga-me com quem andas que e eu te direi quem és. Se o dito popular tem um fundo de verdade então, definitivamente, Joe Bonamassa é “o cara”! Quando tinha apenas 14 anos ele reuniu um grupo de amigos para formar uma banda e gravar seu primeiro disco. Com ele estavam Berry Oakley Jr (filho do baixista dos Allman Brothers), Erin Davis (filho de Miles Davis) e Waylon Krieger (filho de Robby Krieger, guitarrista do The Doors). A banda foi, apropriadamente, chamada de Bloodline e gravou apenas um disco homônimo em 1994, muito bom por sinal, onde a qualidade da técnica e o talento de Joe como guitarrista finalmente encontraram o espaço que precisavam e a sua força como um cantor expressivo emergiu. “Eu comecei amarrando algumas coisas e acabei descobrindo essa voz que não sabia que tinha,” disse ele. “Eu cantava procurando imitar alguns dos meus cantores favoritos, Paul Rodgers, Gregg Allman, Rod Stewart. No final das contas, alcancei uma liberdade artística antes mesmo que eu tivesse percebido,” concluiu. Talvez algum leitor desavisado possa ter visto no All Music Guide, considerado um oráculo para informações musicais, que há mais três discos do Bloodline, mas eles não existem, pelo menos não deste Bloodline! É que os caras do AMG trocaram os pés pelas mãos e misturaram a discografia de duas bandas com o mesmo nome, porém com sons absolutamente diferentes.



Finalmente em 2000, Joe lança o seu primeiro trabalho solo chamado A New Day Yesterday, título emprestado de um hit do Jethro Tull de 1969. O disco contou com a mão do lendário produtor Tom Dowd (Lynyrd Skynyrd, Rod Stewart, Wishbone Ash, Cream, The Allman Brothers Band, James Gang, Charles Mingus, Otis Redding, Aretha Franklin…) e a participação de gente grande como Gregg Allman, Rick Derringer e Leslie West, sendo classificado pelo AMG, já citado aí em cima, como “uma performance de cair o queixo”. Daí para frente, a carreira musical do nosso herói foi “de vento em popa”, lançando um disco melhor que outro, totalizando sete álbuns até 2007. Nesse ínterim, foi agraciado com uma série de prêmios importantes como o escolhido pelos leitores da revista BluesWax (uma das publicações mais importantes do gênero nos EUA), que o apontaram como Artist Of The Year 2005 (artista do ano), repetindo o feito em 2006, fazendo dele o único músico até hoje a conseguir tal proeza. Seu novo disco Sloe Gin (2007) é um petardo que não pode deixar de ser ouvido por nenhum fã de blues-rock que se preze. Por causa dele, Joe foi nomeado Best Blues Guitarist (melhor guitarrista de blues) pelos leitores da revista Guitar Player (cara ela é praticamente uma bíblia para os guitarristas!), em sua edição anual.

E é exatamente desse premiado e maravilhoso Sloe Gin que tirei os dois posts de Joe Bonamassa. O primeiro é de uma apresentação ao vivo realizada em 28 de julho de 2007, na Piazza Blues, de Bellizona na Suíça. Já o segundo, BBC Studios, é bem recente e foi gravado do programa de rádio de Paul Jones para a conhecida estatal inglesa, em 11 de fevereiro deste ano. Dois discaços com qualidade de áudio impecável, para o deleite dos freqüentadores do Boogie Woody. Para finalizar, antes que alguém me venha com a manjada e infame perguntinha, se Joe é mesmo bom na massa, vou logo dizendo que não sei, mas na guitarra ele arrebenta!
Texto: Woody
Fontes:
Joe Bonamassa web siteWikipédiaAll Music Guide



Joe Bonamassa

Bonamassa was born in Utica, New York. At the age of 11, during a short period of being mentored by country musician Danny Gatton he learned such styles as country and jazz. During this time with Gatton, Bonamassa sat in with Gatton's band whenever they played in New York. He first opened for B. B. King at 12 years of age. At 14, he was invited to attend a Fender guitar event; during that trip to the West Coast he met Berry Oakley, Jr. Joe and Berry founded the group Bloodline with Miles Davis's son Erin and Robby Krieger's son Waylon. They released one album which produced two chart singles - "Stone Cold Hearted," and "Dixie Peach."

In an interview in 'Guitarist' magazine (issue 265), Joe Bonamassa cited the three albums that had the biggest influence on his playing: John Mayall & the Bluesbreakers with Eric Clapton (the 'Beano Album'), Rory Gallagher's 'Irish Tour' and 'Goodbye' by Cream. These influences are evident in his music, but Joe has been influenced by other artists; notable examples include Stevie Ray Vaughan, B.B. King, Robert Johnson, Danny Gatton, Jimmy Page, Jeff Beck, Eric Johnson, and Buddy Guy. Bonamassa's style of playing incorporates the wide range of genres these influences cover: Rock, Blues-Rock, Jazz, Country, Delta Blues, and Electric Blues.

Bonamassa's first solo album, "A New Day Yesterday", was released in 2000 and produced by the legendary Tom Dowd. Bonamassa added drummer Kenny Kramme and bassist Eric Czar as bandmates to tour and support the album. After touring to support his first album, Bonamassa and the band returned to the studio in 2002 and worked with producer Clif Magness to release his second album "So, It's Like That." The second album contained more traditional rock music than his previous studio album, attaining number one on the Billboard Blues Chart. Positive fan feedback resulted in the 2003 release of "Blues Deluxe," which was released to support the Year of the Blues. The album features nine covers of classic blues tunes along with three songs written by Bonamassa. This album also reached number one on the Billboard Blues Chart. 2005 saw the release of "Had to Cry Today," which returned to the more traditional rock music sound heard in "So, it's Like That." In late 2005, after extensive touring with his previous trio, Bonamassa changed the line-up of the musicians in his touring band. He enlisted the help of bassist Mark Epstein and former Kenny Wayne Shepherd drummer, Bogie Bowles.

In 2006, Joe release his fifth full-length studio album, entitled "You & Me". This album also appeared at #1 on the Billboard Blues Album Chart. For the recording of this album, Bonamassa enlisted the talents of multiple studio musicians such as Jason Bonham, son of the legendary John Bonham. "Your Funeral And My Trial", a track on the album, featured harmonica prodigy LD Miller. "You & Me" is Bonamassa's most heavy blues album, breaking away from the heavier rock styles featured in "So, it's Like That," and "Had to Cry Today." "Sloe Gin" was released in August of 2007, and, as of March 2008, has spent more than 10 weeks at the top of the Billboard Blues Chart. This album features much more Acoustic Guitar work than any of Joe's previous albums. Bonamassa's touring band underwent another change for this album's tour; bassist Carmine Rojas replaced Epstein and keyboardist Rick Melick was added. Both of the new bandmembers took part in the recordings of "You And Me" and "Sloe Gin".
From -> Wikipedia, the free encyclopedia




BBC Studios 2008
zinhof

Broadcast by BBC Radio Two on 11th February 2008 for "Paul Jones".





Live Piazza Blues Bellizona 2007
p/w: sparkyibew

Soundboard live show recorded in Switzerland on 28th July 2007.

7 comentários:

Edson d'Aquino disse...

Ahaaaaa!!!
Tinha que ser eu o primeirão a dar uma passada por aqui. Esse é, realmente, 'O CARA'!!!
Sabes que tenho minhas reservas quanto a boots mas nos seus eu confio então vou levar pra casa esses aí na mão grande. Até porque, no caso de 'alive', apesar de preferir assistir em dvd ao invés de só ouvir, o Zé Boapizza é um dos poucos que conseguem me transportar pra 'fila do gargarejo' só de ouvi-lo.
Belíssimo post, ô da madeira!
[]ões

Edson d'Aquino disse...

Ah, e que guita linda essa aí na capa do 'Live Piazza', hein!?
[]ões...de novo

woody disse...

Pode levar que os dois são ótimos, escolhi a dedo (sem sacanagem, por favor). Tenho certeza que vais curtir. Cara essa guitarra é mesmo esquisitona, deve ser uma daquelas da coleção particular do Zé Macarrão!

Abraço,
WOODY

Fusion_Brasil disse...

Grande woody... pecker

Somente agora tomei ciência do teu blog.
Parabéns pelo grande trabalho e pelo extremo bom gosto musical.

Abraços

woody disse...

Seja bem vindo a casa Fusion e apareça sempre.

Obrigado pelo comentário

Abraço,
WOODY

Anônimo disse...

KENNY WAYNE WHO?

Paulozzi disse...

Olá tudo bem com você??

Adorei o blog, mais ainda pelo lado da biografia, muito interessante mesmo, é quase uma revista blog.

Continue assim

mauricio

http://alvinthebestrockblues.blogspot.com/