quarta-feira, 30 de junho de 2010

Bloguista da UOL se Retrata

O bloguista da UOL, não vou citar o nome dele para não causar mais mal estar, se retratou aqui nos comentários do Boogie Woody e, embora eu ainda esteja na ressaca da revolta pelo caso, aceitei a retratação, não sou do tipo revanchista que sai processando neguinho por ai, afim de se dar bem no pior estilo "american way of life!" Na verdade a única coisa que eu queria mesmo é que o erro fosse reconhecido, e devo até dizer que admirei a atitude dele pois mostrou um pouco de dignidade e humildade. Não estou bem certo se acredito ou não na desculpa que ele deu para o ocorrido. Dizem que errar é humano, perdoar é divino. Não sou nenhuma divindade, mas posso perdoar. Agora só quero esquecer o fato.

Queria agradecer a todos pela demonstração de apoio e solidariedade, sem a ajuda de vocês esta novela seria um longa-metragem. MUITO OBRIGADO GENTE, VCS FORAM ÓTIMOS!!

Abaixo, o e-mail enviado pelo homem pedindo desculpas pelo ocorrido:

"Caro Woody, desculpe-me se utilizei indevidamente seu texto, de fato recebo algumas colaborações e sugestões e devo ter recebido seu texto e uma destas colaborações, o que não examine o ato. O que posso dizer é parabéns pela qualidade de seu trabalho!
Digo que jamais usei e uso de ma fé ao longo de minha carreira, o que pode ser atestado pelos mais próximos a mim!
Realmente só tenho a lamentar o fato de dando razão sobre o tema em questão
Garanto que jamais o fato ocorrerá de novo!
Obrigado e um abraço,
Mister M"

Aqui a minha resposta:

Francamente Mister M,

não sei mais no que, ou em quem, acreditar, mesmo perguntando aos amigos, colegas e conhecidos em comum já ouvi coisas boas e ruins sobre você, certamente se fizer o mesmo, vai ouvir coisas boas e ruins sobre mim também. De modo que tenho que confiar no meu próprio feeling.

O Celso Loos está certo quando diz: "Quer dizer que se você manda uma "colaboração" para ele e ela é integralmente aproveitada, como ele nos faz querer acreditar, então não rola nem um "colaborou fulano de tal"?

No entanto quero crer na boa fé das pessoas e você ganhou um ponto comigo, mostrando nobreza e humildade ao mesmo tempo, quando fez seu pedido de desculpas aqui nos comentários. Se usei adjetivos, como sacana, picareta ou coisa assim, pode apostar que foi no calor da revolta, pois já vi meus textos publicados em outros blogs e sites por aí, me chateia quando não creditam ou citam a fonte, mas ver a assinatura de outra pessoa em um texto meu, me deixou tão irado que estou resmungando até agora.

Sei bem da qualidade do seu trabalho, acompanho já faz um tempo, é impossível ser um amante da música desde adolescência e ignorar Vinil, Escobar, Barcinski, Ribeiro, vc e outros cronistas na mídia paulistana. Por isso mesmo, também, lamento muito o fato ocorrido. Afinal temos a música como enorme paixão em comum e certamente, uma conversa entre nós poderia ter um teor muito mais interessante e agradável, do que todo esse aborrecimento.

Aceito, suas desculpas sim, e quero crer que tudo que você disse, seja sincero. Vamos encerrar isso por aqui. Não guardo rancor nem mágoa e desejo que você seja feliz e tenha sucesso na sua vida e trabalho, só fique mais esperto quando publicar textos de colaboradores de origem desconhecida. Pois está cheio de oportunistas por aí.

Atenciosamente,
woody

sábado, 26 de junho de 2010

Robin Trower - Neptune Rising [1995]




Foi em meados dos anos 70 que conheci este grande guitarrista. Havia uma lojinha de discos que eu costumava freqüentar próximo de casa, lá na Av. Brigadeiro com a Paulista. Não era assim “a loja”, mas estava sempre atualizada nos lançamentos e, além disso, ficava ao lado do fliperama onde eu era presença constante. Sempre parava em frente à loja para olhar as capas dos discos e como ainda não entendia muita coisa de música, tinha o hábito de comprar alguns pelo visual de capa, não sem antes dar uma pequena orelhada no LP, é claro. Um belo dia, pescoçando a vitrine, lá estava o Robin Trower Live! (1976), eu ainda não sabia de quem se tratava, no entanto, a fachada parecia ser de um álbum bem ao estilo roqueiro da pesada. Então pedi para o lojista tocar umas faixas só para sentir o drama. Nem precisou chegar ao fim do disco, a pequena amostra já foi suficiente para sacar que se tratava de um discaço. Fui correndo para casa ouvir a minha nova aquisição e pude constatar que era ainda melhor do que me pareceu. A faixa de abertura, “Too Rolling Stoned,” é uma das coisas mais incríveis que eu já ouvi em termos de blues rock. Ainda hoje me emociono ao ouvir e tocar, pois acabou virando cover numa banda que eu tive. O disco é espetacular de cabo a rabo, o que me fez virar fã imediatamente. Não demorou muito e já tinha arrematado mais dois álbuns Bridge of Sighs (1974) e For Earth Below (1975), este último, importado, comprado às duras penas pelas minhas escassas economias.

As faixas de Neptune Rising são gravações de rádio concertos para uma platéia de convidados, em estúdios de três diferentes cidades: Fifth Floor Studios de Cincinnati, Ohio, em novembro de 1974; Record Plant de Sausalito, Califórnia, em janeiro de 1973 e no Paris Theatre de Londres, Inglaterra, em janeiro de 1975. São músicas dos dois primeiros álbuns da sua discografia Bridge of Sighs e Twice Removed from Yesterday (1973) e mostram o melhor momento da carreira do guitarrista, que foi justamente o princípio. A boa qualidade das gravações deixa transparecer todo o clima dessas apresentações, mostrando um Trower em grande forma, lembrando bastante o oficial Robin Trower Live!






Trower é realmente incrível, sua dinâmica nos solos e todo aquele tempero psicodélico, o fizeram ser comparado com Jimi Hendrix. Alguns paralelos em comum, como uso das guitarras Stratocaster, amplificadores Marshall saturados, pedal wah-wah e forte influência de blues, nos fazem crer que seu trabalho se pareça muito com o de Hendrix, mas se ouvirmos mais atentamente, podemos notar que são muito mais distintos do que parecem à primeira vista, ou melhor, ouvida. No entanto, esta sina o persegue até hoje, já disseram que quando ele ouviu Hendrix pela primeira vez, pensou em parar de tocar. Após a morte do guitar hero, comentou-se que Trower teria dito receber o espírito de Hendrix no palco enquanto tocava, mas é tudo balela, o famoso papo furado. Em uma entrevista não muito antiga ele chegou a comentar com algum humor sobre esses boatos: "Não é verdade que eu desisti depois de ter visto Jimi Hendrix tocar... Eu pensei em me aposentar quando vi tanto Hendrix como o Albert King tocar (risos)... Eu nunca disse que incorporava o espírito de Jimi no palco... Talvez isso tenha sido algo manipulado pela imprensa na época... Essa conexão com Hendrix provavelmente não elevou a minha reputação naqueles tempos... Pelo menos, ser comparado com ele sempre foi um elogio; quero dizer, se for para ser comparado com algum outro guitarrista, que seja com Jimi certo? Quem seria melhor do que ele (risos)? De qualquer forma, essa comparação acabou ficando algo bem cansativo e maçante.”






Foi só depois de algum tempo é que eu vim saber que Trower era o guitarrista do Procol Harum, o que me surpreendeu de certa forma. Eu conhecia o grupo mesmo antes da carreira solo dele, mas nunca me liguei no nome dos integrantes porque os via como um som mediano, tipo não cheira nem fede, mas que, de vez em quando, até cai bem. Se você não está ligando o nome ao som, certamente já ouviu em algum momento o maior hit deles, a música "A Whiter Shade of Pale", que muita gente, por não lembrar o nome (inclusive eu), chamava de “we skipped the light fandango”, também foi sucesso em outras vozes como a de Johnny Rivers e mais recentemente de Annie Lennox. Diziam que era progressivo, mas particularmente eu nunca consegui ver como tal, acho que classificavam assim porque as músicas tinham longa duração. A meu ver, aquilo era uma mistura de folk, british pop e R&B a la britânica. Enfim, era um som que não lembrava em nada a fúria de “Too Rolling Stoned”, “Little Bit of Sympathy”, “Shame the Devil”, “Day of the Eagle” e outras porradas. O que nos leva a entender porque deixou o Procol Harum quando o grupo vivia seu melhor momento. Veja só o que ele falou sobre isso:Creio que nessa altura eu estava me desenvolvendo mais como compositor. Principalmente em Broken Barricades (1971 - último disco do Procul Harum com ele) as canções permitiam mais solos de guitarra como parte dos arranjos. “Song For A Dreamer”, por exemplo, foi uma música que abriu as portas para mim... A partir dela comecei a compor mais e mais voltado para a guitarra. Ficava claro que não haveria muito espaço para isso dentro do Procol Harum... . Pois é, sendo assim, o cara tomou coragem, partiu para carreira solo, e acabou fazendo músicas infinitamente melhores que as baladas tristes da sua antiga banda.


Se “Song For a Dreamer” foi um divisor de águas na vida do guitarrista, foi também a grande responsável por essa associação com Hendrix que ainda prevalece. A verdade é que, até a morte de Jimi, Trower era um admirador, mas não um grande fã. Com a passagem dele para o além, Robin e o letrista do Procol Harum, Keith Reid, resolveram fazer uma homenagem como contou Trower a Bud Scoppa, da revista Guitar World, em 1988: Nós decidimos que íamos fazer um tributo para ele em nosso próximo disco, (que acabou sendo “Song For a Dreamer”) nesse processo eu pensei ‘para ter certeza de que farei direito, vou estudar alguns dos seus álbuns, pois até então eu só conhecia bem o Are You Experienced? Então, depois de estudar e reproduzir suas músicas o mais próximo possível da interpretação original, acabei sendo inspirado por ele. Se não fosse por isso, acho que não teria sido influenciado, mas quando parei para escutá-lo melhor, eu peguei a coisa.” Isso virou um estigma, na mesma entrevista ele ainda comentou: “Você conhece o guitarrista Roy Buchanan? Toquei com ele cerca de um ano e meio atrás. Nós estávamos conversando depois de um show e ele me disse: ‘você nunca deveria ter dito que Hendrix te inspirou. Esse foi o seu maior erro’.”

Bem, creio que isso esclarece tudo que precisávamos saber sobre a correlação Trower/Hendrix que continuará a assombrar o guitarrista até o fim de sua vida. Por falar em vida, é muito bom saber que ele ainda respira e está na ativa até hoje. Seu mais recente lançamento é do ano passado, se chama What Lies Beneath e se não é um álbum tão incrível como aqueles da década de 70, não chega a ser nenhuma mancha em sua discografia, muito pelo contrário. Bom era isso que eu tinha pra dizer. Quanto à biografia de Robin Trower, vou deixar por conta de Ernesto Wenth Filho que mandou muito bem no texto que segue abaixo.
Fontes: Wikipedia, Poeira Zine #23, BigO Worldwide




Nascido em 09 de março de 1945, em Catford, Inglaterra, o guitarrista Robin Trower tem uma longa carreira de sucesso no Blues e no Rock & Roll. No início dos anos 60 tocou em diversas bandas de Londres e “despontou” com o grupo The Paramounts, que era especialista em “covers” de Ray Charles, James Brown e de algumas bandas inglesas. O primeiro e único apoio que tiveram, como relatou Trower, veio dos Rolling Stones que “assistiu um show nosso e em seguida fomos convidados para participar do circuito musical da época”. Mas, foi em 1967 que o tecladista, amigo e ex-vocalista do The Paramounts, Gary Brooker entrou em contato com Trower e fez o convite para que ele fosse o guitarrista de sua nova banda: a “Procol Harum”.

A partir daí começaram a gravar e foram 05 discos clássicos da banda que projetaram Robin Trower como grande guitarrista. Em 1967 lançaram o álbum “Procol Harum”, em 1968 “Shine on Brightly”, em 1969 “A Salty Dog”, em 1970 “Home” e em 1971 “Broken Barricades”. Mesmo com o sucesso do Procol Harum, Trower queria mais e partiu para a carreira solo, chamou o vocalista e baixista James Dewar (que vozeirão!!!) e o baterista Reg Isidore, que logo foi substituído por Bill Lordan, formando assim um “power trio” de primeira linha.






Bem, em 1975 lançou o disco “For Earth Below” que junto com “Bridge of Sighs”, na minha opinião, são os 02 melhores álbuns de Robin. Aliás, podem comprar sem medo!! Na sequência, diversos discos foram lançados, mas o sucesso não foi tão grande. No início dos anos 80, Trower se juntou com o baixista e vocalista Jack Bruce (ex-Cream) e lançou 02 discos, o primeiro “B.L.T.” (iniciais de Bruce, Lordan e Trower) em 1981 e o segundo “Truce” em 1982. Em seguida desistiu da parceria e seguiu carreira solo novamente, que continua até hoje.

Persistente e talentoso, Robin Trower continua fazendo shows nos dias de hoje, você pode conferir a agenda e notícias sobre ele no site www.trowerpower.com e também se tiver oportunidade pegue o cd “Bridge of Sighs” e coloque a faixa de nº 04 “The Fool and Me”. Tenho certeza que depois de ouvi-la você vai entender porque a minha irmã Renata, ao ouvir Robin Trower, me disse: o som desse cara é “refinado”!!!!
Fonte: web site oficial de Ricky Furlani




Robin Trower - Neptune Rising [1995]


Robin Trower's career has spanned more than four decades. He is one of the finest guitarists in Rock n' Roll history. He spent the early 60's playing guitar in various London based outfits, the most successful one being The Paramount's. They specialized in mostly covers, but managed to issue several singles between 1963 and 1965 and were a favourite band of the Rolling Stones. It wasn't until 1967 that Trower received his big break when he joined Procol Harum. Trower was a member of Procol Harum until 1972.

After leaving Procol Harum, Trower embarked on his solo career and found the success that has made him a legend today. Armed with his fluid and powerful guitar style, redefined during his stint with Procol Harum. All of his early albums share a tough, explosive style mixed with his trademark "soft psychedelia" that made Robin Trower a power trio that will forever remain in Rock n' Roll history. Throughout his long and winding solo career, guitarist Robin Trower has been called the "White" Hendrix due to his uncanny ability to channel Hendrix' bluesy/psychedelic, Fender Strat-fueled playing style.Trower released his solo debut, Twice Removed From Yesterday, in 1973. The album barely left a dent in the US charts, but that would change soon enough with his next release 1974's "Bridge of Sighs". The album skyrocketed into the US top ten, peaking at number seven selling a million and a half copies and it still sells 15,000 copies a year to date worldwide.

Although "Bridge of Sighs" was to be his most popular solo release, Trower's stock continued to rise throughout the mid 70's, as he became an arena headliner on the strength of such hit albums as 1975's For Earth Below, 1976's Robin Trower Live and Long Misty Days, plus 1977's In City Dreams. Further releases followed in the 80's, and a brief union with ex-Cream bassist/vocalist Jack Bruce spawned a pair of releases, 1981's B.L.T. and 1982's Truce, before Trower returned back to his solo career.

The 80's saw Trower expand his audience with several releases that updated his blues-rock style (such as 1987's slick produced Passion). During the early 90's,Trower returned back to Procol Harum for a brief reunion (1991's Prodigal Stranger), before backing ex-Roxy Music singer Bryan Ferry on a few releases (1993's Taxi and 1994's Mamouna, the latter of which Trower earned a co-producer credit for). The 90's saw Robin consistently touring the USA with his power trio. In 2002, Trower returned to the production role, linking up with Bryan Ferry again, to work and play on Bryan's "Frantic" album. In the following years Trower concentrated on writing and producing film music for releases such as "Good Humour Man".

In 2005, Fender are scheduled to release a Robin Trower signature guitar to mark the 50th anniversary of the Stratocaster, along with this there will be a "Bridge of Sighs" custom shop Stratocaster, of which only 100 will be made and will mark the legendary album's 30th anniversary. To celebrate this event, Trower has decided to return to live work in Europe. 2005 will see Robin Trower touring the UK, Germany, France and The Netherlands. His band will feature Dave Bronze (Bass), Pete Thompson (Drums) and Davey Pattison (Vocals).
From: Ruf Records




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sábado, 19 de junho de 2010

The Sound Stylistics - Play Deep Funk [2007]




Funk Em Grande Estilo e da Melhor Qualidade


O subtítulo acima já diz do que se trata, mas é até meio surpreendente quando nos damos conta de quem se trata. Ouvindo as primeiras faixas, imaginamos logo um bando de black men mandando ver em algum canto do Harlem, em New York. Ledo engano meu caro! Até porque, eu acho que naquelas bandas o que mais rola hoje em dia é o rap, hip-hop e afins, fincando o funk por conta de uma minoria saudosista. Este som vem do outro lado do Atlântico e é feito por um monte de “branquelos azedos” lá da velha Inglaterra. Como é possível esses caras fazerem algo com um espírito tão negro e ainda conseguirem o mesmo balanço? Encontrei apenas uma explicação: se preto velho baixa em *cavalo branco, porque um orixá funk não pode baixar num músico branco? Só que não se trata um bando de pangarés, é um grupo de puro sangue oriundo da melhor linhagem da cena funk londrina. Um verdadeiro quem é quem nesse metiê, um rol integrado por: James Taylor, não aquele fanho americano de “You've Got A Friend “, mas o tecladista do James Taylor Quartet (JTQ) uma das mais aclamadas bandas de jazz-funk do planeta. Ao seu lado, também nos teclados, está Jim Watson do Incognito, um dos maiores representantes inglês do acid jazz. Nas guitarras temos Mark Van der Gucht do Galliano, outro ótimo grupo de acid jazz, e Eddie Roberts do New Mastersounds, legítimo expoente do movimento new funk inglês e um dos meus favoritos. Nas baquetas estão o baterista do JTQ, Neil Robinson e Simon Lee (Dr. Seuss). Os metais ficam por conta de Mike Smith, saxofonista do Jamiroquai; Andy Ross, saxofonista do Herbaliser, grupo de orientação hip-hop que mistura jazz e funk; o trombonista Nichol Thompson do Brand New Heavies um pioneiro londrino do acid jazz; e o trompetista Dominic Glover (JTQ). O álbum ainda conta com Snowboy lendário percussionista britânico de influência latina, em especial de afro-jazz cubano; sendo que a “baixaria” ficou por conta de Gary Crockett (JTQ); finalmente a voz que aparece em duas faixas (o trabalho é praticamente todo instrumental) é de Noel McKoy, o único realmente negro no meio dos branquelos, cantor pouco conhecido fora da Inglaterra, que teve uma passagem pelo JTQ no início e que segue em carreira solo com quatro álbuns lançados até o momento.


Desde 1997, quando se conheceram no James Taylor Quartet, Gary Crockett e os irmãos Jay e Dominic Glover vinham trabalhando juntos, compondo e gravando algumas músicas. Num belo dia do ano cristão de 2002, resolveram reunir todo aquele material e gravar um álbum para a Bruton library. Opa, pêra aí!! Garvar para uma biblioteca?! Pelo menos, é isso que cosnta no site oficial e, também, no MySpace. A merda é que nos dois locais, está escrito “library” em letras minúsculas o que nos faz traduzir como a biblioteca de Bruton. Como eu nunca soube de alguém que gravasse um álbum exclusivo para uma biblioteca, fui pesquisar que diabo era aquilo e depois de um pequeno suadouro, descobri isso: Bruton Library (também conhecida por seu nome completo, Bruton Music Library), foi fundada em 1977 por Robin Phillips, que na época era empregado da ATV Music. O nome da empresa vem de seu endereço no momento da fundação, ou seja, nº 12 da Rua Bruton, em Londres. A gravadora foi criada como uma subsidiária da ATV Will Young Lyrics, mas neste momento é de propriedade da empresa BMG / Zomba (por Jane Bruton no www.zimbio.com). Bem, resolvido este pequeno dilema, vamos ao resto da história. O grupo foi batizado de Sound Stylistics (Som Estilístico ou algo assim) e o disco de Deep Funk. Mixado, masterizado, cozido e ensopado, era só soltar o bicho. Só que na hora de abrirem as porteiras descobriram que havia uma série de empecilhos contratuais entre os músicos envolvidos e suas respectivas gravadoras que dificultavam a sua liberação, de modo que o trabalho acabou indo parar na gaveta. Mas a história da gravação ganhou as ruas, o álbum virou objeto de desejo por parte dos colecionadores em todo mundo, com prensagens piratas disputadas a tapas, socos e pontapés. A despeito do compartilhamento de músicas na internet (oops tô nessa!), bootlegs e vendedores de rua despejando cópias ilegais das músicas, o status deste lendário álbum perdido nunca enfraqueceu e, em maio de 2007, finalmente recebeu um lançamento oficial pelo selo Freestyle. Na ocasião, foi número um em jazz downloads do iTunes no Japão, recebendo muitos elogios da crítica especializada em todo o planeta. Depois de toda essa novela, em 2009 Gary, Jay e Dominic reuniram o grupo novamente gravando um novo trabalho chamado Greasin’ The Wheels que, embora não tenha toda mítica do primeiro álbum, não deixa a desejar em nada. A propósito, os caras estão bem ativos na cena funk inglesa, participando de festivais e fazendo apresentações regulares no Jazz Cafe de Londres, portanto se alguém for chegar para aquelas bandas, vale a pena conferir a programação dos shows para tentar ver e ouvir de perto esses funkeiros da pesada!
Fonte: MySpace e The Sound Stylistics web page.

*No candomblé cavalo é um apelido dado ao médium que recebe o santo.









The Sound Stylistics - Play Deep Funk [2007]



Jay Glover, brother Dominic Glover, and Gary Crockett have worked together as a writing and recording team since 1997, when they met whilst touring as members of the James Taylor Quartet. Recorded in 2002 as a Bruton library album, the Sound Stylistics ‘Deep Funk’ album has weaved its way into funk folklore for collectors the world over, becoming a word of mouth phenomena and a collectors dream, due to its failure to ever get a proper release. Despite file-sharers, bootleggers and back-street dealers pushing illegitimate copies of the tracks, the legendary status of this lost album has not waned one bit. In May 2007 it finally received an official release on the Freestyle label. The album was the number one jazz download on iTunes Japan on it’s release, and has received rave reviews worldwide from all the specialist soul and funk record dealers.

Performed by some of the best musicians on the planet, and a veritable who’s who on the London funk scene, the album features the classic JTQ rhythm section of James Taylor (organ), Gary Crockett (bass) and Neil Robinson (drums) alongside guitarists Eddie Roberts (New Mastersounds) and Mark Van der Gucht (Galliano). They are joined by Fender Rhodes phenomenon Jim Watson (Brand New Heavies, Incognito and Zero 7) and the heavyweight horns of Dominic Glover (trumpet - Brand New Heavies & Incognito), Andy Ross (sax - The Herbaliser), Mike Smith (Sax - Jamiroquai) and Nichol Thompson (trombone - Brand New Heavies & Incognito). The album also has percussion from the legendary Snowboy, additional drums from Simon Lee (Dr. Seuss) and guest vocals from Noel McKoy.Collectively they make up The Sound Stylistics, a jam band of the highest order.

The band have recently played several gigs at London’s Jazz Cafe to sell out crowds and played at the first Beachdown festival. The live line-up of six horns and five rhythm is explosive and has taken the funk scene to a new level!
From: MySpace




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terça-feira, 15 de junho de 2010



Miles Davis Sextet (re-post)









Este é um re-post da transmissão do AFRS (Armed Forces Radio Service), realizada no jazz club Birdland, em Nova York, no dia 25 de Agosto de 1959 (a noite em que Miles foi preso e espancado).

Re-post of the AFRS (Armed Forces Radio Service) radio broadcast, New York City, August 25, 1959 (recorded the night Miles got beaten and arrested).

terça-feira, 1 de junho de 2010

Meretrio - Meretrio [2008]




É engraçado como as vezes é preciso que alguém de fora nos apresente uma música nossa para tomarmos conhecimento da sua existência. Mas foi exatamente assim que conheci o Meretrio. Eu tenho um amigo inglês apaixonado pelo Brasil, tanto que vêm para cá a cada dois anos e até comprou uma casa em Boiçucanga no litoral norte paulista. Seu nome é Pete Turner, o cara é guitarrista e um amante fervoroso da música brasileira, em especial a instrumental. A última vez em que esteve aqui, no início deste ano, após fazer sua habitual peregrinação pelas lojas de CDs garimpando raridades e novidades, voltou com uma pacoteira de uns 40 ou mais discos. Aliás, ele faz isso toda vez em que põe os pés na “Terra Brasilis”, sua coleção particular tem bem mais de 1000 títulos e, entre todas as pessoas que conheço, este inglês é o cara que mais aprecia música brasileira, sempre me apresentando músicos que eu ignorava, sejam da velha guarda ou da nova geração. Pois bem, como eu dizia, ele voltou das compras com uma sacola de discos e, como sempre faz, me mostrou suas descobertas me deixando gravar as do meu interesse, entre as quais estava o Meretrio, primeiro lançamento do grupo com uma capa modesta, sem chamar muita atenção, mas não sei por que, instinto talvez, aquele CD me despertou o interesse. “O que é isso?” Perguntei. Pete disse que não conhecia muito bem e que fora recomendado pelo lojista, que já o conhece “de outros carnavais” e abre um sorriso de orelha a orelha toda vez que vê esse simpático cidadão britânico entrar em sua loja, pois sabe que ele não vai sair dali sem levar, pelo menos, uma dúzia de bolachinhas digitais. Comecei a ler os dizeres do encarte e encontrei a seguinte recomendação: “Música consciente, plena de surpresas, meio Kurt Weill, meio Mingus, tentando se libertar da tirania "jazzística ", sem deixar a criatividade. É isto que nos mostram Emiliano e seus companheiros. Maestro Roberto Sion”. Apresentado pelo meu amigo Pete, recomendado pelo maestro Sion, me pus a ouvir mais do que depressa e já na primeira orelhada virei fã desse surpreendente trio, que não recorre a clichês, ousando combinações inusitadas de ritmos e sons. Fiquei muito bem impressionado com este trabalho, sem desmerecer uma faixa se quer, portanto, disponibilizo aqui com alta recomendação aos amantes da música instrumental. Mais tarde, no MySpace, ainda encontrei esta frase do guitarrista Ulisses Rocha sobre o trio: ““O Meretrio é um daqueles grupos que não se contentam com o lugar comum, sempre em busca de novidade, da linguagem, da identidade. Por isso soa tão diferente e tão interessante, muito além da inegável competência.”. É meus amigos, no quesito simpatizantes, os caras estão muito bem na fita!

Depois deste disco eles ainda lançaram mais dois trabalhos: Projeto Meretrio (2010) adicionando ao grupo seis instrumentistas de sopro; e o novíssimo Na Cozinha, lançado este mês, trabalho em parceria com o tecladista Pedro Assad (outro músico da minha mais elevada indicação). Então fiquem atentos na próxima compra de CDs, se encontrarem qualquer um desses discos, não deixem de comprar, pois são produções independentes, vendidas a preços módicos, mas com belos encartes, trazendo informações relevantes e, o mais importante, música de primeiríssima qualidade.






Com a proposta de tocar arranjos e composições para a formação de power trio, o Meretrio, formado em 2003 por Emilaino Sampaio, Gustavo Boni e Luís André “Gigante”, vem desenvolvendo um trabalho consistente nos últimos anos, explorando a capacidade individual e coletiva na produção de música instrumental. Em seus shows o grupo apresenta um repertório dividido entre composições originais (algumas delas lançadas no primeiro disco do grupo em 2008) além de releituras de standards da música insturmental e canções de conhecidos compositores brasileiros como Chico Buarque, Edu Lobo, Pixinguinha, Dori Caymmi entre outros. A mescla do repertório se dá através de arranjos bem elaborados que utilizam diversas linguagens musicais para produzir uma música moderna e interessante, ao mesmo tempo em que se preocupa em satisfazer tanto o público leigo quanto o especializado em música. Pelo modo criativo que são tratados a improvisação e as diferentes combinações da aparentemente reduzida formação de trio, o trabalho desenvolvido tem grande aceitação pelo público que desconhece a linguagem da música instrumental, trazendo uma música rica em detalhes e diálogo explorando estilos bem característicos da nossa música como o baião, frevo, samba e choro sem deixar de lado a influência do jazz, funk, rock, música eletrônica e afins. E é justamente nessa mistura de diferentes elementos, tão distante para alguns, que se encontra a abordagem estilística do Meretrio.
Fonte: MySpace




Meretrio - Meretrio [2008]


With the proposal to play arrangements and compositions for the formation of power trio, the Meretrio, born in 2003, from Campinas (São Paulo - Brazil), with Emilaino Sampaio (guitar), Gustavo Boni (bass) and André Luís "Gigante". They has been developing a consistent work in next years, exploring the individual and collective capacity in production of instrumental music. In their concerts the group presents a repertoire divided between original compositions (some of them released on the group's this first album in 2008) also re-examined standards jazz and songs from well known Brazilian composers like Chico Buarque, Edu Lobo, Pixinguinha, Dori Caymmi and others. The mixture of the repertoire occurs through well-designed arrangements using different musical languages to produce a modern and interesting music, while also worrying to satisfy both the lay public as the skilled in music. By the way they are treated to creative improvisation and different combinations of apparently reduced formation of the trio, the work has great acceptance by the public who don't knows the language of instrumental music, bringing a rich music in detail and dialogue, exploring styles and characteristic of Brazilian music as Baião, Frevo, Samba, and Chorinho without leaving aside the influence of jazz, funk, rock, electronic music and others. It’s exactly in this mixture of different elements, so far for some, that is the stylistic approach of Meretrio.
From: MySpace




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