sexta-feira, 28 de maio de 2010

The Quintet - Jazz At Massey Hall [1953]


Charlie Parker está para o saxofone assim como Jimi Hendrix para a guitarra. O que? Naaaaão meu irmão!! Ele nunca botou fogo no instrumento, nem o destruiu no palco, tão pouco tocava com os dentes ou nas costas. Até porque, tocar saxofone pelas costas só se for assoprando pelo... Poupe-me dos detalhes sórdidos! O que estou querendo dizer é que ele era, e ainda é, considerado o maior mestre do sax em todos os tempos, respeitado e estudado pelos os grandes nomes do instrumento, gente como Wayne Shorter, Branford Marsalis, John Coltrane, Cannonball Adderley, Stanley Turrentine, Joe Lovano, Joshua Redman, Dexter Gordon, Michael Brecker, Gerry Mulligan, Grover Washington Jr., enfim, uma unanimidade mesmo entre os mestres da coisa. Teve um final triste consumido pelo vício da heroína, mas em seus melhores dias era espetacular, fosse no palco ou no estúdio. Não bastasse tudo isso, o cara tinha como seu parceiro mais constante o trompetista Dizzy Gillespie, igualmente genial em seu instrumento e dono de uma técnica para deixar muita gente de queixo caído.

Agora, imagine a emoção de ver esses dois ao vivo. Eu nem tinha nascido para poder presenciar tal coisa, mas Miles Davis tinha e não só desfrutou desse prazer, como também tocou com eles, fato anotado no prólogo da sua autobiografia: “A maior sensação da minha vida (vestido) foi quando ouvi pela primeira vez Diz e Bird juntos em St. Louis, no Missouri, em 1944, eu tinha 18 anos e acabara de me formar no Ginásio Lincoln... ...Quando ouvi Diz e Bird na orquestra de B (Billy Eckstine), disse: Que, que é isso!? Cara, aquela coisa era tão sensacional que metia medo... ...Do caralho. Cara, aquilo me tomou o corpo todo, e era aquilo que eu queria ouvir. Um barato! E eu lá em cima tocando com eles.

Miles Davis não está na gravação de The Quintet – Jazz at Massey Hall, gravado ao vivo no Canadá, em 1953, mas em compensação estão Bud Powell, um dos mais significantes pianistas do Bebop, sua virtuosidade levou muitos a o chamarem de "o Charlie Parker do piano". É mole ou quer mais? Ahhh, quer mais! Então saiba que o homem das baquetas era Max Roach, um dos primeiros bateristas a receber o prêmio de "Gênio" pela Fundação MacArthur, eleito para o Hall da Fama da Sociedade Percussiva Internacinal e também para o da revista Downbeat, premiado como "Jazz Master" (Mestre do Jazz) em Harvard e ainda ganhou oito doutorados honoris causa, incluindo pela Universidade de Bologna, na Itália, e pela Universidade de Columbia, nos EUA. E se você ainda está achando pouco, o baixista da banda era ninguém menos que Charles Mingus, além ser um assombro no contrabaixo é também considerado, ao lado de Thelonious Monk e Duke Ellington, um dos três maiores compositores da história do Jazz. Eeeeeh compadre, o time não era fraco não! Por isso que essa gravação está sempre no topo das listas dos melhores discos de jazz da história do mundo, se vacilar do universo, do universo só não, da Bahia!!

Mas não é só isso, este álbum apresenta ainda uma série de peculiaridades que o tornam ainda mais interessante. Para interá-los da coisa, deixo vocês com o texto de um especialista no assunto: Emerson Marques Lopes, editor do Guia do Jazz na Internet. Antes, gostaria de esclarecer que o CD postado aqui eu comprei há uns cinco anos atrás e trata-se de uma edição remasterizada, importada da Alemanha, utilizando processos tecnológicos que conseguiram sanar as falhas mencionadas no texto abaixo, agora, o baixo de Mingus é perfeitamente audível em todas as faixas.


O que falar de um quinteto com Charlie Parker, Dizzy Gillespie, Bud Powell, Charles Mingus e Max Roach? A resposta é óbvia: mágica. E se a gravação deste quinteto for registrada ao vivo e sem cortes? Temos mais um resposta óbvia: imprevisibilidade. Pois bem, é isto que você vai encontrar no disco Jazz At Massey Hall, gravado ao vivo em 15 de maio de 1953, em Toronto, no Canadá.

Considerado um dos mais importantes registros ao vivo da história do jazz, o disco reúne cinco dos mais influentes e geniais músicos do jazz. Se isto não bastasse, há deliciosas histórias sobre esta gravação que vale a pena ser contada. Em plena era do be bop, a New Jazz Society of Toronto teve a idéia de promover um concerto de jazz. O primeiro nome lembrado foi o do pianista Bud Powell, mas o músico estava internado em um hospital e não foi encontrado. Em seguida tentaram o trompetista Dizzy Gillespie, mas também não conseguiram. A última tentativa foi o baixista Charles Mingus, que felizmente resolveu o impasse e contatou seus camaradas, Gillespie, Parker, Roach, e o empresário de Powell, Oscar Goodstein. Enfim o grupo estava completo.

Na hora de embarcar para o Canadá, a trupe descobriu que só havia cinco passagens de aviação, mas o grupo estava em sete, incluindo Goodstein e Célia, mulher de Mingus. Para evitar atrasos, Parker e Gillespie decidiram ficar e partir no dia seguinte. Ao chegarem ao local do show, o quinteto descobriu que o número de ingressos vendidos não cobriria as despesas e que o pagamento do cachê estava comprometido. Para tentar resolver o impasse, a New Jazz Society of Toronto disse que gravaria o concerto e que a fita seria dada ao grupo para tentarem comercializar no futuro.

Sem opção, o acordo foi fechado e o concerto gravado. Mas a qualidade da gravação, na época, ficou abaixo do esperado e o quinteto teve dificuldade para lançá-la. Na ocasião, o saxofonista Charlie Parker ofereceu a gravação para Norman Granz, do selo Verve, que não aceitou. Com a recusa, Mingus resolveu lançá-la por sua gravadora, mas um artifício curioso teve que ser usado no lançamento do disco. Para não ter problemas com a Verve, gravadora de Parker, o nome do saxofonista foi mudado para Charlie Chan. Outro detalhe interessante, mas triste, é que a baixa qualidade de gravação acabou escondendo parcialmente o som do baixo de Mingus.

Dito isto, vamos falar do repertório. O disco começa com a deliciosa “Perdido”, destaque para os solos de Gillespie e Powell. Em seguida um clássico do be bop “Salt Peanuts”, que traz solos de tirar o fôlego de todos os instrumentistas. Para acalmar um pouco os ânimos, o quinteto ataca de “All The Things You Are”, com Gillespie variando o som de seu trompete com e sem surdina. O be bop volta com força total em outra composição do trompetista, “Wee”, com um solo de arrepiar do baterista Max Roach. Para fechar, “Hot House”, uma das poucas músicas em que é possível ouvir com clareza o baixo de Mingus, e “A Night In Tunísia”.
Fontes: Wikepédia, Miles Davis A Autobiografia (©1991, Editora Campus Ltda.), Guia do Jazz.






The Quintet - Jazz At Massey Hall [1953]


Jazz at Massey Hall is a reknowned jazz album featuring a live performance by "The Quintet" on 15 May 1953 at Massey Hall in Toronto. The quintet was composed of some of the time's biggest names in jazz: Dizzy Gillespie, Charlie Parker, Bud Powell, Charles Mingus, and Max Roach. It was the only time that the five men recorded together as a unit, and it was the last recorded meeting of Parker and Gillespie. Parker played a Grafton saxophone on this date; he could not be listed on the original album cover for contractual reasons, so was billed as "Charlie Chan" (an allusion to the fictional detective and to Parker's wife Chan). The record was originally issued on Mingus's label Debut, from a recording made by the Toronto New Jazz Society. Mingus took the recording to New York where he and Max Roach dubbed in the bass lines, which were under-recorded on most of the tunes, and exchanged Mingus soloing on "All the Things You Are."

The original plan was for the Jazz Society and the musicians to share the profits from the recording. However the audience was so small that the Society was unable to pay the musicians' fees. The musicians were all given NSF checks, and only Parker was able to actually cash his; Gillespie complained that he did not receive his fee "for years and years".

A 2004 re-issue contains the full concert, without the over-dubbing which was added by Charles Mingus on the original recording. The new version was titled "Complete Jazz at Massey Hall". Jazz at Massey Hall was inducted into the Grammy Hall of Fame in 1995. It is included in National Public Radio's "Basic Jazz Library". The concert was issued in some territories under the tag "the greatest jazz concert ever".



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terça-feira, 25 de maio de 2010

ARETHA FRANKLIN

A Rainha do Soul



Não faz muito tempo, para ser uma grande cantora era preciso, antes de qualquer coisa, ter voz, afinação e sentimento. Se a pessoa soubesse algo sobre teoria musical e tocasse algum instrumento, melhor ainda. Depois, se ela tivesse um rostinho bonito, corpinho bacana, belas pernas e um proeminente par de seios, obviamente ajudaria, mas não era condição “sine qua non” como hoje em dia.

Pois é, atualmente, só o que importa mesmo são os quatro últimos itens, saber cantar, ter voz, talento e sentimento ajudam um pouquinho e se a pessoa não souber porra nenhuma sobre teoria musical e não tocar um instrumento é melhor ainda! Porque não dá “pitaco” na produção. Cantam o que mandarem, gravam com “maquiagem” na voz, Pro Tools, efeitos mil e o escambau. Na hora do show é só jogar um playback e está tudo certo. Vejam por exemplo a Beyonce: é uma mulher maravilhosa, de lindo rosto e curvas matadoras, um corpinho escultural digno da obra de Auguste Rodin, mas segundo João Marcelo Bôscoli, um cara de berço musical, filho de Ronaldo Bôscoli e Elis Regina, e sócio da gravadora Trama, ela não canta nada, nada, nada! E a Britney Spears então! Foi só tombar na noite e engordar um pouquinho que mídia caiu de pau em cima dela. Acham que se ela fosse uma baita cantora alguém estaria ligando para os seus escândalos e quilinhos a mais? Esses são apenas dois exemplos de milhares que encontraremos por aí entre as chamadas divas da música pop contemporânea.


Aretha Franklin - Aretha Arrives [1967]


Lá nos anos sessenta, quando Aretha Franklin surgia como uma grande estrela da música, ninguém se atrevia a usar playback nos shows, ainda não existia MTV, vídeo clip (estava engatinhando), DVD e a TV era mais voltada para novelas, jornais, programas de auditório e filmes, embora já existissem alguns bons programas dedicados à música. Enfim, imagem não era tudo. Até porque, música se ouvia nas rádios, vitrolas, casas noturnas e mesmo os grandes espetáculos musicas não tinham a pirotecnia, efeitos e outras “cositas” mais para distrair o espectador. O negócio era no gogó mesmo e para poder se destacar era preciso cantar muito! Pois a concorrência era braba, no páreo haviam Ann Peebles, Gladys Knight, Esther Phillips, Mavis Staples, Shirley Caesar, Marva Whitney entre outras grandes vozes. No entanto, Aretha impôs “Respect” a ponto de ser coroada como a rainha da soul music, mas para quem a conhece, sabe que só do soul é pouco, seus domínios se estendem ao R&B, blues, gospel e ainda canta com a mesma majestade jazz, pop e rock. Sua entonação, postura, afinação e sentimento são simplesmente espantosos. Principalmente o sentimento, coisa que ela desenvolveu desde pequena, porque seu pai era pastor e, mal aprendeu a falar ela já estava engrossando o coro da igreja. Ouvir Aretha cantar gospel é de arrepiar, uma audição do álbum Amazing Grace (1972) pode transformar o mais convicto dos ateus em um fervoroso beato, tamanha é a paixão que ela impõe na interpretação. Até eu, que não sou muito chegado do estilo, gosto de ouvir o disco de vez em quando. Aleluia irmão!



Aretha Franklin - I Never Loved a Man the Way I Love You [1967]


Meu primeiro contato com a sua música aconteceu em meados dos anos 70, eu devia ter uns 16 anos e já era super ligando em música, estava sempre juntando uns trocos para comprar algum disco novo, o que eu gostava mesmo era Jimi Hendrix, The Who, King Crimson, Ten Years After, Emerson Lake & Palmer, Led Zeppelin, Pink Floyd e essas coisas. No entanto, volta e meia eu me ligava em outros sons. Em casa, além da minha coleção, que já era considerável, minha mãe também tinha uns cento e poucos discos na prateleira e uma vez ou outra, quando estava cansado de ouvir meus discos, ia fuçar a discoteca dela para garimpar algo. No geral, ela ouvia coisas que eu deplorava (e ainda deploro) como Shirley Bassey, Ray Conniff, Johnny Mathis e Paul Mauriat, só que no meio desses, haviam alguns discos que ela não ouvia muito e que provavelmente ganhou de presente. Nesse montante, eu descobri Duke Ellington, Creedence Clearwater Revival, Chubby Checker, Louis Armstrong e Aretha Franklin. Estava eu lá procurando algo para variar a audição quando me deparei com o disco This Girl's In Love With You (1970), na capa havia uma foto da Aretha tocando piano. Pensei: “vamos ver o que é isso. Selo Atlantic, o mesmo do Led e EL&P. O que diz a contra-capa? Humm, tem uma música do The Band (The Weight) e duas dos Bealtles (Let It Be e Eleanor Rigby). Não sei quem é essa mulher, mas demonstra bom gosto. O que dizem os créditos. Opa, que isso!? Duane Allman - Guitar, Steel Guitar, Slide Guitar!! Caramba, eu tenho que ouvir essa bisteca!!!” A partir daquele dia virei fã da rainha do soul. “The Weight” tinha uma interpretação bem próxima da versão original, mas com um tempero gospel-soul que lhe dava um sabor especial. O mesmo aconteceu com “Let It Be”, mas em “Eleanor Rigby” ela mudou um pouco a harmonia e ritmo da música conseguindo uma versão tão boa quanto a original. Depois disso, fui atrás de outros álbuns e o primeiro que comprei foi Soul'69 (1969). Um discaço para ninguém botar defeito, passei a comprar seus discos regularmente e cheguei a conclusão que sua melhor fase foi a dos anos 60 até começo dos 70. Na década seguinte, com o aparecimento da discoteca, Aretha entrou na onda o que me desagradou a ponto d’eu parar de me ligar em seus lançamentos, mas mesmos naqueles discos dance, sempre aparecia uma ou outra faixa que se salvava, como no caso da versão que ela fez, em 1986, de “Jump Jack Flash” acompanhada por Keith Richards e Ron Wood, para trilha sonora do filme homônimo, que no Brasil foi lançado como “Salve-me Quem Puder!”, estrelado por Whoopi Goldberg. Uma versão arrebatadora reforçando o dito popular que reza: “quem um dia foi rainha, nunca perde a majestade!”


Aretha Franklin - Lady Soul [1968]


Aretha Louise Franklin (25 de março de 1942) é uma cantora norte-americana de gospel,R&B e soul que virou ícone da música negra. Nascida em Memphis,criada em Detroit, Michigan, tornou-se a primeira mulher a fazer parte do Hall da Fama do Rock and Roll em 3 de janeiro de 1987. Muitos chamam Aretha de "Rainha do Soul" ou "Dama do Soul". Ela é reconhecida por suas habilidades na música soul e R&B, mas também é uma adepta de outros estilos musicai, sendo reconhecida como uma das melhores vocalistas da história da música por publicações como a Revista Rolling Stone e do canal de televisão VH1. Ela é a segunda cantora a possuir mais prêmios Grammy na história, atrás apenas de Allison Krauss. Aretha possui dezessete prêmios competitivos e três honorários. O estado de Michigan declarou a voz de Aretha como sendo uma maravilha natural. Apesar de todo o sucesso, Aretha possui apenas dois singles que foram para o primeiro lugar na lista dos mais vendidos dos Estados Unidos, segundo a Revista Billboard: "Respect" nos anos 1960 (sua canção mais conhecida) e "I Knew You Were Waiting (For Me)", um dueto com George Michael. No entanto, vários de seus singles já apareceram entre os 20 mais vendidos na lista daquela publicação, como "Think", "I Say a Little Prayer", "Until You Come Back to Me", "Who's Zoomin' Who?", "Freeway of Love", entre outros.


Aretha Franklin - Soul'69 [1969]


Curiosidades:

* Aretha Franklin perdeu suas 2 irmãs (Carolyn e Erma) de câncer em 1985 e 2003. Seu irmão morreu em acidente de avião respondendo porque o medo de avião.
* Aretha Franklin foi processada por quebra de contrato em 1984, quando ela não pôde estrelar no musical da Broadway Sing, Mahalia, Sing, (baseado na vida da cantora gospel Mahalia Jackson) porque ela estava com medo de voar de avião.
* Ela foi introduzida no Hall da Fama das Mulheres de Michigan em 2001.
* Aretha frequentemente convida a cantora Chaka Khan, uma de suas favoritas, para cantar em suas festas de aniversário.
* Em 2006, o total de prêmios Grammy de Aretha Franklin subiu para dezessete com um prêmio de Melhor Performance Tradicional de R&B por "A House is Not a Home", um tributo a Luther Vandross incluído no CD So Amazing.

Voz Tipo de Voz: Mezzo-Soprano Dramático Nota mais baixa: F2 Nota mais Aguda em Belting: D6 Nota mais aguda em cabeça:E6 Extensão Vocal: F2-E6 (3 oitavas e seis notas).
Fonte: Wikipédia.



Aretha Franklin - Spirit in the Dark [1970]




ARETHA FRANKLIN

The Queen Of Soul




Aretha Franklin is one of the giants of soul music, and indeed of American pop as a whole. More than any other performer, she epitomized soul at its most gospel-charged. Her astonishing run of late-'60s hits with Atlantic Records--"Respect," "I Never Loved a Man," "Chain of Fools," "Baby I Love You," "I Say a Little Prayer," "Think," "The House That Jack Built," and several others--earned her the title "Lady Soul," which she has worn uncontested ever since. Yet as much of an international institution as she's become, much of her work--outside of her recordings for Atlantic in the late '60s and early '70s--is erratic and only fitfully inspired, making discretion a necessity when collecting her records. Franklin's roots in gospel ran extremely deep. With her sisters Carolyn and Erma (both of whom would also have recording careers), she sang at the Detroit church of her father, Reverend C.L. Franklin, while growing up in the 1950s. In fact, she made her first recordings as a gospel artist at the age of 14. It has also been reported that Motown was interested in signing Aretha back in the days when it was a tiny start-up.


Aretha Franklin - This Girl's In Love With You [1970]



Ultimately, however, Franklin ended up with Columbia, to which she was signed by the renowned talent scout John Hammond. Franklin would record for Columbia constantly throughout the first half of the '60s, notching occasional R&B hits (and one Top Forty single, "Rock-a-bye Your Baby with a Dixie Melody"), but never truly breaking out as a star. The Columbia period continues to generate considerable controversy among critics, many of whom feel that Aretha's true aspirations were being blunted by pop-oriented material and production. In fact there's a reasonable amount of fine items to be found on the Columbia sides, including the occasional song ("Lee Cross," "Soulville") where she belts out soul with real gusto. It's undeniably true, though, that her work at Columbia was considerably tamer than what was to follow, and suffered in general from a lack of direction and an apparent emphasis on trying to develop her as an all-around entertainer, rather than as an R&B/soul singer.


Aretha Franklin - Live At Fillmore West [1971]


When Franklin left Columbia for Atlantic, producer Jerry Wexler was determined to bring out her most soulful, fiery traits. As part of that plan, he had her record her first single, "I Never Loved a Man (The Way I Love You)," at Muscle Shoals in Alabama with esteemed Southern R&B musicians. In fact, that was to be her only session actually at Muscle Shoals, but much of the remainder of her '60s work would be recorded with the Muscle Shoals Sound Rhythm Section, although the sessions would actually take place in New York City. The combination was one of those magic instances of musical alchemy in pop: the backup musicians provided a much grittier, soulful, and R&B-based accompaniment for Aretha's voice, which soared with a passion and intensity suggesting a spirit that had been allowed to fly loose for the first time. In the late '60s, Franklin became one of the biggest international recording stars in all of pop. Many also saw Franklin as a symbol of Black America itself, reflecting the increased confidence and pride of African-Americans in the decade of the civil rights movements and other triumphs for he Black community. The chart statistics are impressive in and of themselves: ten Top Ten hits in a roughly 18-month span between early 1967 and late 1968, for instance, and a steady stream of solid mid-to-large-size hits for the next five years after that. Her Atlantic albums were also huge sellers, and far more consistent artistically than those of most soul stars of the era. Franklin was able to maintain creative momentum, in part, because of her eclectic choice of material, which encompassed first-class originals and gospel, blues, pop, and rock covers, from the Beatles and Simon & Garfunkel to Sam Cooke and the Drifters. She was also a fine, forceful, and somewhat underrated keyboardist.


Aretha Franklin - Amazing Grace [1972]


Franklin's commercial and artistic success was unabated in the early '70s, during which she landed more huge hits with "Spanish Harlem," "Bridge Over Troubled Water," and "Day Dreaming." She also produced two of her most respected, and earthiest, album releases with Live at Fillmore West and Amazing Grace. The latter, a 1972 double LP, was a reinvestigation of her gospel roots, recorded with James Cleveland & the Southern California Community Choir. Remarkably, it made the Top Ten, counting as one of the greatest gospel-pop crossover smashes of all time. Franklin had a few more hits over the next few years--"Angel" and the Stevie Wonder cover "Until You Come Back to Me"--being the most notable--but generally her artistic inspiration seemed to be tapering off, and her focus drifting toward more pop-oriented material. Her Atlantic contract ended at the end of the 1970s, and since then she's managed to get intermittent hits -- "Who's Zooming Who" and "Jump to It" are among the most famous -- without remaining anything like the superstar she was at her peak. Many of her successes were duets, or crafted with the assistance of newer, glossier-minded contemporaries such as Luther Vandross. There was also another return to gospel in 1987 with One Lord, One Faith, One Baptism.


Aretha Franklin - Rare & Unreleased Recordings [2007]


Critically, as is the case with many '60s rock legends, there have been mixed responses to her later work. Some view it as little more than a magnificent voice wasted on mediocre material and production. Others seem to grasp for any excuse they can to praise her whenever there seems to be some kind of resurgence of her soul leanings. Most would agree that her post-mid-'70s recordings are fairly inconsequential when judged against her prime Atlantic era. The blame is often laid at the hands of unsuitable material, but it should also be remembered that -- like Elvis Presley and Ray Charles -- Franklin never thought of herself as confined to one genre. She always loved to sing straight pop songs, even if her early Atlantic records gave one the impression that her true home was earthy soul music. If for some reason she returned to straight soul shouting in the future, it's doubtful that the phase would last for more than an album or two. In the meantime, despite her lukewarm recent sales record, she's an institution, assured of the ability to draw live audiences and immense respect for the rest of her lifetime, regardless of whether there are any more triumphs on record in store.
Richie Unterberger from Aretha’s official web site.


Aretha Franklin - Sunday Morning Classics [2009]








sexta-feira, 14 de maio de 2010

The Allman Brothers Band - Stormy Monday [1971]



Bueno... O que posso dizer sobre The Allman Brothers Band que já não foi dito, lido ouvido, visto, revisado, cozido e ensopado? É como chover no molhado! Afinal é um dos maiores grupos da história do rock, mas entre tantos e entre tudo, há sempre alguém boiando no lance e como recordar é viver, aqui vai um pequeno briefing.

Natural do estado da Geórgia, EUA, a banda surgiu em 1969 fundada pelos irmãos Allman, Gregg e Duane, para se tornar o maior ícone do Southern rock de todos os tempos, premiada com onze discos de ouro e cinco de prata entre 1971 e 2005. Teve um começo arrasador, lançando quatro álbuns fantásticos: The Allman Brothers Band (1969), Idlewild South (1970), At Fillmore East (1971) e Eat a Peach (1972). O guitarrista Duane Allman foi o grande nome da banda. Sua técnica e capacidade de improvisação eram impressionantes, ao ponto de ser considerado pela revista Rolling Stone como o segundo melhor guitarrista de todos os tempos, atrás apenas de Jimi Hendrix. E isso não foi naquela época não meu amigo, é coisa de uns tempos para cá! Ele também foi parceiro de Eric Clapton no grupo Derek & the Dominos e sua trágica morte num acidente de moto em 29 de outubro de 1971, poucas semanas antes de completar 25 anos, foi um grande baque não só para o grupo, mas igualmente para todos os amantes do rock. Apesar disso, a banda continuou na estrada, mas para mim, já não era a mesma coisa até renascer das cinzas, a partir dos anos 90, com a entrada do guitarrista, cantor e compositor Warren Haynes. Uau! Voltou a ser o Allman Brothers dos velhos tempos com ótimos lançamentos, entre os quais destaco: Seven Turns (1990), Shades of Two Worlds (1991), Where It All Begins (1994) e Hittin' the Note (2003). Então tá, se alguém não sabia nada sobre eles, agora já sabe alguma coisa.

Stormy Monday é o título de uma canção do bluesman T-Bone Walker que ganhou uma clássica interpretação dos Brothers e, também, o nome do bootleg aqui postado. O disco é fruto de uma transmissão em FM estéreo pela WPLJ de Nova York gravado ao vivo. Um show matador realizado no melhor momento da carreira dos Allmans. Em março de 1971 eles haviam acabado de gravar At Fillmore East, seu melhor registro ao vivo até hoje e continuaram a turnê implacavelmente. Em julho, eles voltaram à Nova York para promover o álbum, digo voltaram porque, para quem não sabe, o Fillmore é um dos principais auditórios da cidade, localizado no East Village na região de Manhattan. Por favor, não confundam com o Fillmore West, em San Francisco. O local escolhido para o show promocional foi o A&R Studios. A transmissão ocorreu duas semanas após a morte do saxofonista King Curtis, uma das influências de Duane Allman, vítima de esfaqueamento numa briga na porta da sua casa, em Nova York, aos 37 anos de idade. Durante o show, Duane fez uma pausa para refletir sobre o amigo assassinado: "Sobre King Curtis - era um dos mais belos gatos* que já existiu e tinha muita proximidade com os jovens, sabe? É uma vergonha (pelo modo como morreu – n.a.). Se vocês tiverem a oportunidade, ouçam o álbum que ele gravou no Fillmore West ... Rapaz, é incrível, é inacreditável o poder e a estatura emocional daquele homem. Ele é um ser humano incrível”. “No funeral, cara, Aretha Franklin cantou e Stevie Wonder tocou...eles tocaram ‘Soul Serenade’ ”. Duane toca um pedacinho da música de Curtis e alguns na platéia respondem com aplausos. “Sim, vocês provavelmente eram um pouco jovens. É fantástica. Nós vamos fazer essa... sim, certamente vamos fazê-la ... ". Então a banda passa a tocar “You Don’t Love Me” e depois de uns oito minutos eles começam a alentar o ritmo fazendo uma transição gradual para uma versão própria de ‘Soul Serenade’. Quando Duane toca a melodia da canção mais uma vez, o público imediatamente começa a bater palmas junto com a melodia. De repente, o guitarrista passa a intercalar a melodia em diferentes e comoventes solos, colocando o coração na coisa como você nunca ouviu antes, levando-a à estratosfera. Essa foi a maneira que Duane encontrou para refletir seus sentimentos pelo amigo perdido como só ele poderia fazê-lo: poderosamente, amorosamente e graciosamente.

O final do último parágrafo eu traduzi de um texto encontrado na internet que comenta sobre a performance desta gravação, foi creditado a uma (um) tal de Little Chicken. Achei bacana colocá-lo, pois mostra a atmosfera emocional que envolveu a apresentação. Outro fator muito positivo neste bootleg é a excelente qualidade do som, tão boa quanto um disco original. Sem dúvida nenhuma foi uma das melhores apresentações da Allman Brothers Band na era Duane e, provavelmente, um dos últimos shows de rádio do brother guitarrista antes de sua morte. A bem da verdade, Stormy Monday não é um bootleg raro, volta e meia ele aparece em posts pela net. Também é conhecido como New York Blues em lançamento pelo selo Gold Standard, mas é um disco tão bacana que merece ser postado toda semana para que ninguém se esqueça como era o som da Allman Brothers Band em seus áureos tempos!

* Gato em inglês não tem o mesmo significado que em português, não vão pensando que o cara era gay! Tem mais haver com as características do animal do que com beleza física.








The Allman Brothers Band - Stormy Monday [1971]



This appears to be the set recorded August 26, 1971 at A & R Studios for live WPLJ, New York broadcast. It's in stereo and both the sound quality and performance are excellent. It's the best quality unreleased performance of Duane-era ABB you can find. It is very much worth seeking out! The track "You Don't Love Me/Soul Serenade/You Don't Love Me" clocking in at 19:26,is in memory to saxophonist King Curtis.“Duane and the band jump into the intro for ‘You Don’t Love Me.’ A little over eight minutes into the song, Duane slows the band, reaching an achingly slow transitional phase, gradually leading everyone into his own version of ‘Soul Serenade’. When Duane plays the melody of the song again, the audience immediately begins clapping along to the sweet melodic tune. Suddenly, Duane jumps in and absolutely cuts the melody to shreds with one of the most moving, heart-felt solos you will ever hear, taking it right up into the stratosphere. Mirroring his words for Curtis, the ‘power and emotional stature’ of Duane’s own very personal and passionate eulogy for his lost friend is delivered as only he can do it - powerfully, lovingly, and gracefully.
Review by: interstellar (Bootleg Zone) and The Little Chicken (BigO Zine).




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terça-feira, 11 de maio de 2010

JCBのホールでジェフベック [2010]



Bem meus amigos, assim como uma mão lava a outra, muitas vezes um post acaba levando a outro, que é o caso aqui. Na postagem anterior J.B. fala muito bem das apresentações no Japão, realizadas para promover o lançamento do seu novo trabalho. Por experiência própria, afirmo que shows do guitarrista na terra dos olhos puxados geralmente são memoráveis, por isso resolvi garimpar por aí para ver se achava alguma coisa. Nessa busca descobri alguns fatos que eu desconhecia até então: primeiro é que a nova banda já havia feito algumas apresentações nos EUA e Europa por ocasião de uma série de shows que o nosso amigo andou fazendo junto com Eric Clapton, coisa que pode até gerar outra postagem na área, mas quem não tiver saco para esperar e quiser conferir antes, é só fazer uma busca por aí que vai encontrar sem muita dificuldade. Também descobri que a voz misteriosa que canta “How High The Moon” na apresentação do Grammy Museum é da cantora irlandesa Imelda May, a mesma que aparece no novo disco do J.B. cantando “Lilac Wine”. Imelda tem um grupo de rockabilly onde, de vez em quando, Jeff aparece como convidado especial em alguns shows, em contra partida, ela também faz aparições nas apresentações do guitarrista como aconteceu no Grammy Museum e no Japão. Caramba! Será que ela foi até lá só para cantar uma música, ou fez as aberturas? Sei lá, mas não há informações sobre isso na net. Vai ver ele está só dando uma "força" para a mocinha. Outra coisa importante é que desse tour pelo Japão, os pirateiros locais lançaram uma série de CDs e DVDs conhecida como Beck's Aria in Japan. Meu irmão como eu gostaria de botar as mãos nesse material!!! Andei até digitando textos em grafia japonesa (com ajuda de um tradutor é claro!) para ver se achava algum blog ou coisa assim que tivesse postado o material, mas nécas! O fato é que é muito difícil encontrar essas coisas gratuitamente em sites japoneses, agora para comprar é “facim, facim”, basta ter cartão de crédito. No entanto, porém e contudo o “velho deitado” já dizia: “perseveres e triunfarás”. De tanto fuçar acabei achando uma gravação da apresentação em Tóquio que, embora feita da platéia, é de uma qualidade sonora impressionante e o show é realmente incrível. Não podia deixar de partilhar isso com vocês, ouçam e vejam como o danado do J.B. estava com a macaca no dia. Aliás, ultimamente ele anda muito inspirado!







JCBのホールでジェフベック [2010]


This is a bootleg of the show made in Tokyo in the beginning of this year. Although the recordings have been made from the audience, the sound quality is impressive and the show incredible. The self J.B. recognizes this and wrote on his web site: “Tokyo was good fun as always. The people are so friendly and helpful and the shows went down really well”. Well, I hope you enjoy this record as I do!



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terça-feira, 4 de maio de 2010

J. B. at the Grammy Museum [2010]





O guitarrista foco deste post dispensa maiores comentários e apresentações desde os idos tempos dos Yardbirds, quando ainda era um jovem em ascensão, porém já aclamado como um dos melhores da sua geração. Hoje Geofrey (nome de batismo) não é só um dos melhores da sua época, como também de todos os tempos, apontado por críticos e entusiastas do jazz, do rock e da música de maneira geral. Depois de sete anos sem um single sequer, ele finalmente lançou um novo trabalho este ano. Eu não diria que o disco é um dos melhores da sua carreira, mas está longe de ser ruim e tem grandes momentos.

O lançamento se deu primeiramente no Japão. "Talvez todas as coisas boas vêm para quem espera e sobrevive", J.B. publicou em seu site: “Tóquio foi muito divertido, como sempre. As pessoas são tão simpáticas, prestativas e o show rolou muito bem. Eu fiquei sabendo (quando ainda estava por lá) que meu novo trabalho estreou em 1º no Japão na International Weekly Album Sales Chart, bem como 1º no Amazon E.U. Chart e 10º na parada de álbuns do Reino Unido no meio da semana. Nada mau para alguém que não lançava nada há 7 anos! Estou muito contente que as pessoas gostaram do álbum."

Voltando aos EUA o guitarrista tratou de promover o lançamento e um dos shows aconteceu em 22 de abril, quando fez uma curta, mas memorável, apresentação no Grammy Museum em Los Angeles, de onde tiramos o bootleg postado aqui. A ocasião serviu também para apresentar a banda que o acompanhará nas turnês que, em relação ao ano passado, trás duas mudanças significativas. Na bateria saiu o grande Vinnie Colaiuta (Frank Zappa), para dar lugar a Narada Michael Walden (Mahavishnu Orchestra), outro monstro das baquetas. No baixo já não temos mais a angelical Tal Wilkenfield, mas calma seus sacanas, não há motivos para choradeiras, pois a beldade deu lugar à outra belezura, a sexy e igualmente virtuosa, creio que toca até mais que Wilkenfield, Rhonda Smith (Prince). O tecladista e parceiro de composição Jason Rebello continua na banda. Nesta apresentação o grupo tocou todas as faixas instrumentais do novo álbum, exceto “Never Alone”, no entanto não tocou nenhuma das faixas cantadas, no lugar delas incluiu “A Day In The Life”, cover dos Beatles que já vinha tocando regularmente nos shows, “People Get Ready” e a surpresa ficou por conta de “How High The Moon” um standard de jazz acompanhado por um coro (única música com vocais) que não faço idéia de onde tenha saído, talvez seja playback ou então o Grammy Museum tem coralzinho de plantão. Mas quem liga? O que importa mesmo é a guitarra de J.B.

Se acaso alguém estranhou que eu não citei o nome artístico do nosso guitar hero nem uma vez, foi porque os xiitas e talibãs continuam de plantão aterrorizando os blogs por aí. Então achei por bem não arriscar!



J. B. at the Grammy Museum [2010]

On April 22, J. B. did a short but very enjoyable set at the Grammy Museum in Los Angeles to promote his new album, This bootleg bring the presentations broadcast made by KLOS 95.5 FM.



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sábado, 1 de maio de 2010

BURRO MORTO





Houve um tempo, isso lá nos idos de ’70, em que eu acreditava que o nordeste era uma região de grandes expectativas na evolução musical do Brasil e, porque não, do mundo. Principalmente a Bahia onde tínhamos alguns dos maiores expoentes da nossa cultura musical, artistas como Raul Seixas, Novos Baianos, Caetano, Gil, Gal, João Gilberto, Bendegó, A cor do Som, Odair Cabeça de Poeta e Grupo Capote, Dodo e Osmar, Tom Zé e tantos outros que se perderam na poeira do esquecimento. O que viria depois só poderia ser algo espetacular, mas infelizmente foi justamente o contrário, os baianos que outrora nos mostravam sons alternativos, descobriram o mercado da música, pasteurizaram o seu carnaval e o que temos hoje é simplesmente lamentável. Não duvido que nesse meio tempo, músicos de todo nordeste, influenciados por artístas de qualidade como Quinteto Armorial, Alceu Valença, Fagner (eeeeé já foi bom), Hermeto Pascal, Jackson do Pandeiro, além dos baianos citados, tenham surgido com boa música, mas que infelizmente permaneceram apenas no âmbito regional, se muito.

Felizmente uma luz apareceu na década de 90 com o surgimento do Manguebeat misturando ritmos regionais como o maracatu, xote e baião, com rock, hip hop e música eletrônica. Uma cena que levou aos ouvidos de todo Brasil a sonoridade de Chico Science e Nação Zumbi, Mundo Livre S/A , Mestre Ambrósio, Sheik Tosado, Querosene Jacaré, Jorge Cabeleira, etc. Embora fosse um movimento do Recife, serviu também para chamar a atenção para outros artistas do cenário musical nordestino. Minha mais grata surpresa nessa cena foi conhecer o grupo Burro Morto, lá da Paraíba que faz um trabalho instrumental denominado por eles mesmos como psicodélico/afro-beat/progressivo. Sacou? Claro que não! Dizendo ninguém imagina o que é, e mesmo se imaginar dificilmente vai acertar, mas eu achei do caralho-alho, coisa muito bacana mesmo, tanto que estou postando aqui o EP Varadouro (2009), segundo trabalho desses cabras da peste, no bom sentido da palavra. Maiores detalhes sobre o Burro Morto seguem no texto abaixo produzido por eles e retirado do MySpace. Baixem o disco e ouçam a música que vale a pena, e se por acaso encontrarem o CD para vender por aí, comprem. Está sendo vendido por 5 merréis. Além de ser uma bela aquisição, você estará dando uma força para a boa música.

O Burro Morto surgiu mutilado, teve seus retalhos re-costurados e agora percorre os caminhos sonoros atento às cores e nuances. Respira groove, enche os pulmões de psicodelia, entorta os compassos e regurgita melodias inusitadas. A inspiração vem do sangue que passeia pelas veias negras da terra antiga, que sai de Lagos, passa pelas dunas de areia escaldante, chega a Addis Ababa, escorre pelos ouvidos jazzistas no norte, desce ao estômago do deep funk e deságua novamente no terceiro mundo. É África-Brasil, via o jazzy groove gringo.

Esse emaranhado de cabos, filtros, delays, climas, cinismo e subversão é manipulado por cinco mentes ácidas: Haley (microkorg, escaleta, orgão), Daniel Ennes Jesi (contrabaixo), Ruy José (bateria) e Léo Marinho (guitarra). Nos idos de 2007 lançaram um EP, Pousada bar, tv e vídeo, com o qual conquistaram almas e mentes worldwide.Em 2008, o grupo finalizou seu segundo EP, “Varadouro”, lançado digitalmente pelo selo californiano One Cell Records. Através da excelente repercussão do EP, o Burro Morto realizou uma bem sucedida turnê em São Paulo, tocando em casas como CB Bar, Studio SP, Berlin e Bleeckers Street, além de ter participado do projeto “Agulha, bolachão e microfone”, no Sesc Pompéia. Participou também da Feira da Música, em Fortaleza – CE, e do festival Coquetel Molotov, em Recife, um dos festivais mais renomados da cena independente. Fechando o ano, participou do Festival Universo Paralello, na Bahia. Uma de suas músicas integrou uma coletânea lançada pela Revista +Soma, a “+Soma Amplifica”, a qual teve tiragem de 10.000 cópias e foi distribuída gratuitamente em diversas capitais do país. Recentemente, o Burro Morto teve o projeto de produção do seu primeiro álbum aprovado pelo Pixinguinha, programa cultural da Funarte e Ministério da Cultura, que será executado em 2009.
MySpace






BURRO MORTO



Burro Morto was born out of a meeting of the hot, restless minds of five musicians in Parahyba, Brazil bent on exploring the sensorial possibilities of merging new sounds with old and breathing homegrown Brazilian groove and shake into the mix. The tunes that result are an evocative blend of afrobeat, jazz-rock, funk and psychedelia that bends and stretches in unexpected ways, vibrating with a lysergic energy that could threaten the sanity of your hips were it not all so well-contained in the musical sensibility of the land of the Gilbertos.

The co-conspirators in this confusion of plugs, delays, filters and oscillators are Haley (keyboards, melodica), Daniel Ennes Jesi (bass), Nacho Gonçalves (percussion), Ruy José (drums) and Leo Marinho (electric guitar). Last year, they released an EP, “Pousada bar, tv & video”, that contains the first sketches of their sound, and was laced with subliminal promise for the next record. On their first full-length album, Varadouro, that promise is kept in a lush, exotic musical package that expands on Pousada bar, tv & video with Brazilian aplomb. The band is currently nesting in its den, stretching the limits of its creative imagination, and committing the results to magnet for the sake of art and Brazil.
From MySpace



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