quarta-feira, 27 de maio de 2009

PAUL McCARTNEY






Eu creio que Paul McCartney é meio injustiçado por alguns, especialmente aqueles fãs dos Beatles pseudo-intelectuais que acreditam que John Lennon era a verdadeira força motriz do conjunto, que era dele que saiam todas as idéias e atitudes. Particularmente se colocarmos numa balança eu também vou pender para o lado Lennon que tem muito mais haver comigo, mas os Beatles eram um quarteto e se havia uma força motriz em destaque era a junção Lennon & McCartney (aqui a tese "os opostos se completam" é absoluta) e se Ringo tinha uma participação ínfima, não podemos ignorar George Harrison, que era, no mínimo, 20% na contribuição sonora do quarteto. Com o fim da banda parece que Paul virou vilão e John o herói, a turminha mais engajada politicamente elevava Lennon às nuvens abominando o trabalho de McCartney. Já digo e repito, eu também prefiro Lennon, mas McCartney fez discos incríveis como Ram (1971), Wild Life (1971) e depois com os Wings: Band on the Run (1973), Venus and Mars (1975), Wings Over America (1977), London Town (1978) e Back To The Egg (1979) só para citar alguns. Já John também fez discos memoráveis, mas lançou coisas pra lá de chatas, afinal quem agüenta ouvir de cabo a rabo discos como Unfinished Music, No. 2, Wedding Album e Two Virgins (todos de 1969), sem falar nos meios álbuns Some Time in New York City/Live Jam (1972) e Double Fantasy (1980), digo meio porque ele dividiu as faixas com Yoko e a parte dela é duro de escutar, não é fácil não! Não sou daqueles que metem o pau em Yoko Ono (aliás, só John Lennon tinha essa manha – hahahah), acho até que, como artista, ela tinha/tem boas idéias, mas definitivamente cantar não é para ela. Cara ela praticamente afundou a apresentação do Zappa com Lennon ("Zappa Ono Mothers", o Live Jam do Some Time in New York City) compentindo com Mark Volman, Howard Kaylan para ver quem gritava mais enquanto a banda tentava tocar alguma coisa. Se bem que, conhecendo o Zappa ele deve ter gostado e John então adorou! Enfim, voltamos ao McCartney, eu dizia que a turma do rock é injusta com o cara, pois ele é harmonioso, sabe muito bem trabalhar os arranjos e é um bom baixista sim senhor, vejam por exemplo a linhas de baixo de músicas como "Hey Bulldog", "Old Brown Shoe" e "I Want You (She's So Heavy)", elas podem ser simples tecnicamente falando, mas são matadoras. “Hahhh, mas ele só faz letras que falam de paz, amor, justiça e harmonia”, para ser franco eu prefiro ouvir esses temas do que assistir a um show dos Sex Pistols, onde eles chamavam as pessoas de babacas (no mínimo), de trouxa por terem comprado o ingresso e ainda cuspiam na cara de todo mundo.”Que do caralho!” Não vou dizer que não curti os Pistols, na verdade eu não gostava muito mesmo, mas achava legal pela revolta e a vontade de subverter a situação, porém não era a minha banda favorita, nessa seara punk eu sou muito mais Ramones, New York Dolls e The Clash antes dos Pistols. Então, para resumir, Paul McCartney pode ser pop, afinal eles praticamente inventaram a coisa, mas antes de tudo, é rock sim senhor e dos bons, quem já teve o prazer de assistir um show do cara pôde comprovar isso, até mesmo pessoas não muito fãs, afinal McCartney é um Beatle. Para reforçar a minha tese aqui vão três bootlegs, propositalmente meio recentes, com performances inesquecíveis:

  • Pizza And Fairy Tales. Com outtakes e demos de estúdio provavelmente gravados em 1985.

  • Back To The Big Egg. Gravado ao vivo no Japão em março de 1990, no show Paul está um pouco rouco o que em vez de prejudicar acabou sendo um plus a mais, porque nem rouco o cara desafina.

  • Paul McCartney - Acoustic. Este é uma compilação de faixas extraídas de uma apresentação especial para a BBC Radaio 2 chamada "Sold On Song", foi gravada nos estúdios da Abbey Road em 27 de julho, de 2005 e foi ao ar em 17 de setembro do mesmo ano. Uma pequena festa no estúdio Nº 2 presenciada por alguns amigos e um pequeno grupo de privilegiados fãs.






Paul McCartney é vegetariano e já declarou à imprensa como tomou essa decisão: "Há muitos anos, estava pescando e, enquanto puxava um pobre peixe, entendi: eu o estou matando, pelo simples prazer que isso me dá. Alguma coisa fez um clique dentro de mim. Entendi, enquanto olhava o peixe se debater para respirar, que a vida dele era tão importante para ele quanto a minha é para mim". É membro honorário e participante ativo das campanhas do PETA (People for the Ethical Treatment of Animals, ou Pessoas pelo tratamento ético dos animais, em português).
Fonte Wikipédia






Na tarde de 9 de dezembro, de 1980, ao sair de um estúdio na Oxford Street, McCartney foi rodeado de jornalistas perguntando a respeito da morte de Lennon. Disse, "Eu estou chocado - isto é uma notícia terrível" acrescentando ainda que passou o dia no estúdio por não querer ficar em casa sentado sem fazer nada." Ele foi muito criticado pela frieza com que recebeu a notícia da morte de John Lennon. Quatro anos depois, numa entrevista para a revista Playboy, McCartney afirmou que ficou assistindo ao noticiário na televisão aquela noite e chorou a noite inteira. Ele relembrou ainda do seu último telefonema a John, logo após o lançamento do álbum Double Fantasy. Segundo McCartney, no telefonema Lennon disse rindo a Paul, "Esta esposa quer uma carreira!" A palavra esposa foi usada em referência ao termo esposo-Lennon, por John ter tomado conta do filho durante anos. Após a morte de Lennon, McCartney voltou ao trabalho mas ficou durante muito tempo sem tocar ao vivo. Ele explicou que isso era devido ao nervosismo de ser o próximo a ser assassinado.
Fonte Wikipédia



Paul McCartney


Pizza And Fairy Tales
Outtakes, demos and alternate takes from 1985-1987. Except for the song "Peacocks", all tracks are already available on The Alternate Press To Play Album and Return To Lindiana.

Back To The Big Egg 2005
This is really great: a new soundboard recording of a 1990 gig! Really great soundquality with the nice collection of songs
Tracks 1 - 28 Live at the Tokyo "Big Egg" Dome, Tokyo, Japan - 7. March 1990
Tracks 29 - 39 from various japanese concerts March 1990

Acoustic BBC2
Compilation extracted of the record "Sold On Song", a special show on the BBC Radio 2.
Recorded on Abbey Road Studios on July 27, 2005 and broadcasted on September 17, 2005. A little party in studio No. 2 with some friends and fans, a fantastic show to Macca's fans.




Paul McCartney - Pizza And Fairy Tales [2000]

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Paul McCartney - Back To The Big Egg [2005]

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Paul McCartney - Acoustic [2005]

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sexta-feira, 15 de maio de 2009

Jimi Hendrix - Am I Blue [2004]






Muito bacana este Am I Blues, lançamento bootleg da Purple Haze Records, além de não ser a mesmice de sempre (“Purple Haze”, “Fire”, “Hey Joe”, “Foxy Lady”, “Wild Thing”...), apresentada um áudio de excelente qualidade já que as faixas são outtakes de estúdio cujos temas estão focados no blues. Entre os destaques temos a mais completa versão nunca antes lançada de “Country Blues” e “Three Little Bears”; um dos primeiros takes de “Voodoo Chile” (tirado das sessões de gravação do álbum Electric Ladyland), e uma épica studio jam com vinte e sete minutos de “Villanova Junction Blues”.

Eu ia incrementar este post falando um pouco do meu grande ídolo e herói Jimi Hendrix, afinal na guitarra ele é “o cara” e não tem para Eric Clapton, Joe Satriani, John McLaughlin, Jeff Beck, Yngwie Malmsteen, Pat Metheny, Eddie Van Halen, Scott Henderson, Jimmy Page, John Scofield… Venha quem vier, todos se curvam diante do mestre, não só reconhecendo a sua excelência, mas também se deixando influenciar por ele. Um fato até curioso levando-se em conta que Jimi não sabia sequer ler uma cifra ou nota de uma partitura, o que me faz acreditar que técnica e conhecimento ajudam, mas sem talento e sentimento não se vai a lugar algum. Jimi tinha talento de sobra além de ser puro sentimento, basta vê-lo tocando e notamos que a guitarra se torna parte de seu corpo respondendo muito mais a sua mente e coração do que a ação dos seus dedos. Então quando eu sentei para escrever entrei em cheque: o que falar sobre ele, se já disseram quase tudo e sua carreira é mais que conhecida? Aí me veio à mente a triste história da sua infância contada pela jornalista Sharon Lawrence, amiga e confidente de Hendrix, no primeiro capítulo do seu livro, “Jimi Hendrix: A Dramática História de uma Lenda do Rock”, cuja narrativa nos faz chorar de tão triste, mas é rica em detalhes e curiosidades sobre a infância do maior guitarrista de todos os tempos. Resolvi então transcrever o capítulo aqui. Aliás o lançamento (editora Zahar) é recente e pode ser encontrado com facilidade nas livrarias por aí.


Johnny/Jimmy


Ela gostava bastante de diversão. Mas não houve muita diversão em sua vida curta e infeliz. Lucille Jeter jogava para longe o sombrio véu de ansiedades que perturbava todos os adultos ao seu redor, durante a guerra, e, apesar das advertências da família, ignorava os entediantes pingos... pingos... e mais pingos da eterna chuva noturna de Seattle para sair e dançar sempre que havia oportunidade, Lucille, a "queridinha" da família Jeter, de natureza doce e ingênua, tinha um irmão e três irmãs mais velhas. Seus pais, Preston e Clarice, eram, como a maioria dos residentes negros de Seattle nos anos 1940, homens e mulheres que imigraram para o Oeste em busca de uma vida melhor, mas que haviam se decepcionado. Nascido na Virginia, Preston Jeter teve educação, mas poucas oportunidades. Trabalhou por diversas vezes como mineiro ou estivador. Sua mulher, Clarice, que nasceu em Arkansas, provia a tão necessária renda familiar esfalfando-se como faxineira e empregada domestica. Às vezes entravam em cena alguns cheques beneficentes. A religião pentecostal era o alicerce e também a vida social da senhora Jeter. Ela se preocupava e rezava por Lucille, cuja saúde sempre fora frágil. Lucille tinha tendência a se estressar. Ao ver aquela linda menina mulata agitar os pés e rir ao ser lançada para o alto enquanto dançava, Al Hendrix sentiu-se cativado. Será que ela jamais se cansava das luzes brilhantes e dos ritmos animados dos passos de jazz? Lucille adorava música!

Mas aquelas emocionantes noites na pista de dança não durariam muito tempo: semanas depois do primeiro encontro do casal, Lucille apareceu grávida e teve de se casar às pressas com Al, de 22 anos, um atraente — se não belo — galinho garnisé de pouco mais de um metro e meio de altura. Lucille disse à mãe que tinha gostado do jeito de Al sorrir para ela. O jovem marido era um cidadão norte-americano criado em Vancouver, British Columbia, que se estabelecera em Seattle vários anos antes para tentar a sorte como boxeador peso-leve no concurso Luvas de Ouro. O pai de Al, Ross Hendrix, natural de Ohio, tornou-se policial em Chicago, mas, por fim, numa estranha guinada, empregou-se como contra-regra de uma companhia de vaudeville. Casou-se com uma das dançarinas da trupe, Nora Moore, cuja mãe era uma índia cheroqui pura e o pai, um irlandês. Nora e Ross desistiram de viver viajando e resolveram começar vida nova em Vancouver. Não tardou muito e Nora deu a luz duas crianças, uma filha e James Allen Hendrix, conhecido como Al. Como sua educação fora interrompida no sétimo ano, e ele não estava preparado para um trabalho mais especializado, Al voltou-se para o dom herdado da mãe e passou a ganhar alguns dólares aqui e ali em concursos de dança. As especialidades dele eram sapateado, jazz e improvisações solo. Embora mais tarde se referisse a si próprio como membro de uma importante família do show business, sua mãe, após deixar o vaudeville, trabalhava por muitas horas na cozinha de um restaurante em Vancouver. Quando adolescente, Al também trabalhou como garçom nessa cidade. Ao se casar com Lucille, Al talvez tivesse apenas três coisas em comum com a esposa de 16 anos: ambos eram os filhos mais jovens de suas respectivas famílias, os dois adoravam dançar e tinham um filho a caminho. Poucos dias depois do casamento, em 31 de março de 1942, Al despediu-se de Lucille com um beijo. Convocado para o Exercito, foi enviado para Oklahoma, a cerca de 2500km de distância, e de lá para a Geórgia.

Lucille mal completara 17 anos quando deu a luz o primeiro filho, Johnny, em 27 de novembro de 1942. O parto ocorreu na casa de Dorothy Harding, uma grande amiga de Dolores, a irmã de Lucille. Parentes e amigos acharam engraçado que aqueles dois baixinhos concebessem um bebê tão gracioso e longilíneo.

Criar uma criança não era brincadeira. Lucille não estava preparada para enfrentar a transição de ex-colegial para mãe. Por causa da confusão reinante no Exército ela nada recebia do pagamento de Al. Não muito tempo depois do nascimento de Johnny, Preston Jeter morreu de um ataque do coração, e Clarice herdou muitos problemas financeiros. Ela amava o filho de Lucille, mas não podia cuidar dele e ainda trabalhar fora cinco dias por semana. Clarice e Dolores estavam muito preocupadas com o bem estar de Johnny, que ficava de lá para cá num círculo de parentes e amigos, e às vezes até de gente estranha, em residências de Seattle e das proximidades. Johnny nunca sabia ao certo quem "se encarregaria" dele a cada semana — e essa expressão permaneceu para sempre em sua memória. Dormia sobre travesseiros, em cestos e nas camas dos outros. Um berço de verdade foi um luxo que poucas vezes Johnny pôde experimentar. Lucille flutuava pela vida de Johnny, a mamãe que ele tanto adorava, embora não pudesse sustentá-lo ou tomar conta dele por mais de alguns dias seguidos.

Quando estava com quase dois anos e meio, o menino foi levado por uma conhecida de sua avó Clarice. Essa mulher então adoeceu de repente e morreu. A irmã dela foi da Califórnia a Seattle, onde viu o pequeno Johnny e se encantou. Aquele foi um encontro do destino, e, embora depois ele acabasse por esquecer o nome daquela mulher, ela jamais saiu de sua lembrança. A mulher se dispôs a tomar conta do menino na sua residência em Berkeley, Califórnia, durante a guerra. Lucille não se opôs. Johnny vivia agora numa casa mais bonita, um bangalô simples, a algumas quadras do campus da Universidade da Califórnia. Ali ele se sentia confortável e seguro, e pode desabrochar sob o afeto e os cuidados da mulher que o resgatara, sem mencionar as atenções da filha mais velha dela, que tinha cerca de 20 anos, e de duas alegres adolescentes. Mais tarde, Johnny iria lembrar-se de quanto gostava que lessem histórias para ele, que ficava sempre ávido por ouvir mais uma. O vocabulário de Johnny aumentou muito durante essa feliz trégua na insegurança de Seattle. "Elas me chamavam de pequeno tagarela", disse-me ele sorrindo com essas antigas lembranças.

Al Hendrix nutria certas dúvidas quanto ao seu casamento, ainda mais depois que ouviu falar que Lucille tinha um caso com outro homem. Pensava em se divorciar da jovem esposa. Algumas semanas depois de receber baixa do Exército, no final de 1945, viajou até Berkeley pela Costa Oeste para ver o filho pela primeira vez. Johnny não foi capaz de relacionar a fotografia de seu pai uniformizado, exibida com destaque na sala de estar, com o jovem sem uniforme que agora o examinava. Al permaneceu por alguns dias com os anjos da guarda de Johnny, conheceu os vizinhos do garoto e depois, quando o menino parecia acostumado com ele, embrulhou as coisas do filho e ambos embarcaram numa exaustiva viagem de trem por quase 1.300km de volta para Seattle. Anos mais tarde Johnny lembraria como chorava e soluçava quando aquele homem pouco familiar, que agora ele devia chamar de pai, quis discipliná-lo no meio da viagem: "Quero ir embora desse trem! Quero ir para casa. Deixe-me ficar em paz, quero minha familial!"

"Eu só berrava", ele me disse. “Sabia que elas me amavam, que iriam sentir minha falta."Embora os detalhes tenham se esvaecido, Johnny jamais esqueceu daquela família substituta. "Aquele foi como um pequeno sonho aconchegante em minha cabeça", diria ele já adulto.

Quando Johnny estava para completar quatro anos, o pai resolveu mudar legalmente seu nome para James Marshall Hendrix. Incomodava-o imaginar que Lucille tivesse dado aquele o nome ao filho por causa de algum namorado. Disseram ao menino que ele passaria a ser chamado de Jimmy. Isso o perturbou e confundiu, mesmo porque vinha treinando pronunciar e escrever "Johnny" em um livro infantil de alfabeto que recebera de presente em Berkeley. "O garoto", como muitas vezes se referiam a ele, tinha nomes demais. Sua tia Dolores, a irmã preocupada e protetora de Lucille, já o apelidara de Buster. Mais tarde, Johnny/Jimmy referiu-se aos primeiros anos de sua vida como "cheios de confusão". E não era fácil para ele conversar a respeito de suas lembranças da infância. Houve um período, antes de ir para a escola, em que ele, a mãe e o pai viviam todos na pequena casa da tia Dolores, como parte da própria família dela, que se tornava cada vez maior. "Tia Dolores procurava sempre melhorar as coisas", disse ele. O casamento dos Hendrix era uma união intermitente. Vez por outra, para afastar Jimmy da crescente tensão entre os pais, mandavam-no para o outro lado da fronteira, em Vancouver, British Columbia, a fim de passar curtos períodos com a mãe de Al, Nora Hendrix. Em janeiro de 1948, quando Jimmy tinha seis anos, seus pais tiveram outro filho, Leon. Nem um ano se passara, e Lucille deu a luz um terceiro menino, Joseph. Lucille sentia-se presa numa cilada. Ela era muito jovem para ser mãe de um filho, quanto mais de três. Não podia suportar que a amarrassem. Al ficava cada vez mais mandão, temperamental e controlador com o dinheiro, sempre um problema para muitos habitantes do bairro central de Seattle. Não havia mais amor ou passos de jazz para aquele casal.

O pai de Jimmy estava sempre a lhe dizer: "Saia do caminho", "Não faça bagunça", "Não seja atrevido." O menino logo aprendeu que ficar quieto e ser obediente de vez em quando evitava as desagradáveis trocas de agressão em voz alta. Al lhe dizia: "Essa mulher e uma vagabunda.” Jimmy odiava ouvir o pai falar mal de sua mãe, assim como se arrepiava ao vê-la embriagada, trôpega e trêmula. Al também não era nenhum abstêmio, e muitas vezes Jimmy soluçava sobre o velho travesseiro, sem conseguir dormir enquanto explodiam brigas horríveis a poucos metros de sua cama. "Às vezes", diria Jimmy mais tarde a um amigo, "eu ficava lá, perguntando a mim mesmo: ‘Quem sou eu? Por que isso está acontecendo? O que posso fazer?"’ Numa noite digna de pesadelo, Lucille partiu para nunca mais voltar. "Meu querido Jimmy", disse ela ao filho, "tenho de fugir disso!" Para Jimmy as palavras e as lágrimas da mãe permaneceram como uma lembrança indelével. O casal se divorciou em dezembro de 1951. Al requereu e obteve a custódia dos filhos. Providenciou, como desejava, que Joseph fosse "criado fora". Al preveniu Jimmy e Leon para que Ficassem longe de Lucille. "Ela é uma bêbada, não vale nada!"

"Não vale nada." Essas palavras também perseguiram o menino — que veio a se tornar o homem Jimi Hendrix — pelo resto da vida.
Texto retirado do livro “Jimi Hendrix: A Dramática História de uma Lenda do Rock” (The Man, The Magic, The Truth) por Sharon Lawrence, Jorge Zahar Editor Ltda.

A mãe de Jimi faleceu sete anos depois do divórcio (ela estava com 32 anos), vítima de problemas renais que resultaram no rompimento do baço. Jimi tinha 16 anos e seu pai não permitiu que ele e seu irmão fossem ao enterro, fato que o magoou muito por toda a vida. A grafia “Jimi” foi uma idéia do empresário do guitarrista no começo do Experience, ele curtiu a idéia e a partir dali Jimmy virou Jimi e entrou para história da música universal.








Jimi Hendrix - Am I Blue





Am I Blue is another studio outtakes release, mostly focusing on bluesier pieces. Highlights include more complete versions of the previously released Country Blues and Three Little Bears, an earlier take of Voodoo Chile (from the Electric Ladyland sessions), and the epic twenty-seven minute Villanova Junction Blues studio jam.




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quinta-feira, 14 de maio de 2009

Z A P P A N A L E





Um amigo das gemânicas , o grande Burkhard Schempp, fã de carteirinha do mestre Franck Zappa, deu-me um toque de um super evento zappônico que vai rolar lá para aqueles lados em agosto. Se alguém for para os cantos de Hamburgo entre 12 e 16 de agosto, vale a pena conferir. Quanto a mim, como a crise está brava, vou ficando "porraqui" mesmo. Mas se alguém tiver uma passagem sobrando aceitamos de bom grado, of course!!!











quinta-feira, 7 de maio de 2009

Frank Zappa - Buffalo's Memorial Auditorium [1974]



Este foi mesmo um grande achado nas minhas andanças pelas teias da web. Atenção: não confundam este disco com o Frank Zappa Buffalo. O bicho é o mesmo, o local também, mas aquele é de um show em 1980, com Steve Vai, Ray White, Ike Willis e campainha; nasceu pirata e acabou sendo oficializado em 2007. Este é de um show de 15 de novembro, de 1974, com aquela banda fantástica formada por Frank Zappa, Tom Fowler, Chester Thompson, Ruth Underwood, Napoleon Murphy Brock e George Duke. A gravação desta apresentação não era encontrada com facilidade por aí. Na verdade, uma parte dela foi lançada no bootleg Brings Yellow Snow to Rochester & Buffalo, mas o show na integra só rolava nas mãos de poucos privilegiados e nunca chegou a ser lançado em álbum, ainda que pirata. Até que, uns dias atrás, navegando pela rede aporto no site da CROZ FM. Opa!!! Que isso aqui!!! Não!!! Não pode ser verdade, shows e entrevistas para serem ouvidos e baixados por que quiser! Mas era, está tudo lá, uma porrada de shows de mais de cem renomados nomes da música internacional, inclusive do mestre Frank Zappa. Foi assim que finalmente pude conferir essa apresentação na íntegra que recheia dois CDs. No primeiro temos clássicos como “Stinkfoot”, “RDNZL”, “Echidna's Arf”, “Penguin In Bondage”, “Uncle Meat” e outros. No segundo estão as músicas lançadas no Brings Yellow Snow to Rochester & Buffalo: “Don’t Eat The Yellow Snow”, “St. Alphonzo's Pancake Breakfast”, “Camarillo Brillo” e “More Trouble Every Day”, com direito a uma faixa bônus no final. Para festejar o achado resolvi criar uma capinha para o disco, coisa que eu não fazia há um bom tempo e que era um hábito comum no começo deste blog. Na verdade nem sei se as pessoas curtem essas capinhas, mas eu me divirto fazendo. Bueno é isso, tá esperando o que? Baixa o disco aí e vai lá na CROZ FM conferir o resto que tem muita coisa boa!






Frank Zappa - Buffalo's Memorial Auditorium


One of the problems of introducing people to Zappa’s music is that he wrote so goddamned much of it. As a result, when it comes to live performances you get all sorts of great music that was flowing from the man at the time, but not necessarily the music that that many regard as his greatest and was certainly his most popular.

This true treasure of a stereo soundboard (low-generation and so pretty much pristine, i.e. no tape hiss) was recorded when Frank was touring with musicians from one of his greatest collectives and performing mostly material drawn from his two “hit” albums from the early 70s, Over-Nite Sensation and Apostrophe (’). Now I’ll be the first fan to agree that there are tons of great songs and albums in the Zappa canon, but I think of it as part of the mandate of this site to provide music that might turn people on to an artist they otherwise might pass on, and this is the kind of show that can make converts out of people. Seriously, if you have ever thought about dipping your ears into Zappa’s wax then this is the show to get.
From: CROZ FM



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segunda-feira, 4 de maio de 2009

Andy Summers - Earth + Sky [2003]




Andrew James Summers, popularmente conhecido como Andy Summers ganhou fama nos anos 80 como guitarrista do trio de rock The Police, mas não espere encontrar em Earth + Sky nada parecido com o trabalho que ele fazia em seu antigo grupo. As coisas aqui estão muito mais para uma fusão musical de estilos diversos, embora um pouco mais centrada em jazz, com alguns momentos acústicos e outros mais elétricos, na verdade é um disco que trás toda a bagagem de influências de Summers, mistura rock, jazz, experimental e até clássico. Porque apesar dele ser mais conhecido como um roqueiro, nem sempre foi assim, pois ele começou a tocar guitarra influenciado por jazzistas como Wes Montgomery, Jimmy Raney and Tal Farlow, seus primeiros trabalhos como músico foram nos clubes de jazz ingleses. Ele aprendeu tocar de forma autoditada, porém mais tarde foi estudar violão clássico por quatro anos na California State University at Northridge (CSUN) tornando-se fã de Villa Lobos. Suas primeiras gravações aconteceram com um grupo de R&B chamado Zoot Money's Big Roll Band e ele também teve uma passagem psicodélica com o Dantalian's Chariot, tocou blues com o Eric Burdon and The Animals e ainda trabalhou com uma pá de gente de estilos diferentes como Neil Sedaka, Joan Armatrading, Kevin Ayers, Kevin Coyne, Tim Rose, Jon Lord, até chegar ao Police. Depois, ainda tocou com mais uma cacetada de figuras distintas como John Etheridge, Robert Fripp, Herbie Hancock, Brian Auger, Eliane Elias, Tony Levin, Ginger Baker, Deborah Harry e Vinnie Colaiuta, que por sinal toca com ele em Earth + Sky. Não podemos esquecer também dos trabalhos com o guitarrista Victor Biglione, argentino de nascimento, mas carioca de coração com quem ele gravou dois discos Strings of Desire (1998) e Splendid Brasil (2005). Pretendo abordar mais amplamente o trabalho de Summers num post futuro, mas creio que isso já serve para se ter uma boa idéia da gama de influências e estilos que fazem parte do universo musical deste excepcional guitarrista e do tipo de música que encontramos em Earth + Sky.
Fontes: Wikipedia e AndySummers.com







Andy Summers - Earth + Sky

While guitarist for the Police, one of the most popular rock bands of all time, andy Summers never felt he had the professional oportunity to properly express his chops. Casual fans of the Police may be surprised to learn that Summers’ career did not begin with them. Born on New Years Eve, 1942 in wartime Lancashire, England. Summers recorded in the late 1960s with Eric Burdon ans the Animals and later with Joan Armatrading and Kevin Ayers. Then came the Police, where his keenly sharp sense of time and rhythm, full of reggae, ska, South African and world music ambiance made him a household name. But Summers was antsy and started recording his own in 1982, even before the Police disbanded in 1985. Over the next decade he released a string of well received, mostly art-rock recordings before he veered into the jazz arena and put out two pivotal albums: Green Chimneys – The Music Of Thelonious Monk and a recording of Charles Mingus compositions called Peggy’s Blue Skylight. Both established Summers as a bona fide jazz cat with a serious fusion jones. While Summers’ post-Police recordings head off in headier directions, he does bring his pop-y Police guitar style to bear, here and there, on his new recording. Overall, Earth & Sky effectively draws and efficiently walks a very fine line between Adult Contemporary jazz and fusion. For example, “The Diva Station” and “Parallels” will appeal to fussiest Boney James and Bill Frisell fans at the same time. On the other edge of the spectrum Summers produces an acid fusion on “Above The World” and a title cut that recalls the guitar-drumming pyrotechnics experienced on jazz improviser Jonas Hellborg’s late ‘90s Bardo recordings. Drummer Vinnie Colaiuta propels this recording powerfully. Andy Summers, for his part performs deftly both electrically and, on the organic “Roseville” and “Parallels” acoustically. Nixed at Summers’ Divine Mother Studio, the album has a warm and full sound spread fairly even over the sonic landscape. As such, along with the intelligent mix of the contemporary and fusion elements of jazz, Earth & Sky serves as a good introduction to both Summers (independent of the Police) and to jazz itself.
From: Grapevine Culture extracted from the Andy Summers official site.




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