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terça-feira, 1 de junho de 2010

Meretrio - Meretrio [2008]




É engraçado como as vezes é preciso que alguém de fora nos apresente uma música nossa para tomarmos conhecimento da sua existência. Mas foi exatamente assim que conheci o Meretrio. Eu tenho um amigo inglês apaixonado pelo Brasil, tanto que vêm para cá a cada dois anos e até comprou uma casa em Boiçucanga no litoral norte paulista. Seu nome é Pete Turner, o cara é guitarrista e um amante fervoroso da música brasileira, em especial a instrumental. A última vez em que esteve aqui, no início deste ano, após fazer sua habitual peregrinação pelas lojas de CDs garimpando raridades e novidades, voltou com uma pacoteira de uns 40 ou mais discos. Aliás, ele faz isso toda vez em que põe os pés na “Terra Brasilis”, sua coleção particular tem bem mais de 1000 títulos e, entre todas as pessoas que conheço, este inglês é o cara que mais aprecia música brasileira, sempre me apresentando músicos que eu ignorava, sejam da velha guarda ou da nova geração. Pois bem, como eu dizia, ele voltou das compras com uma sacola de discos e, como sempre faz, me mostrou suas descobertas me deixando gravar as do meu interesse, entre as quais estava o Meretrio, primeiro lançamento do grupo com uma capa modesta, sem chamar muita atenção, mas não sei por que, instinto talvez, aquele CD me despertou o interesse. “O que é isso?” Perguntei. Pete disse que não conhecia muito bem e que fora recomendado pelo lojista, que já o conhece “de outros carnavais” e abre um sorriso de orelha a orelha toda vez que vê esse simpático cidadão britânico entrar em sua loja, pois sabe que ele não vai sair dali sem levar, pelo menos, uma dúzia de bolachinhas digitais. Comecei a ler os dizeres do encarte e encontrei a seguinte recomendação: “Música consciente, plena de surpresas, meio Kurt Weill, meio Mingus, tentando se libertar da tirania "jazzística ", sem deixar a criatividade. É isto que nos mostram Emiliano e seus companheiros. Maestro Roberto Sion”. Apresentado pelo meu amigo Pete, recomendado pelo maestro Sion, me pus a ouvir mais do que depressa e já na primeira orelhada virei fã desse surpreendente trio, que não recorre a clichês, ousando combinações inusitadas de ritmos e sons. Fiquei muito bem impressionado com este trabalho, sem desmerecer uma faixa se quer, portanto, disponibilizo aqui com alta recomendação aos amantes da música instrumental. Mais tarde, no MySpace, ainda encontrei esta frase do guitarrista Ulisses Rocha sobre o trio: ““O Meretrio é um daqueles grupos que não se contentam com o lugar comum, sempre em busca de novidade, da linguagem, da identidade. Por isso soa tão diferente e tão interessante, muito além da inegável competência.”. É meus amigos, no quesito simpatizantes, os caras estão muito bem na fita!

Depois deste disco eles ainda lançaram mais dois trabalhos: Projeto Meretrio (2010) adicionando ao grupo seis instrumentistas de sopro; e o novíssimo Na Cozinha, lançado este mês, trabalho em parceria com o tecladista Pedro Assad (outro músico da minha mais elevada indicação). Então fiquem atentos na próxima compra de CDs, se encontrarem qualquer um desses discos, não deixem de comprar, pois são produções independentes, vendidas a preços módicos, mas com belos encartes, trazendo informações relevantes e, o mais importante, música de primeiríssima qualidade.






Com a proposta de tocar arranjos e composições para a formação de power trio, o Meretrio, formado em 2003 por Emilaino Sampaio, Gustavo Boni e Luís André “Gigante”, vem desenvolvendo um trabalho consistente nos últimos anos, explorando a capacidade individual e coletiva na produção de música instrumental. Em seus shows o grupo apresenta um repertório dividido entre composições originais (algumas delas lançadas no primeiro disco do grupo em 2008) além de releituras de standards da música insturmental e canções de conhecidos compositores brasileiros como Chico Buarque, Edu Lobo, Pixinguinha, Dori Caymmi entre outros. A mescla do repertório se dá através de arranjos bem elaborados que utilizam diversas linguagens musicais para produzir uma música moderna e interessante, ao mesmo tempo em que se preocupa em satisfazer tanto o público leigo quanto o especializado em música. Pelo modo criativo que são tratados a improvisação e as diferentes combinações da aparentemente reduzida formação de trio, o trabalho desenvolvido tem grande aceitação pelo público que desconhece a linguagem da música instrumental, trazendo uma música rica em detalhes e diálogo explorando estilos bem característicos da nossa música como o baião, frevo, samba e choro sem deixar de lado a influência do jazz, funk, rock, música eletrônica e afins. E é justamente nessa mistura de diferentes elementos, tão distante para alguns, que se encontra a abordagem estilística do Meretrio.
Fonte: MySpace




Meretrio - Meretrio [2008]


With the proposal to play arrangements and compositions for the formation of power trio, the Meretrio, born in 2003, from Campinas (São Paulo - Brazil), with Emilaino Sampaio (guitar), Gustavo Boni (bass) and André Luís "Gigante". They has been developing a consistent work in next years, exploring the individual and collective capacity in production of instrumental music. In their concerts the group presents a repertoire divided between original compositions (some of them released on the group's this first album in 2008) also re-examined standards jazz and songs from well known Brazilian composers like Chico Buarque, Edu Lobo, Pixinguinha, Dori Caymmi and others. The mixture of the repertoire occurs through well-designed arrangements using different musical languages to produce a modern and interesting music, while also worrying to satisfy both the lay public as the skilled in music. By the way they are treated to creative improvisation and different combinations of apparently reduced formation of the trio, the work has great acceptance by the public who don't knows the language of instrumental music, bringing a rich music in detail and dialogue, exploring styles and characteristic of Brazilian music as Baião, Frevo, Samba, and Chorinho without leaving aside the influence of jazz, funk, rock, electronic music and others. It’s exactly in this mixture of different elements, so far for some, that is the stylistic approach of Meretrio.
From: MySpace




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sábado, 1 de maio de 2010

BURRO MORTO





Houve um tempo, isso lá nos idos de ’70, em que eu acreditava que o nordeste era uma região de grandes expectativas na evolução musical do Brasil e, porque não, do mundo. Principalmente a Bahia onde tínhamos alguns dos maiores expoentes da nossa cultura musical, artistas como Raul Seixas, Novos Baianos, Caetano, Gil, Gal, João Gilberto, Bendegó, A cor do Som, Odair Cabeça de Poeta e Grupo Capote, Dodo e Osmar, Tom Zé e tantos outros que se perderam na poeira do esquecimento. O que viria depois só poderia ser algo espetacular, mas infelizmente foi justamente o contrário, os baianos que outrora nos mostravam sons alternativos, descobriram o mercado da música, pasteurizaram o seu carnaval e o que temos hoje é simplesmente lamentável. Não duvido que nesse meio tempo, músicos de todo nordeste, influenciados por artístas de qualidade como Quinteto Armorial, Alceu Valença, Fagner (eeeeé já foi bom), Hermeto Pascal, Jackson do Pandeiro, além dos baianos citados, tenham surgido com boa música, mas que infelizmente permaneceram apenas no âmbito regional, se muito.

Felizmente uma luz apareceu na década de 90 com o surgimento do Manguebeat misturando ritmos regionais como o maracatu, xote e baião, com rock, hip hop e música eletrônica. Uma cena que levou aos ouvidos de todo Brasil a sonoridade de Chico Science e Nação Zumbi, Mundo Livre S/A , Mestre Ambrósio, Sheik Tosado, Querosene Jacaré, Jorge Cabeleira, etc. Embora fosse um movimento do Recife, serviu também para chamar a atenção para outros artistas do cenário musical nordestino. Minha mais grata surpresa nessa cena foi conhecer o grupo Burro Morto, lá da Paraíba que faz um trabalho instrumental denominado por eles mesmos como psicodélico/afro-beat/progressivo. Sacou? Claro que não! Dizendo ninguém imagina o que é, e mesmo se imaginar dificilmente vai acertar, mas eu achei do caralho-alho, coisa muito bacana mesmo, tanto que estou postando aqui o EP Varadouro (2009), segundo trabalho desses cabras da peste, no bom sentido da palavra. Maiores detalhes sobre o Burro Morto seguem no texto abaixo produzido por eles e retirado do MySpace. Baixem o disco e ouçam a música que vale a pena, e se por acaso encontrarem o CD para vender por aí, comprem. Está sendo vendido por 5 merréis. Além de ser uma bela aquisição, você estará dando uma força para a boa música.

O Burro Morto surgiu mutilado, teve seus retalhos re-costurados e agora percorre os caminhos sonoros atento às cores e nuances. Respira groove, enche os pulmões de psicodelia, entorta os compassos e regurgita melodias inusitadas. A inspiração vem do sangue que passeia pelas veias negras da terra antiga, que sai de Lagos, passa pelas dunas de areia escaldante, chega a Addis Ababa, escorre pelos ouvidos jazzistas no norte, desce ao estômago do deep funk e deságua novamente no terceiro mundo. É África-Brasil, via o jazzy groove gringo.

Esse emaranhado de cabos, filtros, delays, climas, cinismo e subversão é manipulado por cinco mentes ácidas: Haley (microkorg, escaleta, orgão), Daniel Ennes Jesi (contrabaixo), Ruy José (bateria) e Léo Marinho (guitarra). Nos idos de 2007 lançaram um EP, Pousada bar, tv e vídeo, com o qual conquistaram almas e mentes worldwide.Em 2008, o grupo finalizou seu segundo EP, “Varadouro”, lançado digitalmente pelo selo californiano One Cell Records. Através da excelente repercussão do EP, o Burro Morto realizou uma bem sucedida turnê em São Paulo, tocando em casas como CB Bar, Studio SP, Berlin e Bleeckers Street, além de ter participado do projeto “Agulha, bolachão e microfone”, no Sesc Pompéia. Participou também da Feira da Música, em Fortaleza – CE, e do festival Coquetel Molotov, em Recife, um dos festivais mais renomados da cena independente. Fechando o ano, participou do Festival Universo Paralello, na Bahia. Uma de suas músicas integrou uma coletânea lançada pela Revista +Soma, a “+Soma Amplifica”, a qual teve tiragem de 10.000 cópias e foi distribuída gratuitamente em diversas capitais do país. Recentemente, o Burro Morto teve o projeto de produção do seu primeiro álbum aprovado pelo Pixinguinha, programa cultural da Funarte e Ministério da Cultura, que será executado em 2009.
MySpace






BURRO MORTO



Burro Morto was born out of a meeting of the hot, restless minds of five musicians in Parahyba, Brazil bent on exploring the sensorial possibilities of merging new sounds with old and breathing homegrown Brazilian groove and shake into the mix. The tunes that result are an evocative blend of afrobeat, jazz-rock, funk and psychedelia that bends and stretches in unexpected ways, vibrating with a lysergic energy that could threaten the sanity of your hips were it not all so well-contained in the musical sensibility of the land of the Gilbertos.

The co-conspirators in this confusion of plugs, delays, filters and oscillators are Haley (keyboards, melodica), Daniel Ennes Jesi (bass), Nacho Gonçalves (percussion), Ruy José (drums) and Leo Marinho (electric guitar). Last year, they released an EP, “Pousada bar, tv & video”, that contains the first sketches of their sound, and was laced with subliminal promise for the next record. On their first full-length album, Varadouro, that promise is kept in a lush, exotic musical package that expands on Pousada bar, tv & video with Brazilian aplomb. The band is currently nesting in its den, stretching the limits of its creative imagination, and committing the results to magnet for the sake of art and Brazil.
From MySpace



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segunda-feira, 9 de julho de 2007

Renato Martins - Indaiá [2002]

Primeiro disco do multiinstrumentista Renato Martins considerado um dos renovadores da percussão brasileira ao transformar objetos do cotidiano em instrumentos musicais, Renato faz música brasileira repleta de vitalidade e ousadia. Neste trabalho, ritmos do Brasil mesclam-se aos latinos, africanos e indianos, cercados pelo o jazz, o flamenco e o erudito.Todas as músicas de Indaiá são de autoria de Renato, duas em parcerias. Ele se divide entre mais de uma dezena de percussões (moringa, pau de chuva, triângulo, caxixi, bandeja de aço, bongô e clave), piano, teclado, escaleta e bateria. Renato nasceu no Rio de Janeiro, foi criado em São Paulo. Na infância estudou bateria e piano. É autodidata em percussão e, inclusive, desenvolveu técnicas diferenciadas para instrumentos já tradicionais, como a moringa (vaso de barro) e foi pioneiro em incluir a bandeja de aço e outros objetos do cotidiano em seu conjunto de percussão. Em 1998 Renato foi o único percussionista semifinalista do 1º Prêmio Visa de MPB Instrumental. Já acompanhou Sá e Guarabyra, André Geraissati, Ulisses Rocha, Celso Pixinga, Sérgio Sá e Moacyr Luz, entre outros. Entre 1994 a 96 morou na Inglaterra, onde tocou com o reconhecido tablista indiano Sarvar Sabri e com o saxofonista de jazz Andy Hamilton. Participou de importantes festivais como Womad Festival e The Birmingham Jazz Festival. No repertório do CD, músicas próprias como Pianíssima, Segredos, Boca Suja, Sambacatu e Praça dos Sonhos, as duas últimas em parceria com Roberto Angerosa e Fábio Cardia, respectivamente.
Fonte -> Lua Music


Renato Martins - Indaiá
Renato Martins, the multi instrumentalist is launching his first CD Indaia. Considered one of the renovators of Brazilian percussion when transforming daily kitchen utensils into musical instruments, Renato composes Brazilian music, which is daring and full of vitality. In this work, rhythms of Brazil mix with Latin, African and Indian, surrounded by jazz, flamenco and classical.Renato composed all the songs from ‘Indaia’, save two collaborations. He plays an array of percussive instruments (moringa, rain stick, triangle, caxixi, steel tray, bongos and clave) as well as the piano, the keyboard, escaleta and drums. The CD has contributions from renowned Brazilian musicians like Roberto Sion, Celio Barros and Oswaldinho do Acordeon.
By -> Lua Music


Renato Martins - Indaiá

segunda-feira, 11 de junho de 2007

A Divina Increnca - A Divina Increnca [1980]

A Divina Encrenca foi um trio de música instrumental brasileira de vanguarda que pintou nos anos 80, formado por músicos de grosso calibre como Rodolfo Stroeter (Pau Brasil, Grupo Um, Symmetric Ensemble), o multi-instrumentista alemão Felix Wagner (Grupo Um, Symmetric Ensemble) e o baterista Azael Rodrigues (Pau Brasil , César Camargo Mariano, Prisma e Sossega Leão). Faziam um som bastante complexo misturando elementos da música brasileira com o jazz, desses que você dificilmente ouve nas rádios, porque nelas, com raríssimas exceções, o que impera é a mediocridade. Infelizmente, este tipo de música é para um grupo reduzido de pessoas que consegue fazer suas opções sem que ninguém precise martelar na sua cabeça o que se deve ou não ouvir. Este é o único registro do trio e foi gravado na Sala Guiomar Novaes, na Funart, em São Paulo-SP, e finalizado no estúdio JV em julho e setembro de 1980. O álbum conta ainda com a participação especial do saxofonista Mauro Senise e de Claus Erik Petersen, do Premeditando o Breque, na flauta.




A Divina Increnca