segunda-feira, 11 de junho de 2007

A Divina Increnca - A Divina Increnca [1980]

A Divina Encrenca foi um trio de música instrumental brasileira de vanguarda que pintou nos anos 80, formado por músicos de grosso calibre como Rodolfo Stroeter (Pau Brasil, Grupo Um, Symmetric Ensemble), o multi-instrumentista alemão Felix Wagner (Grupo Um, Symmetric Ensemble) e o baterista Azael Rodrigues (Pau Brasil , César Camargo Mariano, Prisma e Sossega Leão). Faziam um som bastante complexo misturando elementos da música brasileira com o jazz, desses que você dificilmente ouve nas rádios, porque nelas, com raríssimas exceções, o que impera é a mediocridade. Infelizmente, este tipo de música é para um grupo reduzido de pessoas que consegue fazer suas opções sem que ninguém precise martelar na sua cabeça o que se deve ou não ouvir. Este é o único registro do trio e foi gravado na Sala Guiomar Novaes, na Funart, em São Paulo-SP, e finalizado no estúdio JV em julho e setembro de 1980. O álbum conta ainda com a participação especial do saxofonista Mauro Senise e de Claus Erik Petersen, do Premeditando o Breque, na flauta.




A Divina Increnca

7 comentários:

Anônimo disse...

Pô tbm não força a barra, woody, como cê queria que um som experimentalíssimamente como este tocasse nas rádios? Só se em programas dirigidos a um público específico em horário alternativaço! Quer a Utopia, friend? Pra mim, que estou ouvindo já na 7ª faixa, é "dim-blim-blim" demais pro meu gosto... E olha que minha banda favorita de todos os tempos é o Gentle Giant! Mas, não vai aqui nenhuma reclamação, não. Meu HD é quinem coração de mãe coruja! Qualquer experiença ou increnca da filharada travessa tá valendo. Sinal de que são especiais. Aliás vc conhece o Damião Esperiença?... Talvez goste.

woody disse...

Tens razão, mas poderia tocar de vez em quando. No entanto, veja bem, este tipo de som não te pega na primeira orelhada. Da próxima vez que vc ouvir ele vai te chamar mais a atenção e aos poucos vc começa a gostar. É músico fazendo música para músico, leva um tempinho para o ouvinte "normal" se habituar.

Marcello a.k.a. Maddy Lee disse...

Eu não conhecia essa, gostei bastante; parece que os caras se divertiram bastante.
Sérgio, 'Daminhão Experiença', figura folclórica da Zona Sul carioca, abduzido por habitantes do planeta Lama, realocado ao seu habitat resolveu fazer o que ele chama de música; mas vê-lo falar aos transeuntes em seus não raros momentos de transe com o universo, é uma experiência que jamais apagarei da mente (é só lembrar que a gargalhada aparece, compulsivamente). Se existe o tal 'underground', Damião é o seu imperador galático!
Abraços,
Maddy Lee

woody disse...

Damião! Cara o nome não me soa estranho, mas só de ouvir falar já tô achando experiência de mais para o meu gosto, ainda mais quando estamos falando aqui de Rodolfo Stroeter, que além de puta músico é produtor musical dos bons, é só olhar na cotra-capa de discos como os Mônica Salmaso para sacar isso.

Márcia Fernandes disse...

Em 1978 a Divina Increnca lotava os teatros onde fazia shows.O que o público queria era o experimentalismo e a pesquisa,música de ponta, e não o "mais do mesmo" imposto pela industria cultural e fonográfica, naquele momento ainda engatinhando no Brasil.Achar que sempre foi assim, ou seja, que ninguém compreende essa música e que portanto não se deva tocá-la nas rádios é congelar a história, com o "sempre foi assim". Não foi sempre assim. A Divina Increnca tocava, além de autorais, músicas do Thelonius, do Jarret, quase desconhecidos do grande público. E, como disse, lotava os teatros.

Márcia Fernandes disse...

A teoria, segundo Azael Rodrigues

"O Divina Increnca é um conceito. Os irmãos Campos (nossos concretistas Haroldo e Augusto) desenvolveram a idéia do "transcriar". A simples tradução de um texto não fazia juz a mágica do autor. Era preciso entender a idéia do texto como um todo e recriar a atmosfera obtida pelo texto original.

Aproveitei essa idéia para dar o start no meu trabalho com o Felix (piano). Eram temas de jazz com tratamento `as vezes de música erudita (as dinâmicas) , punch de rock se fosse o caso, nunca o standard. O tema deveria se justificar, não ser simplesmente mais uma música a ser tocada. Foi assim também quando começamos a compor nosso próprio material, investigando ritmos e adotando procedimentos complementares."

woody disse...

Pois é Phermarcia,
A Divina Increnca era de fato uma encrenca das boas. Hehehe!
Parabéns pelo seu bom gosto e obrigado pelo comentário.

woody