quarta-feira, 27 de maio de 2009

PAUL McCARTNEY






Eu creio que Paul McCartney é meio injustiçado por alguns, especialmente aqueles fãs dos Beatles pseudo-intelectuais que acreditam que John Lennon era a verdadeira força motriz do conjunto, que era dele que saiam todas as idéias e atitudes. Particularmente se colocarmos numa balança eu também vou pender para o lado Lennon que tem muito mais haver comigo, mas os Beatles eram um quarteto e se havia uma força motriz em destaque era a junção Lennon & McCartney (aqui a tese "os opostos se completam" é absoluta) e se Ringo tinha uma participação ínfima, não podemos ignorar George Harrison, que era, no mínimo, 20% na contribuição sonora do quarteto. Com o fim da banda parece que Paul virou vilão e John o herói, a turminha mais engajada politicamente elevava Lennon às nuvens abominando o trabalho de McCartney. Já digo e repito, eu também prefiro Lennon, mas McCartney fez discos incríveis como Ram (1971), Wild Life (1971) e depois com os Wings: Band on the Run (1973), Venus and Mars (1975), Wings Over America (1977), London Town (1978) e Back To The Egg (1979) só para citar alguns. Já John também fez discos memoráveis, mas lançou coisas pra lá de chatas, afinal quem agüenta ouvir de cabo a rabo discos como Unfinished Music, No. 2, Wedding Album e Two Virgins (todos de 1969), sem falar nos meios álbuns Some Time in New York City/Live Jam (1972) e Double Fantasy (1980), digo meio porque ele dividiu as faixas com Yoko e a parte dela é duro de escutar, não é fácil não! Não sou daqueles que metem o pau em Yoko Ono (aliás, só John Lennon tinha essa manha – hahahah), acho até que, como artista, ela tinha/tem boas idéias, mas definitivamente cantar não é para ela. Cara ela praticamente afundou a apresentação do Zappa com Lennon ("Zappa Ono Mothers", o Live Jam do Some Time in New York City) compentindo com Mark Volman, Howard Kaylan para ver quem gritava mais enquanto a banda tentava tocar alguma coisa. Se bem que, conhecendo o Zappa ele deve ter gostado e John então adorou! Enfim, voltamos ao McCartney, eu dizia que a turma do rock é injusta com o cara, pois ele é harmonioso, sabe muito bem trabalhar os arranjos e é um bom baixista sim senhor, vejam por exemplo a linhas de baixo de músicas como "Hey Bulldog", "Old Brown Shoe" e "I Want You (She's So Heavy)", elas podem ser simples tecnicamente falando, mas são matadoras. “Hahhh, mas ele só faz letras que falam de paz, amor, justiça e harmonia”, para ser franco eu prefiro ouvir esses temas do que assistir a um show dos Sex Pistols, onde eles chamavam as pessoas de babacas (no mínimo), de trouxa por terem comprado o ingresso e ainda cuspiam na cara de todo mundo.”Que do caralho!” Não vou dizer que não curti os Pistols, na verdade eu não gostava muito mesmo, mas achava legal pela revolta e a vontade de subverter a situação, porém não era a minha banda favorita, nessa seara punk eu sou muito mais Ramones, New York Dolls e The Clash antes dos Pistols. Então, para resumir, Paul McCartney pode ser pop, afinal eles praticamente inventaram a coisa, mas antes de tudo, é rock sim senhor e dos bons, quem já teve o prazer de assistir um show do cara pôde comprovar isso, até mesmo pessoas não muito fãs, afinal McCartney é um Beatle. Para reforçar a minha tese aqui vão três bootlegs, propositalmente meio recentes, com performances inesquecíveis:

  • Pizza And Fairy Tales. Com outtakes e demos de estúdio provavelmente gravados em 1985.

  • Back To The Big Egg. Gravado ao vivo no Japão em março de 1990, no show Paul está um pouco rouco o que em vez de prejudicar acabou sendo um plus a mais, porque nem rouco o cara desafina.

  • Paul McCartney - Acoustic. Este é uma compilação de faixas extraídas de uma apresentação especial para a BBC Radaio 2 chamada "Sold On Song", foi gravada nos estúdios da Abbey Road em 27 de julho, de 2005 e foi ao ar em 17 de setembro do mesmo ano. Uma pequena festa no estúdio Nº 2 presenciada por alguns amigos e um pequeno grupo de privilegiados fãs.






Paul McCartney é vegetariano e já declarou à imprensa como tomou essa decisão: "Há muitos anos, estava pescando e, enquanto puxava um pobre peixe, entendi: eu o estou matando, pelo simples prazer que isso me dá. Alguma coisa fez um clique dentro de mim. Entendi, enquanto olhava o peixe se debater para respirar, que a vida dele era tão importante para ele quanto a minha é para mim". É membro honorário e participante ativo das campanhas do PETA (People for the Ethical Treatment of Animals, ou Pessoas pelo tratamento ético dos animais, em português).
Fonte Wikipédia






Na tarde de 9 de dezembro, de 1980, ao sair de um estúdio na Oxford Street, McCartney foi rodeado de jornalistas perguntando a respeito da morte de Lennon. Disse, "Eu estou chocado - isto é uma notícia terrível" acrescentando ainda que passou o dia no estúdio por não querer ficar em casa sentado sem fazer nada." Ele foi muito criticado pela frieza com que recebeu a notícia da morte de John Lennon. Quatro anos depois, numa entrevista para a revista Playboy, McCartney afirmou que ficou assistindo ao noticiário na televisão aquela noite e chorou a noite inteira. Ele relembrou ainda do seu último telefonema a John, logo após o lançamento do álbum Double Fantasy. Segundo McCartney, no telefonema Lennon disse rindo a Paul, "Esta esposa quer uma carreira!" A palavra esposa foi usada em referência ao termo esposo-Lennon, por John ter tomado conta do filho durante anos. Após a morte de Lennon, McCartney voltou ao trabalho mas ficou durante muito tempo sem tocar ao vivo. Ele explicou que isso era devido ao nervosismo de ser o próximo a ser assassinado.
Fonte Wikipédia



Paul McCartney


Pizza And Fairy Tales
Outtakes, demos and alternate takes from 1985-1987. Except for the song "Peacocks", all tracks are already available on The Alternate Press To Play Album and Return To Lindiana.

Back To The Big Egg 2005
This is really great: a new soundboard recording of a 1990 gig! Really great soundquality with the nice collection of songs
Tracks 1 - 28 Live at the Tokyo "Big Egg" Dome, Tokyo, Japan - 7. March 1990
Tracks 29 - 39 from various japanese concerts March 1990

Acoustic BBC2
Compilation extracted of the record "Sold On Song", a special show on the BBC Radio 2.
Recorded on Abbey Road Studios on July 27, 2005 and broadcasted on September 17, 2005. A little party in studio No. 2 with some friends and fans, a fantastic show to Macca's fans.




Paul McCartney - Pizza And Fairy Tales [2000]

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Paul McCartney - Back To The Big Egg [2005]

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Paul McCartney - Acoustic [2005]

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11 comentários:

Aumenta que isso aí é Rock n' Roll! disse...

Realmente ele é injustiçado. Talvez por ser uma pessoa que não tenha tantas papas na língua, ou talvez por se achar demais.

Mas uma coisa há que ser dita. Ele é o cara. Também sou muito fã de John Lennon, acho até que John é melhor que Paul e que Paul queria ser o John enfim, essas coisas.

Mas como sou baixista admito que o Paul McCartney exerce muita influência sobre mim.

Parabéns pelos bootlegs, são excelentes. Quando quiser, de uma conferida no meu blog.

Abraços

woody disse...

O do Rock'n'Roll,
creio que se eu tivesse que escolher entre os dois tb ficaria com o Lennon, agora dizer que um é melhor que o outro eu já não me arrisco. A verdade é que os dois juntos eram foda e se completavam tanto que revolucionaram a música. Eu diria que o Paul é mais musical e o John mais genial. Hiii maluco, rimou, deu até samba!!! Samba Lennon & McCartney, hahahah, só faltava essa!!!!

Tô indo lá conferir seu blog.

Abraço,
WOODY

Edson d'Aquino disse...

Falaê, ô da madeira!!! hehehe
Cara, ideologicamente, até prefiro Lennon mas, musicalmente, acho que Paul dá de 1000. Basta analisar a carreira solo de ambos e veremos que o trabalho de Paul -pelo menos em seus discos dos 70, os únicos que realmente gosto- é muito mais consistente e manteve o nível da era Beatles. Se apenas tivesse, em sua carreira solo, feito 'Band On The Run' já valeria. Deixei de acompanhar a carreira dele pela inconstância. E era, junto com George, o melhor músico dos Fab 4 com certeza.
No final das contas, acho que Lennon deixou mais um legado como ativista sócio-político, além de ter se transformado em um mártir, que musical.
[]ões

gryerblues disse...

Grande Woody, nessa discussão, eu tô 100% com o Edson. O John foi, é e sempre será foda (afinal, porque será que tenho esse nick? hehe), mas no que diz respeito à carreira-solo e também como instrumentista, o Macca dá um chocolate... e mesmo que se considere a competição apenas até 1980, eu fico com as silly love songs do Macca contra o deep-tought-rock do John. Mas também, convenhamos, com aquela anti-musa que era a tal da Yoko, o cara não tinha chance mesmo, huahuahuahua... Curiosamente o melhor disco das carreiras-solo dos Beatles não é nem de John nem de Paul, mas de George, o All Things Must Pass... Mas o Macca vem ali, coladinho, com o Ram em segundo lugar. Obrigadão pelos boots, Woody.

woody disse...

Edson,
de fato a fase anos 70 do Macca é foda, adoro o ao vivo Wings Over America e praticamente todos dessa época, mas não podemos esquecer que o Lennon deu uma surtada e ficou um bom tempo sem gravar e se Paul era mais melódico John também conseguia melodias incríveis. Se um dá de 1000 no outro eu já não me arrisco dizer. Agora, vc lembrou muito bem, Harrison era um puta músico, tem um disco dele que pouca gente se lembra e comenta que é o Electronic Sound um dos primeiros trabalhos de música eletrônica da história do rock e isso em 1969, quando ainda nem existia o Kraftwerk, Tangerine Dream e outros tantos sempre lembrados como pioneiros do estilo.
Quanto a carreira do Paul dos anos 80 para frente, devo concordar que ouve uma queda de qualidade, mas sempre encontramos boas músicas em seus discos, adoro a músca "Tug Of War", o álbum Flowers in the Dirt e aquele gravado na Rússia CHOBA B CCCP. Há também dois discos recentes que considero muito bons: Flaming Pie o Run Devil Run. Se você se decepcionou com Paul a partir dos 80 e deixou de acompanhar o trabalho dele eu recomendo uma audição nesses dois discos, que acho que vc vai gostar bastante, especialmente o Flaming Pie.
No mais, Paul é Paul e John é John, é como dizem no futebol, "uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa". A verdade é que dois são bons para caraio!!

woody disse...

Yerblues,

Parece que na questão Paul X John estamos mais ou menos de acordo, só fico com um pé atrás no dá um chocolate ou dá de 1000 como o Edson falou, porque para mim se há diferença, pelo menos chega perto. Porém devo concordar que a fase anos 70 do Macca é muito mais consistente e manteve o nível da era Beatles, só não vamos esquecer o os discos anos 70 do John também estavam dentro do padrão Beatles, aliás, de todos os quatros, se a gente selecionar uma música de cada um dos discos lançados por eles, conseguimos excelentes discos dos Beatles, pois até o Ringo chegou a lançar bons álbuns. Quem fez o melhor trabalho? Mais uma vez não consigo ver assim, acho que existem bons discos e discos muito bons, todos conseguiram fazer discos muito bons, há momentos que prefiro um e em outro instante quero ouvir o outro. Mas uma coisa é certa: All Things Must Pass é uma obra prima!

Abraço,
WOODY

gryerblues disse...

Meu brother Woody, como diria o sábio Jorge Ben, não o jor, cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém (algo assim.... Então eu entendo o seu ponto de vista, e, pra falar a verdade, me sinto até tentado a concordar com ele. Mas após mais de quarenta e uns anos de audição e vivência com a música destes gênios, a gente acaba seguindo dois caminhos: no primeiro, a gente relativiza as coisas, suaviza as opiniões, após a sábia decantação e absorção (humpf, isso é mesmo sobre rock????? huahua) de tanta informação sobre nossos heróis; no segundo, a gente meio que vai no caminho inverso, filtra tudo que é essencial (perdendo certamente alguma coisa no caminho, mas retendo o que nos "parece" essencial) e passa a sentir-se no direito de criticar os nossos ídolos (audácia da pilombeta! huahua). Eu tô mais nessa segunda viela... sem dúvida o John seguiu um caminho mais corajoso, maduro (isso é questionável) e honesto consigo mesmo na carreira-solo, mas, no que bate comigo isso nem sempre se traduziu em trabalhos genuínamente rock ou "sinceros"... no que me toca achei a superficialidade do Paul mais honesta do que o engajamento do John... Veja, a superficialidade que falo não é sinônimo de banalidade, mas tem a ver com o lance do entretenimento, saca? É por aí a minha linha. Se não me entretém, I'm sorry, tô passando... Por isso citei o All Things Must Pass... É talvez um dos discos mais "profundos" da história da música popular, mas é também um disco de Rock, que te entretém, te alegra, te deprime, te emociona, enfim, do início ao fim... Bom, mas isso é mais uma "filosofação" minha sobre o que é rock, huahuahuahua... grande abraço, brother.

Eu Ovo disse...

então chegamos à conclusão que o George era melhor - pq tem o melhor disco na carreira solo - ele não era páreo para lennon&mccartney.
mas vcs sabem que eu adoro uma polêmica...
então podem levar em consideração - que esse comentário é mais marketing que opinião...

e woody! que puta link é aquele que vc postou lá no blogui!!!!
Estou pasmo e ainda nem terminei de baixar... to na segunda parte...

depois dou o veredicto... enfim, o jazz in the garden é 2008 ou 2009? já garanti o post de aniversário do blogui - pq se notares... todos aniversários (junho) do EuOvo eu postei Hiromi Uehara.
Então vamos manter a tradição... eu ia colocar os bootlegs dela na falta de um lançamento própriamente dito...

abração e valeu muito pelo disco maravilhoso que eu ainda vou escutar...
Bruno

woody disse...

Yerblues,

quanto a honestidade, eu creio que ambos foram honestos, porque no final das contas os trabalhos (discos) deles refletem exatamente o que cada um era.

[]s

woody disse...

Ô dos Ovo,
não tenha dúvidas, Jazz in the Garden é de 2009.

Já a questão dos Beatles, eu não disse que o George tem o melhor disco da carreira solo. Eu disse que All Things Must Pass é uma obra prima. E isso é mesmo.

Veja bem, não se trata de ficar em cima do muro, na verdade eu não acho que nada, nem ninguém seja o melhor disco ou músico. Cheguei a essa conclusão depois de eleger uma série de músicos, músicas e discos como os melhores e depois me ver forçado a mudar de opinião. Quando eu tinha 16 anos eu achava que o Hendrix era o melhor músico e pronto. Mas ai conheci o Zappa, que não tocava guitarra tão bem, mas tocava para caralho e compunha como ninguém, então o Zappa era melhor, logo depois descobri o trabalho de Miles Davis, o cara não tocava guitarra, mas fazia músicas incríveis e vinha de uma escola jazzística, que teoricamente é mais intelectualizada, além do mais o cara criou o jazz-rock. Logo ele era melhor que o Zappa? Não, acho que não. Mas então ele é pior? Pô! Acho que não. Mas e o Hendrix, deve alguma coisa para algum dos dois? Bem... acho que tb não.
Foi aí que descobri que não existe essa coisa de melhor, a gente pode até fazer comparações técnicas e melodiosas, mas não tem "o melhor". Existem péssimos, muito ruins, ruins, mais ou menos, bons, muito bons e excelentes. Então, partindo desse princípio eu diria que Lennon, Macca e Harrison são músicos muito bons naquilo que fazem, ou até mesmo excelentes, só que aí eu estaria colocando-os no mesmo nível de Davis, Zappa e Hendrix, e não sei se chegam a tanto. Quem é o melhor? Não tem melhor, dependendo do momento posso até preterir um e preferir outro, mas são todos muito bons. Obviamente esse é um ponto de vista todo meu, agora se vcs querem eleger "o melhor"... é com vcs!

Abraço,
WOODY

gryerblues disse...

Huahua, pô, Woody, não se trata de eleger "o melhor Beatle"... a gente apenas emite uma opinião que é pessoal e intransferível, baseada no feeling e no conhecimento que cada um aculmulou ao longo de décadas de audição, das carreiras-solo de cada um deles... Não é nada tão sério assim. Além do mais, eu sinceramente não tenho grilo nenhum de mudar de opinião ou de rever meus conceitos quando sentir que é preciso... faz parte da vida isso... Sobre a excelência dos caras, ora, os Beatles, como nenhuma outra Banda, só suscitam esse tipo de papo porque são OS BEATLES, portanto eles são O padrão de excelência. Isso não se discute. Agora, analisando os caras individualmente, eu acho que a gente pode ter uma avaliação pessoal, uma preferência pelo portfólio de um ou de dois deles, sem que isso jogue lama nos demais... it's only rock & roll, mate... and we like it! huauha.. Abraços.