quinta-feira, 26 de novembro de 2009

PUB ROCK (Part 1)



Saudações povo da terra! Após um longo período de abstinência estou de volta à ativa. Para coroar o retorno vou postar algumas coisas de um estilo de rock que aprecio bastante: o Pub Rock. Que na velha Inglaterra é considerado como o precursor do punk rock britânico e, porque não dizer, no mundo, afinal ninguém usava o termo punk, até a coisa explodir com o Sex Pistols. Pois é, muita gente diz que o punk nasceu nos EUA através de grupos como Ramones e New York Dolls, de fato, não há como negar a importância desses grupos no processo, mas do outro lado do oceano também haviam precursores como The 101ers, Eddie and the Hot Rods e Dr. Feelgood.

Os motivos que justificam o nascimento do pub rock são exatamente os mesmos do punk rock: uma reação à cena musical da época, dominada por um rock de virtuosismos, em alguns casos até com elementos de música clássica (no caso do rock progressivo) e por bandas super produzidas. Para muitos, isso era inacessível e até um tanto quanto chato. Então foi uma retomada, algo tipo “voltando às raízes”, pregando uma música simples e de fácil assimilação, baseada em rock’n’roll, blues, rhythm and blues, country e até mesmo jazz, que poderia ser apreciada em pequenos pubs e clubes. Há duas grandes diferenças em relação ao punk: a primeira, é que não havia aquela preocupação com a contestação de valores, nem uma atitude agressiva, a coisa estava mais para o “just for fun”, ou seja: só por diversão. E a segunda, é que pub rock, não é um propriamente um estilo musical, mas a definição de um local onde essa música acontece, porque no final das contas Dr. Feelgood, Elvis Costello, Ace, Dave Edmunds, The Stranglers, Kilburn and the High Roads (Ian Dury), são, ou foram, considerados pub rock, mas musicalmente são bem diferentes entre si. O pub rock tem essa diretriz de simplicidade, sem determinar o tipo da sonoridade.



Isto posto, vamos ao que interessa: esta onda surgiu em meados dos anos 70, mais especificamente ao norte de Londres, numa cidade chamada Essex, na Canvey Island, em Southend on Sea. Terra natal do Dr. Feelgood, certamente o maior e mais emblemático grupo deste peculiar rótulo musical. O nome é uma gíria inglesa referente à heroína, também relacionado aos químicos (médicos) que preparam e/ou receitam a droga. Mas o Dr. Feelgood já foi tema de um post deste blog em 2007, e naquela ocasião não entrei em detalhes sobre a história dele, pois a saga já foi contada, e muito bem, pelo site Mofo, se alguém tiver interesse em conhecer a biografia do grupo é só acessar este link. No entanto, falar de pub rock ignorando Dr. Feelgood é o mesmo que ler a bíblia sem mencionar Jesus Cristo. Para não cometer esse disparate, vou focar o assunto em Wilko Jonhson, guitarrista da banda e um figuraça da minha mais alta consideração.


Dr. Feelgood - Singled Out [2001]

[*] [*] [*]



PUB ROCK


Was a mid- to late-1970s musical movement, largely centred around North London and South East Essex, particularly Canvey Island and Southend on Sea. Pub rock was largely a reaction to much of the popular music of the era, which tended to be dominated by progressive rock and highly polished, supposedly over-produced American West Coast 'AOR' sounds. Many viewed such music as inaccessible and 'out of touch', while pub rock was very much about getting 'back to basics', tending to be based around live performances in small pubs and clubs, playing unpretentious music, from country rock to rhythm and blues-influenced hard rock. Pub rock was viewed by many as being an immediate precursor to the UK punk rock scene. Indeed, many pub rock acts such as the U.K. Subs and Eddie and the Hot Rods went on to find fame in the first wave of British punk, while groups such as The 101'ers featured Joe Strummer of The Clash, and Kilburn and the High Roads included Ian Dury amongst their members.

Pub rock is usually traced back to the "Tally Ho", a former jazz pub in Kentish Town, where Eggs over Easy started playing in May 1971, and were soon joined by Bees Make Honey, Brinsley Schwarz, Max Merritt and the Meteors, Ducks Deluxe and The Amber Squad. Most of the venues were in large Victorian pubs “north of Regents Park” where there were plenty of suitable pubs. One of the most notable venues was the Hope and Anchor pub on Islington's Upper Street, still a venue (right). Other important pub rock venues included the Pegasus Music Hall - a pub in spite of its name - on Green Lanes, the Dublin Castle in Camden Town, The Pied Bull at The Angel (also gone), Bull and Gate in Kentish Town, the Kensington near Olympia and the George Robey in Finsbury Park (now demolished).

Out of London, venues included the Dagenham Roundhouse, The Grand in Leigh on Sea and the Admiral Jellicoe on Canvey Island. Many of these pub venues, particularly the Hope and Anchor, became notable for hosting punk rock later. Besides the well-known venues, many other London pubs of the time would hire out the large meeting halls, music halls or ex-billiards rooms they often had available as do-it-yourself gigs for aspiring pub or punk rock musicians.
From: Wikipedia

Hope and Anchor Front Row Festival 1977

[*]



WILKO JOHNSON




Johnson tinha um estilo bem particular: armado de uma Telecaster preta, da qual tirava uns riffs meio cortados, sempre vestindo preto, usando um corte de cabelo em forma de cuia e se movia no palco em movimentos espasmódicos. Sua performance gerou diversos imitadores, tornando-se uma das imagens clássicas do rock. Seu estilo de guitarra era bem simples, mas combinava as funções de solo, ritmo e riffs quase que ao mesmo tempo como o gaguejar de uma metralhadora, alterando as concepções do “guitar hero”. Ainda hoje ele mantém o mesmo estilo, a única diferença é a falta de cabelos, pois o cabra está “carequinha da silva”.

Nascido como John Wilkinson, em 12 de Julho de 1947, Wilko Johnson é natural do berço do pub rock: Canvey Island. Foi educado na Westcliff High School e tocou em diversos grupos locais até se mudar para a Universidade de Newcastle onde estudou Inglês. Retornando a Essex, se juntou a Charlie Pigboy Band, que acabou se tornado Dr. Feelgood em 1971. Apesar da citação que fiz acima, a adoção do nome não é uma alusão direta à heroína, foi inspirada no pianista e cantor de blues norte-americano Willie Perryman (aka Piano Red) que em 1962 gravou uma música de sua própria autoria chamada "Dr. Feel-Good", adotando o pseudônimo de "Dr Feelgood & The Interns". Essa canção se tornou cover para algumas bandas britânicas da época, inclusive Johnny Kidd & The Pirates (uma das influências de Johnson), que usou a música no lado B do single “Always and Ever” em 1964.

Foi no Dr. Feelgood que Wilko ficou famoso, vivendo seu melhor momento e se destacando, também, como compositor. Esse período durou sete anos, de 1971 a 1977, gerando os quatro primeiros álbuns do grupo: Down by the Jetty (1975), Malpractice (1975), Stupidity (1976) e Sneakin' Suspicion (1977). Criando clássicos como “She Does It Right”, “All Through the City”, “Back in the Night”, “Don't Let Your Daddy Know”, “Sneakin' Suspicion”, e outros tantos. O Dr. Feelgood continuou na estrada e mesmo depois da morte do vocalista Lee Brilleaux (em 1994), último membro da formação original, a banda seguiu em frente, o mais recente disco Repeat Prescription, saiu em 2006 contando com músicos que, provavelmente, eram crianças quando a banda apareceu, ou mesmo nem tinham nascido. Não é um disco ruim, mas não chega nem aos pés dos trabalhos lançados na época e Johnson, para muitos, o verdadeiro e único Dr. Feelgood.


Wilko Johnson & Lew Lewis-Band - Bottle Up And Go! [1983]

[*]

Nunca descobri exatamente por que ele deixou o grupo, reza a lenda que a sua relação com Lee não ia nada bem e que a gota d’água foi uma discussão sobre uma canção que iria entrar no novo disco. Wilko se encheu de Lee e resolveu partir para outra. Mas se o Dr. Feelgood já não era o mesmo sem ele, a recíproca também foi verdadeira. Em 1977 Johnson já estava à frente de uma nova banda o Solid Senders, assinou com a Virgin Records no ano seguinte, lançando um LP homônimo e fazendo uma passagem marcante pelo Front Row Festival que acabou registrada em um disco duplo. Porém, o Solid Senders não decolou e um ano depois ele se juntou ao The Blockheads, de Ian Dury onde permaneceu até 1980. Como eu nunca curti muito esse tal de Ian Dury (nem dury, nem moly), achei que não foi bom negócio, mas foi lá que ele conheceu o baixista Norman Watt-Roy que depois se tornou um colaborador regular na Wilko Johnson Band. Em 1981 ele lançou seu segundo trabalho solo Ice on the Motorway e dois anos depois o EP "Bottle Up and Go!" com Lew Lewis (ex-Eddie & The Hot Rods), na década de 80 ainda rolaram mais alguns LPs, lançados em escala menor e por pequenos selos europeus: Pull the Cover (1984), Watch Out! (1985), Call It What You Want (1987), Barbed Wire Blues (1988) e o EP Back In The Day (1988) em parceria com Steve Hooker.

Dos anos noventa até os dias de hoje, o guitarrista continuou na ativa, mas longe da mídia e do mainstream, as gravações se tornaram mais esporádicas e quando aconteciam muitas vezes traziam releituras de velhos clássicos ou eram de apresentações ao vivo. Em 1992 ele participou do Eurockéennes Music Festival, e no ano seguinte do GuilFest. A oportunidade para um novo álbum surgiu em 1998 quando ele lançou Going Back Home pelo desconhecido selo Mystic. Ao final da década de 90 Johnson passou a evitar aparições em grandes concertos, mas abriu uma exceção para gravar Live in Japan 2000, lançado no ano seguinte. No entanto ele continuou firme e forte no circuito dos pubs, mesmo depois da morte da sua esposa e booking manager (pessoa responsável pelo agendamento dos shows) Irene em 2004. Em abril 2005 sai o CD Red Hot Rocking Blues, seu mais recente lançamento até o momento, o disco traz apenas uma música assinada por ele, todas as outras faixas são interpretações dos seus artistas prediletos como Lowell Fulson (autor da faixa que emprestou o nome ao disco), Leadbelly, Johnny Otis, Van Morrison, Chuck Berry... Na maior parte do ano até o começo de 2006 a Wilko Jonhson Band esteve ao lado do The Hamsters e John Otway na turnê The Mad, the Bad & the Dangerous, que acabou gerando o DVD homônimo lançado em 2007. Em 2008 o aclamado diretor de cinema Julien Temple teve a idéia de fazer um documentário sobre Dr. Feelgood ('Oil City Confidencial', que seria lançado em outubro, no Reino Unido). Ele não imaginava que no decorrer das filmagens conheceria pessoalmente um dos grandes excêntricos da Inglaterra (nas palavras dele): o próprio Wilko Johnson.. Fascinado pelo inusitado encontro, o projeto foi muito além da data de conclusão (e orçamento), a fim de acomodar as muitas facetas desse caráter extraordinário, o herói inesperado do filme. Como resultado de tudo isso, tem havido recentemente um frenesi de interesse renovado em Wilko.

Figurinha carimbada do rock britânico, uma verdadeira lenda viva, Wilko Jonhson continua firme a forte, tocando nos pubs do sul da Inglaterra. Até quando? Só o diabo sabe a resposta. Se eu caísse para aqueles lados, vasculharia todos os cantos para descobrir onde ele estaria se apresentado, pois valeria muito a pena.


Wilko Johnson - Back In The Night [2002]

[*]




WILKO JOHNSON


When rock'n'roll was shaken from its pre-punk complacency by the emergence of Dr. Feelgood, it was their guitarist Wilko Johnson who excited most attention – not only for the startling violence of his stage performance (which was to inspire countless imitators and become one of the classic images of rock'n'roll) but also for his guitar style which combined the roles of lead and rhythm guitar in driving riffs and a stuttering machine gun frenzy which altered conceptions of 'guitar heroics'. As a songwriter too – from early Feelgood favourites like 'Back in the Night' to the power and poetry of 'Dr. Dupree' and 'Sneaking Suspicion' he has proved himself one of the best and most original exponents of rhythm'n'blues styles this side of the Atlantic. The list of '70s New Wave bands who acknowledge the influence of Wilko and the Feelgoods is extensive and includes The Clash, The Sex Pistols, The Jam, The Boomtown Rats, and across the Atlantic The Ramones and Blondie (who spent a whole night at a New York party wearing out their specially imported copy of the Feelgood's first album, 'Down by the Jetty').


Steve Hooker And Wilko Johnson - Back In The Day [1988]

[*]

After his abrupt departure from Dr. Feelgood in 1977 Wilko formed his own band, and over the next few years worked with several personnel of varying degrees of musical accomplishment and mixed moral character. In 1980, while continuing to work with his own 3-piece, Wilko entered the ranks of Ian Dury's brilliant Blockheads, co-writing writing several songs with Ian and featuring on the 'Laughter' album. Then in 1985 the Block's sensational and much loved bassist Norman Watt-Roy joined Wilko, and when Monti took over the drums in 1999, the classic Wilko Johnson Band had arrived. They have never been off the road since and have startled and blasted audiences from Helsinki to Madrid, Aberdeen to Istanbul, Toulouse to Tokyo. Monti's stool at the drums has recently been taken by the much revered Dylan Howe, also of the Blockheads, and this has raised the band to an even greater level of musical mastery and manic brilliance.

In 2008 the highly acclaimed film director Julien Temple set out to make a documentary film about the birth and all too brief phenomenon of Dr. Feelgood ('Oil City Confidential', to be launched in October). He could not have imagined that in the course of filming he would meet 'one of the great English eccentrics' (his words) in the person of Wilko. So fascinated was he by this discovery that the project has gone way beyond completion date (and budget) in order to accommodate the many facets of this extraordinary character, the unexpected hero of the film. As a result of all this, there has recently been a renewed frenzy of interest in Wilko: watch out for some surprising developments in the near future.....
From: Myspace


Wilko Johnson - Red Hot Rocking Blues [2004]

[*]




THE PIRATES





Natural de Londres, este grupo iniciou sua carreira musical em 1959, como Johnny Kidd and the Pirates, é claro que ainda não existia o termo pub rock, era tudo simplesmente rock’n’roll. Jonhnny Kidd, na verdade, Frederick Heath, foi um promissor cantor e compositor que se apresentava caracterizado de pirata (tinha até um tapa-olho) e vinha despontando nas paradas da época prometendo ser tão grande quanto Eric Burdon, Beatles, Yardbirds e outros nomes famosos da época. Seu primeiro single , "Please Don't Touch" alcançou 25º lugar nas paradas britânicas. Mais tarde, essa música acabou ganhando versões de inúmeros grupos, creio que a mais notória tenha sido do Motörhead que aparece no disco No Remorse (1984). Em 1960 eles emplacam outro hit com "Shakin' All Over", outra que acabou virando cover para muitos grupos como Guess Who, The Who, Humble Pie, Suzi Quatro, Dee Dee Ramone, MC5, cara até Iggy Pop gravou essa! Depois de uma série de singles bem sucedidos já estava mais que na hora de gravar o primeiro LP e alcançar o estrelato em definitivo, mas o destino não quis assim e, em 7 de outubro de 1966, os Piratas perderam seu e capitão em um acidente de carro nas proximidades Bury, Lancashire.

Johnny Kidd & The Pirates - The Best Of [2008]

[*] [*]

Apesar da carreira curta, sem ao menos um álbum lançado, o grupo marcou época influenciando muita gente boa, a ponto de um dos "bootlegs" mais famosos do Led Zeppelin se chamar "A Tribute To Johnny Kidd & The Pirates", gravação de um ensaio de 1973, onde tocaram clássicos do rock’n’roll, entre os quais "Shakin' All Over”. The Who também foi influenciado por eles e até chegaram a dividir o palco na época em que Townshend & Cia ainda se chamavam The Detours, no início da década de 60. Creio que um dos maiores influenciados pela banda foi Wilko Johnson cujo estilo de guitarra lembra muuuuito a pegada de Mick Green, guitarrista do The Pirates, aliás, ele nunca escondeu essa admiração e influência.

Foi justamente Mick Green quem assumiu o papel de Fênix no The Pirates, fazendo o grupo renascer das cinzas em 1976, com ele na guitarra, Johnny Spence no baixo e vocal, e Frank Farley na bateria. Todos da formação original. De volta à estrada eles surpreendem com seu poderoso de R & B no "Front Row Festival", realizado na Inglaterra, no final de novembro e início de dezembro de 1977, o mesmo em que Wilko Johnson esteve com o Solid Senders. Esta volta triunfal valeu para o grupo um registro ao lado de Wilko Johnson, The Only Ones, The Saints, The Stranglers, X-Ray Spex, e XTC, na gravação de um álbum duplo do festival chamado The Hope & Anchor Front Row Festival lançado em março de 1978, alcançando a 28ª colocação na parada de álbuns britânicos.

The Pirates - Shakin' at the Beeb, BBC Sessions 1976-1978 [2007]

[*] [*] [*]

O retorno dos Pirates não foi aquela coisa de super banda, grandes turnês internacionais e coisa e tal, na verdade foi um tanto quanto discreto e se limitou a aparições em festivais e apresentações em casas noturnas, caracterizando-os como pub rock, no entanto, foi festejado pelos amantes do rock’n’roll no mundo afora, valendo shows pela Europa, Japão e outras paragens. A banda sofreu algumas alterações no decorrer dos anos sendo Mick Green e Johnny Spence os mais constantes. Nessa nova trajetória eles lançaram mais de 20 discos, a grande maioria deles por pequenas e desconhecidas gravadoras, muitos são de gravações ao vivo e mesmo naqueles gravados em estúdio são comuns a presença de antigos hits da era Johnny Kid com nova roupagem. Seus últimos lançamentos datam de 2006, desconheço o conteúdo e a formação do grupo nestes trabalhos, mas se for para recomendar algum disco indico Out of Their Skulls (1977) e Shakin' at the Beeb: The Complete BBC Sessions 1976-1978 (2007), realmente matadores! Até o ano passado, The Pirates ainda se apresentava nos pubs ingleses, mas Green teve alguns problemas de saúde e o grupo precisou dar um tempo. Contudo, Johnny Spence não ficou parado e juntou forças com os filandeses do Doctor’s Order, com os quais já havia tocando antes, inclusive com Green, e que tem basicamente a mesma sonoridade do Pirates. Curiosidade: Doctor's Orders foi o nome de um disco do Dr. Feelgood, lançado em outubro 1984, sinal que o Dr. também fez nome na Finlândia.

Em toda esta história de pub rock Mick Green, batizado como Michael Robert Green (nascido em 22 fevereiro de 1944, em Matlock, Derbyshire, na Inglaterra), é mesmo uma figura importante, além de ser considerado precursor de um estilo áspero de R&B e influenciar a guitarra de Wilko Jonhson, seu nome aparece no primeiro disco do Dr. Feelgood (Down by the Jetty), onde ele assina a faixa "Oyeh!", e também no álbum seguinte (Malpractice - 1975), com a faixa "Going Back Home", em co-autoria com Johnson. Uns três anos depois de ressuscitar o The Pirates, Green formou um grupo chamado Shanghai, que existiu entre 1974 e 1976, tentando a sorte abrindo os shows da turnê Blue for You, do Status Quo. Chegaram a gravar dois discos que passaram despercebidos pela crítica e público, sumindo na poeira do tempo. Quando não está com o Pirates, Green acompanha nomes importantes do rock, entre suas participações marcantes estão a no Pyramid Stage, do Festival de Glastonbury em 2005, com Van Morrison e no show “Live in the Cavern Club” que Paul McCartney fez em 14 de dezembro 1999, transmitido ao vivo pela internet e registrado no álbum Run Devil Run. Curiosamente ele próprio nunca lançou um álbum solo.





O The Pirates é um verdadeiro mito do rock underground britânico, e conseqüentemente do pub rock. Espero, para o bem da música e dos fãs do bom e velho rock, que esta lenda continue viva por mais alguns anos. A boa nova é que, segundo o site oficial do guitarrista, Mike Green já está recuperado dos problemas de saúde e deve voltar à ativa em breve. Vida longa ao pub rock!
Fonte: The Pirates, Wikipedia, Myspace.



THE PIRATES



The Pirates story really begins back in the mid 1950's with a skiffle band known as Bats Heath and The Vampires featuring a certain Frederick Heath on vocals and guitar. In time and through various line-ups as The Five Nutters and The Fred Heath Band this formed the nucleus of what was to become Johnny Kidd and the Pirates. The new name was reputedly given to them by a sound engineer during a recording test at Abbey Road Studios in 1959. They recorded "Please don't touch / Growl;" with Frederick Heath (aka Johnny Kidd ) on vocals, Alan Caddy and Tony Doherty on guitars and Ken McKay and Don Toy sharing the drumming. In early 1960 Brian Gregg took over on bass, Clem Cattini occupied the drum stool and Alan Caddy became the solo lead guitar in this new trio - although it's now known that Joe Moretti was actually drafted in to play lead guitar for the recording of their most famous number "Shakin all over". Just 18 months later (Aug 1961) all three, Caddy , Gregg and Cattini jumped ship, left Johnny Kidd and after a couple of changes went on to become The Tornados. January 1962 saw another new line up with Johnny Spence ( bass), Frank Farley ( drums ) and Johnny Patto ( lead guitar ). But by March 1962 Johnny Patto had left on the grounds of ill-health and Spence and Farley recruited a long time friend from their schooldays Mick Green. This trio was the partnership who were still working together under the Pirates banner 43years later until Frank Farley's enforced retirement in 2005.

The Pirates - Skull Wars [1978]

[*]

Back in the 60's they played with Johnny Kidd at all the popular venues including The Cavern ( Liverpool ), The Oasis ( Manchester ), The Star Club ( Hamburg ) and on the Liverpool Riverboat Shuffle they were supported by the then little known Beatles. They went on to record a number of tracks including "A shot of Rhythm and Blues", "I can tell", "Some other guy", "I'll never get over you", "Hungry for love", "Ecstasy", "My Babe", "casting my spell", "Always and Forever", "Dr Feelgood". They recruited organist Vic Cooper and the hits just kept coming - "Please don't touch", "Jealous Girl", "shop around", "I know", "Where are you" and more. In August 1964 after two and a half years with the band Mick Green moved on to back Billie J Kramer as part of The Dakotas and his spot behind Johnny Kidd was filled in turn by Stuart Taylor, John Weider, Barry Hammett and John Morshead. They released some more vinyl including "whole lotta woman", "your cheatin heart", "the birds and the bees", "can't turn you loose" and an attempt to capture the old magic with "Shaking all over '65".

1966 again saw Johnny Kidd without his support band when Vic Cooper left, Frank Farley went to join his old mate Mick Green in The Dakotas and Johnny Spence took his bass guitar over to Julian Covey and the Machine . However, Spence and Farley legally retained the rights to the name of "The Pirates". As John explains "Maybe I can lay all the infighting to rest as I was one of JK's closest friends and just of interest his best man at his wedding to Jean. JK always employed musicians as session men rather than part of the whole group - that was the way things were done in those days. "The Pirates" as an entity on their own only came about when we recorded "my babe" and "casting my spell", this naming was holy endorsed by JK. The thinking behind it was that JK's management at the time were building up to him going out as a solo artist". This was further re-enforced when Johnny Kidd then put together another new backing band ....they had to be billed as "The New Pirates", as only Spence, Green & Farley were entitled to use the name of "The Pirates". "The New Pirates" included Nick Simper, Roger Truth and Ray Soaper. But it was all very short lived as on Friday 7th October 1966 Johnny Kidd was killed in a car crash just outside of Bury ( Lancashire ).

Johnny Spence & Doctor's Order - Full Throttle No Brakes [2009]

[*]

The memory of Johnny Kidd and his many Pirates goes on with the definitive line up of Mick Green with Johnny Spence ( still co-owner of the title ) still touring the UK and abroad but sadly Frank Farley is unable to play now and retired in 2005. In 2006 Green and Spence released an album of brand new recordings and even some new numbers recently penned by the two of them. Teh album's called "Skullduggery" and it's available on the Prism label. Various incarnations are also still performing under The Pirates flag as well as many tribute bands such as The Pirate Pirates. Whilst this site is dedicated to the Green, Spence and Farley crew, we fully acknowledge the part played by everyone both in their own rights, then and now, as being backing bands for the late great Johnny Kidd. But in truth, as you see above, only Mick Green, Johnny Spence & Frank Farley can legally claim the title of The Pirates.



EDDIE AND THE HOT RODS


Aqui está mais uma banda do berço do pub rock, Essex. Contemporâneos de Dr. Feelgood e Cia., este grupo atuava praticamente no mesmo circuito e tinha como diferencial um jeito de tocar mais rápido e pesado, com uma pegada mais rock do que R&B. Por isso mesmo, quando o punk o explodiu eles foram facilmente assimilados pelo movimento, muito embora eles próprios não se vissem como tal.





Eddie and The Hot Rods surgiu em Southend, na primavera de 1975 com Barrie Masters no vocal, Dave Higgs e Pete Wall na guitarra, Rob Steel no baixo e Steve Nichols na bateria. A essa altura alguém deve estar se perguntado: se esses eram os integrantes, quem diabos é o Eddie? Segundo a lenda Eddie era um idiota qualquer em quem eles deram uma surra durante uma das primeiras apresentações, o que explica a tradução: Eddie e os Varas Quentes. E olha que eles não se achavam punks! Se bem que, na Inglaterra, no meio proletário, uma boa briga sempre foi um entretenimento usual. Wall e Steel deixaram o grupo ao final do ano, para achar um novo baixista a banda fez um anúncio num jornal local e quem apareceu foi um colegial de 15 anos, chamado Paul Gray. Dave Higgs perguntou a ele: "Você sabe tocar rápido?". "Sim", respondeu na lata, sem nunca ter tocado em banda nenhuma! "Então você está na banda", disse Dave. Nesse meio tempo apareceu, Lew Lewis que se juntou a eles como gaitista. O grupo ganhou reputação devido as suas enérgicas apresentações e, também em parte, graças ao empresário deles, Ed Hollis, que posicionou o grupo na direção da cena rock’n’roll de Detroit, na linha de The Stooges e MC5.

No início de 1976, o grupo lançou seu primeiro single, "Writing on the Wall", pela Island Records. Não muito tempo depois, Lewis deixa a banda devido ao seu comportamento fora de controle, ele viria a formar a Lew Lewis & Reformer. Na primavera daquele ano eles se tornaram a banda mais popular do circuito pub rock, quebrando os recordes de público no Marquee Club (uma das mais conhecidas casas noturnas de Londres) no verão. Um EP foi gravado durante essas apresentações e lançado no outono. Live at the Marquee chegou perto dos Top 40 da parada britânica, e o grupo começou a ascender. No final do ano "Teenage Depression" tornou-se primeiro hit single da banda, alcançando o número 35 nas paradas e o álbum do mesmo nome, lançado a seguir, se tornou um relativo sucesso, saindo inclusive no Brasil, aliás, foi o único disco deles lançado por aqui, mesmo assim conseguiu influenciar muita gente daquela geração como Legião Urbana, por exemplo. Ainda naquele ano, o guitarrista Graeme Douglas (ex Kursaal Flyers) se juntou ao Hot Rods e com a sua adição, o grupo se tornou um pouco mais comercial (radio-friendly) e menus cru. "Do Anything You Wanna Do," um poderoso single pop rock lançado por eles, ilustra bem essa nova sonoridade da banda e se tornou o primeiro e único hit do grupo a alcançar o Top Ten (as 10 mais) no verão de 1977.

Eddie And The Hot Rods - Teenage Depression [1976 - 2000 Remaster]

[*]

Apesar do encorajador sucesso de “Do Anything You Wanna Do” o disco que trazia a música Life on the Line, chegou no alvorecer da era punk, que se mostrava consideravelmente mais crua e agressiva, justamente um perfil que os Hot Rods, tinham abandonado. A banda continuou a se apresentar regularmente, mas o seu público estava começando a diminuir acentuadamente. O disco Thriller, lançado em 1979, foi praticamente ignorado pelo público e pela mídia em geral, fazendo com que a Island Records os demitisse e eles foram para a EMI.

No começo de 1980, Graeme Douglas deixa o grupo e, pouco depois, Paul Gray troca os Hot Rods pelo The Damned. O baixista foi substituído por Tony Cranney. No ínterim dessa troca de integrantes, eles lançaram, em abril de 1981, Fish 'N' Chips. O fracasso desse disco acabou resultando na dissolução da banda. Com isso, Barrie Masters se juntou aos Inmates e Steve Nichol entrou para o One The Juggler. Acontece que nenhuma dessas bandas causou o impacto desejado, então Masters e Nichol reformularam o Hot Rods com Warren Kennedy na guitarra e Tony Cranney no baixo e com essa formação gravaram um EP chamado One Story Town, mas o grupo se desfez em seguida. Em 1985, ao mesmo tempo em que o EP saia pela independente Waterfront Records, a banda é novamente reformulada com Masters, Nichol, Kennedy e Russell Strutter, no baixo.

The Inmates - Shot in the Dark [1980]

[*]

De lá para cá, foram vários retornos e dissoluções de acordo com a conveniência do momento. A formação clássica com Masters, Nichol, Higgs, Gray foi reunida em 1992 para uma turnê pela Europa, ao final desta Higgs deixa o grupo e o trio remanescente chamou o guitarrista Steve Walwyn que estava de licença do Dr. Feelgood devido a uma doença contraída pelo vocalista Lee Brilleaux. Pouco tempo depois outro ex membro do Feelgood Gordon Russell se junta a eles, também por um breve momento, cedendo seu lugar para Mick Rodgers (Manfred Mann's Earthband). Finalmente em 1994, é oferecido para o Eddie and the Hot Rods um curto contrato com o selo japonês Creative Man Records para a gravação do um novo álbum em 16 anos: Gasoline Days. O disco é lançado no Reino Unido e Japão em 1996. No ano seguinte, Rodgers retorna para o Manfred Mann’s, com Madman Keyo ocupando a sua vaga. Ainda naquele ano, Nichol sofre um acidente de carro e, enquanto ele se recuperava, Jess Phillips o substitui na baterista. E nesse entra e sai, a banda segue seu caminho, em 2002 lançaram um disco ao vivo muito bom chamado Get Your Rocks Off e em janeiro de 2004 eles gravaram o disco, “Better Late Than Never”, com 12 faixas e design gráfico por Simon Thorpe, uma espécie de preparação para a turnê de aniversário de 30 anos, cuja festa está registrada num DVD gravado em 2005 no Astoria de Londres. Da formação original, creio que somente Barrie Masters permanece, o que não impede que um velho membro retorne a qualquer momento. Pois é, eles estão por aí, tocando aqui e acolá e quiçá um dia no Brasil. Mas para não ficar na esperança, recomendo antenção na programação dos pubs londrinos, onde volta e meia eles ainda botam para quebrar relembrando os velhos tempos.



EDDIE AND THE HOT RODS


A Brief history... Eddie and the Hot Rods began life in 1976, when four teenagers from Southend on Sea got together and playing their own style of fast energetic rock and roll / r'n'b, were soon a big hit on the London pubrock scene. Catching the eyes and ears of the music press and the major record companies, they were soon signed up by the legendary Island Records and went on to have three hit albums and four top forty UK singles including the Top Ten hit 'Do Anything You Wanna Do'. There have been numerous TV appearances worldwide and they have filled almost every major venue in the UK. A success in the USA too, they have toured alongside The Ramones, Tom Petty, The Police, Squeeze and Talking Heads. After over a decade of touring, and with various members of the band involved in other projects (Paul Gray - UFO/The Damned: Barrie Masters - The Inmates: Graeme Douglas - The Kursaal Flyers: Steve Nichol - One the Juggler...), the Hot Rods slowly ground a halt and for a few years there were only occasional reformations involving several line-ups.

Eddie and The Hot Rods - Curse of the Hot rods [1979]

[*]

However, throughout the changes, one man remained a constant - the 'very RocknRoll' Barrie Masters and in 2000 the band were asked to take part in a 76 date tour of the UK alongside Dr. Feelgood, John Otway and The Hamsters. Barrie reconditioned his Hot Rods and the tour was a great success. The band have been back in demand ever since, touring all over the world including France, Germany, Spain, Italy, Norway, Sweden, Czech Republic and Poland, as well as three successful tours of the USA in 2006, 2008 and 2009. They have found time to record two albums of brand new songs, "Better Late Than Never" in 2004 and the aptly titled, "Been There, Done That...".in 2006. There is also a full concert DVD, "Live in London - 2005", recorded at London Astoria as well as a Live CD compilation "Right for the Night". The band is now busy writing for a third album in it's present form and is shortly to release "Live in New York" - a CD of their show at Brooklyn's Southpaw venue, recorded during the 2009 tour.
From: Eddie and the Hot Rods.



THE 101ERS



Esta foi uma banda importante, muito mais por aquilo em que seu cantor e guitarrista se tornou do que pelo que era. No entanto o 101ers (lê-se "the one o oners") tinha uma sonoridade bem legal, o que só pode ser constatado, por quem não viveu aquele momento, anos mais tarde quando finalmente saiu seu único disco, embora o grupo já estivesse extinto. Tratava-se da banda de John Graham Mellor cidadão britânico nascido em Ankara, na Turquia, em 21 agosto de 1952 e falecido em 22 dezembro de 2002. Se você ainda não sacou, saiba que estou me referindo a Joe Strummer, na minha modesta opinião líder da melhor banda de punk rock de todos os tempos: The Clash. Lá em 1973 ele se autodenominava "Woody" Mellor e tocava num grupo do País de Gales chamado The Vultures. Depois de algumas apresentações, ele achou que aquilo não tinha futuro e resolveu partir para outra, se mudou para Londres formando uma nova banda e começou a escrever canções.

Sua estréia aconteceu em 1974, no Telegraph Pub em Brixton, sob a alcunha de El Huaso and the 101 All Stars, mais tarde encurtado para 101 All Stars até finalmente se firmar como 101ers. Segundo a lenda, o nome vem do prédio abandonado em que moravam juntos os integrantes da banda. O endereço era 101 Walterton Road, Maida Vale. Entretanto, alguns rumores diziam que o nome se referia à sala 101 do romance 1984 de George Orwell. Sei lá mil coisas! Em 1975 ele adotou o nome artístico de Joe Strummer, e insistiu para que seus amigos o chamassem assim. "Strummer" aparentemente se referindo de maneira auto-depreciativa ao seu papel como guitarrista. É que, apesar de canhoto, ele foi ensinado a tocar com a mão direita o que dificultou as coisas, restringindo-o a dedilhar acordes (strumming chords que também pode ser entendido como: acordes desafinados). O grupo conseguiu uma boa fama no circuito pub, tendo gravado um compacto, “Keys To Your Heart”, pelo selo Chiswick, e parecia que tereia algum futuro até que, em 3 de Abril de 1976, no Nashville Room, eles se apresentaram juntos com o Sex Pistols. “Bastaram cinco segundos da primeira música deles e descobri que soávamos como um jornal de ontem”. Comentou Strummer no documentário Westway to the World, de Don Letts.

The 101ers - Elgin Avenue Breakdown Revisited [2005]

[*]

Aquele momento foi o fim do The 101ers. Em 1981, quando The Clash era já uma banda conhecida, o álbum Elgin Avenue Breakdown do 101ers, foi lançado. E em 2002, até antes de sua morte, Strummer estava trabalhando em uma reedição deste álbum com todas as músicas já gravadas pela banda. Infelizmente ele não viveu o suficiente para terminar. Mas o fato dele pensar em relançar esse disco tanto tempo depois, é prova que ele reconhecia o seu valor musical e, quem sabe, poderia até ter acontecido um pequeno revival num desses pubs por aí. Mas o destino não quis assim e o disco foi finalizado pela viúva de Strummer, Lucinda Tait, junto com o Richard Dudanski (ex-baterista do 101ers), sendo lançado como Elgin Avenue Breakdown Revisited em 2005.
Fonte: Wikipédia, The 101ers.



THE 101ERS


The 101'ers were a pub rock band from the 1970s, notable only as being the band that gave Joe Strummer (later of The Clash) his initial start as a musician. Formed in London in May 1974, the 101'ers made their performing debut on 6 September at the Telegraph pub in Brixton under the name El Huaso and the 101 All Stars. The name would later be shortened to the 101 All Stars and finally just the 101'ers. The group established itself on the London pub rock circuit prior to the advent of punk. The group was named for the squat where they lived together: 101 Walterton Road, Maida Vale, although it was for a time rumoured that they were named for "Room 101", the infamous torture room in George Orwell's novel 1984. The novel was later to become something of a manifesto for the political element of the punk rock movement. The 101'ers were supported by the Sex Pistols at the Nashville Room on 3 April 1976, and this is when Strummer claimed he "saw the light" and got involved in the punk scene.

The 101ers - Five Star Rock'n'Roll [1993]

[*]

By the time their debut single was released, Joe Strummer was in The Clash and the band were no more. Clive Timperley later joined The Passions, Dan Kelleher went to The Derelicts and Richard Dudanski went on to work with The Raincoats and Public Image Limited. Tymon Dogg worked with Strummer briefly in The Clash (playing on one track on Sandinista!) and later, in The Mescaleros. Before his death in 2002, Joe Strummer had been planning to re-release the band's long out-of-print full-length, Elgin Avenue Breakdown, complete with previously unreleased tracks that would encompass everything the band ever recorded. The project was completed with the help of Strummer's widow Lucinda Tait and former drummer Richard Dudanski, and released on June 14, 2005 via EMI.
From: Myspace



THE COUNT BISSHOPS


De todos os grupos comentados até agora, talvez o mais desconhecido seja mesmo o Count Bishops, até porque não me lembro de nenhum disco deles lançado no Brasil e se isso aconteceu, passou despercebido para muita gente, mas o fato é que eles faziam um som muito bacana mesmo, aquele enérgico R&B característico do pub rock, bem ao estilo Dr. Feelgood e Cia.

The Count Bishops surigiu em julho de 1975 depois que o guitarrista Zenon Hierowski (depois mudaria para Zenon de Fleur) deixou o Chrome para formar uma nova banda com o cantor Mike Spenser, que acabara de chegar na Inglaterra vindo dos Estados Unidos. Através de um anúncio na revista Melody Makers, eles encontraram o baterista australiano Paul Balbi (ex- Buffalo) e o baixista Stevie Lewins. A banda foi completada com a chegada de um amigo de Mike, o guitarrista Johnny Guitar, também vindo dos EUA.

The Count Bishops - The Count Bishops [1977]

[*]

Em 28 de agosto daquele mesmo ano, eles produziram a primeira gravação, um EP de quarto faixas intitulado Speedball, realizado no pequeno Pathway Studio. Foi o primeiro lançamento da Chiswick Records e saiu em dezembro. Mike Spenser deixou a banda logo depois e eles continuaram como quarteto. Um novo single foi gravado no Pathway, em março de 1976 para o selo independente holandês Dynamo. A bolachinha de 45 rpm trazia a música “Train Train”, não foi exatamente um hit, mas teve uma boa aceitação e a Chiswick logo se apressou em lançar no Reino Unido. A gravadora sentiu que os Bishops tinham potencial e acabou acertando um contrato de exclusividade com eles, pouco antes de irem para o Jackson’s Studio acompanhados do vocalista Dave Tice, que também vinha do grupo australiano Buffalo, para gravar o álbum de estréia. O disco lançado como "The Bishops" foi muito tocado na rádio por de John Peel e Jensen Kid, dois dos maiores radialistas da época e vendeu bem para uma banda praticamente desconhecida. Os Bishops começaram a excursionar extensivamente. Steve deixou para se juntar nova banda Wilco Johnson (Solid Senders) e foi substituído por Pat McMullen.

Em fevereiro de 1978, gravaram um excelente álbum ao vivo no Roundhouse, que foi lançado dois meses depois. O single "I Want Candy” passa no Top Of The Pops da TV BBC, mas novamente eles são ignorados pela parada de sucessos. Em 10 de março de 1979 após um show, o Zen foi gravemente ferido quando seu amado Aston Martin bateu numa árvore, ele morreu uma semana depois no hospital. Um segundo álbum de estúdio, Crosscuts, foi concluído antes da morte do Zen e por isso a banda decidiu continuar. O disco foi lançado em maio, mas um mês mais tarde, voltando de uma excursão pela Espanha, Paul Balbi é detido pela imigração do Reino Unido e deportado para a Austrália. A perda de dois membros-chave significou o fim, eles se separaram no final de 1979, com Johnny Guitar indo para Dr. Feelgood.
Fonte: Ace Records.

CONTINUA … (Aguarde Pub Rock part II)



THE COUNT BISSHOPS


The Count Bishops were formed in the summer of 1975 when guitarist Zenon Hieroski left his previous band Chrome to put a new band together with singer Mike Spenser, who had just arrived from New York. They advertised in Melody Maker and found Australian drummer Paul Balbi and bass player Stevie Lewins and the band was completed when Mike’s friend, guitarist Johnny Guitar, arrived from New York. On 28 August they cut their first record, a 4 track EP entitled “Speedball”, in the tiny Pathway studio with Roger Armstrong. This was the very first release on Chiswick Records and issued in early December 1975. Mike Spenser soon departed so the band continued as a four piece. A new single was recorded in Pathway in March 1976 for the Dutch indy Dynamo. This was the classic 45 ‘Train Train’, rush released by Chiswick. It picked up good airplay but was not a hit.

Chiswick then signed the band to an exclusive deal and just before they went into Jackson’s Studio to record an album with engineer Vic Maile, they were joined by vocalist Dave Tice. The album released as “The Bishops” got heavy airplay from John Peel and Kid Jensen and sold well for a virtually unknown band. The Bishops toured extensively. Steve left to join Wilco Johnson’s new band and was replaced by Pat McMullen. In February 1978, The Bishops recorded a superb live album at the Roundhouse and this was released two months later, in both 10” & 12” formats. A new Alan Winstanley-produced single ‘I Want Candy’ saw them on ‘Top Of The Pops’ but again a chart position evaded them.

The Count Bishops - Speedball Plus 11 [1996]

[*]

On 10 March 1979 after a gig, Zen was seriously injured when his beloved Aston Martin hit a tree and he died a week later in hospital. A second studio album, “Crosscuts”, had been completed before Zen’s death and so the band decided to carry on. It was released in May but a month later, returning from a Bishops tour of Spain Paul Balbi was detained by UK immigration and deported back to Australia. The loss of two key members spelt the end and they eventually split at the end of 1979. 26 years later the original line up of the Bishops reformed to play Ace Records 30th Birthday bash (2005) in London (with a large blow-up photo of Zen as a stage backdrop).

Will continue (Soon Pub Rock part II)

quinta-feira, 9 de julho de 2009

JACO PASTORIUS






Acredito que Jaco Pastorius foi um divisor de eras na história do baixo elétrico (ele não tocava acústico) que passou a ser considerada como antes e depois dele, aliás, não sou o único a pensar assim, muita gente boa, inclusive músicos e críticos renomados também sustentam esta tese. A principal razão para tal conclusão é que Pastorius foi o cara que tirou o contra baixo da cozinha e o colocou na sala de estar fazendo linha de frente para os demais instrumentos. Para quem não está acostumado com os jargões musicais, explico que por cozinha entende-se a marcação rítmica como a realizada por instrumentos como a bateria, contra baixo, tuba, percussão, etc. Caras como Jack Bruce e Stanley Clarck até fizeram algo assim antes dele, mas não com a mesma competência, dinamismo e principalmente harmonia de Pastorius. Ele não se limitava a marcar o ritmo e solar virtuosamente, mas também tirava do seu instrumento incríveis timbres e melodias como se pode notar em músicas como “Portrait of Tracy”, “A Remark You Made”, e tantas outras. O baixo Fender Jazz Bass ano 1962 era sua marca registrada e quando ele mandou retirar os trastes, não inventou o fretless (sem trastes) que já existia, mas mostrou ao mundo como se usa com maestria um instrumento desses. Fui pesquisar para descobrir quem foi o inventor do primeiro baixo elétrico fretless e tive uma grande surpresa ao descobrir que dizem ser William George Perks, popularmente conhecido como Bill Wyman, ninguém menos que o baixista original dos Rolling Stones. Isso lá em meados dos anos 50 quando tocava no Sul de Londres com uma banda chamada The Cliftons. Caramba, essa eu nunca imaginei!!! Mas talvez por isso mesmo, pelo fato de ter sido criado por baixista de rock sem grande virtuosismo, embora fosse um bom músico, é que nunca ninguém se deu conta das possibilidades do fretless até Jaco resolver adotá-lo. Quando se tira os trastes de um instrumento, fica muito mais difícil de tocá-lo, pois é só colocar o dedo um pouquinho fora do lugar que a coisa dá errada. Por outro lado, as possibilidades musicais crescem com a utilização de quartos de tons, há maior amplitude no vibrato e, também, na realização do glissando. Pastorius passou a utilizar tudo isso de maneira soberba, criando sons e timbres nunca ouvidos antes, dando grande popularidade ao fretless, principalmente no meio jazzístico.Woody

A história de Jaco segue no texto abaixo, de autoria do baixista Ney Neto que encontrei na Wikipédia:

Nascido em 1 de dezembro de 1951, John Francis Anthony Pastorius III, foi o primeiro dos três filhos do casal John Francis Pastorius II, que era baterista, e Stephanie Katherine Haapala. Ao contrário do que se divulga por aí, ele não era natural de Fort Lauderdale, na Florida, mas sim do estado da Pensilvânia, no entanto, ainda muito jovem, se mudou para lá e por isso muitos fazem essa confusão. Entre outras curiosidades não muito conhecidas sobre ele, é que Pastorius foi coroinha no Colégio Católico St. Clement, em Wilton Manors, cidade próxima de Fort Lauderdale, dentro do condado de Broward. O apelido "Jaco" tem origem em sua ligação com o esporte. Como o apelido de seu pai era Jack, começaram a chamá-lo de Jacko, em referência ao lendário jogador de beisebol, Jocko Colon. Um dia desses o pianista francês Alex Darqui escreveu um recado para Pastorius, utilizando a grafia JACO. Pastorius gostou e então passou a usar essa grafia.

Além de seguir os passos de seu pai como baterista, ele era fã de esportes, e jogava beisebol, basquete e futebol americano desde jovem. Em uma partida de futebol americano, sofreu um acidente quebrando seu pulso esquerdo o que comprometeu sua mobilidade como baterista, então, ele mudou para o contra baixo. Segundo ele mesmo, suas principais influências musicais foram: "James Brown, The Beatles, Miles Davis e Stravinsky." Além desses, Jaco cita outros nomes como Jerry Jemmott, James Jamerson, Paul Chambers, Harvey Brooks, Tony Bennett, Sinatra, Duke Ellington, Charlie Parker, com especial atenção ao nome de Lucas Cottle, um desconhecido baixista neo-zelandês que tem algumas gravações ao lado de Pastorius.

Em 1974, começou a tocar com Pat Metheny, hoje uma lenda viva da guitarra, com quem gravou seu primeiro álbum, Jaco (1974). Dois anos depois, ele lança seu segundo trabalho chamado apenas de Jaco Pastorius, que foi instantaneamente reconhecido como um clássico no cenário jazzístico da época. Foi então convidado a fazer parte do Weather Report, onde gravou em 1977 o álbum Heavy Weather, indicado ao Grammy e um dos álbuns de fusion mais famosos de todos os tempos. Ainda em 1976, Jaco gravou o álbum Bright Size Life, disco de estréia de Pat Metheny, considerado "marco zero" na história do jazz fusion. De 1976 é também o álbum Hejira, da cantora e compositora Joni Mitchell, com Jaco numa excepcional performance. No início da década de 80, Jaco aprofundou-se em um projeto solo, acompanhado de metais, e o desejo de conduzir uma big band com as linhas de baixo deu origem a banda Word of Mouth, que lançou em 1981 um disco homônimo, distribuído pela Warner. O disco explodiu de costa a costa nos Estados Unidos, com performances virtuosas de Herbie Hancock, Wayne Shorter e Peter Erskine. O ano de 1984 marca o início do declínio desse gênio dos graves, e após a dissolução da Word of Mouth, cortado da Warner, Jaco produz o material de Holiday for Pans, juntamente com Othelo Molineaux (steel drums), disco que não chegou a ser lançado, pois Jaco não conseguira um contrato com nenhuma distribuidora. Os originais foram roubados e recuperados posteriormente, mas o material já não poderia ser totalmente aproveitado. Um recorte de Holiday for Pans, renomeado de Good Morning Anya, foi incorporado à coletânea Jaco Anthology Punk Jazz, lançada pela Rhino Records, em 2003. Na metade da década de 80, Pastorius começou a apresentar problemas mentais, e sintomas do chamado distúrbio bipolar, síndrome de pânico e depressão, relacionados ao uso excessivo de drogas e álcool. Esse distúrbio tornou-o mundialmente famoso por seu comportamento exagerado e excêntrico, para não dizer bizarro. Certa vez, quando se apresentava em Tóquio, foi visto completamente nu e aos gritos sobre uma moto em alta velocidade. Suas performances como instrumentista também mudaram, seu gosto pelo excêntrico e pelas dissonâncias se tornou exagerado e de certa forma incompreensível. Jaco passa a tocar em clubes de jazz em Nova York e na Flórida, tendo caído no conceito popular e transformado-se na "ovelha negra" do meio musical-jazzístico da época.

O trágico fim de John Francis Anthony Pastorius III inicia-se em 11 de Setembro de 1987. Após um show de Carlos Santana, se dirige ao Midnight Bottle Club, em Wilton Manors, Florida. Após ter um comportamento exibicionista e arrogante, entra em uma briga com o gerente do clube, chamado Luc Havan. Como resultado da briga, sofre traumatismo craniano e entra em coma por dez dias. Depois que os aparelhos foram retirados, seu coração ainda bateu por três horas. A morte do mais ilustre contrabaixista de todos os tempos data de 21 de setembro de 1987, aos 36 anos e dez semanas. Foi enterrado no cemitério Queen of Heaven, em North Lauderdale. Mas o legado de Jaco perdura por gerações, e será assim para sempre. Uma das maiores homenagens prestadas a ele, foi registrada pelo lendário trompetista Miles Davis, que gravou a música Mr. Pastorius, composição do baixista Marcus Miller, lançada no álbum Amandla.

Fonte: Wikepédia




JACO PASTORIUS






Jaco's Life and Music by Pat Metheny Note: This is Pat Metheny's liner notes to the 2000 reissue of Jaco's debut album, "Jaco Pastorius", a piece we feel captures what Jaco and his music is all about.

Jaco Pastorius may well have been the last jazz musician of the 20th century to have made a major impact on the musical world at large. Everywhere you go, sometimes it seems like a dozen times a day, in the most unlikely places you hear Jaco's sound; from the latest TV commercial to bass players of all stripes copping his licks on recordings of all styles, from news broadcasts to famous rock and roll bands, from hip hop samples to personal tribute records, you hear the echoes of that unmistakable sound everywhere (it may even be more imitated at this point than the previously most pervasive jazz sound to escape into the broader culture beyond the local borders of jazz, the moody harmon mute stylings of Miles Davis). For all the caterwauling that has gone on about new musicians that have shown up in recent years being toted as the "next Miles", or the "Duke Ellington of their generation", or whatever, Jaco outranks all of them and all of that by being the one and the only of his kind, without predecessor; the only post 1970 jazz musician known on a first name basis with all music fans of all varieties everywhere in the world. From the depths of Africa where he is revered in almost god-like status to the halls of most every music university on the planet. To this day, and maybe more than ever, he remains the one and the only JACO.

And how odd it is to see this era of historical revisionism in jazz how this accomplishment is often relegated by people who should know better as being "not jazz" or as "fusion" (possibly the single most ignorant and damaging term ever invented to describe (discount) an important and vital branch of the jazz music tree). Jaco at his best, as on this record, defines what the word jazz really means. Jaco used his own experiences filtered through an almost unbelievable originality informed by a musicianship as audacious as it was expansive, to manifest into sound through improvisation a musical reality that illuminated his individuality. And besides all that, he simply played his ass off - in a way that was totally unprecedented on his instrument, or on ANY instrument for that matter. Because Jaco's thing has been so fully assimilated into the culture and the musical vocabulary of our time, i notice that it is difficult for people who weren't around at the time of his emergence to fully weigh the impact of his contribution. As a young musician who met Jaco in his prime when we were both just starting out, i can only say that my reaction upon hearing him for the first time (with Ira Sullivan in Miami, Florida in 1972) was simply one of shock - i had literally never heard anything remotely like it, nor had anyone else around at the time. And yes, as is so often noted in his case, the way he was playing was unprecedented in technical terms, but that wasn't what made it so stunningly appealing to me. There was a humanity to Jaco's thing, built into those relentless grooves was that rare quality that only the most advanced jazz musicians seem to be able to conjure up - with Jaco, you were hearing the sound of a time, of an entire generation at work, on the move.

Our musical relationship was immediate. We recognized in each other a kind of impatience with the status quo of our respective instruments and jazz in general and found an instantaneous rapport from the first notes we played together. We also became really good friends. During the short time that i lived in Miami (near Jaco's hometown of Ft. Lauderdale), we played show gigs together and occasionally played at his house (he was living on top of a Laundromat at the time) and spent a lot of time just talking about music, much of it about how intensely we both disliked the so-called jazz/rock of the time [how ironic that we are both now associated (inaccurately) with that movement]. Shortly after we met, i wound up moving to Boston to join Gary Burton's Quartet. During this period, Jaco and i spent time working together in New York with pianist Paul Bley and began a trio that lasted for several years with drummer Bob Moses (that group later went on to record what became my first record "Bright Size Life".) In the middle of this period Jaco recorded this album. When Jaco got word that Herbie Hancock (a major hero of both of ours) had agreed to participate, I think his already inspired vision of what he could be as a musician and what he could do with this record in particular went to a whole other level. Listening again to this record, and the way that he and Herbie hook up on the original and the alternate takes of "Used to Be a Cha-Cha" we are hearing improvised music at it's highest level - but with a difference. Jaco restructured the function of the bass in music in a way that has affected the outcome of countless musical projects to follow in his wake - an innovation that is still being absorbed by rhythm section players to this day - he showed the world that there was an entirely different way to think of the bass function, and what it meant. For this alone, Jaco would earn a major place in the pantheon of jazz history. But, of course, there was so much more.

His solo on 'Donna Lee', beyond being astounding for just the fact that it was played with a hornlike phrasing that was previously unknown to the bass guitar is even more notable for being one of the freshest looks at how to play on a well traveled set of chord changes in recent jazz history - not to mention that it's just about the hippest start to a debut album in the history of recorded music. That solo, along with his best compositions like "continuum" reveal a melodic ingenuity (that rarest and hardest to quantify of musical qualities amongst improvisers) that comes along only a few times in each generation. And then there is just his basic relationship to sound and touch; refined to a degree that some would have thought impossible on an "electric" instrument. Jaco's legacy has had a rough go of it - a horribly inaccurate, botched biography, endless cassette bootlegs of late-life gigs that do nothing but devalue the importance of his message through greed and overkill, and a mythology that seems to thrive on the stories that surrounded the lesser aspects of his lifestyle over the triumphs of his early musical vision and wisdom.

But you know what? you put this record on, and none of that matters. It is all here, in the grooves; everything you need to know about the guy. Jaco Pastorius was one of the most important musicians of our time - the fact that this was his first record is simply astonishing, there is no other way to put it. That this is without question the most auspicious debut album of the past quarter century is inarguable. As with all great recordings, the force of it's value becomes more evident as time passes.
From: Official Jaco Pastorius web site.




Jaco Pastorius Trio Live Station [1986]

[*]


Pastorius, Dennard & Bullock - P.D.B. [1986]

[*]


Pastorius, Metheny, Ditmas & Bley - Jaco [1974]

[*]


segunda-feira, 1 de junho de 2009

Jeff Beck Boogie Woody's Birthday [2009]





Uns dias atrás estava eu lá no meu habitat, tranqüilamente entregue aos braços de Morpheu, quando a engenhoca criada por Graham Bell toca a me acordar. “Quatro da tarde de um domingão, hora nacional do bodão, quem será o mala?” - Hello, Geoffrey Arnold is doing a collect call from England, you accepted the call? “Chamada a cobrar internacional, mas que muquirana!” Como é raríssimo o cara ligar resolvi aceitar:

- Hei Woody meu velho, Whats up?
- Vou indo Arnold, levando do jeito que dá, mas você tinha que ligar a cobrar?
- Sorry, mas o crise aqui está terrible. O que você vai fazer para comemorar o birthday?
- Aniversário! Que aniversário, tá maluco cara!? Meu aniversário é só em dezembro!
- Not your birthday ass hole! Eu estar falando do birthday da bolg.
- Putz, é mesmo! Eu tinha me esquecido, não preparei nada. E agora?
- Dame, Woody! Como você esquece um coisa assim? I was waiting para baixar uma som legal na blog and you just esquece uma day important como este!
- Foi maus cara! Agora acho que está muito em cima para se fazer algo.
- No problem Woody, I have um ideia: você baixar e comprar muitos bootlegs meus, por que não faz um compilation dos bests tracks, creating um new original Woody’s Bootlegs? Eu não gostar muito das pessoas ouvir bootlegs em vez de comprar minhas discos, but for you, vou abrir um exception, but just for the Boogie Woody’s birthday.
- Pô Arnold até que não é uma má idéia, dessa vez você não "soprou por soprar". Vou agora mesmo trabalhar nesse projeto. Valeu cara tô desligando porque isso vai ficar caro e você ligou na minha conta. Bye Arnold.
- Bye Woody.


Hehehe! É claro que tudo isso não passa da mais pura ficção, fruto da minha imaginação doentia, mas o Arnold, cujo nome completo é Geoffrey Arnold Beck, realmente existe e é mais conhecido como Jeff Beck, só que, infelizmente, nem sabe que eu existo. Escolhi-o para “fazer a festa” de aniversário do blog que completou três anos em 25 de maio. Só me liguei da data quatro dias passados e como era tarde para se fazer uma série de posts comemorativos, resolvi fazer um só, mas no capricho. Em principio parecia simples, era só selecionar uma pá de músicas, jogar tudo num CD, fazer uma capinha legal e pronto. No entanto na prática não foi bem assim. Selecionei mais de 30 bootlegs, depois reduzi o número para 17, retirando aqueles cujo áudio era de baixa qualidade, sobrando apenas os soundboards de: outtakes, gravações ao vivo e transmissões de rádio e TV. Catando uma faixa aqui e outra ali cheguei num número muito maior do que caberia num CD, ou mesmo dois. Resolvi que seriam dois CDs então, mas para selecionar as músicas certas foram precisos dois dias de muita audição e “tira e põe”. O resultado aí está, um duplo bootleg com músicas que vão desde o princípio da carreira solo, em 1967, até os dias atuais. No final, achei que ficou bom, mas depois de tanta autocrítica nisso e naquilo, se aquelas eram realmente as faixas certas, se a ordem das faixas estava boa e etc. Fiquei com uma sensação de sei lá! Acho que está bacaninha, mas gostaria de saber isso de vocês. Ouçam e comentem.






Jeff Beck Boogie Woody's Birthday

I made this record in commemoration of three years blog anniversary (was in May, 25). All the tracks are soundboard records from studio sessions, live concerts or Radio and TV Broadcasts, resulting in a very nice audio quality. The selection was take from 17 bootlegs at different times between 1967 and 2009:

  • The Steakhouse Sessions in L.A. 1997-1998 : Produced by Steve Lukather
  • Amsterdam sessions 1998
  • Jeff Beck & Stanley Clarke - Jaap Eden Hal, Amsterdam, Netherlands, July 5, 1979 (Dutch FM Radio Broadcast)
  • Ruis Rock Festival, Turku FI, August 22, 1971
  • Paris Theatre, England BBC In Concert, London - UK June 29, 1972
  • Rare, Raw, Rough and Ready - Live in Chicago October 1971
  • Best Shot - Live at Riverport Amphitheater Saint Louis, MO, Aug. 37, 1995.
  • At Last Rainbow - Rainbow Theatre, London UK, January 26, 1974
  • Prince Hotel, Karuizawa, Japan, 1 Jun 1986 (TV Broadcast )
  • Blow Your Mind - Oakdale Theater, Wallingford, CT, March 21, 1999
  • Tacoma Dome, Seattle, Washington, July 8 1984 (FM Broadcast)
  • The Final Peace, Live at Yokohama, Kanagawa, Japan, 1980.12.16 (Yokohama Culture Sports Center)
  • International Forum Tokyo, Japan, February 6, 2009
  • At the UDO Music Festival - Fuji Speedway Japan 22 July 2006
  • From PROGRESSIVE POP BBC TRANSCRIPTION LP'S 1968-1970. Rare unreleased songs.
  • Rock and Roll Hall Of Fame - Cleveland, Ohio, 5 Apr 2009
  • The Night Of The Kings - The A.R.M.S. Benefit Concert From London Royal Albert Hall, September 20th 1983

Enjoy!


[*]

quarta-feira, 27 de maio de 2009

PAUL McCARTNEY






Eu creio que Paul McCartney é meio injustiçado por alguns, especialmente aqueles fãs dos Beatles pseudo-intelectuais que acreditam que John Lennon era a verdadeira força motriz do conjunto, que era dele que saiam todas as idéias e atitudes. Particularmente se colocarmos numa balança eu também vou pender para o lado Lennon que tem muito mais haver comigo, mas os Beatles eram um quarteto e se havia uma força motriz em destaque era a junção Lennon & McCartney (aqui a tese "os opostos se completam" é absoluta) e se Ringo tinha uma participação ínfima, não podemos ignorar George Harrison, que era, no mínimo, 20% na contribuição sonora do quarteto. Com o fim da banda parece que Paul virou vilão e John o herói, a turminha mais engajada politicamente elevava Lennon às nuvens abominando o trabalho de McCartney. Já digo e repito, eu também prefiro Lennon, mas McCartney fez discos incríveis como Ram (1971), Wild Life (1971) e depois com os Wings: Band on the Run (1973), Venus and Mars (1975), Wings Over America (1977), London Town (1978) e Back To The Egg (1979) só para citar alguns. Já John também fez discos memoráveis, mas lançou coisas pra lá de chatas, afinal quem agüenta ouvir de cabo a rabo discos como Unfinished Music, No. 2, Wedding Album e Two Virgins (todos de 1969), sem falar nos meios álbuns Some Time in New York City/Live Jam (1972) e Double Fantasy (1980), digo meio porque ele dividiu as faixas com Yoko e a parte dela é duro de escutar, não é fácil não! Não sou daqueles que metem o pau em Yoko Ono (aliás, só John Lennon tinha essa manha – hahahah), acho até que, como artista, ela tinha/tem boas idéias, mas definitivamente cantar não é para ela. Cara ela praticamente afundou a apresentação do Zappa com Lennon ("Zappa Ono Mothers", o Live Jam do Some Time in New York City) compentindo com Mark Volman, Howard Kaylan para ver quem gritava mais enquanto a banda tentava tocar alguma coisa. Se bem que, conhecendo o Zappa ele deve ter gostado e John então adorou! Enfim, voltamos ao McCartney, eu dizia que a turma do rock é injusta com o cara, pois ele é harmonioso, sabe muito bem trabalhar os arranjos e é um bom baixista sim senhor, vejam por exemplo a linhas de baixo de músicas como "Hey Bulldog", "Old Brown Shoe" e "I Want You (She's So Heavy)", elas podem ser simples tecnicamente falando, mas são matadoras. “Hahhh, mas ele só faz letras que falam de paz, amor, justiça e harmonia”, para ser franco eu prefiro ouvir esses temas do que assistir a um show dos Sex Pistols, onde eles chamavam as pessoas de babacas (no mínimo), de trouxa por terem comprado o ingresso e ainda cuspiam na cara de todo mundo.”Que do caralho!” Não vou dizer que não curti os Pistols, na verdade eu não gostava muito mesmo, mas achava legal pela revolta e a vontade de subverter a situação, porém não era a minha banda favorita, nessa seara punk eu sou muito mais Ramones, New York Dolls e The Clash antes dos Pistols. Então, para resumir, Paul McCartney pode ser pop, afinal eles praticamente inventaram a coisa, mas antes de tudo, é rock sim senhor e dos bons, quem já teve o prazer de assistir um show do cara pôde comprovar isso, até mesmo pessoas não muito fãs, afinal McCartney é um Beatle. Para reforçar a minha tese aqui vão três bootlegs, propositalmente meio recentes, com performances inesquecíveis:

  • Pizza And Fairy Tales. Com outtakes e demos de estúdio provavelmente gravados em 1985.

  • Back To The Big Egg. Gravado ao vivo no Japão em março de 1990, no show Paul está um pouco rouco o que em vez de prejudicar acabou sendo um plus a mais, porque nem rouco o cara desafina.

  • Paul McCartney - Acoustic. Este é uma compilação de faixas extraídas de uma apresentação especial para a BBC Radaio 2 chamada "Sold On Song", foi gravada nos estúdios da Abbey Road em 27 de julho, de 2005 e foi ao ar em 17 de setembro do mesmo ano. Uma pequena festa no estúdio Nº 2 presenciada por alguns amigos e um pequeno grupo de privilegiados fãs.






Paul McCartney é vegetariano e já declarou à imprensa como tomou essa decisão: "Há muitos anos, estava pescando e, enquanto puxava um pobre peixe, entendi: eu o estou matando, pelo simples prazer que isso me dá. Alguma coisa fez um clique dentro de mim. Entendi, enquanto olhava o peixe se debater para respirar, que a vida dele era tão importante para ele quanto a minha é para mim". É membro honorário e participante ativo das campanhas do PETA (People for the Ethical Treatment of Animals, ou Pessoas pelo tratamento ético dos animais, em português).
Fonte Wikipédia






Na tarde de 9 de dezembro, de 1980, ao sair de um estúdio na Oxford Street, McCartney foi rodeado de jornalistas perguntando a respeito da morte de Lennon. Disse, "Eu estou chocado - isto é uma notícia terrível" acrescentando ainda que passou o dia no estúdio por não querer ficar em casa sentado sem fazer nada." Ele foi muito criticado pela frieza com que recebeu a notícia da morte de John Lennon. Quatro anos depois, numa entrevista para a revista Playboy, McCartney afirmou que ficou assistindo ao noticiário na televisão aquela noite e chorou a noite inteira. Ele relembrou ainda do seu último telefonema a John, logo após o lançamento do álbum Double Fantasy. Segundo McCartney, no telefonema Lennon disse rindo a Paul, "Esta esposa quer uma carreira!" A palavra esposa foi usada em referência ao termo esposo-Lennon, por John ter tomado conta do filho durante anos. Após a morte de Lennon, McCartney voltou ao trabalho mas ficou durante muito tempo sem tocar ao vivo. Ele explicou que isso era devido ao nervosismo de ser o próximo a ser assassinado.
Fonte Wikipédia



Paul McCartney


Pizza And Fairy Tales
Outtakes, demos and alternate takes from 1985-1987. Except for the song "Peacocks", all tracks are already available on The Alternate Press To Play Album and Return To Lindiana.

Back To The Big Egg 2005
This is really great: a new soundboard recording of a 1990 gig! Really great soundquality with the nice collection of songs
Tracks 1 - 28 Live at the Tokyo "Big Egg" Dome, Tokyo, Japan - 7. March 1990
Tracks 29 - 39 from various japanese concerts March 1990

Acoustic BBC2
Compilation extracted of the record "Sold On Song", a special show on the BBC Radio 2.
Recorded on Abbey Road Studios on July 27, 2005 and broadcasted on September 17, 2005. A little party in studio No. 2 with some friends and fans, a fantastic show to Macca's fans.




Paul McCartney - Pizza And Fairy Tales [2000]

[*] [*]



Paul McCartney - Back To The Big Egg [2005]

[*] [*]



Paul McCartney - Acoustic [2005]

[*]

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Jimi Hendrix - Am I Blue [2004]






Muito bacana este Am I Blues, lançamento bootleg da Purple Haze Records, além de não ser a mesmice de sempre (“Purple Haze”, “Fire”, “Hey Joe”, “Foxy Lady”, “Wild Thing”...), apresentada um áudio de excelente qualidade já que as faixas são outtakes de estúdio cujos temas estão focados no blues. Entre os destaques temos a mais completa versão nunca antes lançada de “Country Blues” e “Three Little Bears”; um dos primeiros takes de “Voodoo Chile” (tirado das sessões de gravação do álbum Electric Ladyland), e uma épica studio jam com vinte e sete minutos de “Villanova Junction Blues”.

Eu ia incrementar este post falando um pouco do meu grande ídolo e herói Jimi Hendrix, afinal na guitarra ele é “o cara” e não tem para Eric Clapton, Joe Satriani, John McLaughlin, Jeff Beck, Yngwie Malmsteen, Pat Metheny, Eddie Van Halen, Scott Henderson, Jimmy Page, John Scofield… Venha quem vier, todos se curvam diante do mestre, não só reconhecendo a sua excelência, mas também se deixando influenciar por ele. Um fato até curioso levando-se em conta que Jimi não sabia sequer ler uma cifra ou nota de uma partitura, o que me faz acreditar que técnica e conhecimento ajudam, mas sem talento e sentimento não se vai a lugar algum. Jimi tinha talento de sobra além de ser puro sentimento, basta vê-lo tocando e notamos que a guitarra se torna parte de seu corpo respondendo muito mais a sua mente e coração do que a ação dos seus dedos. Então quando eu sentei para escrever entrei em cheque: o que falar sobre ele, se já disseram quase tudo e sua carreira é mais que conhecida? Aí me veio à mente a triste história da sua infância contada pela jornalista Sharon Lawrence, amiga e confidente de Hendrix, no primeiro capítulo do seu livro, “Jimi Hendrix: A Dramática História de uma Lenda do Rock”, cuja narrativa nos faz chorar de tão triste, mas é rica em detalhes e curiosidades sobre a infância do maior guitarrista de todos os tempos. Resolvi então transcrever o capítulo aqui. Aliás o lançamento (editora Zahar) é recente e pode ser encontrado com facilidade nas livrarias por aí.


Johnny/Jimmy


Ela gostava bastante de diversão. Mas não houve muita diversão em sua vida curta e infeliz. Lucille Jeter jogava para longe o sombrio véu de ansiedades que perturbava todos os adultos ao seu redor, durante a guerra, e, apesar das advertências da família, ignorava os entediantes pingos... pingos... e mais pingos da eterna chuva noturna de Seattle para sair e dançar sempre que havia oportunidade, Lucille, a "queridinha" da família Jeter, de natureza doce e ingênua, tinha um irmão e três irmãs mais velhas. Seus pais, Preston e Clarice, eram, como a maioria dos residentes negros de Seattle nos anos 1940, homens e mulheres que imigraram para o Oeste em busca de uma vida melhor, mas que haviam se decepcionado. Nascido na Virginia, Preston Jeter teve educação, mas poucas oportunidades. Trabalhou por diversas vezes como mineiro ou estivador. Sua mulher, Clarice, que nasceu em Arkansas, provia a tão necessária renda familiar esfalfando-se como faxineira e empregada domestica. Às vezes entravam em cena alguns cheques beneficentes. A religião pentecostal era o alicerce e também a vida social da senhora Jeter. Ela se preocupava e rezava por Lucille, cuja saúde sempre fora frágil. Lucille tinha tendência a se estressar. Ao ver aquela linda menina mulata agitar os pés e rir ao ser lançada para o alto enquanto dançava, Al Hendrix sentiu-se cativado. Será que ela jamais se cansava das luzes brilhantes e dos ritmos animados dos passos de jazz? Lucille adorava música!

Mas aquelas emocionantes noites na pista de dança não durariam muito tempo: semanas depois do primeiro encontro do casal, Lucille apareceu grávida e teve de se casar às pressas com Al, de 22 anos, um atraente — se não belo — galinho garnisé de pouco mais de um metro e meio de altura. Lucille disse à mãe que tinha gostado do jeito de Al sorrir para ela. O jovem marido era um cidadão norte-americano criado em Vancouver, British Columbia, que se estabelecera em Seattle vários anos antes para tentar a sorte como boxeador peso-leve no concurso Luvas de Ouro. O pai de Al, Ross Hendrix, natural de Ohio, tornou-se policial em Chicago, mas, por fim, numa estranha guinada, empregou-se como contra-regra de uma companhia de vaudeville. Casou-se com uma das dançarinas da trupe, Nora Moore, cuja mãe era uma índia cheroqui pura e o pai, um irlandês. Nora e Ross desistiram de viver viajando e resolveram começar vida nova em Vancouver. Não tardou muito e Nora deu a luz duas crianças, uma filha e James Allen Hendrix, conhecido como Al. Como sua educação fora interrompida no sétimo ano, e ele não estava preparado para um trabalho mais especializado, Al voltou-se para o dom herdado da mãe e passou a ganhar alguns dólares aqui e ali em concursos de dança. As especialidades dele eram sapateado, jazz e improvisações solo. Embora mais tarde se referisse a si próprio como membro de uma importante família do show business, sua mãe, após deixar o vaudeville, trabalhava por muitas horas na cozinha de um restaurante em Vancouver. Quando adolescente, Al também trabalhou como garçom nessa cidade. Ao se casar com Lucille, Al talvez tivesse apenas três coisas em comum com a esposa de 16 anos: ambos eram os filhos mais jovens de suas respectivas famílias, os dois adoravam dançar e tinham um filho a caminho. Poucos dias depois do casamento, em 31 de março de 1942, Al despediu-se de Lucille com um beijo. Convocado para o Exercito, foi enviado para Oklahoma, a cerca de 2500km de distância, e de lá para a Geórgia.

Lucille mal completara 17 anos quando deu a luz o primeiro filho, Johnny, em 27 de novembro de 1942. O parto ocorreu na casa de Dorothy Harding, uma grande amiga de Dolores, a irmã de Lucille. Parentes e amigos acharam engraçado que aqueles dois baixinhos concebessem um bebê tão gracioso e longilíneo.

Criar uma criança não era brincadeira. Lucille não estava preparada para enfrentar a transição de ex-colegial para mãe. Por causa da confusão reinante no Exército ela nada recebia do pagamento de Al. Não muito tempo depois do nascimento de Johnny, Preston Jeter morreu de um ataque do coração, e Clarice herdou muitos problemas financeiros. Ela amava o filho de Lucille, mas não podia cuidar dele e ainda trabalhar fora cinco dias por semana. Clarice e Dolores estavam muito preocupadas com o bem estar de Johnny, que ficava de lá para cá num círculo de parentes e amigos, e às vezes até de gente estranha, em residências de Seattle e das proximidades. Johnny nunca sabia ao certo quem "se encarregaria" dele a cada semana — e essa expressão permaneceu para sempre em sua memória. Dormia sobre travesseiros, em cestos e nas camas dos outros. Um berço de verdade foi um luxo que poucas vezes Johnny pôde experimentar. Lucille flutuava pela vida de Johnny, a mamãe que ele tanto adorava, embora não pudesse sustentá-lo ou tomar conta dele por mais de alguns dias seguidos.

Quando estava com quase dois anos e meio, o menino foi levado por uma conhecida de sua avó Clarice. Essa mulher então adoeceu de repente e morreu. A irmã dela foi da Califórnia a Seattle, onde viu o pequeno Johnny e se encantou. Aquele foi um encontro do destino, e, embora depois ele acabasse por esquecer o nome daquela mulher, ela jamais saiu de sua lembrança. A mulher se dispôs a tomar conta do menino na sua residência em Berkeley, Califórnia, durante a guerra. Lucille não se opôs. Johnny vivia agora numa casa mais bonita, um bangalô simples, a algumas quadras do campus da Universidade da Califórnia. Ali ele se sentia confortável e seguro, e pode desabrochar sob o afeto e os cuidados da mulher que o resgatara, sem mencionar as atenções da filha mais velha dela, que tinha cerca de 20 anos, e de duas alegres adolescentes. Mais tarde, Johnny iria lembrar-se de quanto gostava que lessem histórias para ele, que ficava sempre ávido por ouvir mais uma. O vocabulário de Johnny aumentou muito durante essa feliz trégua na insegurança de Seattle. "Elas me chamavam de pequeno tagarela", disse-me ele sorrindo com essas antigas lembranças.

Al Hendrix nutria certas dúvidas quanto ao seu casamento, ainda mais depois que ouviu falar que Lucille tinha um caso com outro homem. Pensava em se divorciar da jovem esposa. Algumas semanas depois de receber baixa do Exército, no final de 1945, viajou até Berkeley pela Costa Oeste para ver o filho pela primeira vez. Johnny não foi capaz de relacionar a fotografia de seu pai uniformizado, exibida com destaque na sala de estar, com o jovem sem uniforme que agora o examinava. Al permaneceu por alguns dias com os anjos da guarda de Johnny, conheceu os vizinhos do garoto e depois, quando o menino parecia acostumado com ele, embrulhou as coisas do filho e ambos embarcaram numa exaustiva viagem de trem por quase 1.300km de volta para Seattle. Anos mais tarde Johnny lembraria como chorava e soluçava quando aquele homem pouco familiar, que agora ele devia chamar de pai, quis discipliná-lo no meio da viagem: "Quero ir embora desse trem! Quero ir para casa. Deixe-me ficar em paz, quero minha familial!"

"Eu só berrava", ele me disse. “Sabia que elas me amavam, que iriam sentir minha falta."Embora os detalhes tenham se esvaecido, Johnny jamais esqueceu daquela família substituta. "Aquele foi como um pequeno sonho aconchegante em minha cabeça", diria ele já adulto.

Quando Johnny estava para completar quatro anos, o pai resolveu mudar legalmente seu nome para James Marshall Hendrix. Incomodava-o imaginar que Lucille tivesse dado aquele o nome ao filho por causa de algum namorado. Disseram ao menino que ele passaria a ser chamado de Jimmy. Isso o perturbou e confundiu, mesmo porque vinha treinando pronunciar e escrever "Johnny" em um livro infantil de alfabeto que recebera de presente em Berkeley. "O garoto", como muitas vezes se referiam a ele, tinha nomes demais. Sua tia Dolores, a irmã preocupada e protetora de Lucille, já o apelidara de Buster. Mais tarde, Johnny/Jimmy referiu-se aos primeiros anos de sua vida como "cheios de confusão". E não era fácil para ele conversar a respeito de suas lembranças da infância. Houve um período, antes de ir para a escola, em que ele, a mãe e o pai viviam todos na pequena casa da tia Dolores, como parte da própria família dela, que se tornava cada vez maior. "Tia Dolores procurava sempre melhorar as coisas", disse ele. O casamento dos Hendrix era uma união intermitente. Vez por outra, para afastar Jimmy da crescente tensão entre os pais, mandavam-no para o outro lado da fronteira, em Vancouver, British Columbia, a fim de passar curtos períodos com a mãe de Al, Nora Hendrix. Em janeiro de 1948, quando Jimmy tinha seis anos, seus pais tiveram outro filho, Leon. Nem um ano se passara, e Lucille deu a luz um terceiro menino, Joseph. Lucille sentia-se presa numa cilada. Ela era muito jovem para ser mãe de um filho, quanto mais de três. Não podia suportar que a amarrassem. Al ficava cada vez mais mandão, temperamental e controlador com o dinheiro, sempre um problema para muitos habitantes do bairro central de Seattle. Não havia mais amor ou passos de jazz para aquele casal.

O pai de Jimmy estava sempre a lhe dizer: "Saia do caminho", "Não faça bagunça", "Não seja atrevido." O menino logo aprendeu que ficar quieto e ser obediente de vez em quando evitava as desagradáveis trocas de agressão em voz alta. Al lhe dizia: "Essa mulher e uma vagabunda.” Jimmy odiava ouvir o pai falar mal de sua mãe, assim como se arrepiava ao vê-la embriagada, trôpega e trêmula. Al também não era nenhum abstêmio, e muitas vezes Jimmy soluçava sobre o velho travesseiro, sem conseguir dormir enquanto explodiam brigas horríveis a poucos metros de sua cama. "Às vezes", diria Jimmy mais tarde a um amigo, "eu ficava lá, perguntando a mim mesmo: ‘Quem sou eu? Por que isso está acontecendo? O que posso fazer?"’ Numa noite digna de pesadelo, Lucille partiu para nunca mais voltar. "Meu querido Jimmy", disse ela ao filho, "tenho de fugir disso!" Para Jimmy as palavras e as lágrimas da mãe permaneceram como uma lembrança indelével. O casal se divorciou em dezembro de 1951. Al requereu e obteve a custódia dos filhos. Providenciou, como desejava, que Joseph fosse "criado fora". Al preveniu Jimmy e Leon para que Ficassem longe de Lucille. "Ela é uma bêbada, não vale nada!"

"Não vale nada." Essas palavras também perseguiram o menino — que veio a se tornar o homem Jimi Hendrix — pelo resto da vida.
Texto retirado do livro “Jimi Hendrix: A Dramática História de uma Lenda do Rock” (The Man, The Magic, The Truth) por Sharon Lawrence, Jorge Zahar Editor Ltda.

A mãe de Jimi faleceu sete anos depois do divórcio (ela estava com 32 anos), vítima de problemas renais que resultaram no rompimento do baço. Jimi tinha 16 anos e seu pai não permitiu que ele e seu irmão fossem ao enterro, fato que o magoou muito por toda a vida. A grafia “Jimi” foi uma idéia do empresário do guitarrista no começo do Experience, ele curtiu a idéia e a partir dali Jimmy virou Jimi e entrou para história da música universal.








Jimi Hendrix - Am I Blue





Am I Blue is another studio outtakes release, mostly focusing on bluesier pieces. Highlights include more complete versions of the previously released Country Blues and Three Little Bears, an earlier take of Voodoo Chile (from the Electric Ladyland sessions), and the epic twenty-seven minute Villanova Junction Blues studio jam.




[*] [*]

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Z A P P A N A L E





Um amigo das gemânicas , o grande Burkhard Schempp, fã de carteirinha do mestre Franck Zappa, deu-me um toque de um super evento zappônico que vai rolar lá para aqueles lados em agosto. Se alguém for para os cantos de Hamburgo entre 12 e 16 de agosto, vale a pena conferir. Quanto a mim, como a crise está brava, vou ficando "porraqui" mesmo. Mas se alguém tiver uma passagem sobrando aceitamos de bom grado, of course!!!











quinta-feira, 7 de maio de 2009

Frank Zappa - Buffalo's Memorial Auditorium [1974]



Este foi mesmo um grande achado nas minhas andanças pelas teias da web. Atenção: não confundam este disco com o Frank Zappa Buffalo. O bicho é o mesmo, o local também, mas aquele é de um show em 1980, com Steve Vai, Ray White, Ike Willis e campainha; nasceu pirata e acabou sendo oficializado em 2007. Este é de um show de 15 de novembro, de 1974, com aquela banda fantástica formada por Frank Zappa, Tom Fowler, Chester Thompson, Ruth Underwood, Napoleon Murphy Brock e George Duke. A gravação desta apresentação não era encontrada com facilidade por aí. Na verdade, uma parte dela foi lançada no bootleg Brings Yellow Snow to Rochester & Buffalo, mas o show na integra só rolava nas mãos de poucos privilegiados e nunca chegou a ser lançado em álbum, ainda que pirata. Até que, uns dias atrás, navegando pela rede aporto no site da CROZ FM. Opa!!! Que isso aqui!!! Não!!! Não pode ser verdade, shows e entrevistas para serem ouvidos e baixados por que quiser! Mas era, está tudo lá, uma porrada de shows de mais de cem renomados nomes da música internacional, inclusive do mestre Frank Zappa. Foi assim que finalmente pude conferir essa apresentação na íntegra que recheia dois CDs. No primeiro temos clássicos como “Stinkfoot”, “RDNZL”, “Echidna's Arf”, “Penguin In Bondage”, “Uncle Meat” e outros. No segundo estão as músicas lançadas no Brings Yellow Snow to Rochester & Buffalo: “Don’t Eat The Yellow Snow”, “St. Alphonzo's Pancake Breakfast”, “Camarillo Brillo” e “More Trouble Every Day”, com direito a uma faixa bônus no final. Para festejar o achado resolvi criar uma capinha para o disco, coisa que eu não fazia há um bom tempo e que era um hábito comum no começo deste blog. Na verdade nem sei se as pessoas curtem essas capinhas, mas eu me divirto fazendo. Bueno é isso, tá esperando o que? Baixa o disco aí e vai lá na CROZ FM conferir o resto que tem muita coisa boa!






Frank Zappa - Buffalo's Memorial Auditorium


One of the problems of introducing people to Zappa’s music is that he wrote so goddamned much of it. As a result, when it comes to live performances you get all sorts of great music that was flowing from the man at the time, but not necessarily the music that that many regard as his greatest and was certainly his most popular.

This true treasure of a stereo soundboard (low-generation and so pretty much pristine, i.e. no tape hiss) was recorded when Frank was touring with musicians from one of his greatest collectives and performing mostly material drawn from his two “hit” albums from the early 70s, Over-Nite Sensation and Apostrophe (’). Now I’ll be the first fan to agree that there are tons of great songs and albums in the Zappa canon, but I think of it as part of the mandate of this site to provide music that might turn people on to an artist they otherwise might pass on, and this is the kind of show that can make converts out of people. Seriously, if you have ever thought about dipping your ears into Zappa’s wax then this is the show to get.
From: CROZ FM



[*]

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Andy Summers - Earth + Sky [2003]




Andrew James Summers, popularmente conhecido como Andy Summers ganhou fama nos anos 80 como guitarrista do trio de rock The Police, mas não espere encontrar em Earth + Sky nada parecido com o trabalho que ele fazia em seu antigo grupo. As coisas aqui estão muito mais para uma fusão musical de estilos diversos, embora um pouco mais centrada em jazz, com alguns momentos acústicos e outros mais elétricos, na verdade é um disco que trás toda a bagagem de influências de Summers, mistura rock, jazz, experimental e até clássico. Porque apesar dele ser mais conhecido como um roqueiro, nem sempre foi assim, pois ele começou a tocar guitarra influenciado por jazzistas como Wes Montgomery, Jimmy Raney and Tal Farlow, seus primeiros trabalhos como músico foram nos clubes de jazz ingleses. Ele aprendeu tocar de forma autoditada, porém mais tarde foi estudar violão clássico por quatro anos na California State University at Northridge (CSUN) tornando-se fã de Villa Lobos. Suas primeiras gravações aconteceram com um grupo de R&B chamado Zoot Money's Big Roll Band e ele também teve uma passagem psicodélica com o Dantalian's Chariot, tocou blues com o Eric Burdon and The Animals e ainda trabalhou com uma pá de gente de estilos diferentes como Neil Sedaka, Joan Armatrading, Kevin Ayers, Kevin Coyne, Tim Rose, Jon Lord, até chegar ao Police. Depois, ainda tocou com mais uma cacetada de figuras distintas como John Etheridge, Robert Fripp, Herbie Hancock, Brian Auger, Eliane Elias, Tony Levin, Ginger Baker, Deborah Harry e Vinnie Colaiuta, que por sinal toca com ele em Earth + Sky. Não podemos esquecer também dos trabalhos com o guitarrista Victor Biglione, argentino de nascimento, mas carioca de coração com quem ele gravou dois discos Strings of Desire (1998) e Splendid Brasil (2005). Pretendo abordar mais amplamente o trabalho de Summers num post futuro, mas creio que isso já serve para se ter uma boa idéia da gama de influências e estilos que fazem parte do universo musical deste excepcional guitarrista e do tipo de música que encontramos em Earth + Sky.
Fontes: Wikipedia e AndySummers.com







Andy Summers - Earth + Sky

While guitarist for the Police, one of the most popular rock bands of all time, andy Summers never felt he had the professional oportunity to properly express his chops. Casual fans of the Police may be surprised to learn that Summers’ career did not begin with them. Born on New Years Eve, 1942 in wartime Lancashire, England. Summers recorded in the late 1960s with Eric Burdon ans the Animals and later with Joan Armatrading and Kevin Ayers. Then came the Police, where his keenly sharp sense of time and rhythm, full of reggae, ska, South African and world music ambiance made him a household name. But Summers was antsy and started recording his own in 1982, even before the Police disbanded in 1985. Over the next decade he released a string of well received, mostly art-rock recordings before he veered into the jazz arena and put out two pivotal albums: Green Chimneys – The Music Of Thelonious Monk and a recording of Charles Mingus compositions called Peggy’s Blue Skylight. Both established Summers as a bona fide jazz cat with a serious fusion jones. While Summers’ post-Police recordings head off in headier directions, he does bring his pop-y Police guitar style to bear, here and there, on his new recording. Overall, Earth & Sky effectively draws and efficiently walks a very fine line between Adult Contemporary jazz and fusion. For example, “The Diva Station” and “Parallels” will appeal to fussiest Boney James and Bill Frisell fans at the same time. On the other edge of the spectrum Summers produces an acid fusion on “Above The World” and a title cut that recalls the guitar-drumming pyrotechnics experienced on jazz improviser Jonas Hellborg’s late ‘90s Bardo recordings. Drummer Vinnie Colaiuta propels this recording powerfully. Andy Summers, for his part performs deftly both electrically and, on the organic “Roseville” and “Parallels” acoustically. Nixed at Summers’ Divine Mother Studio, the album has a warm and full sound spread fairly even over the sonic landscape. As such, along with the intelligent mix of the contemporary and fusion elements of jazz, Earth & Sky serves as a good introduction to both Summers (independent of the Police) and to jazz itself.
From: Grapevine Culture extracted from the Andy Summers official site.




[*]