Atendendo ao pedido do Maddy Lee, blogueiro aposentado (temporariamente, assim esperamos) e ilustre freqüentador deste blog, estou postando um disco do Little Walter, um dos maiores gaitistas de blues que o mundo já conheceu e provavelmente o maior no estilo Chicago-blues em todos os tempo. Dono de uma técnica apurada, seu domínio do instrumento era tal que muitos diziam que ele estava para a gaita de blues o Charlie Parker fora no saxofone jazzístico. Além disso, ele cantava muito bem e ainda tocava guitarra. Se nascido por aqui fosse, ele seria o popular “Waltinho da Gaita”, mas na verdade ele nasceu na zona rural de Marksville, na Louisiana, EUA, no dia 1° de Maio de 1930, sendo batizado com o nome de Marion Walter Jacobs. Aprendeu a tocar ainda criança e com apenas 12 anos de idade abandonou a escola e deixou a Louisiana para tentar a sorte em outras paragens. Vagou pelas ruas de New Orleans, Memphis, Helena, e St. Louis, fazendo pequenos trabalhos aqui e ali, nesse percurso conheceu e foi influenciado por músicos do naipe de Big Bill Broonzy, Snooky Pryor e Sonny Boy Williamson com quem afiou suas habilidades musicais. Detalhe importante: estamos falando de John Lee Curtis Williamson (1914 - 1948) que foi o primeiro a adotar este nome e não de Aleck Miller (1899 - 1965) que usou este mesmo pseudônimo, também tocava gaita e fez aquela clássica gravação junto com The Yardbirds. Cara isso causou e ainda causa muita confusão entre os dois!! Mas voltando ao Little Walter, ele chegou a Chigago no ano de 1945 e ali fez o seu primeiro registro que, segundo reza a lenda, foi uma demo (nunca chegou a ser lançada) junto com um blusman local chamado Floyd Jones, com quem Walter tocou guitarra e não gaita. Mas a sua primeira gravação de fato, ocorreu em 47 por um pequeno selo chamado Ora-Nelle. Um ano depois ele se juntou ao grupo de Muddy Waters passando a trabalhar com ele na Chess Records, um dos grandes selos do blues onde Walter conheceu e gravou com muita gente boa como Jimmy Rodgers, Robert Lockwood, e Willie Dixon, este último autor de um dos seus maiores sucessos a música "My Babe". Mas Walter era um cara complicado, vivia se metendo em brigas, gostava de apostar e, além disso, era alcoólatra. Chegou a fazer dois giros pela Europa, em 1964 e 1967, muito mais pela necessidade de sanar suas dívidas do que pela vontade de se apresentar no velho continente. Morreu cedo, aos 38 anos de idade, vítima de trombose cerebral, em 15 de fevereiro de 1968, conseqüência de uma briga de rua. Deixou poucos discos gravados e muitas coletâneas foram lançadas após a sua morte, como esta Boss Blues Harmonica lançada pela Chess com gravações realizadas no período de 1952 a 55 apresentando grandes interpretações como “You Better Watch Yourself” onde a sua gaita extremamente distorcida marca presença nos solos e intervenções entre as frases vocais; “Last Night”, onde há um solo simples e emocionante que torna perfeito esse blues lento. Temos ainda duas peças instrumentais “Off The Wall” e a maravilhosa “Juke” eleita como uma das 500 melhores músicas do gênero pelo Rock & Roll Hall of Fame. Também não poderia faltar a clássica “My Babe”. Enfim, são 24 faixas que mostram um pouco do trabalho deste pequeno grande músico!
Fontes -> Wikipedia e Blues Masters
Little Walter - Boss Blues Harmonica
ALBUM REVIEW (by Eugene Chadbourne, All Music Guide ) -> The high rating is for the music. Served in a portion as generous as one could typically fit over four slabs of vinyl, these vintage recordings of Chicago blues cannot be denied. "Juke," "Flying Saucer," "Boom Boom, Out Go the Lights."..these are all out and out classics of urban blues, delivered with zest and zeal by an artist who matched flawless and flamboyant harmonica technique and a devastating amplified sound with a vocal style that was mischievous to the point of irritating Rumpelstiltskin. His musical company here is the cream of the crop, killer players all. The interplay between guitars and harmonica is fantastic by itself, while the antics of the rhythm section are a subject for extensive study as well. As a bandleader, Little Walter was an inventive character, meaning that each track has something fresh about its arrangement, often just a little touch or sometimes an entire groove that with that magic combination of familiarity and surprise. There isn't a bum track on this collection, which is why it didn't matter that the tracks on the third and fourth sides of the collection were shuffled like a deck of cards for the '80s version of this two-fer repackage, about which the following competition can be launched: Which of the two-record set covers used for the Boss Blues Harmonica sets is uglier? Is it the '70s version, in which a heavy soaking of toilet-bowl blue coloring fails to hide the fact that almost the entire back cover is taken up with a drawing of a drum set? Or was it the '80s set, featuring a crude drawing of someone who doesn't look at all like Little Walter, standing in front of a bar in what looks like the middle of a vacant field. The earlier set didn't bother to provide a clear listing of session men and discographical information.
Little Walter - Boss Blues Harmonica
Hi
ResponderExcluirI´ve got one question:
who made this great picture of little walter ?
It is perfect to put it on a T-Shirt.
greetings from Germany Mario
Hi Mario,
ResponderExcluirsorry, I don't know the name of the artist, I picked up in the internet when I was looking for a Little Walter cover.
Best wishes,
WOODY
Grande Woody!
ResponderExcluir"No rest for the wicked', como diriam...
Acho que tem tempo que você não aparece lá pelo DD, a aposentadoria foi pro espaço e tô tentando manter uma regularidade mínima.
Valeu pelo Little Walter , Green Bullfrog, Haskel, KC... Só preciosidades!
Grande Abraço,
Maddy Lee
E aí Mr. Maddy!
ResponderExcluirDe fato andei meio atrapalhado por uns dias e já faz umas duas semanas que não visito o DD. Da última vez que estive lá, carreguei um Scott Weiland, mas ele havia sido postado faz tempo. De qualquer forma é bom saber que estais de volta à ativa.
Grande abraço,
WOODY