Jeff Babko - Broject [2004]
Em princípio parece algum tipo de piada ou brincadeira com o guitarrista Jeff Beck pela semelhança dos nomes, só que o instrumento é outro, Babko é tecladista e dos bons (ainda toca acordeom e trombone). A capa, também, não é nenhum primor das artes gráficas. Então, ao julgar pelas aparências, esse disco passaria batido por muita gente, inclusive os mais fervorosos amantes de fusion. O que seria um pecado mortal! Porque é um disco muito bom, capaz de agradar os mais exigentes ouvintes. Em Broject, Babko deixa bem explícito sua carga de influências e nas dez faixas que desfilam pelo álbum, encontramos nítidas referências à Miles Davis (Bitches Brew), Weather Report, o citado Jeff Beck, entre outras. Tudo num sofisticado misto de sonoridades e estilos que envolvem jazz, rock, funk, afro e mais alguma coisa. Além disso, o escrete de músicos é de primeira qualidade e, também, de tendências distintas: nas guitarras, além do desconhecido Toshi Yanagi, temos Michael Landau e David "Fuze" Fiuczynski; na bateria está Toss Panos (Robben Ford), com apoio percussivo de Simon Phillips (Jeff Beck, The Who, Eric Clapton e mais meio mundo); a cozinha se completa com Mike Elizondo (Dr. Dre) e o disco ainda conta com o sopro de John Daversa nos metais, que eu nunca tinha ouvido, nem de falar, mas que manda muito bem.
Embora não seja conhecido do grande público Jeff Babko é considerado um dos melhores tecladistas de Los Angeles na atualidade, sendo muito solicitado nos mais diversos trabalhos, inclusive para trilhas de cinema e televisão. Natural do sul da Califórnia, ainda quando estava no colegial, Jeff estudou no prestigiado California Institute of the Arts, período em que desenvolveu um eclético gosto musical focado principalmente em rock, jazz e fusion. Formou-se pela Miami School of Music e retornou para Los Angeles montando o seu primeiro quarteto de jazz, o The Jeff Babko Group, com o qual gravou seu primeiro disco Misfits Of Silence, aos 23 anos de idade. – Cara, ele deve fazer isso de propósito, porque o primeiro grupo do Jeff Beck se chamava The Jeff Beck Group, uma pessoa antenada em música como ele, não poderia deixar isso passar despercebido, creio que Babko resolveu tirar algum proveito da similaridade entre os nomes, se foi realmente isso, não funcionou, porque muito pouca gente sabe que ele existe. Nessa época, ele se virava tocando jazz nas casas noturnas de L.A., mas mesmo nos States, esse negócio de tocar na noite não rende muita grana, então foi convidado para participara da turnê mundial do astro latino Julio Iglesias, tendo a oportunidade de rodar o mundo por três vezes e aparecer na televisão em diversas ocasiões. – Pois é, o que a gente não faz para sobreviver! “Perdoai-vos ó pai, eles não sabem o que fazem”. Apesar dos pesares, isso não foi ruim para ele, que aproveitou para conhecer pessoas, locais e fazer contatos. Foi mais ou menos nessa época que conheceu Simon Phillips, de quem se tornou grande parceiro musical, ambos trabalharam juntos em diversas oportunidades, participando do disco, um do outro e até lançando um trabalho em conjunto chamado Vantage Point (2000), por sinal, muito bom, mas numa linha jazzística mais tradicional.
Definitivamente carreira solo não é o negócio de Babko, ele está mais para uma linha de músico de estúdio, acompanhando artistas dos mais variados estilos em turnês, gente como Robben Ford, Colin Hay, Rick Braun, James Taylor, Larry Carlton, Shelby Lynne, Steve Lukather... Trabalhando na televisão desde 1999, Babko participou de várias bandas em programas como Martin Short Show, Wayne Brady Show e mais recentemente, Jimmy Kimmel Live. O cara, também, tem se envolvido em trilhas para o cinema e trabalhou em várias: The 40 Year Old Virgin, Garden State, Super Bad, Dawn of the Dead, Made, The Dead Girl, Two for the Money, Ray Romano's 99 Miles To Go, Dirty, e School for Scoundrels.
Três anos depois de Broject, ele lançou seu quarto disco solo, Mondo Trio, porém não foi exatamente uma coisa planejada, surgiu a partir de um experimento de dois dias de gravação realizado no Sage & Sound Recording em Hollywood, pelo produtor Niko Bolas (Warren Zevon, Neil Young), tendo como parceiros o saxofonista do Flecktones, Jeff Coffin e o lendário baterista Vinnie Colaiuta (Frank Zappa). Álbum apontado pela revista Down Beat como um dos melhores do ano. Aliás, eu já ouvi o disco, gostei bastante e recomendo, mas não o encontrei em nenhum lugar, se alguém souber de um link eu serei muito grato. Bueno... No mais, é isso aí, acho que deu para notar que o tal do Jeff Babko é um músico de poucos, mas bons discos. Melhor assim! Pode não ser tão brilhante quanto o Jeff Beck, mas está longe da mediocridade de caras que lançam discos aos montes e sem nenhuma qualidade musical.
Fonte: jeffbabko.comJeff Babko - Broject [2004]
Anative of Southern California, Jeff Babko studied privately at the prestigious California Institute of the Arts while still in high school. Collecting all styles of used vinyl, Jeff also developed a strong interest in pop/rock FM radio, as well as jazz and fusion music. After high school, Jeff went across the country to attend the University of Miami School of Music, and quickly became one of South Florida's hardest working musicians as well. After graduating and returning to Los Angeles, Babko formed his first jazz quartet, "The Jeff Babko Group," and recorded and produced their first record at the age of 23, released on his own label. This CD, Misfits Of Silence, received worldwide distribution and charted nationally at jazz radio.
While playing jazz in L.A., Babko was invited to tour with Latin superstar Julio Iglesias, which led to three world tours and many television appearances. One of Jeff's strongest connections has been with drummer Simon Phillips (Jeff Beck, The Who). In 1997, Simon embarked upon his first solo tour, and eventually this band would record two albums, Another Lifetime and the live Out of the Blue. Simon and Jeff also co-led a "straight ahead" jazz record, Vantage Point, as well as the "hi-def" DVD, Resolutions. Simon's connection would lead to Jeff touring with L.A.'s legendary band, Toto, where Jeff was the first ever replacement keyboardist for founder David Paich. Jeff has also toured with alt-country singer Shelby Lynne, guitarist Robben Ford, Men at Work's Colin Hay, smooth jazz trumpeter Rick Braun, and in 2003 played keyboards for James Taylor on his "October Road" tour. Babko has also performed with composer Mark Isham, singer John Waite, Sheila E. and the Escovedo family. His most recent extensive live collaborations have been with guitarist Larry Carlton, which culminated in two recent recordings: Firewire and Live In Tokyo (With Robben Ford).
Recording highlights include arranging and playing on Toto guitarist Steve Lukather's demented Christmas record, Santamental , which also featured Slash, Eddie Van Halen, Steve Vai, and Edgar Winter. Babko has also recorded with Tim McGraw, Willie Nelson, Natasha Bedingfield, The Corrs, Dilated Peoples and Dr. Dre., among many others.
Babko keeps busy working on film scores as well, and his films include the #1 2005 hit The 40 Year Old Virgin, Garden State, Super Bad, Dawn of the Dead (#1 2004 remake), Made, The Dead Girl, Two for the Money, Ray Romano's 99 Miles To Go, Dirty, and School for Scoundrels. Babko has contributed to composing and playing on the 2007 Miss America show, the 2003-2005 World Stunt Awards, "Heist," "Vegas Weddings Unveiled," and more.
From: jeffbabko.com
Uma pequena amostra do trabalho de Simon e Babko juntos, como eu disse no texto, é diferente do que eles fizeram em Broject, onde linha é mais fusion, mas na falta de um vídeo do disco, resolvi colocar este que, apesar do som mais light, mostra bem a qualidade dos músicos.