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sábado, 19 de junho de 2010

The Sound Stylistics - Play Deep Funk [2007]




Funk Em Grande Estilo e da Melhor Qualidade


O subtítulo acima já diz do que se trata, mas é até meio surpreendente quando nos damos conta de quem se trata. Ouvindo as primeiras faixas, imaginamos logo um bando de black men mandando ver em algum canto do Harlem, em New York. Ledo engano meu caro! Até porque, eu acho que naquelas bandas o que mais rola hoje em dia é o rap, hip-hop e afins, fincando o funk por conta de uma minoria saudosista. Este som vem do outro lado do Atlântico e é feito por um monte de “branquelos azedos” lá da velha Inglaterra. Como é possível esses caras fazerem algo com um espírito tão negro e ainda conseguirem o mesmo balanço? Encontrei apenas uma explicação: se preto velho baixa em *cavalo branco, porque um orixá funk não pode baixar num músico branco? Só que não se trata um bando de pangarés, é um grupo de puro sangue oriundo da melhor linhagem da cena funk londrina. Um verdadeiro quem é quem nesse metiê, um rol integrado por: James Taylor, não aquele fanho americano de “You've Got A Friend “, mas o tecladista do James Taylor Quartet (JTQ) uma das mais aclamadas bandas de jazz-funk do planeta. Ao seu lado, também nos teclados, está Jim Watson do Incognito, um dos maiores representantes inglês do acid jazz. Nas guitarras temos Mark Van der Gucht do Galliano, outro ótimo grupo de acid jazz, e Eddie Roberts do New Mastersounds, legítimo expoente do movimento new funk inglês e um dos meus favoritos. Nas baquetas estão o baterista do JTQ, Neil Robinson e Simon Lee (Dr. Seuss). Os metais ficam por conta de Mike Smith, saxofonista do Jamiroquai; Andy Ross, saxofonista do Herbaliser, grupo de orientação hip-hop que mistura jazz e funk; o trombonista Nichol Thompson do Brand New Heavies um pioneiro londrino do acid jazz; e o trompetista Dominic Glover (JTQ). O álbum ainda conta com Snowboy lendário percussionista britânico de influência latina, em especial de afro-jazz cubano; sendo que a “baixaria” ficou por conta de Gary Crockett (JTQ); finalmente a voz que aparece em duas faixas (o trabalho é praticamente todo instrumental) é de Noel McKoy, o único realmente negro no meio dos branquelos, cantor pouco conhecido fora da Inglaterra, que teve uma passagem pelo JTQ no início e que segue em carreira solo com quatro álbuns lançados até o momento.


Desde 1997, quando se conheceram no James Taylor Quartet, Gary Crockett e os irmãos Jay e Dominic Glover vinham trabalhando juntos, compondo e gravando algumas músicas. Num belo dia do ano cristão de 2002, resolveram reunir todo aquele material e gravar um álbum para a Bruton library. Opa, pêra aí!! Garvar para uma biblioteca?! Pelo menos, é isso que cosnta no site oficial e, também, no MySpace. A merda é que nos dois locais, está escrito “library” em letras minúsculas o que nos faz traduzir como a biblioteca de Bruton. Como eu nunca soube de alguém que gravasse um álbum exclusivo para uma biblioteca, fui pesquisar que diabo era aquilo e depois de um pequeno suadouro, descobri isso: Bruton Library (também conhecida por seu nome completo, Bruton Music Library), foi fundada em 1977 por Robin Phillips, que na época era empregado da ATV Music. O nome da empresa vem de seu endereço no momento da fundação, ou seja, nº 12 da Rua Bruton, em Londres. A gravadora foi criada como uma subsidiária da ATV Will Young Lyrics, mas neste momento é de propriedade da empresa BMG / Zomba (por Jane Bruton no www.zimbio.com). Bem, resolvido este pequeno dilema, vamos ao resto da história. O grupo foi batizado de Sound Stylistics (Som Estilístico ou algo assim) e o disco de Deep Funk. Mixado, masterizado, cozido e ensopado, era só soltar o bicho. Só que na hora de abrirem as porteiras descobriram que havia uma série de empecilhos contratuais entre os músicos envolvidos e suas respectivas gravadoras que dificultavam a sua liberação, de modo que o trabalho acabou indo parar na gaveta. Mas a história da gravação ganhou as ruas, o álbum virou objeto de desejo por parte dos colecionadores em todo mundo, com prensagens piratas disputadas a tapas, socos e pontapés. A despeito do compartilhamento de músicas na internet (oops tô nessa!), bootlegs e vendedores de rua despejando cópias ilegais das músicas, o status deste lendário álbum perdido nunca enfraqueceu e, em maio de 2007, finalmente recebeu um lançamento oficial pelo selo Freestyle. Na ocasião, foi número um em jazz downloads do iTunes no Japão, recebendo muitos elogios da crítica especializada em todo o planeta. Depois de toda essa novela, em 2009 Gary, Jay e Dominic reuniram o grupo novamente gravando um novo trabalho chamado Greasin’ The Wheels que, embora não tenha toda mítica do primeiro álbum, não deixa a desejar em nada. A propósito, os caras estão bem ativos na cena funk inglesa, participando de festivais e fazendo apresentações regulares no Jazz Cafe de Londres, portanto se alguém for chegar para aquelas bandas, vale a pena conferir a programação dos shows para tentar ver e ouvir de perto esses funkeiros da pesada!
Fonte: MySpace e The Sound Stylistics web page.

*No candomblé cavalo é um apelido dado ao médium que recebe o santo.









The Sound Stylistics - Play Deep Funk [2007]



Jay Glover, brother Dominic Glover, and Gary Crockett have worked together as a writing and recording team since 1997, when they met whilst touring as members of the James Taylor Quartet. Recorded in 2002 as a Bruton library album, the Sound Stylistics ‘Deep Funk’ album has weaved its way into funk folklore for collectors the world over, becoming a word of mouth phenomena and a collectors dream, due to its failure to ever get a proper release. Despite file-sharers, bootleggers and back-street dealers pushing illegitimate copies of the tracks, the legendary status of this lost album has not waned one bit. In May 2007 it finally received an official release on the Freestyle label. The album was the number one jazz download on iTunes Japan on it’s release, and has received rave reviews worldwide from all the specialist soul and funk record dealers.

Performed by some of the best musicians on the planet, and a veritable who’s who on the London funk scene, the album features the classic JTQ rhythm section of James Taylor (organ), Gary Crockett (bass) and Neil Robinson (drums) alongside guitarists Eddie Roberts (New Mastersounds) and Mark Van der Gucht (Galliano). They are joined by Fender Rhodes phenomenon Jim Watson (Brand New Heavies, Incognito and Zero 7) and the heavyweight horns of Dominic Glover (trumpet - Brand New Heavies & Incognito), Andy Ross (sax - The Herbaliser), Mike Smith (Sax - Jamiroquai) and Nichol Thompson (trombone - Brand New Heavies & Incognito). The album also has percussion from the legendary Snowboy, additional drums from Simon Lee (Dr. Seuss) and guest vocals from Noel McKoy.Collectively they make up The Sound Stylistics, a jam band of the highest order.

The band have recently played several gigs at London’s Jazz Cafe to sell out crowds and played at the first Beachdown festival. The live line-up of six horns and five rhythm is explosive and has taken the funk scene to a new level!
From: MySpace




[*]


quarta-feira, 7 de maio de 2008

Billy Cobham & George Duke Live at the Hofstra Playhouse 1976



Antes de qualquer coisa, vamos esclarecer que este bootleg tem muito pouco a ver com o disco oficial Live On Tour In Europe, lançado no mesmo ano, porque o repertório é absolutamente diferente. Mas é tão bom quanto e há quem diga até melhor. O grupo é o mesmo, tendo Billy Cobham nas baquetas, um dos maiores e o mais pesado baterista de jazz todos os tempos, o verdadeiro “homem trovão” da Mahavishnu Orchestra, fazendo dupla com George Duke, tecladista mestre na fusão do jazz com o soul e o funk, que acompanhou Frank Zappa em um dos melhores momentos da sua carreira, exatamente nessa época. Junto com eles estão duas estrelas de primeira grandeza, o baixista Alphonso Johnson que acabara de deixar o Weather Report e o ainda novato, mas já brilhante guitarrista John Scofield, que mais tarde integraria o grupo de Miles Davis.

Bem, com uma formação desse calibre até peido sai afinado e no ritmo, não tem como ser ruim e de fato o disco é muito bom e envolvente com momentos funkeados e dançantes, mesclados com outros mais pesados, respiros introspectivos e solos dos quatro, uma verdadeira fusão das vertentes jazzísticas exploradas nos anos 70. Um disco imprescindível para os amantes do fusion com pegada de black music, em gravação broadcast FM de boa qualidade (A). Destaque para as faixas: “Uncle Remus” e “Echidna's Arf", composições de Duke com Frank Zappa, “Floop De Loop” e “East Bay”.





Billy Cobham & George Duke Live at the Hofstra Playhouse 1976

This bootleg is absolutely different of the official Live On Tour In Europe released in the same year, because the set list is not the same. But still a great one! Was recorded in the Hofstra University, Hempstead, NY (1976, March 19), from FM radio broadcast, with Billy Cobham on drums, George Duke on vocals and keyboards, Alphonso Johnson on bass and John Scofield on guitar. Share and enjoy !!





Billy Cobham & George Duke Live at the Hofstra Playhouse 1976





Bonus Post

George Duke - The Aura Will Prevail (1975)

Um dos melhores discos da carreira de Duke, apresentando as versões de estúdio de “Uncle Remus” e “Echidna's Arf".




Billy Cobham - Spectrum (1973)

Primeiro disco e obra prima do mestre da bateria, acompanhado aqui por Tommy Bolin, Jan Hammer e Ron Carter. Destaque para a faixa "Stratus", que atualmente faz parte do repertório de Jeff Beck.


segunda-feira, 11 de junho de 2007

Breakestra - Hit The Floor [2005]

Apesar de todo rap, hip-hop e tantos outros blá-blá-blás embalados por samplers, existe ainda quem se aventure a fazer um funk a la old school. Este é o caso da Breakestra, uma banda de Los Angeles liderada pelo DJ e baixista Miles Tackett que em pleno século XXI, consegue espaço entre os rapers, dando ao velho funk uma roupagem mais atual, fazendo um som com muito groove e elementos jazzísticos, que nos traz à memória nomes como Sly & The Family Stone, Headhunters e The J.B.'s. Então meu amigo, se você é um saudoso fã desses nomes que acabei de citar e achava que a música negra americana não tinha mais jeito, saiba que vai encontrar em Hit the Floor tudo que seus ouvidos anseiam e que sua alma precisa para fazer chacoalhar os ossos.


Breakestra - Hit The Floor

Johnny 'Guitar' Watson - Ain't That A Bitch [1976]

Johnny Guitar Watson foi um texano que iniciou sua carreira musical tocando piano, mas logo passou para a guitarra e chegou a se apresentar ao lado de conterrâneos notórios como Albert Collins e Johnny Copeland. Natural de Houston, deixou a sua cidade natal ainda garoto para tentar a sorte tocando blues em Los Angeles, onde ficou conhecido como Young John Watson. Apesar de um ter conseguido algum espaço no meio musical, o blues não estava dando para pagar as contas e lá no início dos anos 70 ele resolveu se reinventar. Mudou radicalmente a sua imagem adotando um visual “beautiful black”, mudou seu nome para Johnny Guitar Watson e abraçou o funk como a sua música. A partir daí as coisas começaram a melhorar e ele emplacou nas paradas com os hits A Real Mother for Ya e Superman Lover. Depois disso nunca mais soube o que era passar fome, ganhou notoriedade internacional e até participou da gravação de dois discos do Frank Zappa: One Size Fits All (1975), onde ele simplesmente “detona” na música San Bardino; e Them or Us (1984), cantando o blues In France. Entre 84 até o inicio dos anos 90 ele andou meio sumido, reaparecendo em 1994 com o álbum Bow Wow, pelo qual foi indicado ao Grammy de Melhor Disco de Blues Contemporâneo, apesar do disco ser do mais puro funk old-school (coisas do Grammy!). Quando tudo nos levava a crer que Johnny Guitar Watson estava de volta aos holofotes, ele morre durante uma turnê pelo Japão em 1996. O disco aqui postado trás, além do sucesso Superman Lover, os hits I Need It e Ain't That a Bitch, faixa que dá nome ao disco.



Johnny 'Guitar' Watson - Ain't That A Bitch

sábado, 26 de maio de 2007

Betty Davis - Betty Davis [1971]

Apresento-lhes Betty Davis, que nasceu Mabry e virou Davis após seu casamento com o gênio inconteste do jazz Miles Davis. Bom, de cara muita gente já deve estar pensando que é mais uma que adotou o nome do marido na tentativa de conseguir alguma coisa no mundo do show business. Pode até ser que ela tivesse esse intento, mas não precisava. Primeiro por que nesta história de show business ela era muito bem relacionada, tanto que foi ela quem apresentou Jimi Hendrix e Sly Stone para Miles. Além disso, o seu rol de amizades incluía nomes do naipe de Michael Carabello (percussionista do Santana), Eric Clapton, Robert Palmer, e Marc “T-Rex” Bolan. E segundo porque esta mulher faz um dos melhores funk que se pode ouvir em voz feminina no mundo da black music. Tá duvidando? Então baixa aí para ver se não tenho razão!


No auge de seus vinte e poucos anos Betty era uma mulher de beleza e charme contagiantes. Miles era obcecado por ela chegou a estampar seu rosto na capa do disco Filles de Kilimanjaro (1969), onde dedicou para ela a música “Mademoiselle Mabry”. Dez anos depois ele voltaria a fazer para ela outra canção “Back Seat Betty”, no álbum The Man with the Horn (1981). O casamento deles durou uns dois anos (de 1968 até 1970), segundo Betty, terminou por causa da obsessão de Miles por ela, o trompetista era extremamente possessivo e muito ciumento. Já Miles, em sua autobiografia acusa-a de ter tido um caso com Hendrix, uma reivindicação que os amigos de Betty negam até hoje. Curiosidades a parte, o mais importante é que temos em Betty Davis um funk de primeira linha, sem dever nada para ninguém!