John Paul Jones - Zooma (1999)
John Baldwin, é muito mais conhecido como John Paul Jones, baixista do Led Zeppelin. Segundo a lenda, o nome foi sugerido pelo seu amigo, Andrew Loog Oldham (produtor e empresário dos Rolling Stones) depois de ter visto um cartaz de cinema com esse nome na França. Apesar das declarações irônicas de Jimmy Page na ocasião do lançamento do disco Unledded (Page & Plant - 1994), colocando em dúvida as qualidades musicais do ex parceiro. John Paul Jones era o membro de maior formação musical dentro do Led, pois seus pais também eram músicos e, além do baixo, ele ainda toca teclados, guitarra, bandolim, koto, harmônica, ukulele e afins. Farpas à parte, a verdade é que Jones sumiu de cena desde o fim da banda, só reaparecendo em 1999 com o lançamento deste disco. Antes ele gravou uma trilha sonora chamada Scream for Help (1985) e fez uma participação conjunta com Diamanda Galás no disco The Sporting Life (1994). Galás é um misto de cantora e poetisa performática em estilo gótico, tão freak que perto dela a Nina Hagen fica parecendo mais careta que a Xuxa. Zooma é sem sombra de dúvidas um dos melhores discos que eu tive o prazer de ouvir nos últimos tempos, e não estou falando sozinho, pois encontrei no site whiplash.net uma resenha escrita por Márcio Ribeiro, que define tão bem a minha impressão sobre este álbum, que nem me atrevo a escrever outra, transcrevendo aqui o texto na íntegra:
Depois da decepção do disco Walking Into Clarksdale, da dupla Page & Plant, um disco solo de John Paul Jones, após tantos anos de silêncio, parece coisa caça-níquel. Mas para aqueles que, ao encontrar o disco, tiveram receio de apostar e continuaram vasculhando as prateleiras da loja, saibam que esse CD é uma grata surpresa. Zooma é de longe uma das melhores coisas em catálogo e isso é muito difícil de ser dito hoje em dia, dado o tamanho da mesmice encontrada por aí. É uma grande satisfação poder fazer a resenha de um disco tão pesado, bem arranjado, com temas criativos e primorosamente bem gravado e executado! A banda base é formada por Pete Thomas, ex-Attractions, na bateria e ele, John Paul Jones, em diversos tipos de baixos, órgão e dois instrumentos menos conhecidos, o mandolo elétrico, uma espécie de bandolim que toca na região dos graves-médios e o Kyma, sistema computadorizado para produção e controle de sons eletrônicos sintetizados. Em algumas faixas temos Trey Gunn, membro fixo da atual fase de King Crimson, na guitarra. Porém, na música titulo a guitarra é de Paul Leary, conhecido "session man" que participa apenas nesse tema. Denny Fongheiser, que primeiro apareceu nos álbuns de Tracy Chapman, contribui em duas músicas, ora na bateria, ora tocando um Djembe, instrumento de percussão original da região entre a Costa do Marfim e Ghana. As cordas da London Symphony Orchestra marca presença no tema Snake Eyes. Quem anda acompanhando a carreira de Jones não deverá ser pego inteiramente de surpresa, pois sabe de suas participações em álbuns de gente tão diversa quanto Paul McCartney, Robert Fripp, REM e Butthole Surfers. Zooma oferece elementos de heavy rock, jazz, world music e blues, todos com uma leitura distinta, criativa e longe do previsível. Mantendo o disco instrumental, John se liberta das limitações de canções e seus formatos, focalizando seus esforços nas composições. Embora haja elementos "Zeppelinianos" neste seu trabalho, o som é propositadamente outro. O CD não tem um tema de destaque. Estamos falando de um trabalho realmente muito bom. Zooma, Goose, B. Fingers e Tidal são temas alucinadamente pesados, com um baixo extremamente presente, daqueles que, no volume certo, empurram você para trás. São todos temas complicados e de difícil execução, uma verdadeira aula sobre como mesclar o som do moderno com preceitos antigos sobre musicalidade. Grind começa como um tema pop à la REM e desanda em marretadas deliciosamente ensurdecedoras desse baixista nada velho. The Smile of Your Shadow é um tema mais lírico, evocando um pouco o clima leve de alguns temas à la Zeppelin, sem lembrar nenhuma canção em específico. Bass'n'Drum é um tema puramente jazz, enquanto Snake Eyes, embora tenha peso, é um tema mais arrastado com um sabor de country e com reforço das cordas do LSO. Este tema, embora muito bom, até certo ponto destoa da obra como um todo. Enfim, se você gosta de peso e composições relativamente complexas, vale a pena conferir Zooma. -- Márcio Ribeiro (whiplash.net)
Depois da decepção do disco Walking Into Clarksdale, da dupla Page & Plant, um disco solo de John Paul Jones, após tantos anos de silêncio, parece coisa caça-níquel. Mas para aqueles que, ao encontrar o disco, tiveram receio de apostar e continuaram vasculhando as prateleiras da loja, saibam que esse CD é uma grata surpresa. Zooma é de longe uma das melhores coisas em catálogo e isso é muito difícil de ser dito hoje em dia, dado o tamanho da mesmice encontrada por aí. É uma grande satisfação poder fazer a resenha de um disco tão pesado, bem arranjado, com temas criativos e primorosamente bem gravado e executado! A banda base é formada por Pete Thomas, ex-Attractions, na bateria e ele, John Paul Jones, em diversos tipos de baixos, órgão e dois instrumentos menos conhecidos, o mandolo elétrico, uma espécie de bandolim que toca na região dos graves-médios e o Kyma, sistema computadorizado para produção e controle de sons eletrônicos sintetizados. Em algumas faixas temos Trey Gunn, membro fixo da atual fase de King Crimson, na guitarra. Porém, na música titulo a guitarra é de Paul Leary, conhecido "session man" que participa apenas nesse tema. Denny Fongheiser, que primeiro apareceu nos álbuns de Tracy Chapman, contribui em duas músicas, ora na bateria, ora tocando um Djembe, instrumento de percussão original da região entre a Costa do Marfim e Ghana. As cordas da London Symphony Orchestra marca presença no tema Snake Eyes. Quem anda acompanhando a carreira de Jones não deverá ser pego inteiramente de surpresa, pois sabe de suas participações em álbuns de gente tão diversa quanto Paul McCartney, Robert Fripp, REM e Butthole Surfers. Zooma oferece elementos de heavy rock, jazz, world music e blues, todos com uma leitura distinta, criativa e longe do previsível. Mantendo o disco instrumental, John se liberta das limitações de canções e seus formatos, focalizando seus esforços nas composições. Embora haja elementos "Zeppelinianos" neste seu trabalho, o som é propositadamente outro. O CD não tem um tema de destaque. Estamos falando de um trabalho realmente muito bom. Zooma, Goose, B. Fingers e Tidal são temas alucinadamente pesados, com um baixo extremamente presente, daqueles que, no volume certo, empurram você para trás. São todos temas complicados e de difícil execução, uma verdadeira aula sobre como mesclar o som do moderno com preceitos antigos sobre musicalidade. Grind começa como um tema pop à la REM e desanda em marretadas deliciosamente ensurdecedoras desse baixista nada velho. The Smile of Your Shadow é um tema mais lírico, evocando um pouco o clima leve de alguns temas à la Zeppelin, sem lembrar nenhuma canção em específico. Bass'n'Drum é um tema puramente jazz, enquanto Snake Eyes, embora tenha peso, é um tema mais arrastado com um sabor de country e com reforço das cordas do LSO. Este tema, embora muito bom, até certo ponto destoa da obra como um todo. Enfim, se você gosta de peso e composições relativamente complexas, vale a pena conferir Zooma. -- Márcio Ribeiro (whiplash.net)
John Paul Jones - Zooma
-> link fixed
7 comentários:
Cara, inda bem q c tá aí trabalhando. Ainda agora este JPJ não estava aí quando acabei de por comentário sobre o Geronimo Black. Só que o Link do mesmo não está ativo. Confira.
É, eu sei é que estou trampando nele ainda. Daqui a pouco tá na mão. Aguarde.
Thank you for fixing the link... I have heard good things about this album, and I'm anxious to give it a listen.
Mark
You are welcome my friend.
Thanks to told me about the link problem.
Um dos melhores discos instrumentais que já escutei. Já tinha subido um link pra ele mas, já que você postou, vou escolher outro, hehehe.
Abrações,
Edson d'Aquino
Então não é Edson? Som de gente grande! Só não te dei o toque porque tinha certeza que esse vc já tinha.
É pra ouvir no fumacê!!!
Concordo. Bom muito! E o que é melhor, moderno até hoje.
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