Em princípio parece algum tipo de piada ou brincadeira com o guitarrista Jeff Beck pela semelhança dos nomes, só que o instrumento é outro, Babko é tecladista e dos bons (ainda toca acordeom e trombone). A capa, também, não é nenhum primor das artes gráficas. Então, ao julgar pelas aparências, esse disco passaria batido por muita gente, inclusive os mais fervorosos amantes de fusion. O que seria um pecado mortal! Porque é um disco muito bom, capaz de agradar os mais exigentes ouvintes. Em Broject, Babko deixa bem explícito sua carga de influências e nas dez faixas que desfilam pelo álbum, encontramos nítidas referências à Miles Davis (Bitches Brew), Weather Report, o citado Jeff Beck, entre outras. Tudo num sofisticado misto de sonoridades e estilos que envolvem jazz, rock, funk, afro e mais alguma coisa. Além disso, o escrete de músicos é de primeira qualidade e, também, de tendências distintas: nas guitarras, além do desconhecido Toshi Yanagi, temos Michael Landau e David "Fuze" Fiuczynski; na bateria está Toss Panos (Robben Ford), com apoio percussivo de Simon Phillips (Jeff Beck, The Who, Eric Clapton e mais meio mundo); a cozinha se completa com Mike Elizondo (Dr. Dre) e o disco ainda conta com o sopro de John Daversa nos metais, que eu nunca tinha ouvido, nem de falar, mas que manda muito bem.
Embora não seja conhecido do grande público Jeff Babko é considerado um dos melhores tecladistas de Los Angeles na atualidade, sendo muito solicitado nos mais diversos trabalhos, inclusive para trilhas de cinema e televisão. Natural do sul da Califórnia, ainda quando estava no colegial, Jeff estudou no prestigiado California Institute of the Arts, período em que desenvolveu um eclético gosto musical focado principalmente em rock, jazz e fusion. Formou-se pela Miami School of Music e retornou para Los Angeles montando o seu primeiro quarteto de jazz, o The Jeff Babko Group, com o qual gravou seu primeiro disco Misfits Of Silence, aos 23 anos de idade. – Cara, ele deve fazer isso de propósito, porque o primeiro grupo do Jeff Beck se chamava The Jeff Beck Group, uma pessoa antenada em música como ele, não poderia deixar isso passar despercebido, creio que Babko resolveu tirar algum proveito da similaridade entre os nomes, se foi realmente isso, não funcionou, porque muito pouca gente sabe que ele existe. Nessa época, ele se virava tocando jazz nas casas noturnas de L.A., mas mesmo nos States, esse negócio de tocar na noite não rende muita grana, então foi convidado para participara da turnê mundial do astro latino Julio Iglesias, tendo a oportunidade de rodar o mundo por três vezes e aparecer na televisão em diversas ocasiões. – Pois é, o que a gente não faz para sobreviver! “Perdoai-vos ó pai, eles não sabem o que fazem”. Apesar dos pesares, isso não foi ruim para ele, que aproveitou para conhecer pessoas, locais e fazer contatos. Foi mais ou menos nessa época que conheceu Simon Phillips, de quem se tornou grande parceiro musical, ambos trabalharam juntos em diversas oportunidades, participando do disco, um do outro e até lançando um trabalho em conjunto chamado Vantage Point (2000), por sinal, muito bom, mas numa linha jazzística mais tradicional.
Definitivamente carreira solo não é o negócio de Babko, ele está mais para uma linha de músico de estúdio, acompanhando artistas dos mais variados estilos em turnês, gente como Robben Ford, Colin Hay, Rick Braun, James Taylor, Larry Carlton, Shelby Lynne, Steve Lukather... Trabalhando na televisão desde 1999, Babko participou de várias bandas em programas como Martin Short Show, Wayne Brady Show e mais recentemente, Jimmy Kimmel Live. O cara, também, tem se envolvido em trilhas para o cinema e trabalhou em várias: The 40 Year Old Virgin, Garden State, Super Bad, Dawn of the Dead, Made, The Dead Girl, Two for the Money, Ray Romano's 99 Miles To Go, Dirty, e School for Scoundrels.
Três anos depois de Broject, ele lançou seu quarto disco solo, Mondo Trio, porém não foi exatamente uma coisa planejada, surgiu a partir de um experimento de dois dias de gravação realizado no Sage & Sound Recording em Hollywood, pelo produtor Niko Bolas (Warren Zevon, Neil Young), tendo como parceiros o saxofonista do Flecktones, Jeff Coffin e o lendário baterista Vinnie Colaiuta (Frank Zappa). Álbum apontado pela revista Down Beat como um dos melhores do ano. Aliás, eu já ouvi o disco, gostei bastante e recomendo, mas não o encontrei em nenhum lugar, se alguém souber de um link eu serei muito grato. Bueno... No mais, é isso aí, acho que deu para notar que o tal do Jeff Babko é um músico de poucos, mas bons discos. Melhor assim! Pode não ser tão brilhante quanto o Jeff Beck, mas está longe da mediocridade de caras que lançam discos aos montes e sem nenhuma qualidade musical.
Anative of Southern California, Jeff Babko studied privately at the prestigious California Institute of the Arts while still in high school. Collecting all styles of used vinyl, Jeff also developed a strong interest in pop/rock FM radio, as well as jazz and fusion music. After high school, Jeff went across the country to attend the University of Miami School of Music, and quickly became one of South Florida's hardest working musicians as well. After graduating and returning to Los Angeles, Babko formed his first jazz quartet, "The Jeff Babko Group," and recorded and produced their first record at the age of 23, released on his own label. This CD, Misfits Of Silence, received worldwide distribution and charted nationally at jazz radio.
While playing jazz in L.A., Babko was invited to tour with Latin superstar Julio Iglesias, which led to three world tours and many television appearances. One of Jeff's strongest connections has been with drummer Simon Phillips (Jeff Beck, The Who). In 1997, Simon embarked upon his first solo tour, and eventually this band would record two albums, Another Lifetime and the live Out of the Blue. Simon and Jeff also co-led a "straight ahead" jazz record, Vantage Point, as well as the "hi-def" DVD, Resolutions. Simon's connection would lead to Jeff touring with L.A.'s legendary band, Toto, where Jeff was the first ever replacement keyboardist for founder David Paich. Jeff has also toured with alt-country singer Shelby Lynne, guitarist Robben Ford, Men at Work's Colin Hay, smooth jazz trumpeter Rick Braun, and in 2003 played keyboards for James Taylor on his "October Road" tour. Babko has also performed with composer Mark Isham, singer John Waite, Sheila E. and the Escovedo family. His most recent extensive live collaborations have been with guitarist Larry Carlton, which culminated in two recent recordings: Firewire and Live In Tokyo (With Robben Ford).
Recording highlights include arranging and playing on Toto guitarist Steve Lukather's demented Christmas record, Santamental , which also featured Slash, Eddie Van Halen, Steve Vai, and Edgar Winter. Babko has also recorded with Tim McGraw, Willie Nelson, Natasha Bedingfield, The Corrs, Dilated Peoples and Dr. Dre., among many others.
Babko keeps busy working on film scores as well, and his films include the #1 2005 hit The 40 Year Old Virgin, Garden State, Super Bad, Dawn of the Dead (#1 2004 remake), Made, The Dead Girl, Two for the Money, Ray Romano's 99 Miles To Go, Dirty, and School for Scoundrels. Babko has contributed to composing and playing on the 2007 Miss America show, the 2003-2005 World Stunt Awards, "Heist," "Vegas Weddings Unveiled," and more.
Uma pequena amostra do trabalho de Simon e Babko juntos, como eu disse no texto, é diferente do que eles fizeram em Broject, onde linha é mais fusion, mas na falta de um vídeo do disco, resolvi colocar este que, apesar do som mais light, mostra bem a qualidade dos músicos.
Uauu! Vejam só essa homenagem ao grande Dave Brubeck! Esqueçam os Obamas, prestem atenção no baixista Christian McBride, fodão, é um dos meus favoritos! Jon Faddis tambem está arrebentando no trompete.
Na platéia dá para notar entre outros Ben Harper e Eddie Vedder e ao lado do mestre vemos Robert De Niro. Público seleto! Agora, o ápice é quando apresentam o Brubeck Brothers: Darius (piano), Chris (trombone), Matthew (cello) em grande performance, e Dan (bateria). A expressão de Dave é nitidamente de emoção e surpresa. Um momento mágico da música universal!!
Dave Brubeck at the Kennedy Center Honors 2009 By Michael J. West (JazzTimes 12/07/09)
It’s only once in a blue moon that the Kennedy Center Honors, the Washington institution’s annual lifetime achievement awards for American performing arts, salutes a jazz musician. The last instance was in 1996, when Benny Carter was honored—and that, allegedly, took President Clinton’s intervention, since the revered-in-jazz Carter was unknown to most of America. This year, however, the Kennedy Center found that rare overlap of genuine innovation and popular acclaim in Dave Brubeck. The pianist and composer was feted in Washington on Dec. 6, his 89th birthday, at a ceremony (taped by CBS for broadcast) attended by a cross-section of Hollywood royalty and D.C. power players including President and Mrs. Obama, Vice President Biden and House Speaker Pelosi.
Brubeck was part of a five-person honor roll that also included rocker Bruce Springsteen, opera diva Grace Bumbry, comedian and film director Mel Brooks and actor Robert De Niro. The tribute to Brubeck was the evening’s second (after De Niro’s), with a presentation anchored by fellow pianist Herbie Hancock... ...After a short film celebrating Brubeck’s life and work, from his father’s California ranch to his quartet with Paul Desmond to his elder statesmanship, mistress of ceremonies Caroline Kennedy Schlossberg took the stage to announce an all-star musical tribute: a quintet featuring trumpeter Jon Faddis, altoist Miguel Zenón, pianist Bill Charlap, bassist Christian McBride and drummer Bill Stewart. They played a few of Brubeck’s best-known tunes, beginning with “Unsquare Dance” and “Kathy’s Waltz.” Faddis stood out from the group on these, playing shining virtuosic lines at breakneck speed against Zenón peppery bebop phrases. On the CBS monitors, Michelle Obama could be seen gently swinging in her seat.
When it came to Brubeck’s biggest hit, “Take Five,” the ensemble grew considerably. A curtain rose to reveal the U.S. Army Field Band’s Jazz Ambassadors, a group of 13 horn and reed players, who joined the quintet in an impressive arrangement of the tune. Then, on a sliding stage, came a piano with Hancock in the driver’s seat, soloing in a typically complicated and breathtaking harmony. (McBride later confessed that he was lost within one bar.)
The ranks swelled yet again for “Blue Rondo à la Turk.” This time the new arrivals were Brubeck’s four sons—Darius (piano), Chris (trombone), Matthew (cello), and Dan (drums). With 22 musicians onstage, it sounded like a full (and sublime) symphony orchestra was soaring through the 9/8 groove, particularly with McBride and Matthew Brubeck (who played a splendid arco solo) now forming a string section. Just before the song closed, the whole group segued seamlessly into a chipper rendition of “Happy Birthday” that led right back to the “Blue Rondo” coda.
“He’s 89 years old today,” Hancock had said of Brubeck in his intro, “But when he sits down to play, he turns on that smile and loses 40 to 50 years just like that.” Though Brubeck wasn’t playing, the smile he flashed as his tribute ended was at full blast. Its rejuvenating powers weren’t an exaggeration.
Com um visual pin up de cair o queixo, Imelda May, tem uma sonoridade rockabilly temperada com os condimentos jazzísticos do swing. Apesar de retrô, ela me lembra uma femme fatale daqueles filmes noir, eu não me surpreenderia se com seu próximo disco, Mayhem, prestes a ser lançado com suporte de uma grande gravadora, ela se torne uma cantora da esfera pop, bombando nas rádios e MTVs da vida. Afinal ela tem belas pernas, um corpinho curvilíneo e um rosto angelical, o que já é suficiente para um produtor esperto criar uma nova estrela. Não bastasse tudo isso, Imelda ainda canta muito, tem talento, voz e personalidade. É verdade que seu tipo de música não é bem o ideal do mainstream, porém, se deu certo com Amy Winehouse, pode acontecer com ela também. Mas para ser franco, eu prefiro que ela continue orbitando mais no espaço alternativo, pois essa coisa de sucesso costuma corromper as pessoas.
Imelda Mary Higham nasceu em 10 de julho de 1974, na Irlanda, mas ficou conhecida como Imelda May. Antes de se casar com o guitarrista da sua banda, Darrel Higham, ela usava o nome de Imelda Clabby, com o qual lançou seu primeiro disco em 2003, No Turning Back, posteriormente relançado em 2007 com seu nome atual. Por ser uma cantora relativamente nova no mercado da música, não consegui levantar muitos dados relevantes sobre a sua vida, como curiosidade descobri que ela é a caçula de cinco filhos, tem um cachorro, fala com um sotaque característico de Dublin, e gosta de sorvete. Mas o que importa mesmo é a música e neste quesito a mocinha manda muito bem, influenciada por Elvis Presley, Billie Holiday e obviamente Wanda Jackson (a rainha do rockabilly), Imelda interpreta velhos clássicos do rock e composições próprias com a desenvoltura de uma veterana, usando suavidade nas baladas e agressividade nas músicas mais rápidas. Tocando em pequenos clubes noturnos locais, a partir do lançamento do segundo disco, Love Tattoo (2008), sua vida profissional deu uma virada e as coisas começaram a acontecer, mesmo com pouco tempo de carreira ela já dividiu o palco com Alison Moyet, Dionne Warwick, Bryan Ferry, Anastasia, The Supremes, Sister Sledge, Scissor Sisters, The Dubliners, Madeleine Peyroux, Matt Bianco, Jools Holland, U2, Eric Clapton, Van Morrison e Jeff Beck. Foi justamente por causa deste último que eu fiquei sabendo da existência da mocinha, pois a mesma participou do mais recente CD de Jeff Beck, Emotion & Commotion (2010), cantando “Lilac Wine” quase tão bem quanto a versão imortalizada por Nina Simone. Desde que conheceu Imelda em um programa de televisão em 2008, que Jeff vem apadrinhando a cantora, além da gravação juntos, o cara ainda a carregou para sua apresentação no Grammy deste ano e sempre que possível, da o ar da graça em alguns shows dela e vice-versa. Uma relação oportuna aos fofoqueiros de plantão, no entanto, convém lembrar que, assim como Imelda, Jeff é muito bem casado (com a atriz Sandra Cush) e pelo que consta, a relação dos dois vai bem obrigado, pois, ao contrário de muitos roqueiros por ai, o guitarrista é do tipo sossegado e não curti muito esse negócio de ficar badalando no jet set.
"O problema com uma artista como Imelda May é que ela é tão boa, que é quase impossível fazer uma resenha crítica, seu desempenho é impecável." - Clash Magazine
Imelda May, nasceu em Dublin e foi criada em Liberties, seu nome pode ser desconhecido para alguns, mas para outros já é uma superstar. Ela é inconfundível, tanto na sua música (uma fusão de surf guitar, blues e rockabilly que poderia muito bem fazer parte de um filme de David Lynch), quanto no seu estilo, com uma espiral loira em meio ao seu cabelo preto. Na Irlanda seu álbum de estréia Love Tattoo, gravado e lançado pelo seu próprio selo, foi disco triplo de platina, ou seja, vendeu mais de 3.000.000 de unidades. Ela já dividiu o palco com muito big shot da música e agora, com o prestes lançamento de seu novo álbum, Mayhem, está muito próxima de se tornar uma grande estrela do rock.
Sendo a caçula de cinco filhos, Imelda esteve bastante suscetível as influências vindas de seus irmãos e irmãs mais velhos, pelos sons que ouvia constantemente através das paredes da sua casa. Havia folk, a obrigatória parada pop e também tinha Elvis. “Meu irmão era um grande fã de Elvis e um dia eu encontrei em seu quarto uma fita com Elvis, Eddie Cochran e Gene Vincent. Achei aquela música fantástica.”
“Uma coisa que me levou a conhecer diferentes estilos de música, aconteceu quando eu ainda era muito jovem, uma loja de discos local estava saindo do negócio e liquidando o estoque. Eu me lembro de ter ido lá, tinha uns 16 ou 17 anos provavelmente, e havia acabado de ganhar uma vitrola de presente. Foi como se tivesse acertado a sorte grande, todos aqueles discos por três libras cada! Uma oportunidade para descobrir outras coisas. Rapidamente notei aqueles discos da Chess, Ace e Capitol Records. Percebi que se eu comprasse aqueles, haveria uma boa chance de gostar deles. Então arrematei todos os discos daquelas gravadoras que consegui encontrar e aí acabei descobrindo um monte de bandas que eu adoro.”
Aos nove anos de idade estava apaixonada pelo rockabilly e o blues. Era a única garota da sua classe que não estava na onda do A-ha e Wet Wet Wet. Cantando rock’n’roll desde a tenra idade, o seu gosto começou a se desenvolver e aprofundar, em primeiro lugar com Elmore James e mais tarde - "Eu ouvi Billie Holiday, e aquilo abriu a minha cabeça." Depois de um ano na faculdade de arte, ela saiu decidida a ser cantora. Até aquele momento sua única experiência profissional se limitava a ter cantado em um comercial do empanado de peixe Findus (equivalente a Sadia, Perdigão e marcas do tipo) aos 14 anos. “Uma garota de Liberties que estava nos negócios de música me descolou esse comercial onde eu cantava: ‘Betcha nuca coloque o seu dedo no crunchier crumb (crosta crocante de farinha de rosca, a famosa milanesa)!’ Eu ganhei 40 libras por isso!” Ela rapidamente encontrou trabalho cantando swing com o grupo Blue Harlem, rock’n’roll com Mike Sanchez e teve uma interessante passagem cantando em clubes burlescos (estilo cabaré e teatro de revista): “Eu cantava, enquanto as outras meninas estavam no palco. Uma delas costumava levar uma rebarbadora presa ao tronco para produzir uma chuva de faíscas. Um dia, uma faísca voou na minha garganta quando eu estava a cantando."
Imelda começou cantando nos clubes aos 16 anos e teve o “privilégio” de ser barrada no seu próprio show, no Dublin’s Bruxelles, por ser menor. "Eu estava recebendo dicas dos melhores músicos de Dublin. Um deles me disse: ‘Sua voz é excelente, mas precisa ser um pouco mais rude’”. Foi por volta dessa época, quando Imelda estava triste e tinha de fazer um show, que seu pai lhe perguntou "O seu coração está partido? Excelente! Agora você pode cantar o blues". Ele lembra isso como uma guinada na sua vida, desde então sua voz tornou-se mais sensual, rica e com a tonalidade particular que ouvimos hoje.
Em 2006 ela ansiava por ratificar sua carreira solo e formou sua própria banda . “Nós começamos com uma pegada meio jazzística, mas foi preciso coragem e agressividade.” Quando álbum de estréia Love Tattoo foi lançado, não passou despercebido, chamando a atenção de muita gente, inclusive de Jools Holland (pianista e apresentador de televisão britânico), que apoiou a turnê de 2008, a levou para se apresentar no seu programa de televisão na BBC, Later... with Jools Holland, onde ela se mostrou para uma platéia que incluía Jeff Beck, Elbow e Roots Manuva, depois, Beck fez questão de contar a Holland que estava lá apenas para ver Imelda. Em 2006 ela bateu Bruce Springsteen do Nº1, se tornando a primeira artista mulher local no topo das paradas irlandesa de álbuns desde Mary Black, há vinte anos. Ganhou o prêmio Female Artist of the Year (artista feminina do ano) no Irish Meteor Awards. Com o sucesso do álbum, Imelda continuou a fazer turnês, tocando para mais de 400 mil pessoas em oito países da Europa e nos Estados Unidos onde, recentemente, fez uma turnê com Jamie Cullum. Imelda não só chamou a atenção das pessoas musicalmente, mas também com seu estilo marcante e inconfundivelmente cool, seu peculiar olhar anos 50, acabou estampado na capa da edição irlandesa do Sunday Times Style. Outro que se encantou por ela foi estilista italiano Roberto Cavalli que a levou para realizar uma apresentação especial em sua festa particular durante a Milan Fashion Week. Fonte: Imelda May web site.
Nota: o texto acima fala de Love Tattoo com se fosse o primeiro disco, mas no meu texto eu digo que o primeiro álbum foi No Turning Back, em 2003. Isso pode ter feito alguma confusão, mas lembrem-se que na primeira edição de No Turning Back ela ainda assinava Imelda Clabby e o álbum teve produção e distribuição totalmente independente. Love Tattoo também foi produzido por ela, mas contou com um esquema internacional de distribuição da Ambassador Records na Europa, da Verve nos E.U.A. e da Universal em outros países. Posteriormente, No Turning Back foi reeditado, relançado em 2007, e colocado no mercado internacional pela Universal em 2009.
Imelda May, born in Dublin and raised in the Liberties, may be an unknown name to some, but to many she is already a superstar. She is unmistakable both in her music (a fusion of surf guitars, blues and rockabilly that wouldn’t be out of place in a David Lynch film) and her style, with a solitary curl and shock of blonde in her jet black hair. In Ireland, her debut album ‘Love Tattoo’, which she recorded and released on her own label, has gone Triple Platinum. She has shared a stage with U2, Eric Clapton, Jeff Beck, Van Morrison, Scissor Sisters, Lionel Richie and, most recently, the first lady of rockabilly, Wanda Jackson. And now, with the release of her new album “Mayhem”, she is about to go stellar. Being the youngest of five siblings, Imelda was the most susceptible to the various influences from her older brothers and sisters, which she could hear constantly through the walls of their two bedroom house. There was folk, the obligatory chart pop, and then there was Elvis. “My brother was a mad Elvis fan, and I found a tape in his room with Elvis, Eddie Cochran and Gene Vincent. I thought the music was fantastic.”
By the age of nine Imelda had fallen in love with rockabilly and the blues – the only kid in her class who wasn’t into Wet Wet Wet. Singing along to rock n roll from an early age, her tastes began to develop and deepen, first with Elmore James and then – ” I heard Billie Holiday, and that blew my mind.” After a year of art college she dropped out, deciding she would rather sing for a living. At that point, her professional experience was confined to having sung on an ad for Findus Fish Fingers at 14. “A girl in The Liberties was in the music business and she got me this ad, where I sang, ‘Betcha never put your finger on a crunchier crumb!’ I got £40 for it!” She quickly found work singing with the swing troupe Blue Harlem and rock n roller Mike Sanchez and had an interesting spell of singing in burlesque clubs: “I’d sing while the other girls were onstage. One of them used to take an angle grinder to her crotch and would produce a shower of sparks. One day a spark flew down my throat when I was singing!” Imelda began singing in clubs when she was 16 years old and had the honour of being occasionally barred from her own shows at Dublin’s Bruxelles club for being underage. “I was getting tips from the best musicians in Dublin. One of them said, ‘Your voice is great, but it needs to roughen.” It was around this time, when driving a tearful Imelda to a gig, that her father asked her “Is your heart broken? Excellent. Now you can sing the blues”. Remembered by Imelda as a turning point in her life, from then on her voice developed into the sultry, rich and unique tone you hear today.
By 2006 she was itching to go solo, and formed her own band. “We started out a bit jazzier, but it needed balls and roughing up which it got.” Her debut album, “Love Tattoo” was soon released and started to get noticed. Catching the attention of Jools Holland in 2008 she supported him on tour which led to him requesting her to appear on Later. Here she performed to an audience that included Jeff Beck, Elbow and Roots Manuva and afterwards Beck made a point of telling Holland that he was only there to see Imelda. In 2009, Imelda knocked Bruce Springsteen off No. 1 to become the first female Irish artist to top the Irish album charts since Mary Black nearly 20 years ago. She then went on to win Female Artist of the Year at the Irish Meteor Awards. Despite album success, Imelda continued to tour, playing to over 400 000 people in 8 countries across Europe and the US – including, most recently a US tour with Jamie Cullum.
Imelda has not only caught people’s attention musically, her striking style and unmistakable cool but quirky 50s look has led her to grace the front cover of the Irish Sunday Times Style, Roberto Cavalli flew her out to perform at his private party during the Milan Fashion Week. 2010 got off to an auspicious start when Imelda accepted an offer from Jeff Beck to perform with him at the Grammys. This was followed in April by a two night support slot in London with one of her idols, Wanda Jackson.
"Psycho", é single promocional do novo disco da cantora, Mayhem, com lançamento previsto para setembro. Vejo aqui mais um paralelo com Amy Winehouse, pois o tema me remete a "Rehab", mas segundo o press-release oficial, "Psycho" mostra Imelda exibindo algumas das suas influências mais díspares, como PJ Harvey em "Sheela Na Gig". O clip foi gravado no Ace Cafe, no norte de Londres, na presença de um monte de roqueiros.
Francamente, eu não consigo ver muito de "Sheela Na Gig" em "Psycho", por isso coloco aqui o vídeo para que vocês tirem suas próprias conclusões. Diz aí: você acha que isso tem a ver com aquilo?
Foi na virada do século, quando eu trabalhava como editor de uma revista de surfe, que descobri o som insano do M.I.R.V. Naquela época achei uma das coisas mais bacanas em que já tinha posto as orelhas, tanto que acabei fazendo uma matéria sobre eles e publicando na seção musical da revista. Hoje, passado quase dez anos, peguei o disco deles para ouvir (minha primeira importação via Amazon.com), e continuou achando o som do caralho! Resolvi resgatar a matéria e publicar aqui no blog, mas quando comecei a fazer isso notei que alguns fatos e dados estavam meio defasados de modo que, foi preciso fazer um pequeno upgrade.
Segundo o bizzaro site (que está mais on-line) desta banda da baía de São Francisco M.I.R.V. significa: 1. Multiple Independently targeted Re-entry Vehicles (Mísseis de Reentrada Múltipla Independentemente Direcionados); 2. Many Inebriated Rude Vermin (Vermin* Grotesco Muito Embriagado); 3. Mutant Industrial Rock Vaudeville (Rock Industrial Mutante de Vaudeville); 4. Men In Red Velvet (Homens em Veludo Vermelho). O grupo surgiu no início dos anos 90 como um quinteto formado por Mark Haggard (vocais e guitarra), Les Claypool do Primus, (vocais, baixo e bateria), Bryan "Brian" Mantia do Guns n’Roses (bateria), Anthony “House” Chaba do Ben Wa (baixo), e Pete Scaturro, do The Limbomaniacs (teclados). Lançaram seu primeiro disco em 1993, o álbum Cosmodrome, que para Stephen Thomas Erlewine do All Music Guide, é “uma viagem tortuosa por quase todo o tipo de subgênero do rock que se possa imaginar”. Foi um trabalho conceitual, uma ópera rock e, também, o primeiro lançamento do selo Prawn Song de Les Claypool. Por sinal, eu não tenho esse disco e se alguém por aí souber de um link ou puder me subir uma cópia, eu ficaria muito grato. Já no segundo disco, Feeding Time on Monkey Island (1997), da formação original apenas Mark permaneceu (veja os outros integrante na entrevista) assumindo a alcunha de Mirv Haggard, apesar disso, o som não mudou tanto, se mantendo totalmente maluco, uma mistura de Primus, Frank Zappa, Devo, Pavarotti e mais alguma coisa. Dá para imaginar o que é isso? Pois bem, se você respondeu que sim, ou mentiu, ou é tão louco quanto eles, só mesmo ouvindo para saber do que se trata. Por isso mesmo disponibilizo aqui Dancing Naked In A Minefield (1999), terceiro e último lançamento do M.I.R.V. (com faixas bônus do segundo álbum), que segue a mesma linha dos trabalhos anteriores onde o insano, o obsceno, o irônico e o bizzaro andam lado a lado sem o menor respeito um pelo outro. Os temas das músicas são os mais loucos possíveis, vejam vocês que eles tem uma música chamada “Chupacabras”, falando sobre um E.T. que andava aterrorizando fazendeiros do México. Lembrou algo familiar? Pois é, a música nunca chegou por aqui, mas o tal E.T. cansou da tequila e andou tomando umas cachaças em terras tupiniquim. Para Robin Zander, da revista Rolling Stones, o M.I.R.V. tem a melhor versão do clássico italiano “O Sole Mio”. Eu ainda recomendo uma orelhada em: “Santa Maria” (é puro Zappa), “Pink Elephants” e “Unabomber” (o famoso puta som!).
Atualmente o M.I.R.V. está parado e parece que não voltará, embora a possibilidade ainda exista, uma vez que seus integrantes continuam perambulando por aí. Por que não estouraram? É difícil responder, poderíamos argumentar que se trata de uma música complicada demais para o senso comum, mas se o seu co-irmão, Primus, fez sucesso com uma sonoridade até mais complexa, por que eles não conseguiram? Talvez, faltou investimento, uma divulgação mais forte, uma oportunidade real, sei lá! Uma coisa é certa. Não faltou originalidade, nem musicalidade, comparado a tantos ruidosos grupos hardcore que empestam a Califórnia, ganhando o mundo com um rock chinfrim, mal tocado, com letras idiotas e mesmo assim são aclamados como se fossem o máximo, eu diria que o M.I.R.V. está num nível infinitamente superior em todos os aspectos, é tipo de fenômeno acústico que vocês precisam conhecer antes de morrer.
Na seqüência, segue a pequena entrevista que fiz com Marc Haggard:
AW: O que vocês faziam antes? M.I.R.V.: Craig McFarland (baixo) tocou com gigantes do metal como Strapping Young Lad e o famoso guitar hero Ronnie Montrose. Jeff Gomes (bateria) vem da banda Fungo Mungo, um grupo da área da baía de San Francisco que foi lançado mundialmente com o nome de Humungus. Bryan Kehoe (guitarra e vocais) estava no Timex Club Social e recentemente esteve fazendo backing vocal para Jerry Cantrell do Alice in Chains nas turnês solo dele. Eu vim de uma banda chamada The Limbomaniacs que teve um Cd lançado mundialmente pela Relativity Records.
AW: No primeiro disco de vocês há uma surf music chamada “Surfin’ Soviet”. Qual é a sua ligação com esse tipo de música? M.I.R.V.: A minha única relação com esse tipo de música é que eu a ouvia constantemente em uma estação de rádio da baía de San Francisco chamada KFJC enquanto fabricava minhas próprias guitarras de rock na garagem de um lunático chamado Reverendo Jethro Gonzalez. Nós só bebíamos Coca-Cola e comíamos baguetes sentados em cima de uma máquina de cortar grama Briggs & Stratten quebrada ao som da surf music que explodia através de um sistema P.A. de 1000 watts que eu e o Reverendo havíamos comprado barato da Força Aérea. Nós éramos só “fazendeiros”.
AW: Qual é a influência de Frank Zappa na sua formação musical? M.I.R.V.: Eu escuto Zappa desde que eu era um garotinho. O seu estilo foi incorporado naturalmente na minha musicalidade, eu acredito que o resto da banda também escutou bastante Zappa, porque dá para notar algumas semelhanças sonoras no jeito deles tocarem. Eu também tive uma banda com Larry LaLonde do Primus, o Brain e o House chamada CaCa que tocava só Frank Zappa. Nós fizemos até alguns espetáculos com o Ray White que foi um membro original da banda do Zappa.
AW: Você tem uma música chamada Chupacabras, que é uma lenda extra-terrestre que aconteceu, também, aqui no Brasil. O que você sabe sobre isso e como você conheceu a estória do Chupacabras? M.I.R.V.: Ficamos conhecendo o Chupacabras ouvindo o apresentador de rádio Art Bell que sempre narra histórias de fenômenos bizarros.
AW: Há algumas explicações irônicas em seu site, mas o que realmente significa M.I.R.V. e por que escolheram esse nome? M.I.R.V.: O nome significa Multiple Independently-targetable Reentry Vehicle, é um míssel nuclear que quando lançado se divide em várias ogivas que vão em diferentes direções. É como a nossa música soa, vai por vários caminhos. Entrevista e texto de Alberto Woodward (aka Woody) publicados na revista Alma Surf #5 jun./jul. 2001.
* Vermin: creio que não existe uma tradução em português para Vermin (o mais próximo seria: praga), mas é um adjetivo usado para animais e insetos nocivos, desagradáveis e/ou nojentos, em especial aqueles de pequeno porte que geralmente são de difícil controle, como moscas, piolhos, percevejos, baratas, ratos, inclusive predadores como raposas, doninhas, coiotes e, às vezes, até lobos e ursos.
M.I.R.V. - Dancing Naked In A Minefield [1999]
M.I.R.V. is a band based in the San Francisco, California, Bay Area. Founded in 1993, it initially consisted of the band's namesake guitarist and singer Mark "Mirv" Haggard, bassist Craig McFarland, drummer Jeff Gomes, and guitarist Bryan Kehoe, who also contributed vocals and keyboards. Kehoe left the band in 2001 to form The Kehoe Nation and was replaced by Spent Poets singer Adam Gates, aka The Filthy Ape. Their musical style typically includes elements of hard rock, heavy metal, funk, country, opera, experimental, and electronica, but has also included elements from other genres, including polka, mainly due to Kehoe's love of the bouncy 3/4 style.
Kehoe era M.I.R.V shows often featured songs punctuated by interludes of lunacy, usually featuring a verbal interchange between Haggard and Kehoe. Often Haggard would announce a contest for the women in the audience, after which the winner would be cajoled into grabbing Kehoe's groin, causing him to sing in a high pitched operatic voice. Kehoe would often sing the Neapolitan standard "'O Sole Mio" following the antics. M.I.R.V. shows would regularly feature Haggard playing an electric saw during portions of the concerts. M.I.R.V.'s first album "Cosmodrome" was written and recorded mostly by Haggard and featured a character named Grandpa, later revealed to be Primus' Les Claypool, who also put the record out on his own Prawn Song label. The album features songs interspersed with skits and is generally regarded as a concept album. The next two records were released on Poison Eye, M.I.R.V.'s own label, and feature primarily music. It was these later two albums that saw the band form into a four piece touring outfit, as opposed to a studio project. The band has toured worldwide alongside acts like Jerry Cantrell, Fishbone, Primus, and has played with groups like Cheap Trick, Run DMC, Papa Roach and Nuclear Rabbit. The band's song "Monkey Boy" was featured in a Sega game console tv ad. From: Wikepedia
Há muito pensei em postar algo sobre John Lennon, na verdade, desde os primeiros dias deste blog. Quando pensava no quê, de imediato sabia que não poderia ser algo manjado como os discos oficiais e nem um bootleg marreta. Ainda naquela época, elegi o Rock’N’Roll Sessions, mas o tempo foi passando e acabava não postando por dois motivos: primeiro por esquecimento mesmo, nesse negócio de blog, a cada dia pensamos e descobrimos coisas que queremos postar e, no turbilhão de idéias e descobertas, muitas coisas acabam esquecidas, porém, o principal motivo é que por trás desse disco, há muita história a ser contada e eu não queria poupar nem os detalhes sórdidos. Aí vem a tal preguiça de escrever, pesquisar e analisar fatos. Enfim, a gente pensa em caprichar tanto que acaba correndo o risco de não fazer porra nenhuma. Como diz Benedito Povão, também conhecido como dito popular, “antes tarde do que nunca”. Portanto, aqui vamos nós com John Lennon Rock’N’Roll Sessions, um bootleg muito bacana que cobre as três fases deste lendário álbum: a pré produção, mostrando os ensaios (disco 1) cuja a gravação não é lá essas coisas, mas muito relevantes como documento histórico; a gravação do disco, com os outtakes, faixas que não entraram no disco oficial, com direito a seis faixas bônus (disco 2); e finalmente o terceiro disco é o registro de programa de rádio para promover o lançamento do álbum, onde as faixas são intercaladas por entrevistas de John falando sobre as músicas.
Antes, algumas considerações sobre o cara: Quando ele morreu, em oito de dezembro de 1980, eu estava a três dias de completar 20 anos de idade e tinha adorado Double Fantasy, seu novo disco na época, recém lançado após um hiato de cinco anos. quero dizer, adorado, tirando as faixas que a Yoko canta. Não sou daqueles que mete o pau nela (aliás, o único que fazia isso, de fato, era o Lennon – Heheh!), só acho que ela, definitivamente, não nasceu cantar. Além do mais, eu ainda era um beatlemaníaco de carteirinha, sócio do Revolution Beatles Club, Fundado em 1979 e o único na América latina reconhecido pelo quarteto de Liverpool, segundo a ladainha do seu fundador, Marco Antônio Mallagoli, um dos caras que mais conhece Beatles nesse planeta. Voltando ao que interessa, fiquei muito chocado com a morte do meu herói. Sim, tenho Lennon como um herói, não só por ele ser o cérebro dos Beatles, mas pela sua genialidade, originalidade e sensibilidade política social. Sua poesia podia não ser tão complexa quanto à de Bob Dylan, mas era direta e verdadeira, frases como: “Imagine não haver países... ...nada porque matar ou morrer”; “um herói operário é algo para se desejar ser”, “estou enjoado de ouvir coisas de hipócritas nervosos e bitolados, tudo que eu quero é a verdade agora, apenas me dêem um pouco de verdade... ...estou farto de ler coisas de políticos neuróticos, psicóticos e bem estabelecidos... ... tudo que eu quero é a verdade.” e tantas outras, me fizeram ver que havia vida inteligente no rock (Frank Zappa reforçou essa constatação) e também me levaram a pensar melhor nos meus princípios.
As gravações de Rock’N’Roll aconteceram numa fase negra da vida de John, ele estava separado da Yoko, andava bebendo demais e ainda tinha sérios problemas com o departamento de imigração americano que tentava deportá-lo a todo custo, afinal de contas, estávamos no auge da guerra fria e o cara tinha ficha no FBI e na CIA que o viam como comunista, agitador e o mais perigoso de tudo, formador de opinião. Dizem que quando um artista vive essas situações angustiantes, ele consegue obras melhores, não sei bem se é assim, ou se somos nós que gostamos de ouvir, ver e sentir a dor exacerbada através da arte, mas o fato é que nessa fase, ele lançou três ótimos discos: Mind Games (1973), Walls and Bridges (1974) e Rock’N’Roll.
O texto abaixo eu traduzi da capa do CD. Como o disco é um bootleg, não tem o mesmo requinte de produção de um disco oficial, logo, não havia ninguém para revisar os textos e acreditem: precisava! Embora seja uma boa história, quem escreveu não tinha a gramática como o seu forte. Uma vez que o meu inglês não é fluente, tive sérias dificuldades para entender certas coisas. O que facilitou a compreensão, é que eu já conhecia relativamente bem a história. Se alguém se der ao trabalho de ler o que está na capa, verá que meu texto não é muito fiel ao que foi escrito e tem alguns adendos da minha parte, mas segundo um amigo meu de inglês bastante bom, o texto original é meio confuso, principalmente, pelo mau uso da vírgula e a tradução ficou até melhor. Espero que vocês compartilhem da mesma idéia.
Rock’N’Roll (A Verdadeira História)
O princípio dessa história nos leva de volta aos tempos dos Beatles, mais especificamente do álbum Abbey Road (1969), quando John compôs “Come Together” e “pegou emprestada” uma linha da canção “You Can’t Catch Me” de Chuck Berry. Isso levou Morris Levy, proprietário da Big Seven Inc. a reclamar os direitos autorais da música de Berry e processar John e a Apple por quebra de direitos autorais. Um acordo extrajudicial foi alcançado em 12 de outubro de 1973, quando Lennon concordou em gravar três músicas do catálogo de Levy para o seu próximo álbum.
Os problemas de Lennom nessa época estão bem documentados, de modo que só para refrescar sua memória, vamos lembrar que foi o período em que ele ficou separado de Yoko Ono e namorou May Pang, se mudando para a costa oeste. Pouco depois de chegar à Los Angeles, John contatou Phil Spector sobre a possibilidade de gravar um disco com seus clássicos favoritos do rock’n’roll. Lennon e May Pang se encontraram com Phil na sua mansão para discutir o álbum. Phil topou fazer a produção, mas só depois que John concordou em deixá-lo ter o controle total sobre o projeto, algo que Lennon se arrependeu amargamente depois.
Em outubro de 1973 começaram as sessões no famoso A&M Studios localizado na La Brea Avenue, em Los Angeles, mesmo local que no passado serviu de base para Charles Chaplin. Os estúdios também seriam utilizados por George Harrison durante os ensaios para sua turnê americana de 1974. As sessões de Lennon com Spector foram caóticas desde o início. Phil ficava ensaiando a banda de apoio por várias horas buscando encontrar o timbre, o feeling, o som certo para aquele trabalho e isso deixava Lennon e seus músicos muito impacientes. Arrependido de romper com Yoko, John bebia demais e arruinou um bom número de tomadas (escute as duas primeiras faixas do disco um). John estava tão chateado, que por diversas vezes se tornou violento e teve que ser contido pelo seu amigo e baterista Jim Keltner. A gota d'água ocorreu quando Spector disparou uma arma tão perto dos ouvidos de John que ele ficou absolutamente horrorizado (parece que Phil era chegado nessa coisa de arma, tanto que hoje está na prisão, condenado pela morte da atriz Lana Clarkson em sua mansão na madrugada do dia 3 de fevereiro de 2003). Neste momento, o clima por ali ficou bastante tumultuado, o pessoal da A&M Studios se encheu com tudo aquilo e resolveu acabar com as sessões, expulsando os dois do local. Por isso eles tiveram que mudar para os estúdios da Record Plant West, mas não por muito tempo!
Enquanto Lennon esperava para continuar as sessões, Spector desapareceu levando todas as fitas gravadas com ele. Quando John finalmente encontrou Phil (o que não era tarefa fácil), este lhe disse que as fitas foram codificadas e só ele poderia decodificá-las! As gravações já eram. John ficou deprimido com o colapso das sessões e passou a tomar altos porres com o amigo Harry Nilsson. A relação entre eles é lendária. Ficaram famosos como dois cães beberrões e boêmios, num período conhecido como “Lost Weekend” (fim de semana perdido – na verdade, isto durou 18 meses e foi desta forma, que Lennon batizou o período em que esteve com May Pang, fazendo referência ao filme e novela homônimo), quando ele e Nilsson aterrorizaram Los Angeles sendo expulsos por mau comportamento dos clubes noturnos que freqüentaram. Finalmente John decidiu que precisava fazer alguma coisa construtiva durante este tempo e passou a produzir o LP Pussy Cats (1974), de Nilsson. Retornando à sobriedade, ele voltou para Nova Iorque a fim de iniciar os trabalhos de Wall And Bridges. A essa altura, Phil Spector já tinha devolvido os tapes do Rock 'N' Roll. John ouviu as fitas durante as pausas das sessões de Wall And Bridges e ficou desapontado com tudo, sentindo que as gravações estavam aquém das expectativas. Então decidiu que a melhor coisa a fazer, era se concentrar na sua gravação atual, deixando as fitas do Rock 'N' Roll na poeira do tempo. Sábia decisão, pois ao ser lançado, Wall And Bridges foi muito elogiado pela crítica e pelo público.
Só quem não gostou foi Morris Levy, que ficou bastante irritado quando não viu suas três canções inclusas no novo álbum conforme tinha sido combinado, sentiu que o acordo para liquidação do processo de direitos autorais em cima de "Come Together" não fora cumprido. Marcou uma reunião com John Lennon e os dois se encontraram em oito de outubro de 1974. John se desculpou pelo que aconteceu e no calor do momento, Levy propôs que o álbum com clássicos do rock’n’roll fosse finalizado e oferecido ao mercado através do correio e anúncios na TV. John demonstrou interesse nisso por algumas razões, uma delas é que sentiu que um disco de clássicos já não era comercializável e, desgostoso com a EMI, quis lançar o trabalho através de um meio diferente de distribuição e comercialização. O acordo não foi formalizado por escrito, mas Lennon deixou em Levy a impressão de que poderia ser feito. Acreditava que tinha o direito de lançar qualquer material sem a aprovação da EMI se fosse feito através do correio. Ficou amigo de Levy e começou a ensaiar com a banda de Wall And Bridges na sua fazenda no estado de Nova York. John discutiu as idéias de comercialização com seu advogado que comunicou a EMI, mas ela não ficou nada feliz ao saber! Enquanto isso, o cantor concluiu as gravações no Record Plant East, entregando uma cópia bruta (não masterizada) para Levy, sem autorização de lançamento e informando-lhe que a própria EMI/Apple cuidaria disso. No entanto, Levy foi adiante com suas intenções e se apressou em lançar o tape que tinha em mãos, batizando o disco como “Roots”.
Depois de tudo, Levy ainda acabou processando John, afirmando que ele não cumpriu o acordo (aquele de 1974 que não foi formalizado por escrito) de lançar uma gravação através dele. Lennon também foi processado por não incluir as três músicas de Levy na publicação Rock 'Roll. Apenas duas canções apareceram, "Ya Ya" e "You Can't Catch Me", a terceira música "Angel Baby" não foi incluída na versão da Apple. O cara ainda exigiu o pagamento de royalties perdidos, alegando que o lançamento da Apple o prejudicou ao deixar de fora "Angel Baby". Isso lhe custou milhares dólares em direitos autorais de potenciais versões covers que poderiam ter sido inspiradas na interpretação Lennon. É mole!?
Por sua vez, Lennon achou que não tinha acordo algum com Levy para lançamento de um disco, e por causa de Roots, ele sofreu perda na vendagem do seu disco que teve de ser lançado às pressas para combater o LP não autorizado. John também alegou ter perdido dinheiro, ao reduzir o custo de Roll 'N'Rock para competir com Roots, e ainda disse que o disco de Levy tinha um material ruim, capa e qualidade sonora que feriam a sua reputação.
Os tribunais americanos penderam largamente em favor de John Lennon que foi indenizado em U$ 66.000 pelas perdas nas vendas e mais 10 centavos para cada cópia do disco vendida no mundo inteiro, totalizando U$ 103.000. Outro tribunal, posteriormente, reduziu a taxa para $ 40.260. À John, também foram concedidos U$ 43.700 dólares em receitas perdidas devido ao lançamento de Roots (mais tarde reduzido para U$ 14.567), U$ 35.000 de indenização compensatória pela perda de reputação e ainda U$ 10.000 por danos morais, depois cancelado no tribunal de apelações. Levy acabou recebendo U$6.795, porque o cantor quebrou o acordo de 1973 e não incluiu suas três canções em Wall And Bridges. No final das contas, John recebeu U$ 88.912,96 e Levy ficou só nos U$ 6.795 mesmo.
Pessoalmente, a reputação de Lennon não foi sequer riscada pelo lançamento do Roots. Segundo os historiadores, sua briga pública com Paul McCartney, a entrevista de 1970 para a revista Rolling Stone e suas travessuras com Yoko Ono o feriram muito mais do que Roots jamais conseguiria. Escrito por Marty Flesh e traduzido por Woody.
John Lennon Rock 'N' Roll Sessions [2000]
This is a great 3 Cd anthology of John's "Rock & roll sessions". Lets review the highlights of each disc:
First on disc #1. Track #3 "Just Because". This is the full blown drunken version, and it is great. It just shows what a state John was in during his "Lost weekend" away from Yoko. This version would never be released by Capital or apple on a commercial release,so it is wonderful to have it here. Also on disc one, is what we have refered to in the past as, "The May Pang tapes". The sound on that CD was terrible, but at that time it was the only available source for some of those songs. Now on "rock & Roll Sessions" we have Jesse Ed Davis' tape as the source tape and the quality is much better as well as more complete. These were the rehearsal sessions and I understand they took place in Morris Levy's barn in Upstate N.Y., not far from my home, which makes this a cool CD for me to have.
Disc #2 has a number of alternate versions and rough mixes. Some very nice versions are on this disc. A couple of my favorites are track #11 "Be My Baby" and #12 "Peggy Sue". Also, this disc has the performance from the "old grey whistle test" broadcast. The sound is excellent on these songs also and I particularly like the rough stereo take of "Stand by Me" (track #13). The final 3 tracks are from Johns last public appearance, which was "Salute to Sir lew Grade". He performed "Imagine" this evening, and he dedicated the song to "Sir Lew and my good friend Yoko". In this version of "Imagine" he changed the words slightly to "... no immigration too". So at this point he was still being dogged by Nixon and the Immigration department who was trying to railroad him out of the country. The Sir Lew performances are from an audience tape I believe as you can hear some background noise, but these songs are still much clearer than they appear on "Miscellaneous Tracks".
On to Disc #3. This is a radio appearance John made on WNEW radio here in New York with Scott Muni in 1975, to promote the release of the Rock'N'Roll album. The disc features John talking about each track, which is followed by the "ROOTS" version of the song. A couple ROOTS versions also appear on disc #2, giving us the complete ROOTS album in excellent sound. Back to disc #3 however, I have a warm spot in my heart for this radio program, because I actually remember hearing this on the radio back in '75 when John appeared. The entire program was about 3 hours long and it was great. I would be interested in knowing if there is a bootleg around of the complete WNEW appearance. That is my only complaint with this set. Although it is great to have this edited radio appearance, I'd love to have the complete radio appearance unedited, because this third disc in "R & R seesions" brings back a lot of found memories for me.
Towards the end of the disc, John announces to the world for the first time, that he and Yoko have gotten back together. This is just a wonderful set. By the way, my set is on the FIRE POWER label, which I guess is the first knock-off of the VOXX set already. I have one other FIRE POWER release of John's called "John Lennon Anthology: Weybridge" and the sound quality on that too is excellent. Back to Rock & roll however, I give this fantastic 3 CD set a 10 rating because I think it is that good. There is enough stuff here to please any Lennon fan, and as I stated at the beginning of this review, just having the drunken version of "Just Because" is worth the cost of the set. It is a great anthology of the Rock n' Roll sessions, get it if you can!!!
Review by: Gary (On 26 Aug 2000 at 12:22 CEST - in BootlegZone)
Desde garoto, inspirado por vídeos de grupos metaleiros que rolavam na MTV, que Gannin Arnold já estava determinado a ser guitarrista quando crescesse. Seu primeiro professor, Adam St. James, foi crucial na sua formação apresentando-lhe músicas de outros guitarristas que influenciariam seu estilo como Jeff Beck, Randy Rhoads, Eddie Van Halen, Allan Holdsworth, Brian May, Larry Carlton, Frank Zappa e outros. Prodígio, montou uma banda de fusion na época do high school (equivalente ao nosso colegial), o “Minimum 3”, e começou a tocar em alguns clubes onde teve a chance de abrir shows para artistas de primeira grandeza do universo fusion como Yellowjackets, Billy Cobham, Stanley Jordan e Scott Henderson. Considerado um dos melhores guitarristas da atualidade, praticamente uma lenda viva, Henderson, ficou muito bem impressionado com o potencial de Gannin, ao ponto de recebê-lo como aluno particular e foi sob a sua tutela que ele evoluiu. Ao longo dos anos, Gannin gravou, tocou e saiu em turnês pelo mundo com artistas conhecidos, tanto da esfera pop/rock como jazzista, incluindo Cheap Trick, John Tesh, Jimmy Chamberlin (baterista do Smashing Pumpkins), Jeff Berlin, Brian Bromberg, Dave Grohl, Brian May e Roger Taylor (Queen), Kirk Hammett (Metallica), Vernon Reid, Lee Ritenour, George Duke e Joe Walsh, um dos seus heróis da guitarra. Quando o baterista do Foo Fighters, Taylor Hawkins, resolveu montar a sua própria banda, Taylor Hawkins & The Coattail Riders, não foi por acaso que escolheu Gannin para assumir o posto de guitarrista. Além das turnês, ele vem sendo requisitado como músico de estúdio, roteirista e produtor em projetos que vão desde gravações de CDs de outros artistas, até trabalhos para o cinema e televisão. Recentemente, Gannin, concluiu seu primeiro álbum solo, Not From Here, e para este debut , convocou alguns amigos que deram uma forcinha, gente do naipe de Jimmy Chamberlin, Taylor Hawkins, Stephen Perkins, Simon Phillips, Pat Mastelotto, Rudy Sarzo, Tony Levin, Tony Guerrero, Tim Landers e outras feras. É verdade que nem sempre a união de grandes artistas garante um bom álbum, mas Gannin conseguiu canalizar bem o talento deles, escolhendo corretamente quem o acompanharia em cada música, conseguindo grandes momentos de lirismo, reviravoltas rítmicas e melancolia ocasionais. Certamente um bom disco de fusion, para deleite dos apreciadores do gênero.
Gannin Arnold knew he wanted to play guitar from a young age, inspired by the metal band videos that were being shown on MTV. His first teacher, Adam St. James, introduced him to the music of guitarists who would have a lasting impact on his own playing, including Jeff Beck, Randy Rhoads, Eddie Van Halen, Allan Holdsworth, Brian May, Larry Carlton, Frank Zappa and more. He cut his teeth playing clubs with his High School fusion band “Minimum 3” and had the chance to open for some pretty heavy weight fusions acts like The Yellowjackets, Billy Cobham, Stanley Jordan and guitar legend Scott Henderson. Henderson was impressed with Gannin enough to welcome him as a private student and it was under his tutelage that Gannin’s playing grew in leaps and bounds. Over the years, Gannin has recorded and toured the world with known artists in both the Rock/Pop and Jazz arenas, including Cheap Trick, John Tesh, Smashing Pumpkins drummer Jimmy Chamberlin, Jeff Berlin, and Brian Bromberg. When Foo Fighter’s drummer Taylor Hawkins put his own band together ("Taylor Hawkins and The Coattail Riders") he chose Gannin to cover the guitar chair. Gannin has also been recording and touring with one of his guitar heroes, Joe Walsh. Aside from touring and being in demand as a studio musician, writer and producer on projects ranging from Artist CDs to Film & Television, Gannin has recently finished his first solo CD "Not From Here". This CD will feature musicians Jimmy Chamberlin, Taylor Hawkins, Stephen Perkins, Simon Phillips, Pat Mastelotto, Rudy Sarzo, Tony Levin, Tim Landers and more. Performed/Recorded with: Cheap Trick, Joe Walsh, Taylor Hawkins and The Coattail Riders, Jimmy Chamberlin Complex, Dave Grohl, Brian May and Roger Taylor (Queen), Kirk Hammett (Metallica), Jeff Berlin, Vernon Reid, Brian Bromberg, K'Naan, Jeff Lorber, Lee Ritenour, and George Duke.
O bloguista da UOL, não vou citar o nome dele para não causar mais mal estar, se retratou aqui nos comentários do Boogie Woody e, embora eu ainda esteja na ressaca da revolta pelo caso, aceitei a retratação, não sou do tipo revanchista que sai processando neguinho por ai, afim de se dar bem no pior estilo "american way of life!" Na verdade a única coisa que eu queria mesmo é que o erro fosse reconhecido, e devo até dizer que admirei a atitude dele pois mostrou um pouco de dignidade e humildade. Não estou bem certo se acredito ou não na desculpa que ele deu para o ocorrido. Dizem que errar é humano, perdoar é divino. Não sou nenhuma divindade, mas posso perdoar. Agora só quero esquecer o fato.
Queria agradecer a todos pela demonstração de apoio e solidariedade, sem a ajuda de vocês esta novela seria um longa-metragem. MUITO OBRIGADO GENTE, VCS FORAM ÓTIMOS!!
Abaixo, o e-mail enviado pelo homem pedindo desculpas pelo ocorrido:
"Caro Woody, desculpe-me se utilizei indevidamente seu texto, de fato recebo algumas colaborações e sugestões e devo ter recebido seu texto e uma destas colaborações, o que não examine o ato. O que posso dizer é parabéns pela qualidade de seu trabalho! Digo que jamais usei e uso de ma fé ao longo de minha carreira, o que pode ser atestado pelos mais próximos a mim! Realmente só tenho a lamentar o fato de dando razão sobre o tema em questão Garanto que jamais o fato ocorrerá de novo! Obrigado e um abraço, Mister M"
Aqui a minha resposta:
Francamente Mister M,
não sei mais no que, ou em quem, acreditar, mesmo perguntando aos amigos, colegas e conhecidos em comum já ouvi coisas boas e ruins sobre você, certamente se fizer o mesmo, vai ouvir coisas boas e ruins sobre mim também. De modo que tenho que confiar no meu próprio feeling.
O Celso Loos está certo quando diz: "Quer dizer que se você manda uma "colaboração" para ele e ela é integralmente aproveitada, como ele nos faz querer acreditar, então não rola nem um "colaborou fulano de tal"?
No entanto quero crer na boa fé das pessoas e você ganhou um ponto comigo, mostrando nobreza e humildade ao mesmo tempo, quando fez seu pedido de desculpas aqui nos comentários. Se usei adjetivos, como sacana, picareta ou coisa assim, pode apostar que foi no calor da revolta, pois já vi meus textos publicados em outros blogs e sites por aí, me chateia quando não creditam ou citam a fonte, mas ver a assinatura de outra pessoa em um texto meu, me deixou tão irado que estou resmungando até agora.
Sei bem da qualidade do seu trabalho, acompanho já faz um tempo, é impossível ser um amante da música desde adolescência e ignorar Vinil, Escobar, Barcinski, Ribeiro, vc e outros cronistas na mídia paulistana. Por isso mesmo, também, lamento muito o fato ocorrido. Afinal temos a música como enorme paixão em comum e certamente, uma conversa entre nós poderia ter um teor muito mais interessante e agradável, do que todo esse aborrecimento.
Aceito, suas desculpas sim, e quero crer que tudo que você disse, seja sincero. Vamos encerrar isso por aqui. Não guardo rancor nem mágoa e desejo que você seja feliz e tenha sucesso na sua vida e trabalho, só fique mais esperto quando publicar textos de colaboradores de origem desconhecida. Pois está cheio de oportunistas por aí.
Foi em meados dos anos 70 que conheci este grande guitarrista. Havia uma lojinha de discos que eu costumava freqüentar próximo de casa, lá na Av. Brigadeiro com a Paulista. Não era assim “a loja”, mas estava sempre atualizada nos lançamentos e, além disso, ficava ao lado do fliperama onde eu era presença constante. Sempre parava em frente à loja para olhar as capas dos discos e como ainda não entendia muita coisa de música, tinha o hábito de comprar alguns pelo visual de capa, não sem antes dar uma pequena orelhada no LP, é claro. Um belo dia, pescoçando a vitrine, lá estava o Robin Trower Live! (1976), eu ainda não sabia de quem se tratava, no entanto, a fachada parecia ser de um álbum bem ao estilo roqueiro da pesada. Então pedi para o lojista tocar umas faixas só para sentir o drama. Nem precisou chegar ao fim do disco, a pequena amostra já foi suficiente para sacar que se tratava de um discaço. Fui correndo para casa ouvir a minha nova aquisição e pude constatar que era ainda melhor do que me pareceu. A faixa de abertura, “Too Rolling Stoned,” é uma das coisas mais incríveis que eu já ouvi em termos de blues rock. Ainda hoje me emociono ao ouvir e tocar, pois acabou virando cover numa banda que eu tive. O disco é espetacular de cabo a rabo, o que me fez virar fã imediatamente. Não demorou muito e já tinha arrematado mais dois álbuns Bridge of Sighs (1974) e For Earth Below (1975), este último, importado, comprado às duras penas pelas minhas escassas economias.
As faixas de Neptune Rising são gravações de rádio concertos para uma platéia de convidados, em estúdios de três diferentes cidades: Fifth Floor Studios de Cincinnati, Ohio, em novembro de 1974; Record Plant de Sausalito, Califórnia, em janeiro de 1973 e no Paris Theatre de Londres, Inglaterra, em janeiro de 1975. São músicas dos dois primeiros álbuns da sua discografia Bridge of Sighs e Twice Removed from Yesterday (1973) e mostram o melhor momento da carreira do guitarrista, que foi justamente o princípio. A boa qualidade das gravações deixa transparecer todo o clima dessas apresentações, mostrando um Trower em grande forma, lembrando bastante o oficial Robin Trower Live!
Trower é realmente incrível, sua dinâmica nos solos e todo aquele tempero psicodélico, o fizeram ser comparado com Jimi Hendrix. Alguns paralelos em comum, como uso das guitarras Stratocaster, amplificadores Marshall saturados, pedal wah-wah e forte influência de blues, nos fazem crer que seu trabalho se pareça muito com o de Hendrix, mas se ouvirmos mais atentamente, podemos notar que são muito mais distintos do que parecem à primeira vista, ou melhor, ouvida. No entanto, esta sina o persegue até hoje, já disseram que quando ele ouviu Hendrix pela primeira vez, pensou em parar de tocar. Após a morte do guitar hero, comentou-se que Trower teria dito receber o espírito de Hendrix no palco enquanto tocava, mas é tudo balela, o famoso papo furado. Em uma entrevista não muito antiga ele chegou a comentar com algum humor sobre esses boatos: "Não é verdade que eu desisti depois de ter visto Jimi Hendrix tocar... Eu pensei em me aposentar quando vi tanto Hendrix como o Albert King tocar (risos)... Eu nunca disse que incorporava o espírito de Jimi no palco... Talvez isso tenha sido algo manipulado pela imprensa na época... Essa conexão com Hendrix provavelmente não elevou a minha reputação naqueles tempos... Pelo menos, ser comparado com ele sempre foi um elogio; quero dizer, se for para ser comparado com algum outro guitarrista, que seja com Jimi certo? Quem seria melhor do que ele (risos)? De qualquer forma, essa comparação acabou ficando algo bem cansativo e maçante.”
Foi só depois de algum tempo é que eu vim saber que Trower era o guitarrista do Procol Harum, o que me surpreendeu de certa forma. Eu conhecia o grupo mesmo antes da carreira solo dele, mas nunca me liguei no nome dos integrantes porque os via como um som mediano, tipo não cheira nem fede, mas que, de vez em quando, até cai bem. Se você não está ligando o nome ao som, certamente já ouviu em algum momento o maior hit deles, a música "A Whiter Shade of Pale", que muita gente, por não lembrar o nome (inclusive eu), chamava de “we skipped the light fandango”, também foi sucesso em outras vozes como a de Johnny Rivers e mais recentemente de Annie Lennox. Diziam que era progressivo, mas particularmente eu nunca consegui ver como tal, acho que classificavam assim porque as músicas tinham longa duração. A meu ver, aquilo era uma mistura de folk, british pop e R&B a la britânica. Enfim, era um som que não lembrava em nada a fúria de “Too Rolling Stoned”, “Little Bit of Sympathy”, “Shame the Devil”, “Day of the Eagle” e outras porradas. O que nos leva a entender porque deixou o Procol Harum quando o grupo vivia seu melhor momento. Veja só o que ele falou sobre isso: “Creio que nessa altura eu estava me desenvolvendo mais como compositor. Principalmente em Broken Barricades (1971 - último disco do Procul Harum com ele) as canções permitiam mais solos de guitarra como parte dos arranjos. “Song For A Dreamer”, por exemplo, foi uma música que abriu as portas para mim... A partir dela comecei a compor mais e mais voltado para a guitarra. Ficava claro que não haveria muito espaço para isso dentro do Procol Harum...” . Pois é, sendo assim, o cara tomou coragem, partiu para carreira solo, e acabou fazendo músicas infinitamente melhores que as baladas tristes da sua antiga banda.
Se “Song For a Dreamer” foi um divisor de águas na vida do guitarrista, foi também a grande responsável por essa associação com Hendrix que ainda prevalece. A verdade é que, até a morte de Jimi, Trower era um admirador, mas não um grande fã. Com a passagem dele para o além, Robin e o letrista do Procol Harum, Keith Reid, resolveram fazer uma homenagem como contou Trower a Bud Scoppa, da revista Guitar World, em 1988: “Nós decidimos que íamos fazer um tributo para ele em nosso próximo disco, (que acabou sendo “Song For a Dreamer”) nesse processo eu pensei ‘para ter certeza de que farei direito, vou estudar alguns dos seus álbuns, pois até então eu só conhecia bem o Are You Experienced? Então, depois de estudar e reproduzir suas músicas o mais próximo possível da interpretação original, acabei sendo inspirado por ele. Se não fosse por isso, acho que não teria sido influenciado, mas quando parei para escutá-lo melhor, eu peguei a coisa.” Isso virou um estigma, na mesma entrevista ele ainda comentou: “Você conhece o guitarrista Roy Buchanan? Toquei com ele cerca de um ano e meio atrás. Nós estávamos conversando depois de um show e ele me disse: ‘você nunca deveria ter dito que Hendrix te inspirou. Esse foi o seu maior erro’.”
Bem, creio que isso esclarece tudo que precisávamos saber sobre a correlação Trower/Hendrix que continuará a assombrar o guitarrista até o fim de sua vida. Por falar em vida, é muito bom saber que ele ainda respira e está na ativa até hoje. Seu mais recente lançamento é do ano passado, se chama What Lies Beneath e se não é um álbum tão incrível como aqueles da década de 70, não chega a ser nenhuma mancha em sua discografia, muito pelo contrário. Bom era isso que eu tinha pra dizer. Quanto à biografia de Robin Trower, vou deixar por conta de Ernesto Wenth Filho que mandou muito bem no texto que segue abaixo. Fontes: Wikipedia, Poeira Zine #23, BigO Worldwide
Nascido em 09 de março de 1945, em Catford, Inglaterra, o guitarrista Robin Trower tem uma longa carreira de sucesso no Blues e no Rock & Roll. No início dos anos 60 tocou em diversas bandas de Londres e “despontou” com o grupo The Paramounts, que era especialista em “covers” de Ray Charles, James Brown e de algumas bandas inglesas. O primeiro e único apoio que tiveram, como relatou Trower, veio dos Rolling Stones que “assistiu um show nosso e em seguida fomos convidados para participar do circuito musical da época”. Mas, foi em 1967 que o tecladista, amigo e ex-vocalista do The Paramounts, Gary Brooker entrou em contato com Trower e fez o convite para que ele fosse o guitarrista de sua nova banda: a “Procol Harum”.
A partir daí começaram a gravar e foram 05 discos clássicos da banda que projetaram Robin Trower como grande guitarrista. Em 1967 lançaram o álbum “Procol Harum”, em 1968 “Shine on Brightly”, em 1969 “A Salty Dog”, em 1970 “Home” e em 1971 “Broken Barricades”. Mesmo com o sucesso do Procol Harum, Trower queria mais e partiu para a carreira solo, chamou o vocalista e baixista James Dewar (que vozeirão!!!) e o baterista Reg Isidore, que logo foi substituído por Bill Lordan, formando assim um “power trio” de primeira linha.
Bem, em 1975 lançou o disco “For Earth Below” que junto com “Bridge of Sighs”, na minha opinião, são os 02 melhores álbuns de Robin. Aliás, podem comprar sem medo!! Na sequência, diversos discos foram lançados, mas o sucesso não foi tão grande. No início dos anos 80, Trower se juntou com o baixista e vocalista Jack Bruce (ex-Cream) e lançou 02 discos, o primeiro “B.L.T.” (iniciais de Bruce, Lordan e Trower) em 1981 e o segundo “Truce” em 1982. Em seguida desistiu da parceria e seguiu carreira solo novamente, que continua até hoje.
Persistente e talentoso, Robin Trower continua fazendo shows nos dias de hoje, você pode conferir a agenda e notícias sobre ele no site www.trowerpower.com e também se tiver oportunidade pegue o cd “Bridge of Sighs” e coloque a faixa de nº 04 “The Fool and Me”. Tenho certeza que depois de ouvi-la você vai entender porque a minha irmã Renata, ao ouvir Robin Trower, me disse: o som desse cara é “refinado”!!!! Fonte: web site oficial de Ricky Furlani
Robin Trower - Neptune Rising [1995]
Robin Trower's career has spanned more than four decades. He is one of the finest guitarists in Rock n' Roll history. He spent the early 60's playing guitar in various London based outfits, the most successful one being The Paramount's. They specialized in mostly covers, but managed to issue several singles between 1963 and 1965 and were a favourite band of the Rolling Stones. It wasn't until 1967 that Trower received his big break when he joined Procol Harum. Trower was a member of Procol Harum until 1972.
After leaving Procol Harum, Trower embarked on his solo career and found the success that has made him a legend today. Armed with his fluid and powerful guitar style, redefined during his stint with Procol Harum. All of his early albums share a tough, explosive style mixed with his trademark "soft psychedelia" that made Robin Trower a power trio that will forever remain in Rock n' Roll history. Throughout his long and winding solo career, guitarist Robin Trower has been called the "White" Hendrix due to his uncanny ability to channel Hendrix' bluesy/psychedelic, Fender Strat-fueled playing style.Trower released his solo debut, Twice Removed From Yesterday, in 1973. The album barely left a dent in the US charts, but that would change soon enough with his next release 1974's "Bridge of Sighs". The album skyrocketed into the US top ten, peaking at number seven selling a million and a half copies and it still sells 15,000 copies a year to date worldwide.
Although "Bridge of Sighs" was to be his most popular solo release, Trower's stock continued to rise throughout the mid 70's, as he became an arena headliner on the strength of such hit albums as 1975's For Earth Below, 1976's Robin Trower Live and Long Misty Days, plus 1977's In City Dreams. Further releases followed in the 80's, and a brief union with ex-Cream bassist/vocalist Jack Bruce spawned a pair of releases, 1981's B.L.T. and 1982's Truce, before Trower returned back to his solo career.
The 80's saw Trower expand his audience with several releases that updated his blues-rock style (such as 1987's slick produced Passion). During the early 90's,Trower returned back to Procol Harum for a brief reunion (1991's Prodigal Stranger), before backing ex-Roxy Music singer Bryan Ferry on a few releases (1993's Taxi and 1994's Mamouna, the latter of which Trower earned a co-producer credit for). The 90's saw Robin consistently touring the USA with his power trio. In 2002, Trower returned to the production role, linking up with Bryan Ferry again, to work and play on Bryan's "Frantic" album. In the following years Trower concentrated on writing and producing film music for releases such as "Good Humour Man".
In 2005, Fender are scheduled to release a Robin Trower signature guitar to mark the 50th anniversary of the Stratocaster, along with this there will be a "Bridge of Sighs" custom shop Stratocaster, of which only 100 will be made and will mark the legendary album's 30th anniversary. To celebrate this event, Trower has decided to return to live work in Europe. 2005 will see Robin Trower touring the UK, Germany, France and The Netherlands. His band will feature Dave Bronze (Bass), Pete Thompson (Drums) and Davey Pattison (Vocals).