quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Eliane Elias - Something For You (Eliane Elias Sings and Plays Bill Evans) [2008]



Entre as novas musas do jazz, falam muito da canadence Diana Krall, uma beldade que curiosamente foi se casar com um roqueiro com cara de nerd, Elvis Costello, e também de Norah Jones, a filha do lendário virtuoso da cítara Ravi Shankar que não pode nem ouvir falar no nome do pai que já fecha a cara. Gosto das duas, a primeira com seu estilo sóbrio e a outra com um jeitinho mais doce e delicado, embora eu não veja Norah exatamente como uma jazzista, acho que ela tem uma pegada meio folk, assim meio baladeira, mesclada, obviamente, com influências jazzísticas. Mas se eu fosse escolher uma musa do jazz pela beleza eu não ficaria com nenhuma delas, meu voto iria para Jane Monheit. Uauuu! Eu a acho linda de rosto, corpo e voz. No entanto, se for para escolher uma jazzista, não só pela beleza e sim pelos seus dotes musicais, aí meus caros, não tem para ninguém, eu fico com a brasileira Eliane Elias. Ela põe todas as outras no chinelo, principalmente na hora de tocar piano. Chegou, inclusive, a gravar o álbum Solos & Duets (Blue Note 1994) somente com dois pianos tendo ao lado, Herbie Hancock, o que não é para qualquer um não! Curiosamente, seu nome não é muito lembrado por seus compatriotas. Muita gente conhece a Diana e a Norah, mas quando você pergunta sobre Eliane ouve um: quem!? Bom, para quem não sabe, ela é paulistana, filha de uma pianista clássica e começou a tocar piano aos 6 anos de idade. "Quando eu tinha 12 anos, já sabia tocar qualquer standard que você possa imaginar", ela relembra. "Costumava comprar discos de Wynton Kelly, Bill Evans, Red Garland, Art Tatum, Bud Powell e muitos outros. Primeiro, estudava as gravações, depois, partia para a transcrição dos solos e analisava-os repetidamente". Aos dezessete anos já se apresentava tocando suas próprias composições. Após uma turnê pelos EUA, em 1981 com Eddie Gomez (baixista do Bill Evans Trio), ela foi incentivada a se mudar para Nova Iorque e acabou se casando com o trompetista Randy Brecker. Depois de algum tempo e vários discos gravados, ela se separou de Brecker, mas se casou novamente, desta vez com um dos meus baixistas favoritos, Marc Johnson, integrante da última formação do Bill Evans trio (1978-1980). Futuramente pretendo falar mais e postar outros discos da Eliane, mas agora todo esse blá, blá, blá, foi só para apresentá-la e traçar esse paralelo com Evans, pois assim como eu, ela é grande fã do lendário pianista. Além disso, ainda teve a oportunidade de tocar ao lado de dois grandes baixistas que o acompanharam, tornando-se esposa de um deles (Johnson), com quem lançou esse magnífico tributo: Something For You (Eliane Elias Sings and Plays Bill Evans). Um disco maravilhoso, que merece não só uma postagem, mas tenho certeza que muita gente depois de ouvir, vai querer ter o CD original. Então, se alguém aí não conhecia o trabalho de Eliane Elias, está aqui uma excelente e pequena amostra do grande talento dessa maravilhosa pianista.
Fontes: Clube do Jazz, Wikepédia.






Eliane Elias - Something For You

Eliane Elias’ return to the Blue Note label after a decade working elsewhere is a triumph. This salute to the late pianist Bill Evans, one of her favorite players, explores a number of songs he recorded, including both standards and originals. Evans’ bassist from his final trio, Marc Johnson, is not only a long-time collaborator with Elias but also her husband; drummer Joey Baron rounds out the band. While Elias is influenced by Evans’ playing style, his arrangements are only a launching pad for her approach to each tune; never does she sound like an obvious Evans clone. Her lush take of “My Foolish Heart” features Johnson on the late Scott LaFaro’s bass (the talented Evans sideman who died in a 1961 car wreck just ten days after recording the landmark sets with the pianist at the Village Vanguard). “Evanesque” is a newly discovered work that came from a cassette given to Johnson by Evans, so Elias adjusted the work by incorporating new material with his conception. The freewheeling take of “Solar” is a masterful group improvisation upon the Miles Davis theme. Elias’ moving ballad “After All” is a sincere tribute to Evans. She has also built confidence in her singing over time; always gifted with a tender, sensuous voice, Elias glides gently over Johnson’s walking introduction to “A Sleepin’ Bee” and offers an equally delicate “Walt for Debby.” She wrote words to Evans’ previously unknown “Here Is Something for You,” which was also discovered on the cassette given to Johnson. It is heard in two versions, a solo version with voice and piano where Elias mostly closely mirrors Evans’ playing, then the original rehearsal by Evans, which segues into an excerpt of Elias’ new version. The Japanese version of this delightful CD features an added track, “Re: Person I Knew.”
By Ken Dryden - All Music Guide



[*]


Laing, Hunter, Ronson, Pappalardi - The Secret Sessions [1978]



Foi lá no Chris Goes Rock’s, um blog praticamente dedicado ao rock dos anos 60 e 70, que encontrei esse disco que chama muita atenção pela grandeza das estrelas envolvidas nesse projeto encabeçado por Corky Laing baterista do Mountain e West Bruce & Laing, em parceria com o guitarrista Ian Hunter (Mott The Hoople), Felix Pappalardi (Mountain e produtor do Cream) e Mick Ronson (David Bowie e Mott The Hoople). O disco ainda conta com a participação especial de Eric Clapton, Dickey Betts (Allman Brothers Band), Leslie West, John Sebastian e Todd Rundgren. Com essa constelação de astros do rock era para ser um disco fantástico. Mas nem sempre uma seleção de craques garante o melhor resultado e este é caso aqui, no entanto, está longe de ser um fiasco, tendo bons momentos como na faixa “Silent Movie”. Putz! Foi a primeira vez que eu ouvi algo interessante com o John Sebastian. O tal do Rundgren, outro que nunca me desceu, também se saiu bem em “The Best Thing” e “The Outsider” ao lado de Leslie West, que também está em “Lowdown Freedom” outra música boa do disco. “On My Way To Georgia” que conta com a participação do Clapton, é uma das melhores, só que, na verdade ela não faz parte desse projeto, foi colocada aí como bônus, trata-se de uma faixa do disco solo de Laing: Makin' It On The Street (1977). Enfim, não era o grande disco que eu imaginei quando bati os olhos pela primeira vez, mas não deixa de ser um trabalho interessante ou mesmo uma curiosidade, portanto achei que merecia um post. Agora vocês ouçam aí e tirem suas próprias conclusões.





Laing, Hunter, Ronson, Pappalardi - The Secret Sessions


In 1978 Corky Laing (of Mountain), acting on a suggestion from his record company, put a "supergroup" together featuring himself (drums/vocals), Ian Hunter (ex Mott The Hoople) on keyboards/vocals, Mick Ronson on guitar and Felix Peppalardi (Mountain) on bass. They started recording, but shortly after the record company lost interest and funding stopped. The sessions were completed at a different studio, but remained in the can, until now. The CD opens strongly enough, with the superb Easy Money, but soon descends into ordinaryness. Although all the tracks are complete versions, they sound rushed or demo-like, with little standing out, apart from a brilliant, lengthy version of The Outsider, which of course Ian recorded for his Schizophrenic album. The CD is filled out with two tracks from Corky's 1978 solo album, perhaps because originally once funding had stopped there wasn't the time or money to record a full album's worth of material. In summary, a CD mainly of historical interest only. Ian Hunter completists will want it, ditto Corky Laing/Mountain fans, but I doubt if the casual fan would be persuaded to part with his cash.
From Hunter-mott.com


[*]

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

The Rolling Stones - More Stoned Than You'll Ever Be [1963 -1971]




O negócio por aqui está jazzie demais, já é hora de mudar um pouco o rumo dessa prosa, então, para variar sem variar muito, vou recorrer a um velho clichê: The Rolling Stones. Tudo bem, não é nenhuma novidade, é apenas rock’n’roll, mas eu gosto! Vishhh!! A frase também está meio batida, mas eu gosto mesmo assim! No entanto, More Stoned Than You'll Ever Be não é um disco qualquer, trata-se de uma antologia de raridades cobrindo a fase entre 1963-1971, período dos guitarristas Brian Jones e Mick Taylor, que para muitos, foi a melhor época do grupo. Brian, além da vertente “bluesística” era chegado em experimentações e psicodelia, provavelmente sem ele os Stones não chegariam a trabalhos como Flowers (1967), Their Satanic Majesties Request (1967), e Beggars Banquet (1968). Aliás, toda essa psicodelia acabou lhe custando a sanidade e o lugar no grupo. Durante as gravações do disco Let It Bleed (1969), Brian já não se encontrava de tão pirado. Eu não me lembro bem se foi no filme Sympathy for the Devil (1968), de Jean-Luc Godard, onde aparecem algumas imagens dele no estúdio em estado deplorável, uma cena triste de se ver, assim como o filme que é chato para caralho e por isso mesmo muito pouca gente já ouviu falar e menos ainda assistiu, apesar da fama do grupo e do renomado diretor. Sem condições psicológicas para continuar trabalhando, ele foi literalmente sacado dos Stones e substituído por Mick Taylor em pleno processo de gravação do Let It Bleed, sendo encontrado morto, afogado na piscina da sua casa, algumas semanas depois.



Taylor veio do John Mayall Bluesbreakers e quando chegou trouxe para banda um virtuosismo que ela nunca tivera. Um tipo discreto e caladão, que ficava no fundo do palco sem querer aparecer muito, mas quando solava crescia tanto que engolia todo mundo. Quando saiu em 1974, deixou uma lacuna que jamais foi preenchida, porque embora Ron Wood tenha se encaixado muito bem no Stones, aquela guitarra técnica e nervosa nunca mais esteve presente, mesmo no disco Black and Blue (1976 - estréia de Wood nos Stones) os solos mais marcantes são de Harvey Mandel (Canned Heat). Depois de algum tempo o guitarrista já não se sentia bem na banda, incomodado com tanto sucesso e o estrelismo da dupla Jagger & Richards. Reza a lenda que a gota d’água foi a música “Time Waits for No One”, do disco It's Only Rock 'N Roll (1974), pois Taylor teria ficado muito magoado por não ter recebido os créditos pelos arranjos. Encontrei no blog Stones Planet Brazil uma entrevista com brasileiro Arnaldo Brandão, ex-baixista do grupo A Bolha, que morou na Inglaterra e viveu quase dois anos com Mick Taylor no começo dos anos 70, onde ele comenta o fato:

"O Mick é muito tímido e isso torna difícil para ele se mostrar. Provavelmente ele se arrependeu de ter deixado os Stones. Nunca conversamos muito sobre isso, mas ele não aguentava o assédio da imprensa, nem suportava o sucesso. Ao mesmo tempo, ele não soube administrar emocionalmente todo o sucesso que ele fazia com os Stones. Ganhava muito dinheiro, havia muitas drogas em cena, o que desequilibra a pessoa emocionalmente. Muito dinheiro e droga demais atrapalham a cabeça das pessoas. Mas não se pode botar a culpa nas drogas. O fato de ele ser muito tímido e estar numa banda de sucesso estrondoso o assustou. Além disso, embora ele seja uma pessoa muito simples, tem um ego enorme. Por isso, quis formar uma banda com o Jack Bruce. Todo mundo sabia que o Jack Bruce era doido demais e que as bandas dele não duravam muito. Acho que o Mick Taylor quebrou a cara".


Bom, de certa forma essa história já é meio conhecida e provavelmente muita gente ainda está querendo saber o que é que tem em More Stoned Than You'll Ever Be de diferente de tantas outras antologias que existem por aí abordando esse mesmo período? São gravações raras realizadas nos estúdios da BBC que vão desde as primeiras demos de 1963, até as sessões de gravação do álbum Exile on Main St. (1972) em 1971. Muitas músicas inéditas e versões alternativas nunca lançadas anteriormente como: “Baby What's Wrong”, “There are But Five Rolling Stones”, “Andrew's Blues”, “And Mr.Spector and Mr.Pitney Too”, “Cops and Robbers”, “Mona” , “Stewed and Keeped” e muito mais. Em suma: é praticamente o cálice sagrado dos Rolling Stones, para deixar você mais doido do que nunca esteve!






The Rolling Stones - More Stoned Than You'll Ever Be

Is essentially a chronological history of rare Rolling Stones studio and BBC recordings during their "Golden Years" - from the band's earliest 1963 IBC demos through the 1971 "Exile" sessions. The main goal of MORE STONED was to supplement the Rolling Stones Re-mastered Series, as well as your own Stones collection, by presenting a "Beatles-like Anthology" using the highest fidelity recordings available. We hope you get some satisfaction!

Here's a sampling of recent reviews:
"Maybe the holy grail of The Rolling Stones."
"Absolutely among the best CD's in the history of the human race...!"
"Rolling Stones CD's a significant addition to rock-and-roll history."
"Incredible collection of rare vintage Stones."
"Best value Stones item!! Essential."
"Best Stones Collection of Rarities Available...Buy It."
"SUPREME: worth every penny...and then some..."
"One of the best CD's I ever Bought!!!"
“Would highly recommend to Stones junkies."
“You Gotta hear this collection"
"A quality set that's an ABSOLUTE MUST for any Stones fan! "Two Thumbs Up!!" "A gas gas gas!"
From: Knology.net




[*] [*] [*]

domingo, 4 de janeiro de 2009

FREDDIE HUBBARD






Foi na passagem do ano que fiquei sabendo da morte de Freddie Hubbard, até então meu grande ídolo vivo do trompete. Certamente ele foi um dos maiores da história do jazz e agora está lá no além, engrossando o caldo de uma jam session ao lado de iguais como Miles Davis, Dizzy Gillespie, Lee Morgan e Chet Baker. Lembro-me quando Miles morreu em 28 de setembro de 1991, que me ocorreu o pensamento: “bom pelo menos Dizzy e Freddie ainda estão na área”. Mas em janeiro de 93 Dizzy se juntou a Miles, deixando Hubbard como o último dinossauro de uma geração fantástica do jazz. Ok, Nat Adderley ainda estava vivo, era um bom trompetista sem dúvida, mas eu não sei se o colocaria lado a lado com os nomes citados acima. Alguém aí pode alegar que, como consolo, temos Wynton Marsalis. Apesar de não fazer parte da mesma geração ou dos músicos que viveram aquela época, é um trompetista excelente, extremamente técnico e que interpreta muito bem o som daquele tempo. Pero no gusta! Porque a despeito das suas inegáveis qualidades eu acho que ele se mira muito no passado e projeta pouco para o futuro. Hubbard ganhou fama tocando com Art Blakey and the Jazz Messengers no início da década de 60 e, daí para frente, descambou para uma carreira brilhante gravando cerca de 100 discos por selos importantes como Blue Note, CTI, Columbia e Atlantic, e participou de mais de 300 ao lado de feras como Thelonious Monk, Miles Davis, John Coltrane, Herbie Hancock, Sonny Rollins, Eric Dolphy, Ornette Coleman e Cannonball Adderley, sendo agraciado com um Grammy em 1972 pelo disco First Light.

Famoso pela sua contribuição para o chamado "som Blue Note" da década de 60, Hubbard morreu aos 70 anos no dia 29 de Dezembro, em Los Angeles, vítima de complicações relacionadas a um ataque cardíaco que havia sofrido em Novembro. Foi-se o artista, mas sua obra permanece influenciando novas gerações de trompetistas, como bem lembrou o citado Wynton Marsalis em declaração à agência AP: "Ele influenciou todos os trompetistas seguintes. Claro que eu o ouvi muito. Todos ouvimos. Tinha um grande som e um grande sentido do ritmo e do tempo. A grande característica do seu estilo era a exuberância". Foi na época da Blue Note records que ele gravou com o grupo de Herbie Hancock a clássica “Cantaloupe Island”, do disco Empyrean Isles (1964), que o tornou bem popular, ainda mais quando o grupo britânico de hip-hop US3 regravou, 30 anos depois, levando a música para às rádios do mundo todo. Segundo Peter Keepnews, do The New York Times, Freddie Hubbard "maravilhava o público com o seu virtuosismo, seu sentido melódico e a sua energia contagiosa em simultâneo". Muitas vezes comparado a Miles Davis [ele chegou até a gravar discos com o quinteto de Miles - The Quintet (1976) e Live Under the Sky (1981)] , Hubbard nunca foi muito chegado às experimentações, fusões e essas coisas, procurando se manter fiel ao hard-bop. Mesmo assim, andou fazendo algumas incursões em outros campos, marcadas pela participação em três importantes discos da vanguarda do jazz nos anos 60: Free Jazz (1960), de Ornette Coleman, Out to Lunch! (1964), de Eric Dolphy, e Ascension (1965), de John Coltrane. Em 1995 ele recordou à revista Downbeat o seu encontro com Coltrane: "Encontrei o Trane numa jam session no clube do Count Basie no Harlem, em 1958. Ele disse-me 'Porque você não aparece lá em casa e vamos ensaiar um pouco juntos?' Quase que fiquei maluco. Ali estava um garoto de 20 anos a ensaiar com o John Coltrane. Ele ajudou-me muito e acabamos tocando várias vezes juntos". Também na década de 70, num processo de aproximação do mainstream. Freddie chegou a incluir em seus discos, instrumentos elétricos, ritmos funk e rock, arranjos para cordas e até canções fora do âmbito do jazz, aderindo à moda da fusão típica da década. Nessa época, gravou quatro discos antológicos pelos selos CTI e Columia: Red Clay (1970), Straight Life (1970), First Light (1971) e Sky Dive (1972). Passando para os anos 80 Hubbard retomou ao velho estilo, deixando essa coisa de fusão e experimentações meio de lado, seguiu tocando regularmente até 1992 quando uma séria lesão no lábio superior o impediu de tocar com a mesma regularidade de outrora. Mais detalhes sobre a vida de Freddie Hubbard no texto abaixo de autoria de V.A. Bezerra.
Fontes: All Music Guide, Wikepedia e texto publicado no Diário de Notícias de Portugal.


Frederick Dewayne Hubbard é o principal nome do trompete no jazz surgido depois de Miles Davis. Nascido no dia 7 de abril de 1938, em Indianápolis, tocou com os Montgomery Brothers. Mudou-se para Nova York em 1958. Em 1961 juntou-se aos Jazz Messengers de Art Blakey, com quem permaneceria até 1964. Depois tocou com Max Roach em 1965-66. A partir de 1966, passou a formar seus próprios quartetos e quintetos. Ao longo de quatro décadas, Hubbard tocou com alguns dos mais importantes nomes do jazz: além de Art Blakey e Max Roach, também com Eric Dolphy, Philly Joe Jones, Sonny Rollins, Slide Hampton, Jay Jay Johnson, Quincy Jones, Wayne Shorter e James Spaulding, entre outros. A partir de 1976 participou do grupo V.S.O.P. de Herbie Hancock, uma reedição do quinteto de Miles Davis dos anos 60, formado por Hancock, Ron Carter, Tony Williams, Wayne Shorter e com Hubbard ao trompete, ocupando o lugar que fora do próprio Miles. Nos anos 70, tendo assinado com a Columbia, sua música atravessou uma fase fusion / latin jazz de caráter mais comercial. Nos anos 80, voltou a tocar no estilo mais hardbop com alguns de seus antigos colegas.

É importante notar que Hubbard esteve presente em gravações históricas do jazz de vanguarda: em Free Jazz (1960), fazendo parte do revolucionário quarteto duplo liderado por Ornette Coleman e Don Cherry; em Ascension (1965), talvez a obra máxima de John Coltrane; em Out to Lunch (1964), o testamento de Eric Dolphy; e em Blues and the Abstract Truth (1961), de Oliver Nelson. O próprio Hubbard estima que tenha tocado em cerca de 300 discos ao longo de toda a carreira.

Hubbard foi ocasionalmente comparado com Miles Davis, talvez por sua qualidade técnica e sua posição de liderança na cena do trompete moderno; porém seu som e sua abordagem são fundamentalmente diferentes. O som de Hubbard é mais encorpado, com um belo timbre tanto ao trompete como ao flugelhorn, saindo-se extremamente bem tanto no registro agudo como no grave. Seu fraseado é mais agressivo e talvez menos introspectivo que o de Miles Davis, o que não o impede de tocar com propriedade também as peças de maior lirismo. É um grande improvisador, capaz de longos solos, onde nunca falta imaginação. Versátil, transitou por vários estilos. Inúmeras vezes já se pôde comprovar que basta o trompete de Freddie entrar em cena para conferir credibilidade musical até mesmo aos contextos mais comerciais (e lembremos que ele chegou a gravar até com acompanhamento drum’n’bass, por exemplo em Times Are Changing). Mas, no fundo, Freddie Hubbard nunca deixou de ser o grande solista Hard Bop por excelência.

Certa vez, em 1974, Freddie resumiu em termos bastante diretos toda essa vida de trabalho dedicada ao jazz: “Um monte de caras jovens [young cats] vêm me perguntar como é que eles podem se virar tocando esse tipo de música. Eu digo a eles que tive que andar junto com os caras certos [the right cats], ler a música deles, ensaiar, tocar tipos diferentes tipos de música, coisas que eu nem queria tocar, enfim, tudo isso acabaria me ajudando a me transformar naquilo que eu sou hoje”.

Mais recentemente, em meados dos anos 90, Freddie esteve às voltas com problemas de saúde. Acometeu-o um problema comum aos trompetistas: seu lábio ficou gravemente danificado devido ao constante esforço de soprar. Isso o fez interromper uma carreira que, embora longa e muito produtiva, estava no auge da criatividade e ainda poderia se prolongar por um bom tempo.

Fonte:
E-Jazz







Frederick Dewayne Hubbard (7 April 1938 – 29 December 2008) was an American jazz trumpeter. He was known primarily for playing in the bebop, hard bop and post bop styles from the early 60s and on. His unmistakable and influential tone contributed to new perspectives for modern jazz and bebop.

Hubbard started playing the mellophone and trumpet in his school band, studying at the Jordan Conservatory with the principal trumpeter of the Indianapolis Symphony Orchestra. In his teens Hubbard worked locally with brothers Wes and Monk Montgomery and worked with bassist Larry Ridley and saxophonist James Spaulding. In 1958, at the age of 20, he moved to New York, and began playing with some of the best jazz players of the era, including Philly Joe Jones, Sonny Rollins, Slide Hampton, Eric Dolphy , J. J. Johnson, and Quincy Jones. In June 1960 Hubbard made his first record as a leader, Open Sesame, with saxophonist Tina Brooks, pianist McCoy Tyner, bassist Sam Jones, and drummer Clifford Jarvis.

In December 1960 Hubbard was invited to play on Ornette Coleman's Free Jazz: A Collective Improvisation after Coleman had heard him playing with Don Cherry.Then in May 1961, Hubbard played on Olé Coltrane, John Coltrane's final recording session with Atlantic Records. Together with Eric Dolphy, Hubbard was the only 'session' musician who appeared on both Olé and Africa/Brass, Coltrane's first album with ABC/Impulse! Later, in August 1961, Hubbard made one of his most famous records, Ready for Freddie, which was also his first collaboration with saxophonist Wayne Shorter. Hubbard would join Shorter later in 1961 when he replaced Lee Morgan in Art Blakey's Jazz Messengers. He played on several Blakey recordings, including Caravan, Ugetsu, Mosaic, and Free For All. Hubbard remained with Blakey until 1966, leaving to form the first of several small groups of his own, which featured, among others, pianist Kenny Barron and drummer Louis Hayes.

It was during this time that he began to develop his own sound, distancing himself from the early influences of Clifford Brown and Morgan, and won the Downbeat jazz magazine "New Star" award on trumpet. Throughout the 1960s Hubbard played as a sideman on some of the most important albums from that era, including, Oliver Nelson's The Blues and the Abstract Truth, Eric Dolphy's Out to Lunch, Herbie Hancock's Maiden Voyage, and Wayne Shorter's Speak No Evil. He recorded extensively for Blue Note Records in the 1960s: eight albums as a bandleader, and twenty-eight as a sideman. Hubbard was described as "the most brilliant trumpeter of a generation of musicians who stand with one foot in 'tonal' jazz and the other in the atonal camp"; though he never fully embraced the free jazz of the '60s, he appeared on two of its landmark albums: Coleman's "Free Jazz" and Coltrane's Ascension.

Hubbard achieved his greatest popular success in the 1970s with a series of albums for Creed Taylor and his record label CTI Records, overshadowing Stanley Turrentine, Hubert Laws, and George Benson. Although his early 1970s jazz albums Red Clay, First Light, Straight Life, and Sky Dive were particularly well received and considered among his best work, the albums he recorded later in the decade were attacked by critics for their commercialism. First Light won a 1972 Grammy Award and included pianists Herbie Hancock and Richard Wyands, guitarists Eric Gale and George Benson, bassist Ron Carter, drummer Jack DeJohnette, and percussionist Airto Moreira. In 1994, Freddie, collaborating with Chicago jazz vocalist/co-writer Catherine Whitney, had lyrics set to the music of First Light.

Columbia's VSOP: The Quintet, album was recorded from two live performances, one at the Hearst Greek Theatre, University of California, Berkeley, on July 16, 1977, the other at the San Diego Civic Theatre, July 18, 1977. Musicians joining the trumpeter for this landmark performance were the members of the mid-sixties line-up of the Miles Davis Quintet (except the leader): Herbie Hancock on keyboards, Tony Williams on drums, Ron Carter on bass, and Wayne Shorter on tenor and soprano saxophones. Hubbard's trumpet playing was featured on the track Zanzibar, on the 1978 Billy Joel album 52nd Street (the 1979 Grammy Award Winner for Best Album). The track ends with a fade during Hubbard's performance. An "unfaded" version was released on the 2004 Billy Joel box set My Lives.

In the 1980s Hubbard was again leading his own jazz group, attracting very favorable notices for his playing at concerts and festivals in the USA and Europe, often in the company of Joe Henderson, playing a repertory of hard-bop and modal-jazz pieces. Hubbard played at the legendary Monterey Jazz Festival in 1980 and in 1989 (with Bobby Hutcherson). He played with Woody Shaw, recording with him in 1985, and two years later recorded Stardust with Benny Golson. In 1988 he teamed up once more with Blakey at an engagement in Holland, from which came Feel the Wind. In 1990 he appeared in Japan headlining an American-Japanese concert package which also featured Elvin Jones, Sonny Fortune, pianists George Duke and Benny Green, bass players Ron Carter, and Rufus Reid, with jazz and popular music singer Salena Jones. He also performed at the Warsaw Jazz Festival at which Live at the Warsaw Jazz Festival (Jazzmen 1992) was recorded.

Following a long setback of health problems and a serious lip injury in 1992 where he ruptured his upper lip and subsequently developed an infection, Hubbard was again playing and recording occasionally, even if not at the high level that he set for himself during his earlier career. His best records ranked with the finest in his field. In 2006, The National Endowment for the Arts honored Hubbard with its highest honor in jazz, the NEA Jazz Masters Award. On December 29, 2008, Hubbard's hometown newspaper, The Indianapolis Star reported that Hubbard died from complications from a heart attack suffered on November 26 of the same year. Billboard magazine reported that Hubbard died in Sherman Oaks, California.
From: Wikipedia