segunda-feira, 23 de junho de 2008

UMA BREVE HISTÓRIA SOBRE O BLUES




O blues nasceu no sul dos Estados Unidos quando os escravos transformaram a sua dor em música e verso. É puramente americano e apesar de receber alguma influência da cultura européia e africana, não existem vínculos diretos, sendo fruto da mistura de ambas as culturas. Algo especial e completamente diferente de qualquer tradição que possa ser encontrada nesses continentes, embora o pesquisador americano Alan Lomax (1915 – 2002) tenha encontrado alguns exemplos de canções bem parecidas no Noroeste de África, particularmente entre o Wolof e Watusi. A palavra “blue” foi associada à idéia de melancolia ou depressão desde a era da rainha Elizabeth. O termo "blues", como está agora definido, foi creditado ao escritor americano, Washington Irving, em 1807.

A história da tradição musical do blues é narrada oralmente e quase que unicamente por negros, desde os 1860s. A música africana e européia se fundiram para criar o que eventualmente se tornou o primeiro blues, quando os escravos começaram cantar canções cujas palavras contavam o extremo sofrimento e privação em que viviam. Era o "field holler" (grito do campo), uma forma de resposta para aquele ambiente opressivo. O "field holler" deu origem ao espiritual e ao blues. Alan Lomax define assim este momento: "celebridade entre todas as obras de arte humanas para o desespero profundo... Eles deram voz ao sentimento de alienação, sem regras e normas, que prevalecia nos acampamentos de construção do Sul". Isto se deu no *Delta de Mississipi, onde freqüentemente os negros eram recrutados à força para trabalharem no campo sob maus tratos até serem descartados por invalidez ou morte.

Lomax declara que o blues, tradicionalmente, era considerado uma disciplina masculina. Apesar de alguns dos primeiros blues ouvidos por brancos serem cantados por "ladies blues singers" (cantoras) como o Mamie Smith e Bessie Smith, não se encontravam muitas mulheres negras cantando blues nos juke-joints (também conhecidas como barrelhouses, que eram casas noturnas onde se vendiam bebidas clandestinas e tinham um palco tosco para apresentação dos músicos locais.). As prisões Sulistas também contribuíram consideravelmente para a tradição do blues com canções que falavam do trabalho, da fila da morte, assassinato, prostitutas, o diretor, o sol quente, e centenas de outras privações. Entre os presidiários que trabalhavam nas estradas e os grupos de trabalhadores rurais encontraram-se muitos bluesmen, com suas canções, onde muitos outros negros simplesmente ficaram familiarizados com as mesmas canções.

Seguindo a guerra civil como uma pedra rolante, o blues surgia como um destilado da música africana trazida por escravos. Field hollers, baladas, música de igreja e melodias de dança rítmicas chamadas de jump-ups evoluíram em uma música repentista de um cantor e seu violão. Ele cantava uma linha, e o violão respondia em seguida. Convém lembrar que o violão não desfrutou popularidade difundida com músicos de blues até a virada para o século XX. Até então, o banjo era o instrumento do blues primário. Antes dos 1890s o blues fora cantado em muitas das áreas rurais do Sul. E por volta de 1910, a palavra “blues” como é aplicado à tradição musical, estava em uso e já era bastante comum.

Alguns “blueslogistas” reivindicam (duvidosamente), que o primeiro blues publicado foi “Dallas Blues”, em 1912, escrito por Hart Wand, um violinista branco da cidade de Oklahoma. Mas o formato do blues foi primeiramente popularizado por volta de 1911 - 14 pelo compositor negro W. C. Handy (William Christopher Handy 1873-1958). Porém, a forma poética e musical do blues se cristalizou inicialmente ao redor 1910 e ganhou popularidade pela publicação de “Memphis Blues” (1912) e “St. Louis Blues” (1914), ambas de autoria de Handy. Blues instrumentais tinham sido registrados já em 1913. Mamie Smith gravou a primeira canção de blues vocal, “Crazy Blues” em 1920.





Durante a Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918) esse tipo de música foi segregado dentro das tropas americanas através de soldados sulistas que tinham sido expostos a ela. E já nos anos vinte, o blues se tornou uma moda nacional. Foi quando surgiram as primeiras gravações que imortalizaram artistas como Robert Jonhson, Charley Patton e Blind Lemmon Jéferson, Mas por uma ironia do destino, dentro de um meio predominantemente masculino, quem fez sucesso mesmo foram as "ladies blues singers". Os discos gravados por divas como Bessie Smith e, pouco depois, Billie Holiday venderam aos milhões. Ainda neste período, o blues ganhou uma popularidade maior também entre os músicos de jazz.



Na passagem das décadas de 30 e 40 ele se esparramou em direção ao norte com a migração de negros sulistas e acabou sendo introduzido no repertório das big bands. Foi por aí que começou também a eletrificação do blues com a introdução da guitarra elétrica. Em algumas cidades do norte como em Chicago e Detroit, ao final dos anos 40 e início dos 50, guitarristas como Muddy Waters, Willie Dixon (este era baixista), John Lee Hooker, Howlin' Wolf, Elmore James e outros tantos cantavam o que ficou conhecido como Mississippi Delta Blues, acompanhados por baixo, bateria, piano e, ocasionalmente gaita, começando a emplacar hits nacionais com canções de blues. Ao mesmo tempo T-Bone Walker, em Houston, e B.B. King, em Memphis, eram os pioneiros de um estilo de tocar guitarra que combinava as técnicas do jazz com as tonalidades do blues em seus repertórios.

No início da década de 60 o bluesmen urbano foi “descoberto” por jovens músicos brancos americanos e europeus. Muitas dessas bandas baseadas em blues como Paul Butterfield Blues Band, The Rolling Stones, The Yardbirds, John Mayall's Bluesbreakers, Cream, Canned Heat, and Fleetwood Mac levaram esse som para uma audiência de jovens brancos, coisa que os artistas negros de blues não puderam fazer na América, a não ser através de covers dos ritmos negros furtados pelos brancos. Desde aquela época até hoje, o rock tem assistido a vários revivals. Alguns dos grandes guitarristas de rock como Eric Clapton, Jimmy Page, Jimi Hendrix, e Eddie Van Halen usaram o blues como base no aperfeiçoamento de seus estilos.
Tradução do texto original de Robert M. Baker encontrado no site The Blue Highway




Agora eu gostaria de acrescentar aqui algo que Robert Baker tentou dizer, mas não conseguiu com muita propriedade: é que essa apropriação branca da música negra acabou sendo de certa forma benéfica aos negros que depois acabaram ganhando o crédito devido. Não sou nenhum Dr. ou Prof., mas acompanhei bem os anos sessenta, sou bom observador e na minha impressão, o preconceito americano foi uma forte barreira para que a música negra chegasse aos brancos, em especial ao público jovem. No entanto, na Europa, embora também houvesse o preconceito racial, isso não foi empecilho para que Chuck Berry, Robert Johnson, Leadbelly, Sonny Boy Williamson e tantos outros fossem reconhecidos como grandes talentos e influenciassem músicos como Eric Burdon, Rory Gallagher, Brian Jones, Ian Anderson, Alvin Lee, Ritchie Blamoore e outros nomes aqui citados. A bem da verdade, o blues precisou cruzar o Atlântico para revolucionar a música, tornando-se popular entre o público branco e só então, retornou consagrado aos Estados Unidos, para desta vez, ter reconhecido seus verdadeiros heróis!

*Muitos sabem que o Blues teve como berço o Delta do Mississipi, no entanto, a grande maioria pensa que foi nas vizinhanças de Nova Orleans. Errado: este foi o berço do jazz. O Delta que os bluesmen se referem, como uma espécie de país místico, é o delta lamacento do rio Yazoo, que junta sua águas às do rio Mississipi nas proximidades de Vicksburg, região de inundações aonde camadas de lama vão se depositando a cada primavera. Esta região possuía terras ricas para o plantio de algodão, e por isso, ali vivia uma densa população afro-americana, que servia como mão-de-obra escrava das lavouras. (Fred Cardoso e Lucas Scarascia - A História do Blues)



A BRIEF HISTORY OF THE BLUESby Robert M. Baker





Joseph Machlis says that the blues is a native American musical and verse form, with no direct European and African antecedents of which we know. (p. 578) In other words, it is a blending of both traditions. Something special and entirely different from either of its parent traditions. (Although Alan Lomax cites some examples of very similar songs having been found in Northwest Africa, particularly among the Wolof and Watusi. p. 233)

The word 'blue' has been associated with the idea of melancholia or depression since the Elizabethan era. The American writer, Washington Irving is credited with coining the term 'the blues,' as it is now defined, in 1807. (Tanner 40) The earlier (almost entirely Negro) history of the blues musical tradition is traced through oral tradition as far back as the 1860s. (Kennedy 79)

When African and European music first began to merge to create what eventually became the blues, the slaves sang songs filled with words telling of their extreme suffering and privation. (Tanner 36) One of the many responses to their oppressive environment resulted in the field holler. The field holler gave rise to the spiritual, and the blues, "notable among all human works of art for their profound despair . . . They gave voice to the mood of alienation and anomie that prevailed in the construction camps of the South," for it was in the Mississippi Delta that blacks were often forcibly conscripted to work on the levee and land-clearing crews, where they were often abused and then tossed aside or worked to death. (Lomax 233)

Alan Lomax states that the blues tradition was considered to be a masculine discipline (although some of the first blues songs heard by whites were sung by 'lady' blues singers like Mamie Smith and Bessie Smith) and not many black women were to be found singing the blues in the juke-joints. The Southern prisons also contributed considerably to the blues tradition through work songs and the songs of death row and murder, prostitutes, the warden, the hot sun, and a hundred other privations. (Lomax) The prison road crews and work gangs where were many bluesmen found their songs, and where many other blacks simply became familiar with the same songs.

Following the Civil War (according to Rolling Stone), the blues arose as "a distillate of the African music brought over by slaves. Field hollers, ballads, church music and rhythmic dance tunes called jump-ups evolved into a music for a singer who would engage in call-and-response with his guitar. He would sing a line, and the guitar would answer it." (RSR&RE 53) (author's note: I've seen somewhere, that the guitar did not enjoy widespread popularity with blues musicians until about the turn of the century. Until then, the banjo was the primary blues instrument.) By the 1890s the blues were sung in many of the rural areas of the South. (Kamien 518) And by 1910, the word 'blues' as applied to the musical tradition was in fairly common use. (Tanner 40)

Rosetta Patton Brown, the only daughter lives of Charlie Patton, in front of the back yard of his/her house in Duncan, MississipiSome 'bluesologists' claim (rather dubiously), that the first blues song that was ever written down was 'Dallas Blues,' published in 1912 by Hart Wand, a white violinist from Oklahoma City. (Tanner 40) The blues form was first popularized about 1911-14 by the black composer W.C. Handy (1873-1958). However, the poetic and musical form of the blues first crystallized around 1910 and gained popularity through the publication of Handy's "Memphis Blues" (1912) and "St. Louis Blues" (1914). (Kamien 518) Instrumental blues had been recorded as early as 1913. Mamie Smith recorded the first vocal blues song, 'Crazy Blues' in 1920. (Priestly 9) Priestly claims that while the widespread popularity of the blues had a vital influence on subsequent jazz, it was the "initial popularity of jazz which had made possible the recording of blues in the first place, and thus made possible the absorption of blues into both jazz as well as the mainstream of pop music." (Priestly 10)

American troops brought the blues home with them following the First World War. They did not, of course, learn them from Europeans, but from Southern whites who had been exposed to the blues. At this time, the U.S. Army was still segregated. During the twenties, the blues became a national craze. Records by leading blues singers like Bessie Smith and later, in the thirties, Billie Holiday, sold in the millions. The twenties also saw the blues become a musical form more widely used by jazz instrumentalists as well as blues singers. (Kamien 518)

Lovely Billie Holiday in 1949During the decades of the thirties and forties, the blues spread northward with the migration of many blacks from the South and entered into the repertoire of big-band jazz. The blues also became electrified with the introduction of the amplified guitar. In some Northern cities like Chicago and Detroit, during the later forties and early fifties, Muddy Waters, Willie Dixon, John Lee Hooker, Howlin' Wolf, and Elmore James among others, played what was basically Mississippi Delta blues, backed by bass, drums, piano and occasionally harmonica, and began scoring national hits with blues songs. At about the same time, T-Bone Walker in Houston and B.B. King in Memphis were pioneering a style of guitar playing that combined jazz technique with the blues tonality and repertoire. (RSR&RE 53)

In the early nineteen-sixties, the urban bluesmen were "discovered" by young white American and European musicians. Many of these blues-based bands like the Paul Butterfield Blues Band, the Rolling Stones, the Yardbirds, John Mayall's Bluesbreakers, Cream, Canned Heat, and Fleetwood Mac, brought the blues to young white audiences, something the black blues artists had been unable to do in America except through the purloined white cross-over covers of black rhythm and blues songs. Since the sixties, rock has undergone several blues revivals. Some rock guitarists, such as Eric Clapton, Jimmy Page, Jimi Hendrix, and Eddie Van Halen have used the blues as a foundation for offshoot styles. While the originators like John Lee Hooker, Albert Collins and B.B. King--and their heirs Buddy Guy, Otis Rush, and later Eric Clapton and the late Roy Buchanan, among many others, continued to make fantastic music in the blues tradition. (RSR&RE 53) The latest generation of blues players like Robert Cray and the late Stevie Ray Vaughan, among others, as well as gracing the blues tradition with their incredible technicality, have drawn a new generation listeners to the blues.
Works Cited:
Kamien, Michael. _Music: An Appreciation_. 3d Ed. N.Y.: McGraw Hill, 1984.; Kennedy, Michael. _The Concise Oxford Dictionary of Music_. N.Y.: 1980.; Lomax, Alan. _The Land Where the Blues Began_. N.Y.: Pantheon Books, 1993.; Pareles, Jon and Patricia Romanowski, eds. _The Rolling Stone Encyclopedia of Rock and Roll_.N.Y.: Rolling Stone Press, 1983.; Priestly, Brian. _Jazz On Record: A History_. N.Y.: Billboard Books, 1991.; Salzman, Eric and Michael Sahl. _Making Changes_. N.Y.: G. Schirmer, 1977.; Shapiro, Harry. _Eric Clapton: Lost in the Blues_. N.Y.: Da Capo Press, 1992.; Tanner, Paul and Maurice Gerow. _A Study of Jazz_. Dubuque, IA: William C. Brown Publishers, 1984.


Alan Lomax - Prison Songs [1997]
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Interessante trabalho do historiador Alan Lomax sobre as canções dos prisioneiros negros nas fazendas de trabalhos forçados, aonde nasceram os primeiros blues.



Martin Scorsese Presents The Blues [2003]
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Eis aqui um abrangente trabalho de documentação do blues através dos tempos, realizado pelo cineasta Martin Scorsese, essa maravilhosa seleção foi trilha de um documentário que eu ainda não tive o prazer de assistir, mas gostaria muito.



The Encyclopedia of Early Blues Classics [2001]
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Coletânea que reúne os principais intérpretes do blues nos seus primeiros anos através de uma ótima seleção de músicas.



R. Crumb's Heroes Of Blues, Jazz & Count [1980]
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Já essa seleção é um trabalho feito pelo famoso cartunista Robert Crumb e foi uma espécie de brinde para quem comprou um calendário com arte de blues que ele lançou este ano. A proposta é similar ao disco a cima, mas trazendo nomes não tão manjados entre os mestres do estilo.


terça-feira, 17 de junho de 2008

Cosmosquad - Live at The Baked Potato [1997]



Esta foi uma das muitas bandas que conheci aqui na internet. O trio é natural de Phoenix, Arizona-USA, no entanto, atualmente vive na Califórnia. O som deles é um fusion pesado, que tende muito mais ao rock do que pro jazz, recebendo a minha mais alta recomendação para quem curte esse tipo de música. O Cosmosquad está na ativa desde 1997, mas lançou poucos discos, uns quatro ou três, creio eu, e se não me falha a memória, Live At The Baked Potato é o segundo disco deles, gravado em Los Angelis, no dia 28 de fevereiro de 2001. O grupo formado por Jeff Kollman (guitarra), Barry Sparks (baixo), Shane Gaalaas (bateria), teve uma atuação memorável apresentando um repertório que traz composições do auto-intitulado álbum de estréia (1997), do futuro disco Squadrophenia (2002), e do CD solo de Kollman, Shedding Skin (1999). Neste primeiro (e único, até o momento) registro oficial ao vivo, a banda demonstra que funciona tão bem no palco, quanto nos trabalhos em estúdio, detonando em músicas como “Fat, Mean & Nasty”, “My Guitar Gently Screams”, “Funk N’ Eh” e também na homenagem a Jason Becker, “Jam For Jason”. O disco só não é perfeito porque peca na masterizasão e finalização da edição. Seria um excelente bootleg, mas para um lançamento oficial deixa um pouco a desejar. Parece que eles simplesmente gravaram, deram um tapinha no estúdio (se é que fizeram isso) e pronto. Faltou um acabamento melhor, uma edição mais esmerada e uma filtragem dos ruídos externos, mas a performance é do caralho!
Fonte -> texto de Thiago Sarkis publicado em 04/11/04 no site Whiplash!







Cosmosquad - Live at The Baked Potato


Live At The Baked Potato features the Cosmosquad trio in a club setting on one February evening in 2001, delivering dynamic material from their CDs "Cosmosquad", "Squadrophenia" and guitarist Jeff Kollman's solo CD "Shedding Skin". An all-instrumental set awaits fans of the galactic band, with funky outbursts giving way to dark, hypnotic grooves, spastic madness meeting ethereal beauty, and African tribal flavors intersecting with melodic flurries. If you are unfamiliar with the guitar work of Jeff Kollman, this live set is a great introduction - over 78 minutes of superb musicianship - and you'll definitely be juiced enough to get the other 9 or 10 titles in Kollman's ever expanding discography. Instrumental Guitar (Electric (Heavy)/Fusion), total running time, 59:42
Review -> by Guitar Nine






Cosmosquad - Live at The Baked Potato


Hiromi Uehara on Piano Jazz [2008]


Eu não ia postar esse disco, na verdade passei o link para o Bruno lá do blog Eu Ovo que é bem mais entusiasta da Hiromi do que eu. Pensei que ele iria postar, mas ele não fez isso e uma vez que subi o arquivo para o Shareonall creio que é um desperdício deixá-lo lá sem compartilhá-lo. Sendo assim, o que não era para ser acabou sendo! Então aqui está Hiromi Uehara participando do programa Piano Jazz, da National Public Radio, tradicionalmente apresentado pela pianista inglesa Marian McPartland. A audição foi gravada no Manhattan Beach Studios de Nova York, em 17 de fevereiro de 2004, mas só foi ao ar no dia 2 de fevereiro de 2008. Hiromi dispensa maiores apresentações, mas para quem não conhece Marian McPartland, saiba que ela é inglesa, mas já mora a muitos anos nos Estados Unidos aonde apresenta este programa desde 1978. Além de pianista de jazz ela é compositora, escritora e, assim como Hiromi, foi uma prodígio musical quando criança, pois já tocava aos três anos de idade. Pelo Piano Jazz, já passou grandes nomes da música internacional como Henry Mancini, Bill Evans, Oscar Peterson, Dizzy Gillespie, Carmen McRae, Lionel Hampton, Benny Carter, Kenny Burrell, Chick Corea, Artie Shaw, Steely Dan, Eliane Elias, Herbie Hancock, Frank Zappa e muita, mas muita gente boa mesmo!
Fonte -> Wikipedia

Em tempo -> Depois de colocar o disco aqui, recebi notícias do Bruno dizendo que pretendia postá-lo, mas esqueceu de me avisar. Para não perder a viagem, ele me mandou o texto que tinha preparado. Como na natureza nada se perde, tudo se transforma, aqui vai o texto dele transformando este post num trabalho a quatro mãos:

O programa de rádio, Piano Jazz, é apresentado pela pianista Marian McPartland desde 1978, e recebeu Hiromi Uehara em 2004. Nesse programa, a pianista, Marian McPartland, conversou com Hiromi que arrasou tocando seu piano solo e mostrando canções delicadas como 'Blue and green' ou improvisos geniais como o que foi baseado no 'Tom and Jerry show', escrito pela própria Hiromi.

Entre as perguntas que McPartland faz para Hiromi estão como ela harmoniza os improvisos que faz, a resposta é simples, "vou pela intuição", e a maestra agradece e reconhece que é exatamente isso que faz o jazz ser simplesmente jazz. Hiromi ainda confidenciou sobre seu encontro com ninguém menos que Oscar Peterson, e que tocou no seu piano, deixando-o embasbacado, é lógico. Não é qualquer um que tem a oportunidade de tocar para Oscar Peterson e ainda por cima deixa-lo pasmo com a atuação. Pois Hiromi é capaz de tudo isso.

No programa você pode ouvir versões solo de peças que entraram no novo disco de Hiromi's Sonicbloom, como 'Caravan', 'I got rythm' e 'Softly, as in a morning sunrise' em dueto com Marian McPartland, e ainda outra versão da dupla, Hiromi e McPartland, para 'Lullaby of Birdland', de Gershiwn. A própria McPartland admitiu que não poderia tocar como Hiromi e ainda ressaltou a técnica assombrosa da mão esquerda da japonesa. Hiromi apenas respondeu que "adora tocar o piano, e por isso pratica muito". Marian McPartland também dá mostras de seu talento com 'With you in my mind' e no belo improviso em homenagem a Hiromi, 'Portrait of Hiromi'. A conversa das duas evolui para outros duetos, com Hiromi e McPartland tocando 'Straight no chaser' de Thelonious Monk e 'There will never be another you' de Harry Warren.

O disco é uma pérola e quem quiser mais discos da Hiromi é só ver lá no Eu Ovo.





Hiromi Uehara on Piano Jazz

This is a soundboard broadcast bootleg recorded from Marian McPartland’s Piano Jazz featuring Hiromi Uehara. The Piano Jazz is a traditional American jazz radio show from the National Public Radio that happens in New York. Marian McPartland, born (March 20, 1918) Margaret Marian Turner in Slough-UK, she is a jazz pianist, composer, writer and was a musical prodigy from the time she could sit at the piano, about the age of three. Marian studied classical music, and the violin, in addition to the piano. Hiromi Uehara was born in Shizuoka, Japan, in 1979. She began studying classical piano at age 5 at the Yamaha School of Music. Her teacher was a jazz fan, and she shared her love of the music with Hiromi, encouraging improvisation even on the classical pieces of Mozart, Hayden, and exercises from the Hannon Book. Hiromi achieved a high level of playing at an early age, and was performing publicly before reaching her teenage years. At 14, she got the opportunity to take her talents abroad, traveling to Czechoslovakia for a performance with the Czech Philharmonic. In addition to her continued classical studies and performances, Hiromi became increasingly interested in jazz. She even had the opportunity to sit in with Chick Corea during one of his concerts in Tokyo. After high school, Hiromi worked performing jingles for television commercials. The work piqued her interest in orchestration and arranging, and she felt the need for more study. The Berklee College of Music in Boston provided the perfect setting for her budding interest in arranging, as well as her lifelong love of jazz.
Fonte -> Wikipedia


Hiromi Uehara & Marian McPartland
Manhattan Beach Studios
NY, NY USA - FM SBD
Broadcast date: 2008-02-09
Performance date: 2004-02-17





Hiromi Uehara on Piano Jazz

segunda-feira, 16 de junho de 2008

A SAGA CONTINUA



Então! Este é o primeiro post depois do aniversário de um ano do blog, que aconteceu em 27 de maio. Para a ocasião eu havia planejado uma série de coisas, post especiais, comemorativos e tal... Mas a medida que a data foi se aproximando comecei a matutar sobre tudo o que eu imaginava do blog antes e o que rolou até agora, chegando à conclusão que me sentia um tanto quanto frustrado e decepcionado, ao ponto de cancelar toda a festividade e até colocar em cheque se deveria ou não continuar. Alguns posts levaram dias para serem concluídos, porque eu ficava levantando dados biográficos, discografia, traduzindo textos, até fazendo capas e no final o feedback era praticamente nenhum. Pô, isso é mesmo broxante! Fica uma sensação de que ninguém liga, não estão nem aí e você está jogando pérolas aos porcos... Talvez, se eu enchesse a página de discos sem me dar ao trabalho de dizer nada, este espaço fosse mais popular, no entanto, me recuso terminantemente a fazer tal coisa, porque a minha intenção é fomentar e não distribuir música. Mas quer saber? Foda-se! Já saquei que o lance é assim mesmo, não se pode esperar nada mais do que a própria satisfação ao fazer algo que amamos, independente dos outros gostarem ou não. Afinal, eu curto muito tudo isso aqui, música para mim é tudo e mais um pouco! Gosto de tocar, falar, ouvir, debater, assistir, sentir... É claro que a intenção do blog é compartilhar e trocar idéias e, embora eu não conseguisse isso na escala imaginada, a coisa rolou entre poucos e bons, não citarei nomes para não cometer nenhuma injustiça por esquecimento, mas vocês sabem quem são vocês. Há também aqueles que curtem o blog sem nunca ter deixado um comentário sequer, mas são amantes da boa música e apreciam a informação aqui disponível. Em consideração a esse seleto, mas distinto grupo, e também a mim mesmo, resolvi continuar. Vou em frente consciente, agora mais do que nunca, de que este blog não é para todo mundo mesmo, é apenas para vocês: os poucos e bons!