quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Joe Farrell - Canned Funk [1975]



O saudoso Joe Farrell. Se você não conhece esse saxofonista e flautista, saiba que deveria. Afinal ele já tocou com meio mundo, músicos do primeiro escalão como Chick Corea, John McLaughlin, Dave Holland, Jack DeJohnette, Buster Williams, Elvin Jones, Airto Moreira, Stanley Clarke, Jack DeJohnette, Joe Beck, Don Alias, George Benson, Art Pepper, Billy Cobham, Average White Band, Flora Purin, Tom Jobim, Hermeto Pascoal… São só alguns dos muitos parceiros que ele já teve. É meu amigo, o cara não era fraco não! Merece até um post mais caprichado a seu respeito, mas no momento o foco é esse Canned Funk. Estávamos em meados dos anos 80 quando um amigo me descolou uma fita cassete com a gravação desse disco. Farrell já não era um desconhecido para mim, mas até então, eu nunca tinha ouvido nada solo dele que me agradasse tanto quanto aquele disco, um jazz funk com muito soul e swing. Mais tarde, pude perceber que esse som foi uma característica marcante da fase em que Farrel trabalhou pelo selo CTI (1970 – 74), do lendário produtor Creed Taylor (taí outro que merece um post), que ao lado de Rudy Van Gelder, outra figura antológica da produção jazzística, criou uma série de obras primas. Com tantos prós e nenhum contra, saí na captura do LP em tudo quanto foi loja e nécas! Nada de encontrar o tal Canned Funk, nem importado! O tempo foi passando, a fita desgastando, até sumir e eu já nem me lembrava do som quando, no final dos anos 90, aquele mesmo amigo me aparece com um CD caseiro contendo uma seleção de músicas de três discos do Farrell: Outback (1971), Moon Germs (1972) e Canned Funk, mas na capa do CD estava um scan, justamente, do famigerado disco. Àquela altura do campeonato, eu já conhecia e tinha os outros dois álbuns, mas ainda não encontrara o Canned Funk, cuja capa, maravilhosa, diga-se de passagem, eu via pela primeira vez (um magistral trabalho do fotógrafo americano Pete Turner). Novamente fui procurar nos sebos para ver se encontrava o disco, afinal já estávamos na era do CD e discos do Joe Farrell estavam praticamente dados nos sebos (isso há 10 anos, porque hoje estão caríssimos). Porém, mais uma vez dei com os burros n’água e pior, dessa vez, eu só tinha algumas faixas do disco porque a fita já era fazia tempos. Mesmo quando começou essa onda de baixar músicas pela net, eu não o encontrei, até que no finzinho de 2007, sem nenhum aviso dou de cara com o Canned Funk inteirinho à minha disposição num site russo chamado Noname. Com a ajuda de um software de tradução, consegui me inscrever no site e finalmente passei a possuir uma cópia do tão almejado disco. De lá para cá, esse disco se tornou um pouco mais comum na net e já não é tão difícil encontrá-lo por aí, tanto que a cópia que está aqui, eu baixei por esses dias sem grandes dificuldades, mas ainda me lembro da emoção de encontrar Canned Funk depois de tantos anos de busca. Uma alegria que divido agora com os freqüentadores deste blog, na esperança de que esse “funk enlatado” também faça a cabeça de vocês.







Joe Farrell - Canned Funk

Review by Fleamarketfunk
Now that I’m back, rested, and ready to go, I thought I’d pull out the newest addition to the FMF stable. It’s a record that I wasn’t really looking for, but decided to pick up because I knew the tune, and I am definitely a fan of the record label, despite the naysayers who claim it’s a “tepid terd”. In fact, I like everything about this label. From the musicians to the cover art, there is a love affair with these records that is still strong. I’ve been reading The House That Trane Built: The Story of Impulse Records, and my respect for Creed Taylor has doubled. The guy is amazing, and I will definitely not stop buying CTI records. This record hasn’t shown up at any of my local spots, and well, I had to jump on it. A lot of other CTI records do, and I’ve gotten some great ones throughout my digging career. From George Benson to Hubert Laws, when I see the shiny gate fold cover I can’t resist. Let’s get into Joe Farrell and “Canned Funk” on one of my favorite record labels, Creed Taylor’s CTI, from 1975.

Joe Farrell picked up the clarinet at the age of eleven. He went on to graduate from the University of Illinois, eventually uprooting himself and moving (like many Jazz musicians) to New York City. While in the Big Apple, he linked up with Maynard Fergusen and Slide Hampton. A very accomplished saxophone player and flutist, Farrell has played with a who’s who of Jazz musicians, including Jack DeJohnette,Charles Mingus, Andrew Hill, Herbie Hancock, Jaki Byard, Stanley Clarke, Elvin Jones and as a stand out musician with Chick Corea’s “Return to Forever”. He definitely had a good run during the 70’s with his CTI releases, riding on the coat tails of his success with Fergueson. A nasty drug habit would catch up with him during his final years in Los Angeles, where he worked with a lot of different people, including the Mingus Dynasty and Louis Hayes. He died in 1986.

If the Pete Turner photograph on the cover wasn’t enough, (I mean who ever gets an eyeball in their can of peaches?) the record was produced by Taylor and engineered by the genius known as Rudy Van Gelder in his Englewood Cliffs Studio in December of 1974. The song’s line up was as follows: Joe Farrell (tenor sax); Joe Beck (guitar); Herb Bushler (bass); Jim Madison (drums); and Ray Mantilla (congas and percussion). There’s some heavy Funk/ Jazz/ Fusion going on, and it’s obvious why Farrell’s saxophone sound was sought after during the 70’s. In this period, you had all these heavy Jazz players laying down Funk tracks (or their interpretation of), and apparently playing the role while they recorded. They would don the Funk outfits of the time, and get to work in the studio. The Funk would get into them people, and I can just see heavyweights like Milt Jackson wearing a Walt “Clyde” Frazier hat (complete with feather!) as he funked up the vibes. This is by far the longest side I’ve put on FMF (clocking in at over 7 minutes), but IMHO, it’s a really unique song. If you can’t get a hold of this nugget on vinyl, CTI released a compilation called “The Birth of the Groove”, which we here at FMF highly recommend. I am partial to CTI releases, and this tune is definitely a keeper.
From: Fleamarketfunk.wordpress.com 2007/09/26




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8 comentários:

  1. Meu caro Woody,foi com muita emoção que estou vendo novamente este disco pois se bem me lembro eu dei para algum amigo meu uma fita cassete com este disco e fui a caça do vinil o qual, depois de muito custo encontrei.Parece que escutei até quase furar o vinil, mas antes de estragar aqueles preciosos micro-sulcos impressos naquela superfície, veio a era do cd e depois de tentar encontra-lo na midia digital, sem nenhum sucesso pois não havia este disco nem nos catalogos japoneses, resolvi grava-lo em cd e distribuir para alguns amigos.Será que voce foi um destes meus amigos que na época receberam este presente?Não me lembro pois faz muito tempo mas de qualquer maneira fica aqui minha satisfação em ouvir novamente esta pérola .
    Abraços

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  2. Puxa, que coincidência! Olha só: eu recebi a fita de um amigo chamado Cláudio, vc não é ele porque ele sabe do blog, mas ele tb recebeu de um outro cara, que se chama Paulo. Agora tem vc que fez a mesma coisa. O que me leva crer que, muito antes da internet, Joe Farrell já vivia da divulgação de uma pessoa para outra.
    Então, pode ser que a fita que chegou na minha mão, seja e mesma q vc gravou e que passaou pra um alguém, que passou para um outro, que copiou e deu para outro alguém, que conhece o Paulo, que gravou pro Cláudio, que me deu uma cópia.
    Mas o mais importante disso tudo é que o som é bom para cassete, CD, MD... Como vc disse, um pérola!

    Abraço,
    WOODY

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  3. Realmente, não conheço esse disco de Mr. Farrell. Aliás, de seus discos solo só conheço o 'Benson & Farrell', que postei no G&B e é raríssimo também. No entanto, o conheço do catálogo da CTI pois gostava muito (apesar dos puristas torcerem o nariz) do gênero que aquela gravadora ajudou a disseminar e Farrell sempre constava das fichas técnicas. Baixando!
    []ões

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  4. Grande Edson!
    O Benson & Farrell é muito bom, mas Canned Funk é muito melhor, pode apostar. Sabendo de seu gosto pelo estilo funk (o verdadeiro, não essa merda aí do morro), tenho certeza que vc há de concordar comigo e apreciará bastante essa obra prima do saudoso Farrell.
    O catálago da CTI é maravilhoso e os tais puristas que torcem o nariz, ignoram o fato de que por trás dele estão Creed Taylor (aliás, CTI quer dizer Creed Taylor Incorporated) e o mago da engenharia Rudy Van Gelder que trabalharam para Blue Note, Verve Records e, além da CTI, fundaram a Impulse. Simplesmente as maiores gravadoras do gênero e que produziram muitos discos venerados pelos tais puristas. De modo que: pau na bunda dos puristas. Eiiitaah! É nóis nas fritas, mano!!

    Abração,
    WOODY

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  5. Não conhecia este album,aliás só conhecia Joe Farrel tocando com Chick Corea.Concordo plenamente com todos vocês,o disco é bom demais.Muito grato pela postagem ,VALEU.

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  6. One of my favorite Joe Farrell recordings. I've pretty much worn out my vinyl copy. Great post Woody!

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  7. Joe Farrell tocou no I Festival de Jazz São Paulo-Montreux, em 1978, no conjunto de Chick Corea. O grupo era ótimo, mas o trompetista Al Vizzutti deixou uma profunda impressão pelos seus solos criativos, construidos com improvisações alinhavados numa seqüência de idéias ininterruptas.

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  8. Raffaelli,
    assisti a esse Festival que foi transmitido na integra pela TV Cultura, mas nem me lembrava desse fato, na verdade, não me lembro muito bem do show do Chick Corea. O que eu me lembro muito bem foi na Jam Session quando o Hermeto Pascoal falou: "tem um tal de Chico Corrêa que vai fazer um som aqui com a gente". No final, tb não me lembro se essa Jam foi boa ou ruim, mas a chamada do Hermeto foi inesquecível!

    Abraço,
    WOODY

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