terça-feira, 8 de novembro de 2011

Periscópio no N.eX.T.



Depois de passar um bom tempo usando esse blog para promover e lembrar da música alheia, resolvi aproveitar o espaço para me promover também, afinal, somos todos filhos de Deus! Mês passado foi o blues do MudWolf Groove na XVI Brooklinfest, agora vou atacar com meu grupo de música instrumental, o Periscópio, que mistura jazz, com bossa, funk e outras coisas mais dependendo da inspiração do momento. 


Próxima quinta (10 de novembro) iniciamos uma temporada de apresentações no cabaré do espaço N.eX.T. (Núcleo Experimental de Teatro), R. Rego Freitas, 454 - Vila Buarque - São Paulo/SP. O Periscópio é formado por: Caio Ferrari Martins - Guitarra Sergio Basbaum - Guitarra Carlos "Peri" Figueiredo - Bateria Alberto "woody" Woodward - Baixo




quarta-feira, 19 de outubro de 2011

MudWolf Groove no XVI Brooklinfest



Vou estrear uma nova banda de blues, o MudWolf Groove, será neste fim de semana, 22 e 23 de outubro, na XVI Brooklinfest. O horário é meio ingrato 11hs da manhã, mas se alguém estiver de bobeira neste sábado ou domingo, pinta lá que vai ser legal! Rua Barão do Triunfo 427, bairro: Brookin. São Paulo-SP.


Outras informações sobre a Brooklinfest: http://www.brooklinfest.blogspot.com

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

I Am The Slime From Your Video




Uns dois meses atrás eu andei comprando uns DVDs do velho Frank. Me entusiasmei e resolvi buscar na internet mais informações sobre a filmografia do mestre, aproveitando para baixar umas coisinhas que descobri aqui e ali. Ao final da jornada constatei que já tinha comprado, praticamente, todos os lançamentos oficias disponíveis e baixados os principais bootlegs da praça, exceto um: John, Dam and Me. Um DVD pirata que trás as duas aparições do guitarrista no programa de TV “Saturday Night Live”, em 1976 e 78, e ainda um pedaço de uma apresentação em Estocolmo em 1973. Pronto! Fiquei meio que obcecado para ter o tal vídeo e saí buscando em tudo que é canto, de Amazon, até umas lojinhas na galeria do rock aqui em São Paulo. Para não dizer que não encontrei, achei numa loja na internet de um site japonês onde, no final das contas, a importação sairia cara demais para um tipo pouco afortunado como eu. Desesperado, adentrei nos mais suspeitos becos da grande teia, arriscando contrair algum vírus infernal, mas na esperança de que alguma alma tenha postado essa pérola. Foi em vão! Minha obsessão não era apenas por não possuir este DVD (afinal não se pode ter tudo), mas porque a década de 70, em especial esse período entre 1973 e 1978 é o meu favorito em toda carreira do mestre, 2envolve lançamentos de discos fantásticos como The Grand Wazoo (1973), Over-Nite Sensation (1973), Apostrophe (') (1974), One Size Fits All (1975), Bongo Fury (1975), Zoot Allures (1976), Zappa in New York (1978) e Studio Tan (1978). Fala sério!!





Bueno, já tinha desistido da bagaça quando num belo dia, absolutamente sem querer, me deparo com um sítio onde estava uma coleção de programas Saturday Night Life disponível para download, inclusive dos anos 76 e 78 com as aparições do velho Frank em performances magistrais. Fiquei tão feliz da vida que resolvi montar e postar uma versão do “John, Dam and Me” feita por mim, já que tinha a apresentação em Estocolmo de 1973. No entanto, quando estava editando me dei conta que nunca assisti o tal do “John, Dam and Me” para poder recriá-lo. Por isso optei por trocar o nome original para ”I Am The Slime From Your Video”, fazendo uma capa própria para esta versão totalmente editada por “Me, Myself and I”. Então tá! Fora isso, é isso aí! Espero que vocês gostem.


I Am The Slime From Your Video





This DVD is similar to “John, Dam and Me”, a bootleg that brings the two appearances of the guitarist in the "Saturday Night Live" TV show, respectively, in 1976 and 78, and still a bit of a gig in Stockholm in 1973.




[*]



sexta-feira, 20 de maio de 2011

The Jelly Jam - The Jelly Jam [2001]



O som desse grupo me agrada muito, existe desde 2000 e até acho estranho que não tenha um espaço maior na mídia. O curioso é que seus integrantes vêm de bandas renomadas, mais curioso ainda, é que eu não gosto dessas bandas, mas curto o Jelly Jam. O guitarrista e vocalista Ty Tabor vem do King's X; o baterista Rod Morgenstein, do The Dixie Dregs; e o baixista John Myung, do Dream Theater. No entanto, o som dos três juntos é bastante diferente dos seus grupos de origem. Embora rotulado de progressivo, eu não consigo enxergar dessa forma, nem como neo-prog, ou qualquer outra coisa associada com isso. O som é marcado por uma guitarra pulsante, meio hard, meio stoner e com influências psicodélicas, mas não o bastante para caracterizá-lo com progressivo, afinal, uma coisa não é, necessariamente, sinônimo da outra, portanto, prefiro classificá-lo simplesmente como rock, sem frescuras ou complicações.




Toda essa confusão está ligada à origem do grupo. Entre 1997 e 2000, esses mesmos caras, mais o tecladista Derek Sherinian (Dream Theater, Planet X, Yngwie Malmsteen... Atualmente no Black Country Communion) integravam o Platypus, este sim nitidamente neo-prog. Com a saída de Sherinian o som mudou, perdeu toda aquela sofisticação e lirismo proporcionados pelo teclado, ficando mais rude e pulsante. Nascia o Jelly Jam que, apesar de compartilhar com a banda que o gerou, ao mesmo tempo é um muito diferente. Já no primeiro disco homônimo, lançado em 2001, ficou claro que aquela sonoridade progressiva do Platypus era apenas uma alusão. Também não há mais os elementos de orientação jazzística que, ocasionalmente, se apresentam no Platypus. Mas eles ainda continuam na vertente dos anos 70, só que agora a música tende para o hard rock. Ao ouvir o disco você vai encontrar citações a Led Zeppelin, Whitesnake e, provavelmente, irá notar reflexos dos Beatles, Jimi Hendrix e até Rush dos anos 80. Também estão presentes tendências espaciais de coisas como Hawkwind, Ozric Tentacles, etc. O que não significa que o Jelly Jam não seja original. Porque são sim! Eles conseguem combinar todas as suas influências em uma “geléia” de sabor acentuado e bastante divertida.




Em 2002 o Jelly Jam, lançou seu segundo álbum, intitulado 2 (dois), pura e simplesmente. Apesar da singularidade do nome, podemos notar no disco que há uma preocupação maior com o lado comercial, com arranjos mais trabalhados e um certo polimento nas mixagens, felizmente, sem comprometer a qualidade. Ano passado eles voltaram ao estúdio para gravar um novo álbum, que deve sair este ano. Será que agora engrena?
Fonte: All Music Guide, Progarchives.com e The Jelly Jam web site




The Jelly Jam
 
The Jelly Jam is a three-piece rock band, consisting of Ty Tabor of King’s X on guitar and vocals, Rod Morgenstein of The Dixie Dregs and Winger on drums, and John Myung of Dream Theater on bass. Along with keyboardist Derek Sherinian, Tabor, Morgenstein, and Myung previously collaborated under the name Platypus. Their self-titled debut album, The Jelly Jam, was released by InsideOut Music in 2002. Their second album, 2, followed in 2004. In 2010 the band returned to the studio to record Shall We Descend. This full length recording is slated for a 2011 release. Also in 2010 the band released the special bonus package, Additives.
From: The Jelly Jam official site.



[*]


segunda-feira, 16 de maio de 2011

CHAD WACKERMAN





Gente, é foda e ninguém se incomoda! Nos últimos dias ando sem tempo até para soltar pum e com uma preguiça danada de pesquisar e escrever. Como não gosto de postar discos sem comentar, fiquei devendo umas postagens, aí para não deixar uma lacuna muito grande, resolvi postar o Chad Wackerman na esperança de encontrar alguma informação pronta que eu pudesse anexar (dando o devido crédito é claro!), imaginando que seria fácil já que se trata de um “monstro” das baquetas. Mas ô paísinho de merda este nosso, no que se refere à informação musical!! Deve ser por isso que ficamos sujeitos ao lixo vomitado pela indústria musical, pois vivemos em total ignorância e a mercê do que nos é imposto pela mídia manipuladora. Porque não achei uma vírgula significativa escrita sobre o cara em nosso idioma, você encontra uma porrada de coisas em inglês, além de espanhol, francês, italiano, alemão e, se vacilar, até em grego, mas em português, necas! Por isso mesmo alguns devem estar se perguntando: mas quem é esse tal de Chad Wackerman, afinal? Pois é meus amigos, trata-se apenas de um dos melhores bateristas vivos do planeta, infelizmente, não muito conhecido por essas paragens. Numa recente lista dos 100 melhores do mundo, publicada pela revista Rollins Stones, ele aparece na vigésima primeira colocação, a frente de muita gente boa como Mitch Mitchell (Jimi Hendrix Experience), Virgil Donati (Planet X), Ansley Dunbar (Jeff Beck, Whitesnake), Mike Shrieve (Santana), Billy Cobham (Mahavishnu Orchestra) e outros. No entanto, para os fãs de Frank Zappa, Chad não é assim tão desconhecido, pois tocou com o mestre do início anos oitenta até as últimas turnês, antes de falecer em novembro de 1993. Em 1984, quando Zappa resolveu relançar em CD os discos Absolutely Free (1967), Cruising with Ruben & the Jets (1968), We're Only In It For The Money (1967) e Sleep Dirt (1979), insatisfeito com a qualidade sonora das primeiras gravações, chamou Chad para regravar as linhas de bateria. Aliás, convém lembrar para quem tem esses LPs, que os guardem a sete chaves, pois a versão original nunca foi relançada oficialmente em CD.

A primeira vez que vi Chad em ação foi no VHS (hoje disponível em DVD) Does Humor Belong In Music que trás imagens da apresentação de Frank Zappa no The Pier, de Nova Iorque, em 26 de agosto de 1984. Confesso que fiquei impressionado com aquele magrelo com cara de nerd, extremamente discreto no meio de um bando de malucos, tocando bateria com uma incrível leveza, flexibilidade e versatilidade, um estilo muito diferente do seu antecessor, Terry Bozzio, mas igualmente virtuoso. Quem tiver a oportunidade de assistir esse DVD, preste atenção no desempenho de Chad e vejam se não tenho razão.



Chad em ação no show "Does Humor Belong In Music", de Frank Zappa. Destaque para a brilhante interpretação de Bobby Martin para o clássico "Whipping Post" do Allman Brothers Band.


Americano de Long Beach, Califórnia, Chad nasceu em 25 de março de 1960 numa família de músicos onde a bateria era o instrumento da casa, pois seu pai é baterista e um premiado professor de música, lecionando tanto no ensino médio como no superior, com especialização em jazz. Ele e seus irmãos, John e Brooks Wackerman são todos bateristas proficientes e multi-instrumentistas. Sendo assim, não poderia dar outra, Chad se transformou em um fenomenal baterista de rock, jazz e, obviamente, jazz fusion. Sua trajetória como profissional se inicia em 1978 quando se uniu à banda do trombonista de jazz Bill Watrous, três anos depois, já estava no grupo de Frank Zappa onde ganhou notoriedade.

O começo da sua história com Zappa, segue contada pelo próprio baterista:

Em 1981 Kevin Brandon, um baixista amigo meu, me ligou dizendo: “estive ontem numa audição na casa de Frank Zappa, ele está procurando por um baixista e um baterista. Aqui está o número dele”. Em princípio pensei que seria inútil, ele não iria me escolher. Até que, comentei com outro amigo que me disse que eu deveria ir à audição, pelo menos eu teria uma história engraçada para contar. Pensei a respeito e percebi que não tinha nada a perder. Liguei para Frank dizendo que era baterista, morava em Los Angeles e estava interessado em fazer a audição para a banda. Ele perguntou: “você lê partitura?” Eu disse que sim, então ele retrucou: “você é um bom leitor ou um leitor fenomenal?” Sem saber muito o quê dizer, eu lhe respondi que tinha alguma experiência com música de percussão para orquestra, big band e sessões de estúdio, não havia lido as suas partituras, mas conhecia a reputação da música dele e que o material deveria ser complicado. Ele me passou o endereço e perguntou se eu poderia está lá em uma hora. Catei minhas coisas e me dirigi à casa de Frank. Ao chegar em frente ao local, a primeira pessoa que vi e reconheci foi Steve Vai, ele me apresentou dois outros músicos da banda – Ed Mann e Tommy Mars.

Ouvi um par de audições rápidas de bateria, então foi a minha vez. As peças escolhidas foram Alien Orifice (gravada em Make a Jazz Noise Here – 1991); uma parte de interlúdio em estilo clássico de Drowning Witch (Ship Arriving Too Late to Save a Drowning Witch – 1982), e Mo 'n Herb's Vacation (London Symphony Orchestra, Vol. 1 – 1983), sem dúvida uma das suas composições mais difíceis para bateria. A próxima etapa do teste foi tocar em compassos ímpares. Nós tocamos em 21/16 e 19/8. Os outros caras da banda eram extremamente seguros nisso e ficamos nesses grooves por um tempão. Na seqüência, Frank me fez tocar em todos os estilos imagináveis: heavy metal, swing, funk, rock estilo New Orleans (ele chamava isso de Delta groove), umas coisas meio Weather Report, latino, swing reggae, straight reggae, ska, punk... Depois, Frank pegou sua guitarra e executou várias levada de rock, com solos, riffs e começamos a improvisar. Terminada a minha audição, Frank me deu algumas músicas para estudar em casa e pediu para que eu voltasse nos próximos dois dias.

No final do terceiro dia, fui para casa e, de noite, recebi um telefonema dele dizendo que fez uma reunião com a banda e decidiram me dar a vaga. Isso significava três meses de ensaios, cinco a seis dias por semana, oito horas por dia. Frank tinha cerca de 80 canções que eu teria de memorizar e os arranjos eram alterados regularmente. A turnê duraria cerca de três meses, passando pelos EUA e pela Europa. Então ele me perguntou se eu estava interessado. Respondi que sim, claro! Na manhã seguinte fui para casa dele pegar uma pilha de músicas e álbuns para iniciar a memorização, os ensaios começariam em duas semanas. No final das contas, ele disse que resolveu me dar a oportunidade, porque gostou do meu feeling.




Chad e Terry Bozzio em apresentação conjunta, dois estilos distintos: o primeiro é super discreto, enquanto Bozzio é mais espalhafatoso. Dois gigantes da bateria.


Assim, Chad pegou a vaga e permaneceu na banda por sete anos, de 1981 a 1988. Ganhar e manter um lugar no grupo de Zappa não era fácil; ele exigia altos padrões musicais e impunha uma rigorosa disciplina nos ensaios e nas turnês. Chad foi o último baterista a trabalhar com Frank Zappa em turnês, pois depois de 88 ele não fez mais nenhuma, embora continuasse a lançar discos. Segundo Steve Vai ele, também, foi um dos três únicos bateristas que, ao longo da carreira de Zappa, conseguiu reproduzir com êxito as músicas "Mo 'n Herb's Vacation " e "The Black Page", consideradas excepcionalmente difíceis. Os outros dois foram: Terry Bozzio e Vinnie Colaiuta.


Chad Wackerman - Scream [2000]

[*]



De lá para cá, Wackerman passou a tocar com o guitarrista Allan Holdsworth com quem gravou uma série de álbuns, além de trabalhar em estúdio com vários outros artistas, gente como Steve Vai, Andy Summers, Men at Work, Ed Mann, Albert Lee, Colin Hay, Dweezil Zappa, Tom Grant, e até mesmo Barbra Streisand. É mole! Viajou pelo mundo acompanhando James Taylor, John Patitucci, Joe Sample, e outro ex- cupincha de Frank Zappa, o grande Terry Bozzio. Chad ainda encontrou tempo em sua agenda lotada para lançar, esporadicamente, alguns álbuns solo - Forty Reasons (1991), The View (1993), Scream (2000) e Legs Eleven (2004). Todos eles bons discos, com momentos brilhantes e outros nem tanto assim, deixando evidente que o negócio dele é muito mais acompanhar outros músicos, do que a carreira solo. Quando sobra um tempinho, costuma ministrar algumas clínicas de bateria mundo afora, chegando a publicar um livro de estudos chamado “Double Hi Hat Exercises for the Contemporary Drummer”. Chad viveu na Austrália por dez anos, entre 1995 e 2005. Devido às mudanças no cenário musical australiano e um aumento de shows nos Estados Unidos, Ele decidiu voltar para a Califórnia em julho de 2005.
Fonte: Wikepedia, All Music Guide e Site oficial de Chad Wakerman.



Chad se apresentado com Allan Holdsworth em 2007, no Yoshi's, um misto de jazz club e restaurante japonês, localizado em Oakland, Califórnia.





CHAD WACKERMAN





Chad Wackerman born March 25, 1960 in Long Beach, California, is a jazz, jazz fusion and rock drummer; raised in Seal Beach, California, in a family immersed in music. His father, a drummer, is an award-winning music teacher who has taught at both high school and middle school levels with a specialization in jazz. Chad and his brothers, John, and Brooks Wackerman are all proficient drummers and multi-instrumentalists. Wackerman joined the Bill Watrous band in 1978 and later went on to work with Frank Zappa for seven years, from 1981 to 1988. Gaining and keeping a place in Zappa's band was not easy; Zappa demanded high musical standards and imposed exacting discipline in rehearsal and on tour.

Get a spot in Frank Zappa's band was very hard, the auditions were grueling, as Wackerman wrote in your web site:

"In 1981 a bass player friend of mine, Kevin Brandon, called me and said, "I just spent yesterday at Frank Zappa's house auditioning for his band. Here's his number, Frank's looking for a bass player and drummer". I first thought that it would be pointless, that I wouldn't get the gig. It wasn't until I spoke with Jim Cox who said I had to go and audition, because I'd get a funny story out of it. I thought it over and realized that I had nothing to lose. I called Frank and spoke to him, telling him that I was a drummer who lived in L.A. and was interested in auditioning for the band. He said "Do you read"? I told him I did, then he said "Are you a good reader or are you a phenomenal reader?". Not knowing quite what to say, I told him I had experience in percussion ensemble music, big band, session work etc, but I hadn't seen his notation, although the reputation of his music was that it was complicated stuff. He gave me his address and asked if could I be there in an hour. I packed up my drums and drove up to Frank's house. I was let in the gate and the first person I saw and met was Steve Vai. Steve introduced me to the other core members of that tour - Ed Mann and Tommy Mars.

I heard a couple of quick drum auditions, then it was my turn. The pieces he auditioned on were Alien Orifice, Drowning Witch (the classical interlude part). Mo and Herb's Vacation- (which is arguably the most difficult drum part of his compositions). After somehow getting through the music - (all of the drums were written classical style, bass drum, snare, 4 toms, ride, crash, hi hat, china cymbal, 3 roto toms castanets, cowbell). All of the drums had their own respective lines written on the staff. Some rhythms were comprised of polyrhythms nested in other polyrhythms, and all of the music was beautifully copied. The next stage of the audition was playing in odd time signatures. We played in 21/16 and 19/8. The other guys in the band were extremely solid on this stuff, and we played these grooves for a long period of time. Frank then had me play in just about every style imaginable; heavy metal, swing, funk, New Orleans style rock (he called it a Delta groove), a Weather Report type feel, Latin styles, Swing Reggae, Straight Reggae, Ska, punk...Then it was combining an odd time and a Ska feel or a Reggae feel... After this Frank put on his guitar and played various rock feels, solos, riffs and we began to improvise off of certain feels. This ended day one of my audition. Frank had me return for the next two days for more playing - I got to take home some of the music and we basically just did lots and lots of playing.





At the end of the third day, I went home and got a call that night from Frank saying that he just had a meeting with the band , and they had decided to offer me the gig. This meant 3 months of rehearsal 5 to 6 days a week, 8 hours a day. Frank had about 80 songs that we were to memorize, and arrangements changed regularly. The tour was 3 months in the US and Europe. He then asked me if I was interested in the gig! (I answered yes of course). I was to go to his house the next morning to pick up a stack of music and entire albums to start memorizing, as rehearsals started in 2 weeks. He then said that I got the gig because he liked my feel."

In 1983, he toured, but did not record, with Australian rock act Men at Work. Wackerman played on the One Voice album and video with Barbra Streisand. He has also recorded albums and toured with artists such as Allan Holdsworth, Steve Vai, Andy Summers, Ed Mann, Albert Lee, Colin Hay, Dweezil Zappa and Tom Grant. Chad was also the drummer for the house band on the first Dennis Miller late night talk show. Chad has also toured with James Taylor, best friends Mark Linn-Baker and Larry Sweeney, John Patitucci and Joe Sample, as well as fellow Zappa drummer Terry Bozzio in a series of all-percussion concerts. Chad lived in Australia for ten years between 1995 and 2005. Due to changes in the music scene in Australia and an increase in gigs in the United States, Chad decided to move back to California in July, 2005.
From: Wikepedia and Wackerman web site.


Chad Wackerman Trio - Hits Live [2009]

[*]



domingo, 9 de janeiro de 2011

Ambient 1: Music For Airports






Sempre gostei de música ambiente, um gosto que remonta a minha infância, eu estudava semi-interno no Colégio de São Bento, lá no centro de São Paulo e saindo da escola eu ia para a rua XV de Novembro onde ficava o escritório do meu pai, esperar o dia dele terminar para irmos juntos para casa. O escritório era de uma importante corretora da Bolsa de Valores e tudo era muito chique por ali, móveis bacanas, quadros caros nas paredes e um sistema de som interno que tocava música até nos elevadores. O som era tipo jazz ou música brasileira instrumental, tocada de forma calma e descontraída, mais tarde isso passaria a se chamar de Smooth Jazz ou coisa assim, mas na época, diziam que o nome daquilo era Muzak, no popular: música de elevador, por referir-se a um estilo com arranjos instrumentais bem suaves, destinados para tocar em escritórios, lojas de departamento, aeroportos, salas de espera e, obviamente, elevadores e afins. Algumas legais e outras eram, realmente, o que os ingleses costumam chamar de “pain in the ass”, em português seria “um pé no saco”, mas prefiro usar o termo britânico, porque, a meu ver, uma dor no cu incomoda muuuito mais que um pé no saco, é claro que há controvérsias, mas não vamos entrar nessa ceara! Na verdade, não era um som envolvente, somente algo para servir de pano de fundo ao invés do silêncio. Mas isso mudaria a partir do final dos anos 70, quando um maluco genial chamado Brian Eno desenvolveu um projeto experimental voltado para a música ambiental, convenientemente chamado de Ambient. O primeiro dele foi justamente Ambient 1: Music for Airports (1978), seguido por Ambient 2: Plateaux of Mirror (com Harold Budd - 1980); Ambient 3: Day of Radiance (com Laraaji - 1980); Ambient 4: On Land (1982). Creio que, a partir de então, ficou estipulando o nome Ambient para esse tipo de música, embora o próprio Eno já tivesse feito um trabalho neste estilo anteriormente chamado Discreet Music, em 1975. Então, deduzimos que Ambient é a evolução do Muzak, no entanto, contudo e porém, a origem de tudo é bem mais antiga do que isso. Não sou nenhum doutor, professor ou expert da história da música, mas a coisa mais ancestral que ouvi, similar a isso, está na obra de Frédéric Chopin (1810-1849), seus 12 noturnos para piano. Que, por sua vez, devem ter influenciado o grande Erik Satie (1866-1925) na criação de “Gymnopédies” e “Gnossiennes”, duas obras primas da música universal, que arrisco chamar de raízes da Ambient Music. Daí, até chegarmos a Eno, passamos por John Cage (não confundir com John Cale do Velvet Underground), Karlheinz Stockhausen, György Ligeti, John Chowning, o trio Cluster (Hans-Joachim Roedelius, Dieter Moebius a Conny Plank) e outros que me fogem a memória, mas creio que esses são os principais nomes envolvidos no processo de criação deste modo musical. Esses caras, embora de bagagem erudita, foram pioneiros da música eletrônica e tiveram forte influência em Brian Eno, que, para quem ainda não se tocou, ou não sabe, é aquele mesmo Brian Eno do Roxy Music, produtor do Talking Heads, David Bowie, U2 e um dos profissionais mais respeitados e solicitado da atualidade.









Atmosphères de György Ligeti, serviu de trilha para o filme "2001: Uma Odisseia no Espaço", de Stanley Kubrick, e de inspiração para Brian Eno no desenvolvimento do seu trabalho de música ambiental



O uso da eletrônica foi importante na evolução da Música Ambiental, ao ampliar o espaço sonoro para além dos atributos musicais clássicos (ritmo, melodia e harmonia), destacando o timbre, sobre o qual poderia atuar de forma mais abrangente, graças à possibilidade de multiplicar os sons produzidos pelos instrumentos tradicionais. Por outro lado, esse recurso também foi meio responsável pela banalização da coisa. Praticamente ao mesmo tempo em que surgiu o termo Ambient Music, apareceu o rótulo New Age. O que distingue uma coisa da outra? Eu não saberia dizer ao certo, pois muitas vezes um artista de Ambient é caracterizado como New Age e vice-versa. Mas tenho uma forte teoria: o brega. New Age parece estar ligado mais à meditação, mantras, fadas, cristais e ao mundo espiritual. E muitas vezes, graças aos recursos eletrônicos, a gente chega a duvidar da capacidade musical do intérprete, que parece estar mais apertando botões do que tocando música. Sem falar no ambíguo gosto das capas dos álbuns que, de maneira geral, são sempre as mesmas (cosmos, paisagens surreais, gnomos...) onde só mudam o título. Eu diria que New Age é uma forma comercial de Ambient Music. Pois venhamos e convenhamos que este não é um tipo de música fácil de se vender. Aí, muita gente tende para o lado de fadas, cristais, mantras e naturebas, como apelo comercial, acabam banalizado a coisa e abrindo brechas para um monte de charlatões, ofuscando, pelo preconceito, trabalhos sérios como Ambient 1: Music for Airports, praticamente todo construído com recursos eletrônicos.







Felizmente há quem saiba separar o joio do trigo, o grupo Bang On A Can é um desses. De fato, é muito mais que um grupo, trata-se de uma organização multi-facetada de música clássica, baseada em Nova York. Foi fundada em 1987 por três compositores americanos que continuam como seus diretores artísticos: Julia Wolfe, David Lang e Michael Gordon. É uma força importante na apresentação da nova música de concerto, e apresentou centenas de eventos musicais em todo o mundo. Reconhecendo o valor da Ambient Music, eles resolveram fazer uma homenagem a Brian Eno, em celebração ao vigésimo aniversário de Ambient 1: Music for Airports, recriando a obra e tomando o cuidado para reproduzir os originais de Eno exatamente como são, de forma que cada peça está, precisamente, do mesmo tamanho que a original. Para dar mais peso a este tributo, saíram numa turnê mundial que encantou auditivamente fãs e artistas da música ambiental em todo planeta.

A matéria publicada por André Gomes, no Bodyspace.net, em fevereiro de 2007, por ocasião da apresentação do Bang On A Can, no Porto, em Portugal, ilustra muito bem o efeito causado pela execução da obra.


Quando em 1978 publicou Ambient 1 – Music for Airports, Brian Eno afirmou no booklet do disco que a música ambiental deveria ser capaz de acomodar muitos níveis de atenção auditiva sem forçar nenhum em particular. Disse também que a música ambiental deve ser tão ignorável quanto interessante. De facto, Ambient 1 – Music for Airports, que chegou a ser apresentado como instalação no Marine Air Terminal do aeroporto de LaGuardia, em Nova Iorque, cumpre todos esses requisitos; é cativante mas não aprisiona; é ao mesmo tempo um disco desafiante e de fácil e rápida fruição; belo e inserido numa realidade concreta, num ambiente especifico.

Movido pela admiração ao trabalho de Brian Eno, há alguns anos atrás, o grupo nova-iorquino, Bang on a Can, ligado por cordão umbilical a um festival com o mesmo nome, tratou de transpor Ambient 1 – Music for Airports para ser tocado ao vivo por uma orquestra. O resultado foi uma digressão e um disco lançado em 1997 pela Point Music. O trabalho dos nova-iorquinos levou a o próprio Brian Eno a afirmar que Ambient 1 – Music for Airports tinha crescido e se tornado num ser completo – apesar das vozes que acham que a intervenção do Bang on a Can vai contra a própria idéia da música ambiental.

A apresentação de Ambient 1 – Music for Airports ... ...começou por volta das 23:00 com a execuçãor “1/1”, tema composto por Brian Eno, por Robert Wyatt e Rhett Davies. Na peça dominam os sons do piano (que se repetem) e toda uma ambiência que é criada respeitando sempre o silêncio e as pausas. A interpretação dos Bang on a Can mostrou-se desde logo respeitosa e sublime. Os seis músicos em palco tinham a matéria bem estudada – não é à toa que o San Francisco Chronicle lhes chamou “o veículo de música contemporânea mais importante do país”... ...A representação dos Bang on a Can da obra fundamental de Brian Eno nunca se limitou a imitações; antes, partiu dela para, como disse e reconheceu Brian Eno, lhe dar uma outra vida, uma outra dimensão, distinta mas não necessariamente contraditória. Mais do que no bis (que não impressionou especialmente), a primeira parte de interpretação de Ambient 1 – Music for Airports teve momentos verdadeiramente sublimes.
Por André Gomes, no Bodyspace.net




Está aí, meus caros, tudo que podia ser dito sobre a obra, seu estilo e sua criação, agora ouçam as duas interpretações e confirmem que a música, diz muito mais por si só, do que mil palavras. Agora, apertem os cintos e boa viagem!






Ambient 1, Music For Airports


Bang On A Can - Brian Eno's Music For Airports [2009]
[*]


When the innovative classical ensemble Bang on a Can All-Stars released its version of Ambient music forefather Brian Eno's seminal Music for Airports (Virgin/Astralwerks, 1978) on POINT Music in 1998, it demonstrated how a composition seemingly far removed from the classical sphere could be absorbed into the legitimate canon. And although the studio version is already ten years old, the suite has remained an active part of the group's repertoire, performed as recently as last year at the Bang on a Can Marathon in New York City. With Music for Airports (Live) this unconventional chamber group has delivered a concert rendition of Eno's masterwork to pair with their studio performance; in doing so, clarinetist Evan Ziporyn and BoaC artistic directors Michael Gordon, David Lang and Julia Wolfe have turned Eno's premeditated artistry into something more interpretive and interactive, albeit in decidedly subtle ways. That Eno created much of this experimental music with loops of varying lengths—the end result being a happy blend of coincidence and confluence—make BoaC's live arrangements all the more intriguing.

Eno's original intent with Music for Airports—and subsequent ambient recordings—was to create music of an almost subliminal nature. It offered listeners a relaxing sonic backdrop, a serene alternative to the stimulating music often played in airports, where stress levels already run high and stimulation is the last thing people need. It was music to be felt, more than heard.

While it's easy to lay back and get lost in BoaC's live performance of the piece's four sections, the group has made the listening experience more actively engaging, especially on Ziporyn's arrangement of "2/2," where there's an improvisational component and a gradual, dramatic build-up that's in understated contrast to Eno's less invasive original. Gordon's painstaking arrangement of the suite's most well-known section, "1/1," combines the ensemble's unorthodox instrumentation—cello, clarinet, guitar, percussion, piano/keyboards and bass—with sampled voices, creating a more expansive (but equally calming) soundscape.

Sampled voices also drive "1/2," but Lang's arrangement introduces the other instruments so gradually that its unhurried unfolding and slowly shifting textures offer surprises without losing the piece's inherently tranquil stasis. Wolfe's reworking of "2/1" make guitar and a variety of chime-like sounds behave in an almost call-and-response fashion.

The differences between BoaC's studio version and this live recording are certainly unobtrusive. With the exception of the improvisatory "2/2," it's more about nuance and delicate interpretation of phrase than vivid, definitive re-creation. But if the studio album proved that Eno's ambient music can could be scored as contemporary chamber music, then Music for Airports (Live) reveals it to be no different than any classical piece that receives multiple readings. The differences in interpretation across the versions may be rarified, but they're genuine differences nonetheless, and make Music for Airports (Live) a worthwhile adjunct to Bang on a Can's fine studio recording.
By John Kelman (All About Jazz - published: February 10, 2008)


Brian Eno - Ambient 1: Music For Airports [1978]
[*]





Uma amostragem da maravilhosa Gymnopédie No. 1 de Erik Satie, precursor da Ambient Music e um dos compositores mais influentes da música de vanguarda.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Jeff Babko - Mondo Trio [2007]





Atendendo a minha súplica no post anterior, o blog Only Good Song gentilmente enviou um link para o mais recente trabalho de Jeff Babko, lançado em maio de 2007. Talvez, por gravar tão poucos discos e espaçados por um longo período, um disco de Babko nunca soa parecido com o outro, como se o artista quisesse sempre mostrar um lado diferente da sua faceta musical a cada trabalho. Em Mondo Trio, tudo está muito mais solto e experimental do que em Broject, em alguns momentos chega até a me lembrar um pouco do rock progressivo do Emerson Lake & Palmer. A resenha de Milkowski Bill que encontrei no site da gravadora AbstractLogix ilustra bem a situação:

Mondo Trio é essencialmente, um veículo experimental que permite a Jeff Babko mergulhar em alguns dos aspectos mais subversivos da sua musicalidade multifacetada, este trio renegado é também uma boa vitrine para o baterista Vinnie Colaiuta, que, como numa vingança, está totalmente solto sobre as nove faixas, e, ao mesmo tempo, uma audaciosa aventura para o saxofonista Jeff Coffin, do Bela Fleck and the Flecktones. Juntas, essas três forças musicais altamente criativas, conduzem um pacote musical de fusion, funk e jazz organ trio como num processo de purificação, obtendo resultados cintilantes.



"Esta banda representa uma libertação para mim ", diz o tecladista talentoso que aprendeu a tocar com formação clássica aos cinco anos de idade, para mais se formar em jazz pela Universidade de Miami. "É muito diferente para nós. Não temos a oportunidade tocar esse tipo de música em nossos contidianos profissionais, mas realmente nos divertimos fazendo isso. "



O som da bateria de Vinnie está muito presente na mistura musical ao longo do Mondo Trio, aterrando a sessão com uma autoridade retumbante. Como Babko explica: "Isso é coisa do engenheiro Niko Bolas. Ele trabalha gravando, principalmente, artistas de rock como Neil Young e Keith Richards. Ao ponto de poder ser considerado um produtor de rock, Niko conhece muito bem o Vinnie e tem trabalhado com ele há anos. Então eu sabia que obteria um bom som da sua bateria neste projeto. Antes de começarmos, dissemos a ele: Nós não queremos que isso seja uma gravação segura. Não queremos uma viajem muito jazzística, conduzida ao som do prato. Vamos deixar que seja bruto e capturar a energia ao vivo da sessão. E eu sabia que, dada a atitude de Niko e de onde ele vem sonoramente, que seria capaz de conseguir isso. Um monte de gente pode querer ter a bateria desempenhando um papel mais de apoio, mas aqui são realmente três vozes iguais. "

Essas três vozes, combinam uma explosão retumbante de energia cinética, causada por músicos inspirados dentro de uma volátil jam orientada a La Mondo Trio.
Por Milkowski Bill, do AbstractLogix





Jeff Babko - Mondo Trio

Essentially an experimental vehicle allowing Jeff Babko to delve into some of the more subversive aspects of his multi-faceted musicality, this renegade trio offering is also a brilliant showcase for all-world drummer Vinnie Colaiuta, who is turned loose on these nine tracks with a vengeance, and also for the audaciously adventurous saxophonist Jeff Coffin [Bela Fleck and the Flecktones]. Together these three highly creative musical forces push the envelope on funk, fusion and organ trio jazz originals with some cathartic, scintillating results.




This band represents a release for me," says gifted keyboardist who began classical training at age five and later studied jazz at the University of Miami. "It's so different for us. We don't get a chance to play this kind of music in each of our commercial situations but we really had fun doing it."

The sound of Vinnie's drums is very present in the mix throughout Mondo Trio, grounding the session with resounding authority. As Babko explains, "That comes from the engineer, Niko Bolas. He works on mostly rock records by people like Neil Young and Keith Richards. He would be considered a rock producer but he knows Vinnie real well and has worked with Vinnie for years. And so I knew he would get a great sound on his drums for this project. Initially we told him, 'We don't want this to be a safe recording. We don't want a pretty sounding jazz ride cymbal sound. Let's get it to be raw and let's capture the live energy of the session.' And I knew that given Niko's attitude and where he comes from sonically, he would be able to get that. And a lot of guys might want to have the drums play a more supportive role, but here it's really three equal voices."

Those three voices combine for one resounding burst of kinetic energy and inspired playing on the volatile jam-oriented Mondo Trio

By Milkowski Bill, from AbstractLogix




[*]


segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Jeff Babko - Broject [2004]





Em princípio parece algum tipo de piada ou brincadeira com o guitarrista Jeff Beck pela semelhança dos nomes, só que o instrumento é outro, Babko é tecladista e dos bons (ainda toca acordeom e trombone). A capa, também, não é nenhum primor das artes gráficas. Então, ao julgar pelas aparências, esse disco passaria batido por muita gente, inclusive os mais fervorosos amantes de fusion. O que seria um pecado mortal! Porque é um disco muito bom, capaz de agradar os mais exigentes ouvintes. Em Broject, Babko deixa bem explícito sua carga de influências e nas dez faixas que desfilam pelo álbum, encontramos nítidas referências à Miles Davis (Bitches Brew), Weather Report, o citado Jeff Beck, entre outras. Tudo num sofisticado misto de sonoridades e estilos que envolvem jazz, rock, funk, afro e mais alguma coisa. Além disso, o escrete de músicos é de primeira qualidade e, também, de tendências distintas: nas guitarras, além do desconhecido Toshi Yanagi, temos Michael Landau e David "Fuze" Fiuczynski; na bateria está Toss Panos (Robben Ford), com apoio percussivo de Simon Phillips (Jeff Beck, The Who, Eric Clapton e mais meio mundo); a cozinha se completa com Mike Elizondo (Dr. Dre) e o disco ainda conta com o sopro de John Daversa nos metais, que eu nunca tinha ouvido, nem de falar, mas que manda muito bem.

Embora não seja conhecido do grande público Jeff Babko é considerado um dos melhores tecladistas de Los Angeles na atualidade, sendo muito solicitado nos mais diversos trabalhos, inclusive para trilhas de cinema e televisão. Natural do sul da Califórnia, ainda quando estava no colegial, Jeff estudou no prestigiado California Institute of the Arts, período em que desenvolveu um eclético gosto musical focado principalmente em rock, jazz e fusion. Formou-se pela Miami School of Music e retornou para Los Angeles montando o seu primeiro quarteto de jazz, o The Jeff Babko Group, com o qual gravou seu primeiro disco Misfits Of Silence, aos 23 anos de idade. – Cara, ele deve fazer isso de propósito, porque o primeiro grupo do Jeff Beck se chamava The Jeff Beck Group, uma pessoa antenada em música como ele, não poderia deixar isso passar despercebido, creio que Babko resolveu tirar algum proveito da similaridade entre os nomes, se foi realmente isso, não funcionou, porque muito pouca gente sabe que ele existe. Nessa época, ele se virava tocando jazz nas casas noturnas de L.A., mas mesmo nos States, esse negócio de tocar na noite não rende muita grana, então foi convidado para participara da turnê mundial do astro latino Julio Iglesias, tendo a oportunidade de rodar o mundo por três vezes e aparecer na televisão em diversas ocasiões. – Pois é, o que a gente não faz para sobreviver! “Perdoai-vos ó pai, eles não sabem o que fazem”. Apesar dos pesares, isso não foi ruim para ele, que aproveitou para conhecer pessoas, locais e fazer contatos. Foi mais ou menos nessa época que conheceu Simon Phillips, de quem se tornou grande parceiro musical, ambos trabalharam juntos em diversas oportunidades, participando do disco, um do outro e até lançando um trabalho em conjunto chamado Vantage Point (2000), por sinal, muito bom, mas numa linha jazzística mais tradicional.




Definitivamente carreira solo não é o negócio de Babko, ele está mais para uma linha de músico de estúdio, acompanhando artistas dos mais variados estilos em turnês, gente como Robben Ford, Colin Hay, Rick Braun, James Taylor, Larry Carlton, Shelby Lynne, Steve Lukather... Trabalhando na televisão desde 1999, Babko participou de várias bandas em programas como Martin Short Show, Wayne Brady Show e mais recentemente, Jimmy Kimmel Live. O cara, também, tem se envolvido em trilhas para o cinema e trabalhou em várias: The 40 Year Old Virgin, Garden State, Super Bad, Dawn of the Dead, Made, The Dead Girl, Two for the Money, Ray Romano's 99 Miles To Go, Dirty, e School for Scoundrels.

Três anos depois de Broject, ele lançou seu quarto disco solo, Mondo Trio, porém não foi exatamente uma coisa planejada, surgiu a partir de um experimento de dois dias de gravação realizado no Sage & Sound Recording em Hollywood, pelo produtor Niko Bolas (Warren Zevon, Neil Young), tendo como parceiros o saxofonista do Flecktones, Jeff Coffin e o lendário baterista Vinnie Colaiuta (Frank Zappa). Álbum apontado pela revista Down Beat como um dos melhores do ano. Aliás, eu já ouvi o disco, gostei bastante e recomendo, mas não o encontrei em nenhum lugar, se alguém souber de um link eu serei muito grato. Bueno... No mais, é isso aí, acho que deu para notar que o tal do Jeff Babko é um músico de poucos, mas bons discos. Melhor assim! Pode não ser tão brilhante quanto o Jeff Beck, mas está longe da mediocridade de caras que lançam discos aos montes e sem nenhuma qualidade musical.
Fonte: jeffbabko.com





Jeff Babko - Broject [2004]





Anative of Southern California, Jeff Babko studied privately at the prestigious California Institute of the Arts while still in high school. Collecting all styles of used vinyl, Jeff also developed a strong interest in pop/rock FM radio, as well as jazz and fusion music. After high school, Jeff went across the country to attend the University of Miami School of Music, and quickly became one of South Florida's hardest working musicians as well. After graduating and returning to Los Angeles, Babko formed his first jazz quartet, "The Jeff Babko Group," and recorded and produced their first record at the age of 23, released on his own label. This CD, Misfits Of Silence, received worldwide distribution and charted nationally at jazz radio.

While playing jazz in L.A., Babko was invited to tour with Latin superstar Julio Iglesias, which led to three world tours and many television appearances. One of Jeff's strongest connections has been with drummer Simon Phillips (Jeff Beck, The Who). In 1997, Simon embarked upon his first solo tour, and eventually this band would record two albums, Another Lifetime and the live Out of the Blue. Simon and Jeff also co-led a "straight ahead" jazz record, Vantage Point, as well as the "hi-def" DVD, Resolutions. Simon's connection would lead to Jeff touring with L.A.'s legendary band, Toto, where Jeff was the first ever replacement keyboardist for founder David Paich. Jeff has also toured with alt-country singer Shelby Lynne, guitarist Robben Ford, Men at Work's Colin Hay, smooth jazz trumpeter Rick Braun, and in 2003 played keyboards for James Taylor on his "October Road" tour. Babko has also performed with composer Mark Isham, singer John Waite, Sheila E. and the Escovedo family. His most recent extensive live collaborations have been with guitarist Larry Carlton, which culminated in two recent recordings: Firewire and Live In Tokyo (With Robben Ford).

Recording highlights include arranging and playing on Toto guitarist Steve Lukather's demented Christmas record, Santamental , which also featured Slash, Eddie Van Halen, Steve Vai, and Edgar Winter. Babko has also recorded with Tim McGraw, Willie Nelson, Natasha Bedingfield, The Corrs, Dilated Peoples and Dr. Dre., among many others.

Babko keeps busy working on film scores as well, and his films include the #1 2005 hit The 40 Year Old Virgin, Garden State, Super Bad, Dawn of the Dead (#1 2004 remake), Made, The Dead Girl, Two for the Money, Ray Romano's 99 Miles To Go, Dirty, and School for Scoundrels. Babko has contributed to composing and playing on the 2007 Miss America show, the 2003-2005 World Stunt Awards, "Heist," "Vegas Weddings Unveiled," and more.




[*] [*]





Uma pequena amostra do trabalho de Simon e Babko juntos, como eu disse no texto, é diferente do que eles fizeram em Broject, onde linha é mais fusion, mas na falta de um vídeo do disco, resolvi colocar este que, apesar do som mais light, mostra bem a qualidade dos músicos.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Dave Brubeck at the Kennedy Center Honors 2009



Uauu! Vejam só essa homenagem ao grande Dave Brubeck!
Esqueçam os Obamas, prestem atenção no baixista Christian McBride, fodão, é um dos meus favoritos! Jon Faddis tambem está arrebentando no trompete.

Na platéia dá para notar entre outros Ben Harper e Eddie Vedder e ao lado do mestre vemos Robert De Niro. Público seleto! Agora, o ápice é quando apresentam o Brubeck Brothers: Darius (piano), Chris (trombone), Matthew (cello) em grande performance, e Dan (bateria). A expressão de Dave é nitidamente de emoção e surpresa. Um momento mágico da música universal!!







Dave Brubeck at the Kennedy Center Honors 2009
By Michael J. West (JazzTimes 12/07/09)


It’s only once in a blue moon that the Kennedy Center Honors, the Washington institution’s annual lifetime achievement awards for American performing arts, salutes a jazz musician. The last instance was in 1996, when Benny Carter was honored—and that, allegedly, took President Clinton’s intervention, since the revered-in-jazz Carter was unknown to most of America. This year, however, the Kennedy Center found that rare overlap of genuine innovation and popular acclaim in Dave Brubeck. The pianist and composer was feted in Washington on Dec. 6, his 89th birthday, at a ceremony (taped by CBS for broadcast) attended by a cross-section of Hollywood royalty and D.C. power players including President and Mrs. Obama, Vice President Biden and House Speaker Pelosi.

Brubeck was part of a five-person honor roll that also included rocker Bruce Springsteen, opera diva Grace Bumbry, comedian and film director Mel Brooks and actor Robert De Niro. The tribute to Brubeck was the evening’s second (after De Niro’s), with a presentation anchored by fellow pianist Herbie Hancock... ...After a short film celebrating Brubeck’s life and work, from his father’s California ranch to his quartet with Paul Desmond to his elder statesmanship, mistress of ceremonies Caroline Kennedy Schlossberg took the stage to announce an all-star musical tribute: a quintet featuring trumpeter Jon Faddis, altoist Miguel Zenón, pianist Bill Charlap, bassist Christian McBride and drummer Bill Stewart. They played a few of Brubeck’s best-known tunes, beginning with “Unsquare Dance” and “Kathy’s Waltz.” Faddis stood out from the group on these, playing shining virtuosic lines at breakneck speed against Zenón peppery bebop phrases. On the CBS monitors, Michelle Obama could be seen gently swinging in her seat.

When it came to Brubeck’s biggest hit, “Take Five,” the ensemble grew considerably. A curtain rose to reveal the U.S. Army Field Band’s Jazz Ambassadors, a group of 13 horn and reed players, who joined the quintet in an impressive arrangement of the tune. Then, on a sliding stage, came a piano with Hancock in the driver’s seat, soloing in a typically complicated and breathtaking harmony. (McBride later confessed that he was lost within one bar.)

The ranks swelled yet again for “Blue Rondo à la Turk.” This time the new arrivals were Brubeck’s four sons—Darius (piano), Chris (trombone), Matthew (cello), and Dan (drums). With 22 musicians onstage, it sounded like a full (and sublime) symphony orchestra was soaring through the 9/8 groove, particularly with McBride and Matthew Brubeck (who played a splendid arco solo) now forming a string section. Just before the song closed, the whole group segued seamlessly into a chipper rendition of “Happy Birthday” that led right back to the “Blue Rondo” coda.

“He’s 89 years old today,” Hancock had said of Brubeck in his intro, “But when he sits down to play, he turns on that smile and loses 40 to 50 years just like that.” Though Brubeck wasn’t playing, the smile he flashed as his tribute ended was at full blast. Its rejuvenating powers weren’t an exaggeration.




quarta-feira, 4 de agosto de 2010

IMELDA MAY






Com um visual pin up de cair o queixo, Imelda May, tem uma sonoridade rockabilly temperada com os condimentos jazzísticos do swing. Apesar de retrô, ela me lembra uma femme fatale daqueles filmes noir, eu não me surpreenderia se com seu próximo disco, Mayhem, prestes a ser lançado com suporte de uma grande gravadora, ela se torne uma cantora da esfera pop, bombando nas rádios e MTVs da vida. Afinal ela tem belas pernas, um corpinho curvilíneo e um rosto angelical, o que já é suficiente para um produtor esperto criar uma nova estrela. Não bastasse tudo isso, Imelda ainda canta muito, tem talento, voz e personalidade. É verdade que seu tipo de música não é bem o ideal do mainstream, porém, se deu certo com Amy Winehouse, pode acontecer com ela também. Mas para ser franco, eu prefiro que ela continue orbitando mais no espaço alternativo, pois essa coisa de sucesso costuma corromper as pessoas.

Imelda Mary Higham nasceu em 10 de julho de 1974, na Irlanda, mas ficou conhecida como Imelda May. Antes de se casar com o guitarrista da sua banda, Darrel Higham, ela usava o nome de Imelda Clabby, com o qual lançou seu primeiro disco em 2003, No Turning Back, posteriormente relançado em 2007 com seu nome atual. Por ser uma cantora relativamente nova no mercado da música, não consegui levantar muitos dados relevantes sobre a sua vida, como curiosidade descobri que ela é a caçula de cinco filhos, tem um cachorro, fala com um sotaque característico de Dublin, e gosta de sorvete. Mas o que importa mesmo é a música e neste quesito a mocinha manda muito bem, influenciada por Elvis Presley, Billie Holiday e obviamente Wanda Jackson (a rainha do rockabilly), Imelda interpreta velhos clássicos do rock e composições próprias com a desenvoltura de uma veterana, usando suavidade nas baladas e agressividade nas músicas mais rápidas. Tocando em pequenos clubes noturnos locais, a partir do lançamento do segundo disco, Love Tattoo (2008), sua vida profissional deu uma virada e as coisas começaram a acontecer, mesmo com pouco tempo de carreira ela já dividiu o palco com Alison Moyet, Dionne Warwick, Bryan Ferry, Anastasia, The Supremes, Sister Sledge, Scissor Sisters, The Dubliners, Madeleine Peyroux, Matt Bianco, Jools Holland, U2, Eric Clapton, Van Morrison e Jeff Beck. Foi justamente por causa deste último que eu fiquei sabendo da existência da mocinha, pois a mesma participou do mais recente CD de Jeff Beck, Emotion & Commotion (2010), cantando “Lilac Wine” quase tão bem quanto a versão imortalizada por Nina Simone. Desde que conheceu Imelda em um programa de televisão em 2008, que Jeff vem apadrinhando a cantora, além da gravação juntos, o cara ainda a carregou para sua apresentação no Grammy deste ano e sempre que possível, da o ar da graça em alguns shows dela e vice-versa. Uma relação oportuna aos fofoqueiros de plantão, no entanto, convém lembrar que, assim como Imelda, Jeff é muito bem casado (com a atriz Sandra Cush) e pelo que consta, a relação dos dois vai bem obrigado, pois, ao contrário de muitos roqueiros por ai, o guitarrista é do tipo sossegado e não curti muito esse negócio de ficar badalando no jet set.





Bem... Fora isso, deixo vocês com uma pequena biografia que traduzi do site oficial de Imelda May:

"O problema com uma artista como Imelda May é que ela é tão boa, que é quase impossível fazer uma resenha crítica, seu desempenho é impecável." - Clash Magazine


Imelda May, nasceu em Dublin e foi criada em Liberties, seu nome pode ser desconhecido para alguns, mas para outros já é uma superstar. Ela é inconfundível, tanto na sua música (uma fusão de surf guitar, blues e rockabilly que poderia muito bem fazer parte de um filme de David Lynch), quanto no seu estilo, com uma espiral loira em meio ao seu cabelo preto. Na Irlanda seu álbum de estréia Love Tattoo, gravado e lançado pelo seu próprio selo, foi disco triplo de platina, ou seja, vendeu mais de 3.000.000 de unidades. Ela já dividiu o palco com muito big shot da música e agora, com o prestes lançamento de seu novo álbum, Mayhem, está muito próxima de se tornar uma grande estrela do rock.

Sendo a caçula de cinco filhos, Imelda esteve bastante suscetível as influências vindas de seus irmãos e irmãs mais velhos, pelos sons que ouvia constantemente através das paredes da sua casa. Havia folk, a obrigatória parada pop e também tinha Elvis. “Meu irmão era um grande fã de Elvis e um dia eu encontrei em seu quarto uma fita com Elvis, Eddie Cochran e Gene Vincent. Achei aquela música fantástica.

Uma coisa que me levou a conhecer diferentes estilos de música, aconteceu quando eu ainda era muito jovem, uma loja de discos local estava saindo do negócio e liquidando o estoque. Eu me lembro de ter ido lá, tinha uns 16 ou 17 anos provavelmente, e havia acabado de ganhar uma vitrola de presente. Foi como se tivesse acertado a sorte grande, todos aqueles discos por três libras cada! Uma oportunidade para descobrir outras coisas. Rapidamente notei aqueles discos da Chess, Ace e Capitol Records. Percebi que se eu comprasse aqueles, haveria uma boa chance de gostar deles. Então arrematei todos os discos daquelas gravadoras que consegui encontrar e aí acabei descobrindo um monte de bandas que eu adoro.
Fragmento retirado da entrevista com Chris Griffy durante o Bonnaroo Nashville Festivals 2010.


Aos nove anos de idade estava apaixonada pelo rockabilly e o blues. Era a única garota da sua classe que não estava na onda do A-ha e Wet Wet Wet. Cantando rock’n’roll desde a tenra idade, o seu gosto começou a se desenvolver e aprofundar, em primeiro lugar com Elmore James e mais tarde - "Eu ouvi Billie Holiday, e aquilo abriu a minha cabeça." Depois de um ano na faculdade de arte, ela saiu decidida a ser cantora. Até aquele momento sua única experiência profissional se limitava a ter cantado em um comercial do empanado de peixe Findus (equivalente a Sadia, Perdigão e marcas do tipo) aos 14 anos. “Uma garota de Liberties que estava nos negócios de música me descolou esse comercial onde eu cantava: ‘Betcha nuca coloque o seu dedo no crunchier crumb (crosta crocante de farinha de rosca, a famosa milanesa)!’ Eu ganhei 40 libras por isso!” Ela rapidamente encontrou trabalho cantando swing com o grupo Blue Harlem, rock’n’roll com Mike Sanchez e teve uma interessante passagem cantando em clubes burlescos (estilo cabaré e teatro de revista): “Eu cantava, enquanto as outras meninas estavam no palco. Uma delas costumava levar uma rebarbadora presa ao tronco para produzir uma chuva de faíscas. Um dia, uma faísca voou na minha garganta quando eu estava a cantando."

Imelda começou cantando nos clubes aos 16 anos e teve o “privilégio” de ser barrada no seu próprio show, no Dublin’s Bruxelles, por ser menor. "Eu estava recebendo dicas dos melhores músicos de Dublin. Um deles me disse: ‘Sua voz é excelente, mas precisa ser um pouco mais rude”. Foi por volta dessa época, quando Imelda estava triste e tinha de fazer um show, que seu pai lhe perguntou "O seu coração está partido? Excelente! Agora você pode cantar o blues". Ele lembra isso como uma guinada na sua vida, desde então sua voz tornou-se mais sensual, rica e com a tonalidade particular que ouvimos hoje.






Em 2006 ela ansiava por ratificar sua carreira solo e formou sua própria banda . “Nós começamos com uma pegada meio jazzística, mas foi preciso coragem e agressividade.” Quando álbum de estréia Love Tattoo foi lançado, não passou despercebido, chamando a atenção de muita gente, inclusive de Jools Holland (pianista e apresentador de televisão britânico), que apoiou a turnê de 2008, a levou para se apresentar no seu programa de televisão na BBC, Later... with Jools Holland, onde ela se mostrou para uma platéia que incluía Jeff Beck, Elbow e Roots Manuva, depois, Beck fez questão de contar a Holland que estava lá apenas para ver Imelda. Em 2006 ela bateu Bruce Springsteen do Nº1, se tornando a primeira artista mulher local no topo das paradas irlandesa de álbuns desde Mary Black, há vinte anos. Ganhou o prêmio Female Artist of the Year (artista feminina do ano) no Irish Meteor Awards. Com o sucesso do álbum, Imelda continuou a fazer turnês, tocando para mais de 400 mil pessoas em oito países da Europa e nos Estados Unidos onde, recentemente, fez uma turnê com Jamie Cullum. Imelda não só chamou a atenção das pessoas musicalmente, mas também com seu estilo marcante e inconfundivelmente cool, seu peculiar olhar anos 50, acabou estampado na capa da edição irlandesa do Sunday Times Style. Outro que se encantou por ela foi estilista italiano Roberto Cavalli que a levou para realizar uma apresentação especial em sua festa particular durante a Milan Fashion Week.
Fonte: Imelda May web site.

Nota: o texto acima fala de Love Tattoo com se fosse o primeiro disco, mas no meu texto eu digo que o primeiro álbum foi No Turning Back, em 2003. Isso pode ter feito alguma confusão, mas lembrem-se que na primeira edição de No Turning Back ela ainda assinava Imelda Clabby e o álbum teve produção e distribuição totalmente independente. Love Tattoo também foi produzido por ela, mas contou com um esquema internacional de distribuição da Ambassador Records na Europa, da Verve nos E.U.A. e da Universal em outros países. Posteriormente, No Turning Back foi reeditado, relançado em 2007, e colocado no mercado internacional pela Universal em 2009.



Imelda May - Love Tattoo [2008]

[*]





IMELDA MAY




Imelda May, born in Dublin and raised in the Liberties, may be an unknown name to some, but to many she is already a superstar. She is unmistakable both in her music (a fusion of surf guitars, blues and rockabilly that wouldn’t be out of place in a David Lynch film) and her style, with a solitary curl and shock of blonde in her jet black hair. In Ireland, her debut album ‘Love Tattoo’, which she recorded and released on her own label, has gone Triple Platinum. She has shared a stage with U2, Eric Clapton, Jeff Beck, Van Morrison, Scissor Sisters, Lionel Richie and, most recently, the first lady of rockabilly, Wanda Jackson. And now, with the release of her new album “Mayhem”, she is about to go stellar. Being the youngest of five siblings, Imelda was the most susceptible to the various influences from her older brothers and sisters, which she could hear constantly through the walls of their two bedroom house. There was folk, the obligatory chart pop, and then there was Elvis. “My brother was a mad Elvis fan, and I found a tape in his room with Elvis, Eddie Cochran and Gene Vincent. I thought the music was fantastic.”





By the age of nine Imelda had fallen in love with rockabilly and the blues – the only kid in her class who wasn’t into Wet Wet Wet. Singing along to rock n roll from an early age, her tastes began to develop and deepen, first with Elmore James and then – ” I heard Billie Holiday, and that blew my mind.” After a year of art college she dropped out, deciding she would rather sing for a living. At that point, her professional experience was confined to having sung on an ad for Findus Fish Fingers at 14. “A girl in The Liberties was in the music business and she got me this ad, where I sang, ‘Betcha never put your finger on a crunchier crumb!’ I got £40 for it!” She quickly found work singing with the swing troupe Blue Harlem and rock n roller Mike Sanchez and had an interesting spell of singing in burlesque clubs: “I’d sing while the other girls were onstage. One of them used to take an angle grinder to her crotch and would produce a shower of sparks. One day a spark flew down my throat when I was singing!” Imelda began singing in clubs when she was 16 years old and had the honour of being occasionally barred from her own shows at Dublin’s Bruxelles club for being underage. “I was getting tips from the best musicians in Dublin. One of them said, ‘Your voice is great, but it needs to roughen.” It was around this time, when driving a tearful Imelda to a gig, that her father asked her “Is your heart broken? Excellent. Now you can sing the blues”. Remembered by Imelda as a turning point in her life, from then on her voice developed into the sultry, rich and unique tone you hear today.

By 2006 she was itching to go solo, and formed her own band. “We started out a bit jazzier, but it needed balls and roughing up which it got.” Her debut album, “Love Tattoo” was soon released and started to get noticed. Catching the attention of Jools Holland in 2008 she supported him on tour which led to him requesting her to appear on Later. Here she performed to an audience that included Jeff Beck, Elbow and Roots Manuva and afterwards Beck made a point of telling Holland that he was only there to see Imelda. In 2009, Imelda knocked Bruce Springsteen off No. 1 to become the first female Irish artist to top the Irish album charts since Mary Black nearly 20 years ago. She then went on to win Female Artist of the Year at the Irish Meteor Awards. Despite album success, Imelda continued to tour, playing to over 400 000 people in 8 countries across Europe and the US – including, most recently a US tour with Jamie Cullum.

Imelda has not only caught people’s attention musically, her striking style and unmistakable cool but quirky 50s look has led her to grace the front cover of the Irish Sunday Times Style, Roberto Cavalli flew her out to perform at his private party during the Milan Fashion Week. 2010 got off to an auspicious start when Imelda accepted an offer from Jeff Beck to perform with him at the Grammys. This was followed in April by a two night support slot in London with one of her idols, Wanda Jackson.
From: Imelda May web site.


Imelda May - No Turning Back [2007]

[*]






"Psycho", é single promocional do novo disco da cantora, Mayhem, com lançamento previsto para setembro. Vejo aqui mais um paralelo com Amy Winehouse, pois o tema me remete a "Rehab", mas segundo o press-release oficial, "Psycho" mostra Imelda exibindo algumas das suas influências mais díspares, como PJ Harvey em "Sheela Na Gig". O clip foi gravado no Ace Cafe, no norte de Londres, na presença de um monte de roqueiros.





Francamente, eu não consigo ver muito de "Sheela Na Gig" em "Psycho", por isso coloco aqui o vídeo para que vocês tirem suas próprias conclusões. Diz aí: você acha que isso tem a ver com aquilo?