terça-feira, 14 de outubro de 2008

CHAMPION JACK DUPREE






Champion Jack Dupree foi a personificação do blues de New Orleans e também um pianista de boogie woogie, verdadeiro “professor” em matéria de tocar em bares e cabarés, uma figura simpática que gostava de contar causos e piadas entre uma música e outra. Nasceu como William Thomas Dupree, em 4 de julho de 1910, na Louisiana. Seu pai era do Congo Belga e sua mãe, de origem afro americana e índio Cherokee. Ele ficou órfão aos dois anos de idade e foi enviado para o New Orleans Home for Colored Waifs, um orfanato para crianças de cor por onde também passou Loius Armstrong, sendo adotado por Olivia Gardner aos 14 anos de idade. Começou a tocar piano de forma autodidata e mais tarde aprendeu com Tuts Washington e com o lendário Drive’Em Down (Willie Hall), a quem ele chamava de pai e que lhe ensinou o “Junker’s Blues”, um clássico que se tornou notório na interpretação de Jack Dupree. Ainda jovem, começou sua vida de andarilho, viveu em Chicago onde trabalhou com Geórgia Tom, em Indianápolis e Indiana onde se juntou a Scrapper Blackwell e Leroy Carr. Além de tocar piano, ele fazia uns bicos de cozinheiro e quando esteve em Detroit, conheceu Joe Louis que o encorajou a iniciar uma carreira de boxer. Chegou a lutar 107 vezes conquistando a Golden Gloves (Luvas de Ouro) e outros campeonatos. Foi aí que ele ganhou o apelido de Champion Jack (Jack Campeão), que usou para o resto da vida.

Em 1940 ele deixou o box de lado e voltou para o piano. Estava com 30 anos e retornou a Chicago fazendo parte de um círculo de artistas que por ali gravavam, como Big Bill Broonzy e Tampa Red, este o apresentou ao famoso produtor de blues Lester Melrose, que produziu alguns de seus primeiros trabalhos para o selo Okeh. Mas em 1942 ele foi convocado para o exército indo servir no Pacífico, trabalhando como cozinheiro da marinha. Acabou sendo capturado pelos japoneses e viveu dois anos como prisioneiro de guerra.

Após a guerra, ele foi para Nova York afim de retomar sua carreira musical. Acabou dando sorte por lá e gravou para não menos que vinte e um diferentes selos incluindo Savoy, King e Atlantic. Pois, assim como o guitarrista John Lee Hooker, Dupree não ligava muito para obrigações contratuais e gravou sob diferentes pseudônimos entre os quais: Brother Blues, Big Tom Collins, Blind Boy Johnson, Meathead Johnson, Willie Jordan, e Lightnin' Jr. Mas foi com o seu próprio nome que ele emplacou um hit em 1955 em dueto com Teddy McRae chamado “Walking The Blues”, que ficou 11 semanas nas paradas de R&B. Na verdade, foi a única vez que ele fez parte de uma parada dessas em toda sua carreira. Em 1958 gravou aquela que para muitos é considerada a sua obra prima, o álbum Blues From the Gutter. Em suas músicas, Dupree falava do mundo ao seu redor, abordando temas como prostituição, cadeia, bebidas e drogas, muito embora ele não fosse lá um grande beberrão e sequer fazia uso de drogas. Mesmo vivendo em Nova York, Depree percebeu que não importava para onde fosse, não conseguia escapar do preconceito racial. Cansado de toda essa história, em 1959 resolveu se mudar para Europa onde viveu os últimos 32 anos de sua carreira, morando em países diferentes como Suíça, França, Inglaterra, Dinamarca e Alemanha. Nessa fase, lançou uma série de álbuns maravilhosos por diferentes gravadoras entre os quais o incrível From New Orleans To Chicago (1966), gravado na Inglaterra com a participação de John Mayall e Eric Clapton, que na verdade não estão em todas as faixas, mas só a participação em “Third Degree” e “Shim-Sham-Shimmy”, já vale o disco. A dupla aparece novamente ao lado de Dupree no álbum Raw Blues (1967), uma coletânea de participações de Mayall com astros do blues, tocando “Calcutta Blues” e “24 Hours”, dois blues de arrepiar. Outro disco bem bacana dessa fase britânica, é Scooby Dooby Doo (1969) produzido por Mike Vernon e com a participação de Mick Taylor dos Rollings Stones. De fato, muitos astros do British blues tiveram a honra de gravar um disco com ele como Alexis Korner em Champion Jack's Natural & Soulful Blues (1961), Paul Kossoff em Whe You Feel The Feeling You Was Feeling (1968) e Aynsley Dunbar que com sua banda The Aynsley Dunbar Retaliation, acompanhou Dupree no álbum The Heart Of The Blues Is Sound (1969). O cara era mesmo um ídolo para os músicos ingleses e ao que parece, também para o púbico, pois em Halifax, cidade inglesa onde morou entre 1970 e 80, foi encomendada uma placa de bronze em sua memória.

Em 1990 Champion Jack Dupree retorna aos Estados Unidos para participar, em sua terra natal, do famoso New Orleans Jazz Heritage Festival. Foi sua primeira visita à cidade desde 1954 e ele simplesmente se tornou a sensação do evento, aproveitando a oportunidade para se reunir com alguns do melhores músicos locais e gravar o aclamado álbum Back Home In New Orleans, produzido por Ron Levy, organista que tocava com B.B. King. Em 1991 ele voltou à América para tocar no mesmo festival e também no Chicago Blues Festival. Mais uma vez adentrou no estúdio para gravar as faixas que seriam lançadas nos discos Forever & Ever e One Last Time. Realmente foi a última vez. Vítima de câncer, faleceu em 21 de janeiro de 1992 na cidade de Hanover, na Alemanha, onde residia. Deixou três esposas, sete filhos e um grande catálogo de gravações, o legado de obras primas de um dos maiores Bluesman de todos os tempos.
Fontes: Wikepedia, Cascade Blues, Wirz.de, Musician Guide e All Music Guide.




CHAMPION JACK DUPREE




William Thomas Dupree, best known as Champion Jack Dupree, was an American blues pianist. His birth date is disputed, given as July 4, July 10, and July 23, in the years 1908, 1909, or 1910. He died January 21, 1992. He was the embodiment of the New Orleans blues and boogie woogie pianist, a true barrelhouse "professor". His father was from the Belgian Congo and his mother was African American and Cherokee. He was orphaned at the age of 2 and sent to the New Orleans Home for Colored Waifs (also the alma mater of Louis Armstrong). He taught himself piano there and later apprenticed with Tuts Washington and the legendary Drive'em Down, whom he called his "father" and from whom he learned "Junker's Blues". He was also "spy boy" for the Yellow Pochahantas tribe of Mardi Gras Indians and soon began playing in barrelhouses, drinking establishments organized around barrels of booze. As a young man he began his life of travelling, living in Chicago, where he worked with Georgia Tom, and Indianapolis, Indiana, where he hooked up with Scrapper Blackwell and Leroy Carr. While he was always playing piano, he also worked as a cook, and in Detroit he met Joe Louis, who encouraged him to become a boxer. He ultimately fought in 107 bouts and winning Golden Gloves and other championships, and picking up the nickname Champion Jack, which he used the rest of his life.

He returned to Chicago at age 30 and joined a circle of recording artists, including Big Bill Broonzy and Tampa Red who introduced him to legendary blues record producer Lester Melrose, who claimed composer credit and publishing on many of Dupree's songs. Dupree's playing is almost all straight blues and boogie woogie, with no ballads or pop songs, not even blues ballads. He was not a sophisticated musician or singer, but he had a wry and clever way with words: "Mama, move your false teeth, papa wanna scratch your gums." He sometimes sang as if he had a cleft palate and even recorded under the name Harelip Jack Dupree. This was an artistic conceit, as Dupree had excellent clear articulation, particularly for a blues singer. He sang about life as he found it, singing about jail, drinking, drug addiction, although he himself was a light drinker and did not use other drugs. His "Junker's Blues" is still sung in New Orleans, and was also transmogrified by Fats Domino into his first hit "The Fat Man". Dupree's songs included not only gloomy topics, such as "TB Blues" and "Angola Blues" (about the infamous Louisiana prison farm), but also cheerful subjects like the "Dupree Shake Dance": "Come on, mama, on your hands and knees, do that shake dance as you please".

On his best known LP, 1958's Blues from the Gutter for Atlantic, he was accompanied on guitar by Larry Dale, whose playing on that LP inspired Brian Jones (of Rolling Stones fame: "Yeah! I have to play this… what a sound"). Dupree was also noted as a raconteur and transformed many of his stories into songs. "Big Leg Emma's" takes its place in the roots of rap music as the rhymed tale of a police raid on a barrelhouse. In later years he recorded with John Mayall, Mick Taylor, and Eric Clapton. Although Jerry Lee Lewis did not record Dupree's "Shake Baby Shake" as suggested by some sources, the lyrics in his version of "Whole Lotta Shakin' Goin' On" -- "You can shake it one time for me!" -- echo Dupree's song. Indeed, Dupree's 1957 rerelease of "Shake Baby Shake" may have been a response to the success of Jerry Lee Lewis's record in that year. Dupree's career was interrupted by military service in World War II. He was a cook in the United States Navy and spent two years as a Japanese prisoner of war.

His biggest commercial success was "Walkin' the Blues", which he recorded as a duet with Mr. Bear. This led to several national tours, and eventually to a European tour. Dupree moved to Europe permanently 1959, the first of many blues stars to make the move to a less racially prejudiced environment. During the 70's and 80's he lived in Halifax, where a bronze plaque has been commissioned in his memory. He continued to record in Europe( with Kenn Lending Band ,Louisiana Red a. o.) and also made many live appearances there, also still working as a cook specializing in New Orleans cuisine. He returned to the United States from time to time and appeared at the New Orleans Jazz & Heritage Festival. He died in Hannover, Germany of cancer.

From: Wikepedia




Blues From The Gutter

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From New Orleans To Chicago

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Raw Blues

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Scooby Dooby Doo

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And His Blues Band

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Back Home In New Orleans

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4 comentários:

  1. Que beleza de post heim Woody? Não conhecia a historia...puxa...acho que vou solicitar uma pequena clonagem em breve... :)

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  2. Thanks Neide,
    Champion Jack é um dos meus favoritos desde os idos anos 70, paixão antiga!

    Bjs,
    WOODY

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  3. Greetings from Amerika!

    Great selection of the CJD sound.

    Thanks!
    snowmonkey

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  4. Thanks Snowmonkey,
    is good to see you here again!

    Best wishes,
    WOODY

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