quarta-feira, 28 de julho de 2010

M.I.R.V. - Dancing Naked In A Minefield [1999]




Foi na virada do século, quando eu trabalhava como editor de uma revista de surfe, que descobri o som insano do M.I.R.V. Naquela época achei uma das coisas mais bacanas em que já tinha posto as orelhas, tanto que acabei fazendo uma matéria sobre eles e publicando na seção musical da revista. Hoje, passado quase dez anos, peguei o disco deles para ouvir (minha primeira importação via Amazon.com), e continuou achando o som do caralho! Resolvi resgatar a matéria e publicar aqui no blog, mas quando comecei a fazer isso notei que alguns fatos e dados estavam meio defasados de modo que, foi preciso fazer um pequeno upgrade.






Segundo o bizzaro site (que está mais on-line) desta banda da baía de São Francisco M.I.R.V. significa: 1. Multiple Independently targeted Re-entry Vehicles (Mísseis de Reentrada Múltipla Independentemente Direcionados); 2. Many Inebriated Rude Vermin (Vermin* Grotesco Muito Embriagado); 3. Mutant Industrial Rock Vaudeville (Rock Industrial Mutante de Vaudeville); 4. Men In Red Velvet (Homens em Veludo Vermelho). O grupo surgiu no início dos anos 90 como um quinteto formado por Mark Haggard (vocais e guitarra), Les Claypool do Primus, (vocais, baixo e bateria), Bryan "Brian" Mantia do Guns n’Roses (bateria), Anthony “House” Chaba do Ben Wa (baixo), e Pete Scaturro, do The Limbomaniacs (teclados). Lançaram seu primeiro disco em 1993, o álbum Cosmodrome, que para Stephen Thomas Erlewine do All Music Guide, é “uma viagem tortuosa por quase todo o tipo de subgênero do rock que se possa imaginar”. Foi um trabalho conceitual, uma ópera rock e, também, o primeiro lançamento do selo Prawn Song de Les Claypool. Por sinal, eu não tenho esse disco e se alguém por aí souber de um link ou puder me subir uma cópia, eu ficaria muito grato. Já no segundo disco, Feeding Time on Monkey Island (1997), da formação original apenas Mark permaneceu (veja os outros integrante na entrevista) assumindo a alcunha de Mirv Haggard, apesar disso, o som não mudou tanto, se mantendo totalmente maluco, uma mistura de Primus, Frank Zappa, Devo, Pavarotti e mais alguma coisa. Dá para imaginar o que é isso? Pois bem, se você respondeu que sim, ou mentiu, ou é tão louco quanto eles, só mesmo ouvindo para saber do que se trata. Por isso mesmo disponibilizo aqui Dancing Naked In A Minefield (1999), terceiro e último lançamento do M.I.R.V. (com faixas bônus do segundo álbum), que segue a mesma linha dos trabalhos anteriores onde o insano, o obsceno, o irônico e o bizzaro andam lado a lado sem o menor respeito um pelo outro. Os temas das músicas são os mais loucos possíveis, vejam vocês que eles tem uma música chamada “Chupacabras”, falando sobre um E.T. que andava aterrorizando fazendeiros do México. Lembrou algo familiar? Pois é, a música nunca chegou por aqui, mas o tal E.T. cansou da tequila e andou tomando umas cachaças em terras tupiniquim. Para Robin Zander, da revista Rolling Stones, o M.I.R.V. tem a melhor versão do clássico italiano “O Sole Mio”. Eu ainda recomendo uma orelhada em: “Santa Maria” (é puro Zappa), “Pink Elephants” e “Unabomber” (o famoso puta som!).

Atualmente o M.I.R.V. está parado e parece que não voltará, embora a possibilidade ainda exista, uma vez que seus integrantes continuam perambulando por aí. Por que não estouraram? É difícil responder, poderíamos argumentar que se trata de uma música complicada demais para o senso comum, mas se o seu co-irmão, Primus, fez sucesso com uma sonoridade até mais complexa, por que eles não conseguiram? Talvez, faltou investimento, uma divulgação mais forte, uma oportunidade real, sei lá! Uma coisa é certa. Não faltou originalidade, nem musicalidade, comparado a tantos ruidosos grupos hardcore que empestam a Califórnia, ganhando o mundo com um rock chinfrim, mal tocado, com letras idiotas e mesmo assim são aclamados como se fossem o máximo, eu diria que o M.I.R.V. está num nível infinitamente superior em todos os aspectos, é tipo de fenômeno acústico que vocês precisam conhecer antes de morrer.

Na seqüência, segue a pequena entrevista que fiz com Marc Haggard:







AW: O que vocês faziam antes?
M.I.R.V.: Craig McFarland (baixo) tocou com gigantes do metal como Strapping Young Lad e o famoso guitar hero Ronnie Montrose. Jeff Gomes (bateria) vem da banda Fungo Mungo, um grupo da área da baía de San Francisco que foi lançado mundialmente com o nome de Humungus. Bryan Kehoe (guitarra e vocais) estava no Timex Club Social e recentemente esteve fazendo backing vocal para Jerry Cantrell do Alice in Chains nas turnês solo dele. Eu vim de uma banda chamada The Limbomaniacs que teve um Cd lançado mundialmente pela Relativity Records.

AW: No primeiro disco de vocês há uma surf music chamada “Surfin’ Soviet”. Qual é a sua ligação com esse tipo de música?
M.I.R.V.: A minha única relação com esse tipo de música é que eu a ouvia constantemente em uma estação de rádio da baía de San Francisco chamada KFJC enquanto fabricava minhas próprias guitarras de rock na garagem de um lunático chamado Reverendo Jethro Gonzalez. Nós só bebíamos Coca-Cola e comíamos baguetes sentados em cima de uma máquina de cortar grama Briggs & Stratten quebrada ao som da surf music que explodia através de um sistema P.A. de 1000 watts que eu e o Reverendo havíamos comprado barato da Força Aérea. Nós éramos só “fazendeiros”.

AW: Qual é a influência de Frank Zappa na sua formação musical?
M.I.R.V.: Eu escuto Zappa desde que eu era um garotinho. O seu estilo foi incorporado naturalmente na minha musicalidade, eu acredito que o resto da banda também escutou bastante Zappa, porque dá para notar algumas semelhanças sonoras no jeito deles tocarem. Eu também tive uma banda com Larry LaLonde do Primus, o Brain e o House chamada CaCa que tocava só Frank Zappa. Nós fizemos até alguns espetáculos com o Ray White que foi um membro original da banda do Zappa.

AW: Você tem uma música chamada Chupacabras, que é uma lenda extra-terrestre que aconteceu, também, aqui no Brasil. O que você sabe sobre isso e como você conheceu a estória do Chupacabras?
M.I.R.V.: Ficamos conhecendo o Chupacabras ouvindo o apresentador de rádio Art Bell que sempre narra histórias de fenômenos bizarros.

AW: Há algumas explicações irônicas em seu site, mas o que realmente significa M.I.R.V. e por que escolheram esse nome?
M.I.R.V.: O nome significa Multiple Independently-targetable Reentry Vehicle, é um míssel nuclear que quando lançado se divide em várias ogivas que vão em diferentes direções. É como a nossa música soa, vai por vários caminhos.
Entrevista e texto de Alberto Woodward (aka Woody) publicados na revista Alma Surf #5 jun./jul. 2001.

* Vermin: creio que não existe uma tradução em português para Vermin (o mais próximo seria: praga), mas é um adjetivo usado para animais e insetos nocivos, desagradáveis e/ou nojentos, em especial aqueles de pequeno porte que geralmente são de difícil controle, como moscas, piolhos, percevejos, baratas, ratos, inclusive predadores como raposas, doninhas, coiotes e, às vezes, até lobos e ursos.




M.I.R.V. - Dancing Naked In A Minefield [1999]


M.I.R.V. is a band based in the San Francisco, California, Bay Area. Founded in 1993, it initially consisted of the band's namesake guitarist and singer Mark "Mirv" Haggard, bassist Craig McFarland, drummer Jeff Gomes, and guitarist Bryan Kehoe, who also contributed vocals and keyboards. Kehoe left the band in 2001 to form The Kehoe Nation and was replaced by Spent Poets singer Adam Gates, aka The Filthy Ape. Their musical style typically includes elements of hard rock, heavy metal, funk, country, opera, experimental, and electronica, but has also included elements from other genres, including polka, mainly due to Kehoe's love of the bouncy 3/4 style.

Kehoe era M.I.R.V shows often featured songs punctuated by interludes of lunacy, usually featuring a verbal interchange between Haggard and Kehoe. Often Haggard would announce a contest for the women in the audience, after which the winner would be cajoled into grabbing Kehoe's groin, causing him to sing in a high pitched operatic voice. Kehoe would often sing the Neapolitan standard "'O Sole Mio" following the antics. M.I.R.V. shows would regularly feature Haggard playing an electric saw during portions of the concerts. M.I.R.V.'s first album "Cosmodrome" was written and recorded mostly by Haggard and featured a character named Grandpa, later revealed to be Primus' Les Claypool, who also put the record out on his own Prawn Song label. The album features songs interspersed with skits and is generally regarded as a concept album. The next two records were released on Poison Eye, M.I.R.V.'s own label, and feature primarily music. It was these later two albums that saw the band form into a four piece touring outfit, as opposed to a studio project. The band has toured worldwide alongside acts like Jerry Cantrell, Fishbone, Primus, and has played with groups like Cheap Trick, Run DMC, Papa Roach and Nuclear Rabbit. The band's song "Monkey Boy" was featured in a Sega game console tv ad.
From: Wikepedia



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sábado, 10 de julho de 2010

John Lennon Rock 'N' Roll Sessions [2000]



Há muito pensei em postar algo sobre John Lennon, na verdade, desde os primeiros dias deste blog. Quando pensava no quê, de imediato sabia que não poderia ser algo manjado como os discos oficiais e nem um bootleg marreta. Ainda naquela época, elegi o Rock’N’Roll Sessions, mas o tempo foi passando e acabava não postando por dois motivos: primeiro por esquecimento mesmo, nesse negócio de blog, a cada dia pensamos e descobrimos coisas que queremos postar e, no turbilhão de idéias e descobertas, muitas coisas acabam esquecidas, porém, o principal motivo é que por trás desse disco, há muita história a ser contada e eu não queria poupar nem os detalhes sórdidos. Aí vem a tal preguiça de escrever, pesquisar e analisar fatos. Enfim, a gente pensa em caprichar tanto que acaba correndo o risco de não fazer porra nenhuma. Como diz Benedito Povão, também conhecido como dito popular, “antes tarde do que nunca”. Portanto, aqui vamos nós com John Lennon Rock’N’Roll Sessions, um bootleg muito bacana que cobre as três fases deste lendário álbum: a pré produção, mostrando os ensaios (disco 1) cuja a gravação não é lá essas coisas, mas muito relevantes como documento histórico; a gravação do disco, com os outtakes, faixas que não entraram no disco oficial, com direito a seis faixas bônus (disco 2); e finalmente o terceiro disco é o registro de programa de rádio para promover o lançamento do álbum, onde as faixas são intercaladas por entrevistas de John falando sobre as músicas.

Antes, algumas considerações sobre o cara: Quando ele morreu, em oito de dezembro de 1980, eu estava a três dias de completar 20 anos de idade e tinha adorado Double Fantasy, seu novo disco na época, recém lançado após um hiato de cinco anos. quero dizer, adorado, tirando as faixas que a Yoko canta. Não sou daqueles que mete o pau nela (aliás, o único que fazia isso, de fato, era o Lennon – Heheh!), só acho que ela, definitivamente, não nasceu cantar. Além do mais, eu ainda era um beatlemaníaco de carteirinha, sócio do Revolution Beatles Club, Fundado em 1979 e o único na América latina reconhecido pelo quarteto de Liverpool, segundo a ladainha do seu fundador, Marco Antônio Mallagoli, um dos caras que mais conhece Beatles nesse planeta. Voltando ao que interessa, fiquei muito chocado com a morte do meu herói. Sim, tenho Lennon como um herói, não só por ele ser o cérebro dos Beatles, mas pela sua genialidade, originalidade e sensibilidade política social. Sua poesia podia não ser tão complexa quanto à de Bob Dylan, mas era direta e verdadeira, frases como: “Imagine não haver países... ...nada porque matar ou morrer”; “um herói operário é algo para se desejar ser”, “estou enjoado de ouvir coisas de hipócritas nervosos e bitolados, tudo que eu quero é a verdade agora, apenas me dêem um pouco de verdade... ...estou farto de ler coisas de políticos neuróticos, psicóticos e bem estabelecidos... ... tudo que eu quero é a verdade.” e tantas outras, me fizeram ver que havia vida inteligente no rock (Frank Zappa reforçou essa constatação) e também me levaram a pensar melhor nos meus princípios.






As gravações de Rock’N’Roll aconteceram numa fase negra da vida de John, ele estava separado da Yoko, andava bebendo demais e ainda tinha sérios problemas com o departamento de imigração americano que tentava deportá-lo a todo custo, afinal de contas, estávamos no auge da guerra fria e o cara tinha ficha no FBI e na CIA que o viam como comunista, agitador e o mais perigoso de tudo, formador de opinião. Dizem que quando um artista vive essas situações angustiantes, ele consegue obras melhores, não sei bem se é assim, ou se somos nós que gostamos de ouvir, ver e sentir a dor exacerbada através da arte, mas o fato é que nessa fase, ele lançou três ótimos discos: Mind Games (1973), Walls and Bridges (1974) e Rock’N’Roll.

O texto abaixo eu traduzi da capa do CD. Como o disco é um bootleg, não tem o mesmo requinte de produção de um disco oficial, logo, não havia ninguém para revisar os textos e acreditem: precisava! Embora seja uma boa história, quem escreveu não tinha a gramática como o seu forte. Uma vez que o meu inglês não é fluente, tive sérias dificuldades para entender certas coisas. O que facilitou a compreensão, é que eu já conhecia relativamente bem a história. Se alguém se der ao trabalho de ler o que está na capa, verá que meu texto não é muito fiel ao que foi escrito e tem alguns adendos da minha parte, mas segundo um amigo meu de inglês bastante bom, o texto original é meio confuso, principalmente, pelo mau uso da vírgula e a tradução ficou até melhor. Espero que vocês compartilhem da mesma idéia.


Rock’N’Roll (A Verdadeira História)


O princípio dessa história nos leva de volta aos tempos dos Beatles, mais especificamente do álbum Abbey Road (1969), quando John compôs “Come Together” e “pegou emprestada” uma linha da canção “You Can’t Catch Me” de Chuck Berry. Isso levou Morris Levy, proprietário da Big Seven Inc. a reclamar os direitos autorais da música de Berry e processar John e a Apple por quebra de direitos autorais. Um acordo extrajudicial foi alcançado em 12 de outubro de 1973, quando Lennon concordou em gravar três músicas do catálogo de Levy para o seu próximo álbum.

Os problemas de Lennom nessa época estão bem documentados, de modo que só para refrescar sua memória, vamos lembrar que foi o período em que ele ficou separado de Yoko Ono e namorou May Pang, se mudando para a costa oeste. Pouco depois de chegar à Los Angeles, John contatou Phil Spector sobre a possibilidade de gravar um disco com seus clássicos favoritos do rock’n’roll. Lennon e May Pang se encontraram com Phil na sua mansão para discutir o álbum. Phil topou fazer a produção, mas só depois que John concordou em deixá-lo ter o controle total sobre o projeto, algo que Lennon se arrependeu amargamente depois.






Em outubro de 1973 começaram as sessões no famoso A&M Studios localizado na La Brea Avenue, em Los Angeles, mesmo local que no passado serviu de base para Charles Chaplin. Os estúdios também seriam utilizados por George Harrison durante os ensaios para sua turnê americana de 1974. As sessões de Lennon com Spector foram caóticas desde o início. Phil ficava ensaiando a banda de apoio por várias horas buscando encontrar o timbre, o feeling, o som certo para aquele trabalho e isso deixava Lennon e seus músicos muito impacientes. Arrependido de romper com Yoko, John bebia demais e arruinou um bom número de tomadas (escute as duas primeiras faixas do disco um). John estava tão chateado, que por diversas vezes se tornou violento e teve que ser contido pelo seu amigo e baterista Jim Keltner. A gota d'água ocorreu quando Spector disparou uma arma tão perto dos ouvidos de John que ele ficou absolutamente horrorizado (parece que Phil era chegado nessa coisa de arma, tanto que hoje está na prisão, condenado pela morte da atriz Lana Clarkson em sua mansão na madrugada do dia 3 de fevereiro de 2003). Neste momento, o clima por ali ficou bastante tumultuado, o pessoal da A&M Studios se encheu com tudo aquilo e resolveu acabar com as sessões, expulsando os dois do local. Por isso eles tiveram que mudar para os estúdios da Record Plant West, mas não por muito tempo!






Enquanto Lennon esperava para continuar as sessões, Spector desapareceu levando todas as fitas gravadas com ele. Quando John finalmente encontrou Phil (o que não era tarefa fácil), este lhe disse que as fitas foram codificadas e só ele poderia decodificá-las! As gravações já eram. John ficou deprimido com o colapso das sessões e passou a tomar altos porres com o amigo Harry Nilsson. A relação entre eles é lendária. Ficaram famosos como dois cães beberrões e boêmios, num período conhecido como “Lost Weekend” (fim de semana perdido – na verdade, isto durou 18 meses e foi desta forma, que Lennon batizou o período em que esteve com May Pang, fazendo referência ao filme e novela homônimo), quando ele e Nilsson aterrorizaram Los Angeles sendo expulsos por mau comportamento dos clubes noturnos que freqüentaram. Finalmente John decidiu que precisava fazer alguma coisa construtiva durante este tempo e passou a produzir o LP Pussy Cats (1974), de Nilsson. Retornando à sobriedade, ele voltou para Nova Iorque a fim de iniciar os trabalhos de Wall And Bridges. A essa altura, Phil Spector já tinha devolvido os tapes do Rock 'N' Roll. John ouviu as fitas durante as pausas das sessões de Wall And Bridges e ficou desapontado com tudo, sentindo que as gravações estavam aquém das expectativas. Então decidiu que a melhor coisa a fazer, era se concentrar na sua gravação atual, deixando as fitas do Rock 'N' Roll na poeira do tempo. Sábia decisão, pois ao ser lançado, Wall And Bridges foi muito elogiado pela crítica e pelo público.






Só quem não gostou foi Morris Levy, que ficou bastante irritado quando não viu suas três canções inclusas no novo álbum conforme tinha sido combinado, sentiu que o acordo para liquidação do processo de direitos autorais em cima de "Come Together" não fora cumprido. Marcou uma reunião com John Lennon e os dois se encontraram em oito de outubro de 1974. John se desculpou pelo que aconteceu e no calor do momento, Levy propôs que o álbum com clássicos do rock’n’roll fosse finalizado e oferecido ao mercado através do correio e anúncios na TV. John demonstrou interesse nisso por algumas razões, uma delas é que sentiu que um disco de clássicos já não era comercializável e, desgostoso com a EMI, quis lançar o trabalho através de um meio diferente de distribuição e comercialização. O acordo não foi formalizado por escrito, mas Lennon deixou em Levy a impressão de que poderia ser feito. Acreditava que tinha o direito de lançar qualquer material sem a aprovação da EMI se fosse feito através do correio. Ficou amigo de Levy e começou a ensaiar com a banda de Wall And Bridges na sua fazenda no estado de Nova York. John discutiu as idéias de comercialização com seu advogado que comunicou a EMI, mas ela não ficou nada feliz ao saber! Enquanto isso, o cantor concluiu as gravações no Record Plant East, entregando uma cópia bruta (não masterizada) para Levy, sem autorização de lançamento e informando-lhe que a própria EMI/Apple cuidaria disso. No entanto, Levy foi adiante com suas intenções e se apressou em lançar o tape que tinha em mãos, batizando o disco como “Roots”.






Depois de tudo, Levy ainda acabou processando John, afirmando que ele não cumpriu o acordo (aquele de 1974 que não foi formalizado por escrito) de lançar uma gravação através dele. Lennon também foi processado por não incluir as três músicas de Levy na publicação Rock 'Roll. Apenas duas canções apareceram, "Ya Ya" e "You Can't Catch Me", a terceira música "Angel Baby" não foi incluída na versão da Apple. O cara ainda exigiu o pagamento de royalties perdidos, alegando que o lançamento da Apple o prejudicou ao deixar de fora "Angel Baby". Isso lhe custou milhares dólares em direitos autorais de potenciais versões covers que poderiam ter sido inspiradas na interpretação Lennon. É mole!?

Por sua vez, Lennon achou que não tinha acordo algum com Levy para lançamento de um disco, e por causa de Roots, ele sofreu perda na vendagem do seu disco que teve de ser lançado às pressas para combater o LP não autorizado. John também alegou ter perdido dinheiro, ao reduzir o custo de Roll 'N'Rock para competir com Roots, e ainda disse que o disco de Levy tinha um material ruim, capa e qualidade sonora que feriam a sua reputação.

Os tribunais americanos penderam largamente em favor de John Lennon que foi indenizado em U$ 66.000 pelas perdas nas vendas e mais 10 centavos para cada cópia do disco vendida no mundo inteiro, totalizando U$ 103.000. Outro tribunal, posteriormente, reduziu a taxa para $ 40.260. À John, também foram concedidos U$ 43.700 dólares em receitas perdidas devido ao lançamento de Roots (mais tarde reduzido para U$ 14.567), U$ 35.000 de indenização compensatória pela perda de reputação e ainda U$ 10.000 por danos morais, depois cancelado no tribunal de apelações. Levy acabou recebendo U$6.795, porque o cantor quebrou o acordo de 1973 e não incluiu suas três canções em Wall And Bridges. No final das contas, John recebeu U$ 88.912,96 e Levy ficou só nos U$ 6.795 mesmo.

Pessoalmente, a reputação de Lennon não foi sequer riscada pelo lançamento do Roots. Segundo os historiadores, sua briga pública com Paul McCartney, a entrevista de 1970 para a revista Rolling Stone e suas travessuras com Yoko Ono o feriram muito mais do que Roots jamais conseguiria.
Escrito por Marty Flesh e traduzido por Woody.








John Lennon Rock 'N' Roll Sessions [2000]


This is a great 3 Cd anthology of John's "Rock & roll sessions". Lets review the highlights of each disc:

First on disc #1. Track #3 "Just Because". This is the full blown drunken version, and it is great. It just shows what a state John was in during his "Lost weekend" away from Yoko. This version would never be released by Capital or apple on a commercial release,so it is wonderful to have it here. Also on disc one, is what we have refered to in the past as, "The May Pang tapes". The sound on that CD was terrible, but at that time it was the only available source for some of those songs. Now on "rock & Roll Sessions" we have Jesse Ed Davis' tape as the source tape and the quality is much better as well as more complete. These were the rehearsal sessions and I understand they took place in Morris Levy's barn in Upstate N.Y., not far from my home, which makes this a cool CD for me to have.

Disc #2 has a number of alternate versions and rough mixes. Some very nice versions are on this disc. A couple of my favorites are track #11 "Be My Baby" and #12 "Peggy Sue". Also, this disc has the performance from the "old grey whistle test" broadcast. The sound is excellent on these songs also and I particularly like the rough stereo take of "Stand by Me" (track #13). The final 3 tracks are from Johns last public appearance, which was "Salute to Sir lew Grade". He performed "Imagine" this evening, and he dedicated the song to "Sir Lew and my good friend Yoko". In this version of "Imagine" he changed the words slightly to "... no immigration too". So at this point he was still being dogged by Nixon and the Immigration department who was trying to railroad him out of the country. The Sir Lew performances are from an audience tape I believe as you can hear some background noise, but these songs are still much clearer than they appear on "Miscellaneous Tracks".

On to Disc #3. This is a radio appearance John made on WNEW radio here in New York with Scott Muni in 1975, to promote the release of the Rock'N'Roll album. The disc features John talking about each track, which is followed by the "ROOTS" version of the song. A couple ROOTS versions also appear on disc #2, giving us the complete ROOTS album in excellent sound. Back to disc #3 however, I have a warm spot in my heart for this radio program, because I actually remember hearing this on the radio back in '75 when John appeared. The entire program was about 3 hours long and it was great. I would be interested in knowing if there is a bootleg around of the complete WNEW appearance. That is my only complaint with this set. Although it is great to have this edited radio appearance, I'd love to have the complete radio appearance unedited, because this third disc in "R & R seesions" brings back a lot of found memories for me.

Towards the end of the disc, John announces to the world for the first time, that he and Yoko have gotten back together. This is just a wonderful set. By the way, my set is on the FIRE POWER label, which I guess is the first knock-off of the VOXX set already. I have one other FIRE POWER release of John's called "John Lennon Anthology: Weybridge" and the sound quality on that too is excellent. Back to Rock & roll however, I give this fantastic 3 CD set a 10 rating because I think it is that good. There is enough stuff here to please any Lennon fan, and as I stated at the beginning of this review, just having the drunken version of "Just Because" is worth the cost of the set. It is a great anthology of the Rock n' Roll sessions, get it if you can!!!
Review by: Gary (On 26 Aug 2000 at 12:22 CEST - in BootlegZone)





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segunda-feira, 5 de julho de 2010

Gannin Arnold - Not From Here [2010]



Desde garoto, inspirado por vídeos de grupos metaleiros que rolavam na MTV, que Gannin Arnold já estava determinado a ser guitarrista quando crescesse. Seu primeiro professor, Adam St. James, foi crucial na sua formação apresentando-lhe músicas de outros guitarristas que influenciariam seu estilo como Jeff Beck, Randy Rhoads, Eddie Van Halen, Allan Holdsworth, Brian May, Larry Carlton, Frank Zappa e outros. Prodígio, montou uma banda de fusion na época do high school (equivalente ao nosso colegial), o “Minimum 3”, e começou a tocar em alguns clubes onde teve a chance de abrir shows para artistas de primeira grandeza do universo fusion como Yellowjackets, Billy Cobham, Stanley Jordan e Scott Henderson. Considerado um dos melhores guitarristas da atualidade, praticamente uma lenda viva, Henderson, ficou muito bem impressionado com o potencial de Gannin, ao ponto de recebê-lo como aluno particular e foi sob a sua tutela que ele evoluiu. Ao longo dos anos, Gannin gravou, tocou e saiu em turnês pelo mundo com artistas conhecidos, tanto da esfera pop/rock como jazzista, incluindo Cheap Trick, John Tesh, Jimmy Chamberlin (baterista do Smashing Pumpkins), Jeff Berlin, Brian Bromberg, Dave Grohl, Brian May e Roger Taylor (Queen), Kirk Hammett (Metallica), Vernon Reid, Lee Ritenour, George Duke e Joe Walsh, um dos seus heróis da guitarra. Quando o baterista do Foo Fighters, Taylor Hawkins, resolveu montar a sua própria banda, Taylor Hawkins & The Coattail Riders, não foi por acaso que escolheu Gannin para assumir o posto de guitarrista. Além das turnês, ele vem sendo requisitado como músico de estúdio, roteirista e produtor em projetos que vão desde gravações de CDs de outros artistas, até trabalhos para o cinema e televisão. Recentemente, Gannin, concluiu seu primeiro álbum solo, Not From Here, e para este debut , convocou alguns amigos que deram uma forcinha, gente do naipe de Jimmy Chamberlin, Taylor Hawkins, Stephen Perkins, Simon Phillips, Pat Mastelotto, Rudy Sarzo, Tony Levin, Tony Guerrero, Tim Landers e outras feras. É verdade que nem sempre a união de grandes artistas garante um bom álbum, mas Gannin conseguiu canalizar bem o talento deles, escolhendo corretamente quem o acompanharia em cada música, conseguindo grandes momentos de lirismo, reviravoltas rítmicas e melancolia ocasionais. Certamente um bom disco de fusion, para deleite dos apreciadores do gênero.
Fonte: MySpace








Gannin Arnold - Not From Here [2010]


Gannin Arnold knew he wanted to play guitar from a young age, inspired by the metal band videos that were being shown on MTV. His first teacher, Adam St. James, introduced him to the music of guitarists who would have a lasting impact on his own playing, including Jeff Beck, Randy Rhoads, Eddie Van Halen, Allan Holdsworth, Brian May, Larry Carlton, Frank Zappa and more. He cut his teeth playing clubs with his High School fusion band “Minimum 3” and had the chance to open for some pretty heavy weight fusions acts like The Yellowjackets, Billy Cobham, Stanley Jordan and guitar legend Scott Henderson. Henderson was impressed with Gannin enough to welcome him as a private student and it was under his tutelage that Gannin’s playing grew in leaps and bounds. Over the years, Gannin has recorded and toured the world with known artists in both the Rock/Pop and Jazz arenas, including Cheap Trick, John Tesh, Smashing Pumpkins drummer Jimmy Chamberlin, Jeff Berlin, and Brian Bromberg. When Foo Fighter’s drummer Taylor Hawkins put his own band together ("Taylor Hawkins and The Coattail Riders") he chose Gannin to cover the guitar chair. Gannin has also been recording and touring with one of his guitar heroes, Joe Walsh. Aside from touring and being in demand as a studio musician, writer and producer on projects ranging from Artist CDs to Film & Television, Gannin has recently finished his first solo CD "Not From Here". This CD will feature musicians Jimmy Chamberlin, Taylor Hawkins, Stephen Perkins, Simon Phillips, Pat Mastelotto, Rudy Sarzo, Tony Levin, Tim Landers and more. Performed/Recorded with: Cheap Trick, Joe Walsh, Taylor Hawkins and The Coattail Riders, Jimmy Chamberlin Complex, Dave Grohl, Brian May and Roger Taylor (Queen), Kirk Hammett (Metallica), Jeff Berlin, Vernon Reid, Brian Bromberg, K'Naan, Jeff Lorber, Lee Ritenour, and George Duke.
From: MySpace




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Gannin Arnold - Dropout